FCarvalho escreveu:Grato JL pela gentileza da explicação.
Entretanto, apenas a observar que, se considerarmos tão somente as marinhas da região, deste e do outro lado do Atlântico, a não existência de um Nae em nossa esquadra, desde que munida de todos os outros recursos em dia e modernos, não impactaria negativamente em nossas capacidades operacionais, que seria mais que suficiente para anular ou inibir a ação daquelas forças navais vizinhas.
Entendo que um Nae é algo necessário e impositivo para uma esquadra quer se pretende ser mais do que um mera coadjuvante na seara naval. Mas esta não é a nossa realidade. Temos outros problemas mais objetivos, e mais prioritários a resolver primeiro, em termos de capacitação no AS, e que prescindem, em um primeiro momento, do uso/posse de um Nae.
Deveríamos estar aproveitando que não temos ou não identificamos inimigos declarados, ou supostos, para estar construindo nossa capacidade naval com uma coisa de cada vez.
Mas há obviamente que não concorde comigo e não veja as coisas assim. E os erros vão se repetindo.
abs.
Concordo com você em tudo o que disse.
Veja o Nae na minha opinião se adaptar bem a ação ofensiva.
Geralmente imaginamos o Nae com toda uma esquadra em volta, como atua na US Navy, mas veja que apesar disto ser o ideal, pode ser usado de formas mas precárias.
A vantagem do Nae é inerente a capacidade dos seus aviões levaram a guerra ao inimigo antes que este possa ter o Nae ao alcance das suas armas, isto é assim desde da II GM. E isto serve para qualquer tipo de inimigo, de navios como escoltas inimigos, a submarinos, ou alvos em terra. O Nae é uma por excelência ofensiva.
Apesar dos custos absolutamente proibitivo, de toda a penúria da marinha, não posso deixa de considerar que o Nae é poderoso, seu maior inimigo é o submarino.
Vou me alongar e escrever um pouco sobre a única experiência latino americana de guerra com Nae, que pertence a Armada Argentina, que possuia um Nae irmão do nosso Minas Gerais, o qual estava em condições precárias com sérios problemas de propulsão, não sendo um navio confiável. Em 1978, no quase conflito com o Chile, o Nae deles era fato decisivo a favor da Argentina, posteriormente nas Malvinas, o ARA 25 de mayo, foi enviado ao conflito embarcando caças A4Q e Tracker como aeronaves ASW.
Em um plano de ataque, bastante ousado, afinal o inimigo era a Royal Navy, o ARA 25 de mayo, foi enviado com a escolta de dois contratorpedeiros Type 42 em um movimento de pinça, indo pelo norte e pelo sul o cruzador ARA General Belgrano com dois contratorpedeiros da IIGM. Hora podem argumentar que o ARA 25 de mayo, podia ter ido para o fundo com um torpedo assim como foi o ARA General Belgrano, mas fato que um Tracker do porta aviões chegou a lançar um torpedo Mark 44 contra um alvo submarino, não se sabe ao certo o que aconteceu com o sub nuclear que rastreava o Nae argentino, mas convenhamos com toda o atraso tecnológico, o Nae argentino tinha a melhor defesa ASW da armada, pois podia usar os Sea King e os Tracker em anéis defensivos ou seja era o que levava a guerra AS o mais longe possível do navio, assim tinha a melhor defesa.
Foi também um Tracker argentino embarcado que localizou os Naes inimigos, nenhum outro navio argentino pode fazer isso em todo conflito.
A ação não deu em nada, sim, porque segundo a história oficial a baixa velocidade do Nae, problemas nas máquinas e a falta de vento não permitiu o lançamento dos A 4Q com bombas Mk 82 frenadas. Mas se o ataque tivesse sido lançado, ele poderia ter golpeado. Qual outro tipo de navio de superfície teria alguma chance.
Bem o navio devido a sua precariedade, da ameaça submarina, devido a perda do Belgrano e com o risco de ficar sem o seu principal navio para um provável conflito com o Chile, os argentinos recolheram o navio ao porto.
Agora se o inimigo fosse a MB no meio do Atlântico, naquela época o que fazer frente a um 25 de mayo com A 4 com bombas. Seríamos localizados e sofreríamos o ataque sem sequer saber onde estava o Nae argentino, derrubaríamos alguns Skyhawk, outros acertariam nossos navios e o Nae ficaria lá que nem um Sniper escondido a distância.
Bem o quero dizer é que se houvesse dinheiro, se não houvesse os problemas que já foram falados aqui e se houvesse um projeto sério de aeronaves embarcadas. Certamente o Nae daria um poder imenso a MB em termos latinos americanos.
Agora em termos defensivos contra uma grande potência mundial ele é apenas o alvo número um, para um torpedo ou arma inteligente de longo alcance qualquer.
Claro que tudo é uma divagação teórica.
Não temos inimigos e não iremos a um conflito sul americano, bem como é plena verdade de que ter 6 fragatas modernas e alguns submarinos modernos, já estaremos acima de tudo no Atlântico Sul.
Mas pelos motivos que já apontei de emprego de pessoal no seu organograma, de geração econômica, de idealização estratégica, penso que a MB vai levar adiante a reforma devagar.
Infelizmente não tem uma base, como o Carvalho apontou.