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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Qui Fev 18, 2016 7:42 pm
por FCarvalho
Se nos propuséssemos realmente a alcançar os objetivos propostos no PAED, desde sua primeira edição a quase 10 anos atrás, a esta altura, americanos, e quem mais que seja, pensariam bem mais de duas vezes em vir aqui e arrumar confusão.

Ponto. Esta é a função primordial de qualquer ffaa's no mundo: criar e projetar dissuasão. Temos isso. Não. E nem teremos em qualquer prazo previsível, sob qualquer escala.

Outra coisa. Ninguém lá fora, no caso de nossos vizinhos acima da linha do equador, virá aqui comprar briga conosco sem que isso seja de fato uma situação de último caso/último recurso, e eliminadas todas as alternativas possíveis, diplomáticas, legais e institucionais. E isto menos por nossa capacidade militar, que é basicamente medíocre e amorfa desde sempre, do que pelas características de gigantismo do empreendimento. Nosso tamanho geográfico é há muito nosso principal fator de defesa. Ou seja, logística seria, e ainda é, o principal problema/desafio a ser enfrentado por qualquer um que queira vir aqui brigar ou ameaçar. Se nós não temos, ninguém lá fora também não tem condições de manter operações de envergadura e longevas contra nós, a exceção de russos, americanos e chineses hoje.

É por estas e outras que o Alte Othon, e outros, vinham propagando desde sempre que nosso principal investimento deveria ser na capacidade de projetar, desenvolver e produzir subnuc's. É a arma do mais fraco, em termos de poder naval. Se não podemos, ou não nos deixam ter uma esquadra balanceada e equipada de acordo com as reais necessidades de defesa naval, então que elegêssemos uma prioridade e o resto seria o resto. O que viesse a mais, já sairíamos no lucro.

Mas hoje pelo que se pode ver, é que nem subnuc's, nem Nae's, nem Nanf's, nem NaPaOc e nem nada. Estamos à míngua, como em 1953.

E o que foi que mudou desde então? Nada. Continuamos na mesma.

Os americanos vão continuar a passar por aqui, e por onde quer que desejem. E se muito, o que vamos fazer é continuar a bater fotos e discutir as razões de não termos navios iguais aos deles.

abs.

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Qui Fev 18, 2016 8:25 pm
por Tchelo
6 Arleigh Burke?? Em 2018? Na atual situação, pelo menos teríamos um poder naval crível.

Há chances reais disso acontecer?

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Qui Fev 18, 2016 8:26 pm
por ABULDOG74
JL escreveu:
Clermont escreveu: Toda a culpa costuma ser jogada nos ombros do governo civil de plantão e ninguém lembra de chamar à responsabilidade as cúpulas que controlam as Forças Armadas brasileiras. Mais uma vez elas deixaram passar um período de bonança que poderia ter sido utilizado para dedicarem-se ao que realmente importava: reorganizar internamente as forças. Profissionalização, eficiência, redução de efetivos, redução de oficiais generais. Um planejamento de defesa realista. Vejam o que o almirante Othon e o almirante Mario Cesar Flores defendiam, desde a década de 1990: se a Marinha não tem condições de ser forte em todos os setores, escolhesse um setor que fosse mais útil ao desenvolvimento de uma capacitação crível de defesa da nação no mar. Eles acreditavam que este equivalia a posse de uma força de submarinos nucleares de ataque. E a posse deles contribuiria com o "(...) desenvolvimento da P&D e da indústria nacional, e consequentemente de nossos crescimento econômico" como foi bem dito por LeandroG.Card.

E o que a Marinha tem feito nos últimos anos? Sonhado com porta-aviões e fuzileiros navais. Atualmente, o Brasil dispõe de três batalhões de fuzileiros navais na Divisão Anfíbia e mais um batalhão na Amazônia, para operações ribeirinhas. E quantos batalhões de fuzileiros a esquadra tem condições de lançar numa praia hostil? Pois bem, o comando da Marinha andava sonhando com a criação de uma segunda Divisão Anfíbia com dois batalhões no Nordeste (junto com a tal "2ª Esquadra"); mais dois batalhões ribeirinhos (Belém e Ladário). Ou seja, no total a Marinha ficaria com oito batalhões de fuzileiros navais. Ora, isso praticamente equivale a uma divisão de fuzileiros navais americanos da Segunda Guerra Mundial (nove batalhões). E nem menciono as unidades especializadas (tanques, CLANFs, carros blindados, artilharia etc e tal). E quando se faz uma crítica a tais pretensões a resposta é inequívoca: "a extensão territorial do Brasil exige que tenhamos muitos fuzileiros navais", como se estes fossem uma força de defesa territorial, o que não são. Fuzileiros navais são uma dispendiosa força de ataque especializada e utilizá-los de qualquer outra forma é desperdício. Quanto à Amazônia e Pantanal, um bom batalhão de infantaria do Exército, profissional, faria qualquer coisa que esses pretendidos batalhões de fuzileiros navais possam fazer.

Outros já perceberam esta megalomania da Marinha. Quando era presidente, o general Geisel discutiu com um almirante e falou:

- Vocês da Marinha não querem mais saber de navio! Vocês só querem saber de avião e fuzileiro naval!
Concordo plenamente com você na questão dos Fuzileiros Navais.

Em que pese a qualidade humana do seu pessoal, esta organização é inspirada na U.S. Navy e nos feitos dela na Segunda Grande Guerra, não vejo muitas hipóteses em que a Marinha possa eventualmente realizar um desembarque anfíbio de grandes proporções, com a colocação em terra de equipamentos pesados como por exemplo o sistema de artilharia Astros.

Na época em que existia rivalidade sul americana com os argentinos e que havia a hipótese deles adentrarem pelos Pampas, tal qual a Alemanha na II Guerra com os seus TAM, da mesma forma que as divisões Panzer. Um desembarque anfíbio em território nacional invadido na retaguarda da linha de ataque adversária, poderia até ter utilidade, mas em que outra hipótese a Marinha Brasileira iria fazer sozinha um desembarque anfíbio em território hostil com todo efetivo que os fuzileiros possuem.

Se alguém discorda, que me aponte em cenário hipotético no qual a Marinha Brasileira, iria fazer um desembarque anfíbio destas proporções. Esclareço que existem uma maior chance de utilização de desembarque de efetivos menores em ações específicas, desta forma a atual estrutura dos fuzileiros brasileiros é uma viagem ao mundo da fantasia, como é o Nae e toda a sua aviação embarcada.

Com relação a construção de navios, gostaria de citar que países minúsculos conseguem construir navios de guerra, vejam por exemplo Myanmar ( Birmânia), eles projetam navios e constroem. Eles tem um programa de construção de fragatas e usam tecnologia de quem pode fornecer para eles como China, India e até Coréia do Norte. Vejam um país sob bloqueio, mais pobre que o Brasil. Não consigo entender porque aqui tudo é difícil.

Para quem não conhece alguns links com fotos, convido os senhores a observarem fragatas feitas naquele país enquanto nós ficamos nos masturbando com ideia de produzir uma corveta menor que estes navios.

http://1.bp.blogspot.com/-YjhBYazfw-U/V ... BF14-5.jpg

http://3.bp.blogspot.com/-Sg32URc_Bbc/V ... /F14_2.png

http://1.bp.blogspot.com/-2mDyoF5_aMQ/V ... BF11-7.jpg
Olá camaradas, não resolveremos os problemas tirando o foco do verdadeiro problema.

ADSUMUS

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Qui Fev 18, 2016 8:34 pm
por ABULDOG74
Existem algumas postagens interessantes no tópico do CFN ; verão que as OPANF`S e o emprego do CFN no país não se limita , faz muito tempo, ao chamado ASSALTO A VIVA FORÇA.

ADSUMUS

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Qui Fev 18, 2016 8:44 pm
por Tchelo
Mode Fábio on

Lord Nauta... 6 Arleigh Burke?? Em 2018?

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Qui Fev 18, 2016 10:06 pm
por osolamaalua
Informações:
1- o Navio Bahia suspende dia 15 de março com previsão de entrada na Baia da Guanabara até 12 de abril
2- a ideia é abrir concorrência para construção da CV3 em módulos no exterior é montagem aqui como foi com as Niterói.
3- Deve-se dar baixa até o fim do ano de mais navios
4- estão em buscas de 2 navios pra virar escoltas, até corveta parece que estudam, mas tá difícil.
5- caso o prosperidade não saia este ano ele deve ser remodelado para tentar viabilizar seu andamento.
Esses bizus rolam por aí, logo não sei o que se aproveita

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Qui Fev 18, 2016 10:47 pm
por FABIO
A ideia da MB é comprar 4 navios escoltas usados, agora a MB depende do governo federal,
porque a mesma não tem dinheiro,tem que ser um acordo governo a governo,vejam o exemplo
da compra do Siroco,foi uma luta do MD Jaques Vagner,mas soube que o Aldo Rebello tem
se esforçado muito para trazer os navios que a MB precisa.

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sex Fev 19, 2016 9:14 am
por Energys
Lord Nauta escreveu:Destroyers Arleigh Burke class to the Navy of Brazil

''US Congress Act authorizes transfer from the year 2018 six destroyers Arleigh Burke class to the Navy of Brazil''

Naval Forces
Quase perfeito o texto. Eu teria usado apenas o termo "Brazilian Navy"! [003]
Att.

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sex Fev 19, 2016 11:08 am
por Luís Henrique
Energys escreveu:
Lord Nauta escreveu:Destroyers Arleigh Burke class to the Navy of Brazil

''US Congress Act authorizes transfer from the year 2018 six destroyers Arleigh Burke class to the Navy of Brazil''

Naval Forces
Quase perfeito o texto. Eu teria usado apenas o termo "Brazilian Navy"! [003]
Att.
A mb vai comprar esses navios???

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sex Fev 19, 2016 11:20 am
por Wingate
Imagem


Wingate :roll:

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sex Fev 19, 2016 11:23 am
por BrasilPotência
osolamaalua escreveu:Informações:
1- o Navio Bahia suspende dia 15 de março com previsão de entrada na Baia da Guanabara até 12 de abril
2- a ideia é abrir concorrência para construção da CV3 em módulos no exterior é montagem aqui como foi com as Niterói.
3- Deve-se dar baixa até o fim do ano de mais navios
4- estão em buscas de 2 navios pra virar escoltas, até corveta parece que estudam, mas tá difícil.
5- caso o prosperidade não saia este ano ele deve ser remodelado para tentar viabilizar seu andamento.
Esses bizus rolam por aí, logo não sei o que se aproveita



Acho perfeita a ideia da construção das CV3 no exterior e montagem final no AMRJ ou outro estaleiro. A necessidade da MB é por navios a curto prazo. Temo que uma construção total no Brasil atrasaria por N motivos. E ainda sou a favor de se construir, pelo menos, mais dois navios classe Amazonas.

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sex Fev 19, 2016 11:26 am
por FABIO
Navios classe AB na MB so acredito vendo, isso é sonho a MB TA SEM GRANA.

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sex Fev 19, 2016 12:51 pm
por Energys
Luís Henrique escreveu:
Energys escreveu:Quase perfeito o texto. Eu teria usado apenas o termo "Brazilian Navy"! [003]
Att.
A mb vai comprar esses navios???
O Lord Nauta fez claramente um chiste. :D

Att.

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sex Fev 19, 2016 1:19 pm
por FCarvalho
BrasilPotência escreveu:
osolamaalua escreveu:Informações:
1- o Navio Bahia suspende dia 15 de março com previsão de entrada na Baia da Guanabara até 12 de abril
2- a ideia é abrir concorrência para construção da CV3 em módulos no exterior é montagem aqui como foi com as Niterói.
3- Deve-se dar baixa até o fim do ano de mais navios
4- estão em buscas de 2 navios pra virar escoltas, até corveta parece que estudam, mas tá difícil.
5- caso o prosperidade não saia este ano ele deve ser remodelado para tentar viabilizar seu andamento.
Esses bizus rolam por aí, logo não sei o que se aproveita
Acho perfeita a ideia da construção das CV3 no exterior e montagem final no AMRJ ou outro estaleiro. A necessidade da MB é por navios a curto prazo. Temo que uma construção total no Brasil atrasaria por N motivos. E ainda sou a favor de se construir, pelo menos, mais dois navios classe Amazonas.
Talvez esta seja a única maneira de baratear os custos de produção, garantir os investimentos necessários, e principalmente, evitar-se situações como as dos NaPa 500, com o EISA.

Na atual situação da industria naval, se até patrulha está dando este tipo de problema, imagine-se um navio com a complexidade da CV-3.

Não sei o quanto isso poderia ajudar na diminuição dos custos, mas creio que seria algo substancial, tendo em vista o custo Brasil aqui dentro. Se assim for, talvez até mesmo a idéia de adquirir 1 a 2 undes a mais além das 4 propostas, em 2020, como o Walter chegou a comentar, se torne viável.

Se estas corvetas ficarem entre 250 e 350 milhões de dólares, já vai ser algo interessante em termos de justificação financeira. Um centavo a mais que isso, e com certeza alguém já diria que seriam caros demais para este tipo de navios. Diriam que OPV's fazem a mesma coisa e custariam mais barato. Enfim...

Aliás, ainda sou de opinião, já que estamos precisando urgentemente de navios, de pegar o projeto do NaPaOc BR e fazer uma corveta menor com ele. Pode ser que isso diminua, sei lá, uns 50 milhões talvez no preço final do navio em relação a CV-3, que a própria MB diz será maior que a Barroso; já seria um argumento a mais para novos navios. Em tempos de crise econômica crônica, qualquer desconto, poupança o desculpa para investir, desde que pouco, em defesa, está valendo.

abs.

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sex Fev 19, 2016 1:29 pm
por LeandroGCard
FCarvalho escreveu:Talvez esta seja a única maneira de baratear os custos de produção, garantir os investimentos necessários, e principalmente, evitar-se situações como as dos NaPa 500, com o EISA.

Na atual situação da industria naval, se até patrulha está dando este tipo de problema, imagine-se um navio com a complexidade da CV-3.

Não sei o quanto isso poderia ajudar na diminuição dos custos, mas creio que seria algo substancial, tendo em vista o custo Brasil aqui dentro. Se assim for, talvez até mesmo a idéia de adquirir 1 a 2 undes a mais além das 4 propostas, em 2020, como o Walter chegou a comentar, se torne viável.

Se estas corvetas ficarem entre 250 e 350 milhões de dólares, já vai ser algo interessante em termos de justificação financeira. Um centavo a mais que isso, e com certeza alguém já diria que seriam caros demais para este tipo de navios. Diriam que OPV's fazem a mesma coisa e custariam mais barato. Enfim...

Aliás, ainda sou de opinião, já que estamos precisando urgentemente de navios, de pegar o projeto do NaPaOc BR e fazer uma corveta menor com ele. Pode ser que isso diminua, sei lá, uns 50 milhões talvez no preço final do navio em relação a CV-3, que a própria MB diz será maior que a Barroso; já seria um argumento a mais para novos navios. Em tempos de crise econômica crônica, qualquer desconto, poupança o desculpa para investir, desde que pouco, em defesa, está valendo.

abs.
Não acho que o problema seja de custos. Com o dólar na faixa que está hoje comprar lá fora não fica nada barato, muito pelo contrário.

A questão deve ser realmente conseguir um estaleiro confiável que possa fazer em tempo adequado e principalmente com certeza de entrega. Com o desmonte da Petrobrás e as dificuldades dos produtores de minérios os estaleiros nacionais estão morrendo, e as chances de acabar com os cascos semi-contruídos entalados no meio de alguma disputa judicial relativa a um processo de falência é um risco muito real. A MB parece que já aprendeu isso da maneira mais difícil, e não quer correr o risco de ver acontecer mais uma vez.

E se for isso mesmo o tamanho e valor do casco são a menor das preocupações.


Leandro G. Card