Fórum Defesa Brasil

faterra escreveu:O País tem que prover pela Constituição: Saúde, Educação, Infra-Estrutura e Segurança/Defesa como prioridades.

Se tudo é prioridade, então nada é prioridade.

Imaginem só o que aconteceria com a popularidade de Roussef (ainda existe isso? ) se ela anunciasse despesas com segurança & defesa, no momento em que o país está de quatro perante um pernilongo.

E, à propósito, quando Inácio da Silva assumiu seu primeiro mandato, em 2003, um dos primeiros atos foi suspender os planos de aquisição de caças da FAB, em nome do "Fome Zero". Por essa ação ele foi tratado como um deus, tanto aqui dentro quanto lá fora. E o "Fome Zero" era uma "promessa de campanha.

Clermont escreveu:

faterra escreveu:O País tem que prover pela Constituição: Saúde, Educação, Infra-Estrutura e Segurança/Defesa como prioridades.

Se tudo é prioridade, então nada é prioridade.

Imaginem só o que aconteceria com a popularidade de Roussef (ainda existe isso? ) se ela anunciasse despesas com segurança & defesa, no momento em que o país está de quatro perante um pernilongo.

E, à propósito, quando Inácio da Silva assumiu seu primeiro mandato, em 2003, um dos primeiros atos foi suspender os planos de aquisição de caças da FAB, em nome do "Fome Zero". Por essa ação ele foi tratado como um deus, tanto aqui dentro quanto lá fora. E o "Fome Zero" era uma "promessa de campanha.

Não concordo muito com esta teoria.
A prioridade tem que ser cumprida, indiferente de quem é o mandatário do momento, o que nunca aconteceu. As prioridades no país sempre foram determinadas de acordo com as promessas de campanha estapafúrdias de cada ocupante eleito desviando o dinheiro delas para o cumprimento dessas promessa. Se fossem seguidas estas prioridades a saúde, a educação, a infra-estrutura e a segurança/defesa não estariam na penúria que se encontram hoje. Isto é culpa dos 515 anos de "espertezas" instaladas na administração do país e nossa, por permitirmos isso ao votarmos em cada um desses safados, sabendo ou não de suas estripulias.

Em tempo.
Além dessas prioridades o orçamento sempre teve grana para cobrir muitos outros investimentos, financiamentos e despesas, desde que geridos com lisura e competência, o que não foi o que aconteceu. Indiferente do governo de plantão sempre houve roubos, desvios, corrupção, compra de votos, aliciamento de "aliados", etc... etc... etc...

Amigo faterra, você está interpretando de forma errada as prioridades.

Quando se fala em prioridade na segurança/defesa está-se referindo na verdade à segurança pública, pessoal e patrimonial, dos cidadãos. Que é constantemente ameaçada há décadas pela bandidagem de todos os tipos, dos ladrões de galinha aos do erário público.

Já a segurança do país contra ameaças externas não é prioridade, e nem pode ser em um país que não tem sequer como apontar quais seriam estas ameaças à sua segurança (pelo menos não de forma crível).


Leandro G. Card

E com isso você quer dizer e justificar que a defesa do país não é necessária e muito menos prioritária. Não temos inimigo, portanto pode ser relegada ao segundo/último plano. Quando o inimigo aparecer providenciaremos os recursos para compra dos equipamentos necessários, restauração e atualização de outros, todos os treinamentos, etc... etc... Não poderemos esquecer de combinar com o inimigo o tempo necessário para nossas FFAA se prontificarem.
Me desculpe, mas não concordo com isso (sei que não vai afetar em nada essa minha concordância ou não, mas...).
É por isso que tudo em nosso país está um caos, uma penúria desenfreada, enfim... virou uma casa de mãe joana desgraçada.

faterra escreveu:E com isso você quer dizer e justificar que a defesa do país não é necessária e muito menos prioritária. Não temos inimigo, portanto pode ser relegada ao segundo/último plano. Quando o inimigo aparecer providenciaremos os recursos para compra dos equipamentos necessários, restauração e atualização de outros, todos os treinamentos, etc... etc... Não poderemos esquecer de combinar com o inimigo o tempo necessário para nossas FFAA se prontificarem.
Me desculpe, mas não concordo com isso (sei que não vai afetar em nada essa minha concordância ou não, mas...).
É por isso que tudo em nosso país está um caos, uma penúria desenfreada, enfim... virou uma casa de mãe joana desgraçada.

Sempre foi assim, desde o tempo em que os portugueses é que mandavam aqui. Não virou casa da mãe joana agora, esta é uma de nossas mais caras tradições .

O problema é que realmente não dá para apontar para algo real em termos de ameaça que justifique gastos com defesa, e isso talvez hoje mais do que nunca. Somos grandes demais para que qualquer vizinho venha se engraçar conosco, e distantes e irrelevantes demais para que países estrangeiros sequer se lembrem de nos ameaçar militarmente.

Por isso há muito tempo eu defendo um outro enfoque diferente, a defesa como parte de nossos esforços no desenvolvimento da P&D e da indústria nacional, e consequentemente de nossos crescimento econômico. Mas ninguém concorda com isso também, o negócio é nos comparar com nossos vizinhos e com outros países, tipo super-trunfo, então esta história que está aí vai continuar, até onde consigo ver, para sempre.

Isso é Brasil, fazer o quê ?


Leandro G. Card

Nunca é demais lembrar que é preciso combinar com a MB sobre essas reuniões. Enquanto o almirantado está todo no Rio, uma reunião desse porte ocorre em Brasília? Muito estranho.

Alguém já reparou que desde 1988 temos uma constituição socialista, em um país que se pretende de economia capitalista?

Alguém consegue resolver esta equação?

Outra coisa. Prioridade, em termos de serviço público, deveriam ser coisas básicas que nem precisariam estar na constituição definidas como tal para que o poder público as exercesse, por óbvio que sejam por si mesmas. Só no Brasil que educação, saúde e segurança pública são itens de deliberação constitucional que tem de ser de apontados como tais a fim de que o poder público faça o que lhe é de ofício.

Por fim, defesa não é, e nunca foi considerado, prioridade em tempo algum na legislação brasileira deste que este país é país.

Se muito, constitui-se em um imbróglio legal do qual ninguém efetivamente no campo político tem ou teve a menor intenção de tratar de forma concreta suas problemáticas.

Temos de acordar para a realidade. Leio sobre defesa desde que me entendo por gente, e isso já faz muito tempo, e absolutamente nada mudou neste período. Continuamos na mesma mentalidade de "jeca tatu" que sempre nos caracterizou. E é fato, que com todas as limitações que a educação sofre neste país, nada mudará realmente. Não pelo menos nos próximos duzentos anos.

abs.

As FFAA exercem uma atividade constitucional. Sendo assim ela tem que ser obrigatoriamente financiada pelo Estado.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
TÍTULO V - Da Defesa do Estado e Das Instituições Democráticas
CAPÍTULO II - DAS FORÇAS ARMADAS

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

http://www.stf.jus.br/portal/constituic ... em=%201342

LeandroGCard escreveu:O problema é que realmente não dá para apontar para algo real em termos de ameaça que justifique gastos com defesa, e isso talvez hoje mais do que nunca. Somos grandes demais para que qualquer vizinho venha se engraçar conosco, e distantes e irrelevantes demais para que países estrangeiros sequer se lembrem de nos ameaçar militarmente.

Por isso há muito tempo eu defendo um outro enfoque diferente, a defesa como parte de nossos esforços no desenvolvimento da P&D e da indústria nacional, e consequentemente de nossos crescimento econômico. Mas ninguém concorda com isso também, o negócio é nos comparar com nossos vizinhos e com outros países, tipo super-trunfo, então esta história que está aí vai continuar, até onde consigo ver, para sempre.

Toda a culpa costuma ser jogada nos ombros do governo civil de plantão e ninguém lembra de chamar à responsabilidade as cúpulas que controlam as Forças Armadas brasileiras. Mais uma vez elas deixaram passar um período de bonança que poderia ter sido utilizado para dedicarem-se ao que realmente importava: reorganizar internamente as forças. Profissionalização, eficiência, redução de efetivos, redução de oficiais generais. Um planejamento de defesa realista. Vejam o que o almirante Othon e o almirante Mario Cesar Flores defendiam, desde a década de 1990: se a Marinha não tem condições de ser forte em todos os setores, escolhesse um setor que fosse mais útil ao desenvolvimento de uma capacitação crível de defesa da nação no mar. Eles acreditavam que este equivalia a posse de uma força de submarinos nucleares de ataque. E a posse deles contribuiria com o "(...) desenvolvimento da P&D e da indústria nacional, e consequentemente de nossos crescimento econômico" como foi bem dito por LeandroG.Card.

E o que a Marinha tem feito nos últimos anos? Sonhado com porta-aviões e fuzileiros navais. Atualmente, o Brasil dispõe de três batalhões de fuzileiros navais na Divisão Anfíbia e mais um batalhão na Amazônia, para operações ribeirinhas. E quantos batalhões de fuzileiros a esquadra tem condições de lançar numa praia hostil? Pois bem, o comando da Marinha andava sonhando com a criação de uma segunda Divisão Anfíbia com dois batalhões no Nordeste (junto com a tal "2ª Esquadra"); mais dois batalhões ribeirinhos (Belém e Ladário). Ou seja, no total a Marinha ficaria com oito batalhões de fuzileiros navais. Ora, isso praticamente equivale a uma divisão de fuzileiros navais americanos da Segunda Guerra Mundial (nove batalhões). E nem menciono as unidades especializadas (tanques, CLANFs, carros blindados, artilharia etc e tal). E quando se faz uma crítica a tais pretensões a resposta é inequívoca: "a extensão territorial do Brasil exige que tenhamos muitos fuzileiros navais", como se estes fossem uma força de defesa territorial, o que não são. Fuzileiros navais são uma dispendiosa força de ataque especializada e utilizá-los de qualquer outra forma é desperdício. Quanto à Amazônia e Pantanal, um bom batalhão de infantaria do Exército, profissional, faria qualquer coisa que esses pretendidos batalhões de fuzileiros navais possam fazer.

Outros já perceberam esta megalomania da Marinha. Quando era presidente, o general Geisel discutiu com um almirante e falou:

- Vocês da Marinha não querem mais saber de navio! Vocês só querem saber de avião e fuzileiro naval!

Em minha opinião, as FFAA têm que ter o tamanho suficiente para a defesa do País, com os vetores e equipamentos na quantidade e qualidade necessários para a sua execução de tal forma que tenhamos um poder de dissuasão crível e eficaz. Nunca teremos e nem precisaremos de Forças semelhantes aos EUA, ou Rússia, ou China. Isto é uma loucura que existem para serem utilizadas na projeção de poder sobre outros países e impor suas hegemonias. Mas acredito e gostaria de ter Forças no nível da França/Itália/Alemanha no futuro para nossa defesa (hoje uma utopia).

faterra escreveu:Em minha opinião, as FFAA têm que ter o tamanho suficiente para a defesa do País, com os vetores e equipamentos na quantidade e qualidade necessários para a sua execução de tal forma que tenhamos um poder de dissuasão crível e eficaz. Nunca teremos e nem precisaremos de Forças semelhantes aos EUA, ou Rússia, ou China. Isto é uma loucura que existem para serem utilizadas na projeção de poder sobre outros países e impor suas hegemonias. Mas acredito e gostaria de ter Forças no nível da França/Itália/Alemanha no futuro para nossa defesa (hoje uma utopia).

A necessidade é a mãe de todas as mudanças.
Enquanto ela não for o suficientemente necessária, dificilmente mudaremos significativamente ou rapidamente alguma coisa.

Um exemplo...
A pequena Suécia de apenas 8 milhões de habitantes possuíam forças armadas enormes durante a Guerra Fria.
Desde então têm encolhido dramaticamente, pois as necessidades mudaram drasticamente.


Chart showing the size of the Swedish Armed Forces 1965-2010. Yellow = number of air wings; Blue = number of infantry regiments; Red = number of artillery regiments; Green = number of coastal artillery and amphibious regiments

Padilha voçe poderia nos falar sobre a volta das cv Inhauma,jacegauy e Julio de Noronha?
Existe alguma possibilidade da MB comprar algo por oprtunidade fora o Bahia?

poxa , ele não descansa ...

LeandroGCard escreveu:

toncat escreveu:Repassar as F124? não vai rolar. Melhor das hipóteses é as Brandenburg (F-123). F-125 é pra substituir as bremen, e já tem encomenda faz tempo.

Também acho que houve alguma confusão com os designativos dos navios.

Eles estariam oferecendo as F-123 usadas se encomendássemos algumas F-124. Aí sim faria algum sentido.


Leandro G. Card

O Leandro está certo. Confundi os códigos de casco.