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Senhores dizer que a Rússia será um peão no tabuleiro asiático comparável a Birmânia é insensato.

A Rússia será uma das protagonistas ao lado da China e em menor grau da Índia, seguidos por Japão é Coréia do Sul, os demais sim, são peões.

O P44 definiu bem o que será a Europa no futuro não muito distante, em minha opinião, o principal motivo é a falta de recurso energéticos no continente europeu, sem contar, as rixas que foram mascaradas com a criação da união européia, mas não desapareceram e na primeira oportunidade cobrarão seu preço.

Saudações

O problema grave da Europa é só um, a liderança. Não há.

Quem quer liderar não tem vocação, como a Merkel e Sarkozy, como Lula diz não têm capital político para transformar em medidas urgentes.

Fazem falta políticos com visão estratégica, com capital político que consigam consensos e rumo.

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A Rússia tem muitos recursos naturais e a China precisa deles, afinal não se faz NADA sem utilizar tais recursos, o que acontecerá é que futuramente,se as coisas caminharem com estão, é que Rússia e China estarão mais unidas economicamente do que hoje e isso beneficiará ambos os países. Enquanto a Rússia possuir tais recursos naturais, mater seu território e ter um poderoso arsenal nuclear ela nunca será um mero coadjuvante no cenário mundial.

FoxHound escreveu: A eu tenho uma questão PT, a Europa vai participar deste jogo ou ela inevitavelmente ficara de fora sem poder resolver nada?

Essa questão era discussão para mais uns dez tópicos. Não é possível responder.
A primeira questão que eu colocaria de volta é simples:

Você tem a certeza de que a Russia não é parte dessa Europa ?
Quais são na realidade as fronteiras da Europa ?

A Russia poderá servir de tampão à expansão da China, o problema é que a Russia é muito grande territorialmente mas tende a ser cada vez menor em termos demográficos.

Veja estes mapas:
http://www.thedailygreen.com/environmen ... s-47012202
Mostram a população do mundo, caso a densidade demográfica fosse uniforme.
Um país com mais população, aparece maior no mapa.
Em 1900 você ainda vê o Império Russo. Em 2050, é um fiozinho bem lá em cima.

As mulheres muçulmanas na federação russa, têm uma média de filhos que chega a ser três vezes maior que as mulheres de religião ortodoxa. São o muçulmanos que neste momento conseguem disfarçar o problema demográfico da Russia.

Logo:
Se a Russia não tem dimensão suficiente, qual será o caminho mais lógico ?
Aliar-se à Europa ocidental, muito mais pequena que a China, ou ficar junto com a China, onde será pouco mais que um estado tributário ?

Este é o dilema da Russia como foi o dilema do Império Bizantino, do qual os russos alegam ser os herdeiros.
Se a Russia, não quiser aceitar ser apenas um país europeu, com regras europeias, cairá na órbita da China, mas a Russia tem a maior parte da sua população na Europa.
Depois, no meio desta confusão aparece a India, que tem uma população enorme mas que também não tem muitas matérias primas e recursos energéticos.

Desde que a Russia funcione como tampão, a Europa tem muito que fazer especialmente na África, onde também terá que lutar para impedir a expansão chinesa e indiana, mas neste momento nem sabemos que Europa existirá em 2050.
E no meio destas forças, há o mundo árabe, que também desempenhará alguma função, não sabemos é qual.

Senhores dizer que a Rússia será um peão no tabuleiro asiático comparável a Birmânia é insensato.

É insensato, só para quem tiver uma ideia completamente distorcida da realidade da Russia e faça análises de curto prazo (menos de um ano).
Caso contrário, bastaria ver as projecções demográficas.

Em 2050 vária projeções apontam para uma população russa em torno dos 100/105 milhões. Desses, menos de 30% estará na Russia asiática. Mesmo que esse valor atinja 30% isso quer dizer 31 a 32 milhões de pessoas na Ásia.

Nessa altura, o Paquistão terá 340 milhões, a Indonésia terá 310, o Bangladesh 270, as Filipinas 130, o Vietname 120.
Eu sei que são projecções, mas estas são das mais favoráveis.

A Rússia tem muitos recursos naturais e a China precisa deles, afinal não se faz NADA sem utilizar tais recursos, o que acontecerá é que futuramente,se as coisas caminharem com estão, é que Rússia e China estarão mais unidas economicamente do que hoje e isso beneficiará ambos os países

Em 2050 a proporção demográfica entre Russia e China será de um para catorze.

Imagine que o Chile tem fronteira com o Brasil. Um incremento grande das relações economicas entre os dois países, permite que os dois sejam iguais ?
O que acontecerá se em 2050 a tecnologia dos sistemas anti-míssil tiver tornado obsoleto grande parte do armamento nuclear ?
(não esquecer que a tecnologia também tornou os aviões bombardeiros atómicos em peças de museu).

Quando há uma desproporção tão grande entre dois países, inevitavelmente um manda e o outro é mandado, ainda mais quando as relações economicas se tornam mais chegadas.
Isto vale para a Russia e vale para todos os países do mundo.

É claro que os russos podem tomar precauções, mas isto apenas demonstra o que eu tenho dito anteriormente e que se resume numa frase simples: Quem tem c# tem medo !
Quem vive ao lado do elefante, tem sempre medo de ser pisado.

De que adianta ter esse povo todo sem ter recursos, ou alguém pensa que essas nações vão se apoderar dos recursos russos porque tem uma relação de 3x1 em população?

A Rússia enquanto tiver seus recursos naturais e seu arsenal atômico dará as cartas, veja a Europa, ninguém aprova a política russa, mas ninguém a critica abertamente por uma simples razão, a hora que a Rússia fecha a torneira, o gás que aquece os europeus cessa e o preço dispara para ir buscar em outro lugar.

Saudações

Não é tão linear. A Europa também tem onde fechar a torneira à Rússia. Os Russos estão cada vez mais dependentes de equipamento europeu e os Russos precisam muito do dinheiro que vem da Europa.

Daí acontece o que acontece, nenhum chateia muito o outro.

A questão demográfica será sempre determinante.
É claro que haverá sempre países mais pobres que outros, mas a demografia acabará sempre por ter a sua palavra.
Podemos ver o exemplo dos Estados Unidos, que ocuparam o México, expulsaram os mexicanos, mas acabaram por ter a região tomada por grande numero de mexicanos.

Aliás, imagine que a Venezuela tem uma população de 1.500 milhões de pessoas.
Faça a extrapolação.
Como ficava o Brasil no futuro ?

Será que alguém acredita que a sua principal dor de cabeça seria a América ?

Na história da humanidade não faltam exemplos de populações mais pequenas que dominaram outras muito mais numerosas, como por exemplo o Japão.

Mas agora, no tempo dos direitos humanos e do politicamente correcto já é mais difícil. Olhe os EUA no Iraque.

Ou se cria terror através de massacres e repressão ou então a população dominada acaba por expulsar o invasor. A história esconde muito do que o império britânico fez para dominar nessa parte do mundo.

E do Japão sabe-se porque perdeu a guerra. O caso dos mexicanos é outro. Os EUA Fazem muros, gastam balúrdios e eles continuam a entrar e a mudar a cultura norte-americana.

Os direito humanos valem no presente, mas daqui a 50 anos alguém sabe?

E por cada um desses exemplos, quantos você encontra em que a demografia acabou por se impor ?

O problema demográfico é aliás o principal problema da Europa. Em 2050 o país mais populoso da Europa será a Alemanha, e será o 25º mais populoso país do mundo.
A demografia não é importante quando tratamos de um grupo desunido por conflitos internos.
É assim, que tanto a India quanto a China entram em decadência.
A máxima é aliás velha: Dividir para governar.

soultrain escreveu:Os direito humanos valem no presente, mas daqui a 50 anos alguém sabe?

Ai está uma questão muito pertinente. A tendência é pensar que continuarão a ser cada mais importantes mas também há a hipótese de entrarmos numa nova idade das trevas, nessa área.

Já vemos isso nos direitos dos trabalhadores europeus.

A eu tenho uma questão PT, a Europa vai participar deste jogo ou ela inevitavelmente ficara de fora sem poder resolver nada?

Se isso acontecer a China ficara feliz da vida menos um concorrente para atrapalhar, é o que eu acho.

Toda esta questão é complicada.

Quando a URSS entrou em colapso, duas visões de futuro entraram em conflito.
De um lado juntaram-se os neoconservadores americanos, que achavam que a Russia deveria ser completamente desmembrada, incluindo aqui as republicas e territórios da actual Federação Russa.
Do outro estavam os europeus, especialmente os estrategas alemães, que estavam mais preocupados com as consequências do desmembramento da Russia e que se opuseram ao desmembramento do país.

A razão era óbvia e é hoje mais lógica que há 20 anos atrás.
A Rússia serve de tampão entre a Europa e a Ásia.
Sem Russia, a Ásia (ou seja a China) voltará inevitavelmente a expandir-se.
O problema é se a longo prazo, a Russia serve como tampão efectivo.