Luís Henrique escreveu:Caro Penguim, em minha opinião a comparação do PIB utilizando a CONVERSÃO DE MOEDAS para o dólar não consegue transmitir a REALIDADE de forma fiel.
Isto ocorre porque alguns países possuem a moeda super valorizada, como o Reino Unido, por exemplo. E outros possuem a moeda super desvalorizada como a Índia.
Com este método temos a impressão que o Reino Unido com 65 mi de habitantes produziu em 1 ano cerca de 50% mais que a Índia (com 1,3 bi de habitantes). O que realmente é uma mentira DESLAVADA, por mais rico que seja o Reino Unido e por mais miséria que exista na Índia, ainda assim, em 1 ano eles produzem muito mais que o Reino Unido. O que é até lógico dada a diferença descomunal no tamanho da população...
Existe um outro método MAIS NOVO E MAIS MODERNO para se COMPARAR PIB de diversos países. Ele se chama método PPP Purchasing Power Parity, para nós PPC Paridade de Poder de Compra.
Os organismos econômicos mundiais desenvolvem uma fórmula para EQUILIBRAR o poder de compra de cada moeda, de cada país. E assim estipulam o valor do PIB, sem usar a conversão da moeda.
Luis, o PIB nominal e PIB PPP são duas unidades diferentes, usadas em contextos diferentes, em especial, se você considera o PIB PPP para comparar com os gastos militares esses também precisariam ser convertidos em "PPP", no fim, não faria muita diferença para o Brasil*.
E o PPP não considera apenas a valorização da moeda, até 2014 o real estava sobre-valorizado, mesmo assim, o "fator PPP" do Brasil era maior que 1, isso acontecia porque, no Brasil os salários são muito baixos.
No caso dos gastos militares existem dois lados, um é salários e pensões, que no Brasil são muito baixos e mesmo assim comem quase todo o orçamento militar, do outro as aquisições que no caso do Brasil são quase todas em dolar, era barato comprar até 2014 com o real sobrevalorizado e se tornou extremamente caro agora que o real está subvalorizado.
*Já no caso da Rússia e da China isso precisa ser levado em conta, quase todo o material militar deles é local, isso deixa, na prática, o orçamento militar deles muito maior que os Europeus, por exemplo.
E esses dois tem razões distintas para gastar tanto com defesa, a Rússia tem um grande rival (EUA), um histórico e a indústria de defesa é um dos grandes negócios deles, faz todo o sentido investirem pesado nessa área.
Já a China gasta muito por ser muito rica, mas é só 1,2% do PIB, e não tenho certeza, mas acho que a questão das pensões é irrelevante no caso deles, eles não possuem previdência pública, então a aposentadoria tem que sair do salário do próprio trabalhador pagando uma previdência privada, não sei se militares seguem o mesmo caminho.
Luís Henrique escreveu:2) Então vamos esperar 30 anos para conseguir um dinheirinho de nada a mais nas forças armadas e em troca, teremos uma força bem menor.
Que tamanho sugere? 100 mil homens???
12) Ok. Em sua opinião sobre tamanho de uma força ideal os melhores exemplos são Austrália e Canadá.
Poderia dizer o número de militares da ativa que considera ideal para o Brasil???
Já me fizeram essa pergunta nesse forum antes, e como antes, respondo que não gosto de chutar um valor, precisa ser um número que permita encaixar equipamentos e treinamentos no orçamentos, hoje acho que esse valor não deveria ser maior do que 200 mil homens somando as três forças.
Ter um número exato requer um extenso trabalho de planejamento, não é só questão de olhar um mapa e chutar um valor de unidades, etc, é preciso avaliar gastos de cada tipo de unidade, capacidade de deslocamentos, capacidade militar, etc.
Sem querer mencionar o óbvio mas... Não é um trabalho que se faça numa sexta-feira a noite... E uma outra coisa óbvia é que a conta já começa não fechando quando tem que encaixar 320 mil homens em ~R$70 bi.
Luís Henrique escreveu:3) Resolve no sentido de MUNICIAR os militares, o MD, a mídia e a sociedade a CONVENCER o GF que o Brasil investe POUCO.
Torna a visualização desta realidade muito mais TRANSPARENTE.
A Previdência não vai afetar muito. Esses R$ 35 bi a mais na Previdência Social não representa nem 10% do total do orçamento.
Mesmo que em um primeiro momento o orçamento das forças armadas não ganhe NADA com isso, mesmo que retirem do orçamento os R$ 35 bi integralmente, VALE A PENA.
Pois nos anos seguintes os militares terão um argumento muito mais forte para pedir mais verbas. Poderão mostrar a diferença do que o Brasil investe e o que o resto do mundo faz. O que países semelhantes fazem, o que os demais membros do BRIC fazem e assim por diante.
Já mostram, o Brasil investe apenas 1,4% do PIB, valor que tem sido reduzido nos últimos anos e será ainda mais reduzido nos próximos.
O EB agora vai contra a decisão anterior de aumento de efetivo e vai passar a cortar 5% ao ano, a razão disso não é nenhuma mudança na filosofia ou vontade de mudanças, mas uma ordem, o orçamento do ministério será reduzido ainda mais e não sobrou mais nada para cortar.
Não importa a conta que você faça, se o governo não liga para a defesa, se a população não sabe a importância da defesa, qualquer valor acima de 0 é muito.
Luís Henrique escreveu:4) Então você é CONTRA aumentar os investimentos nas forças armadas?
Ta vendo. Você é mais um que acha que já investimos muito.
Preste atenção no que seu interlocutor escreve.
Eu sou contra até que exista ao menos um planejamento para treinar e equipar a força.
Porque hoje gastamos muito
em relação ao nosso poder militar.
E por experiência, sei que problemas de ineficiência de gastos raramente são resolvidos se gastando mais, alias, muitas vezes são resolvidos ao se gastar menos.
Luís Henrique escreveu:
O Canadá possui 34 mi de habitantes e 92.000 militares na ativa, a Austrália possui 22 mi e 58.000 militares na ativa.
1 militar para 370 habitantes no Canadá e 1 militar para 379 habitantes na Austrália.
O Brasil possui 200 mi de habitantes.
1 militar para 625 habitantes.
E você acha que é muito???
Sim, é muito, porque a maioria dos nossos militares não está devidamente treinada ou equipada, estão "sobrando".
E acho que você não entendeu o ponto da comparação, o que há de constante entre os países desenvolvidos não é o % do pib gasto com defesa, nem o número de soldados por habitante, nem soldados por quilômetro quadrado e nem nada do que se tem usado para justificar que o Brasil tenha poucos soldados, o que todos eles tem em comum é o investimento por militar, que no Brasil é uma piada, e não adianta tentar equiparar esse número com um absurdo aumentando de gastos sendo que o nosso pib per capita é bem inferior (e inclusive o PIB "PPP", o que mostra como tudo no Brasil é ineficiente), acabaria faltando dinheiro para outras áreas muito importantes e que poderiam contribuir para um aumento no PIB per capita.
Luís Henrique escreveu:Só se ficarmos com uns 20 mil militares que vai sobrar dinheiro para possuirmos equipamentos modernos...
Lembra daquele planejamento extenso? Pois é, mesmo fazendo continha de padaria ao invés de um planejamento detalhado sei que nosso orçamento permite mais soldados treinados e equipados do que isso, mais que o dobro do que isso, não é preciso ser tão pessimista.
Luís Henrique escreveu:6) Sim. Mas se não fossem uma ilha e fossem GRUDADOS com a Indonésia e com mais 10 países quaisquer, DUVIDO que manteriam apenas 58 mil militares na ativa...
A Austrália participa/participou de mais guerras do que nós (sem contar nossas guerras internas, nosso maior inimigo sempre foi nós mesmos), inclusive contra a Indonésia tendo levado a melhor.
Luís Henrique escreveu:A solução é aumentar investimentos e termos um equilíbrio entre quantidade de pessoas x equipamentos modernos.
Concordo, mas acho que com 320 mil militares esse equilibrado foi pro espaço.
Luís Henrique escreveu:
9) Não. A Itália é a 4a maior economia da Europa.
Produz caças Eurofighter e Fragatas FREMM, só para citar alguns exemplos.
Investe U$ 31 bi nas forças armadas.
Possui 320 mil militares na ATIVA, número muito parecido com o nosso.
As diferenças:
Possui 1/3 da nossa população
Possui um território DEZENAS de vezes MENOR que o nosso
Possui 2/3 do nosso PIB
É a 10a maior economia do mundo e nós somos a 7a.
A Itália está quebrada, tem déficit orçamentário e passa por recessão, é um exemplo muito ruim de administração pública.
Luís Henrique escreveu:
10) Sim. Possui PIB maior, mas a diferença não é assim tão assustadora.
Hoje o Brasil produz quase 70% do que o Japão produz em 1 ano.
O orçamento militar do Japão de quase U$ 60 bi mostra o quanto estamos atrasados.
De novo... Se vai comparar PIB PPP aplique o fator aos gastos militares também, são unidades diferentes, é coo dizem, comparar laranjas com maçãs.
E esse gasto japonês representa 1% do PIB deles.
Luís Henrique escreveu:E eles possuem 250.000 militares porque não possuem fronteiras terrestres, são uma ILHA.
Uma ILHA que tem como inimigos CHINA e RÚSSIA
Luís Henrique escreveu:
Eles possuem cadeira no CS da ONU, mas não é exatamente este o DESEJO do Brasil???
Como vamos alcançar este objetivo se investimos muito menos que eles???
Levando o tema a sério, a Colombia possui 460 mil militares mesmo? E eles tem cadeira na ONU? Não será pelo efetivo que vamos conseguir uma cadeira.
Luís Henrique escreveu:13) Na guerra do golfo tinha o mesmo número de militares mas um lado tinha muito mais tecnologia.
Agora imagine se tivessem mais tecnologia mas tivessem um efetivo várias vezes menor.
O que ocorreria???
Com efetivos semelhantes mas um abismo em tecnologia o lado vencedor teve uma baixa para cada cem baixas do outro lado, qual a vantagem númerica que o lado mais defasado precisa para compensar isso? 10 vezes mais soldados? 100 vezes mais?
Uma relação de 10:1 não seria surpreendente, mesmo na Roma antiga, com a profissionalização do exércitos eles já conseguiam vencer exércitos muito maiores.
Imagina hoje, com equipamentos muito mais sofisticados.
Luís Henrique escreveu:Essa eu gostaria de saber a fonte??
Onde leu que os EUA e Rússia possuirão este tamanho em 2030??
Sobre os EUA, a fonte foi postada alguns dias atrás.