Retornei de minha viagem e agora tenho um tempinho para matar, então vamos retornar a este assunto.
Vamos começar por aqui:
kirk escreveu:Olá Leandro,
Primeiramente vamos esclarecer um ponto aqui, a você e demais amigos acima que nos comentaram :
Existe, como todos sabem, a Teoria da Evolução iniciada por Darwin e amplamente divulgada pelo meio acadêmico e em contra partida a Teoria da Criação que muito consideram uma questão de Fé, porém o que estou propondo COMPROVAR nesse debate é que a "ampla evidência das DESCOBERTAS CIENTIFICAS aponta para a Criação como um FATO e o que necessita de FÉ para se manter de pé é exatamente a Teoria da Evolução. (Faço questão de frisar).
Kirk, esta sua proposição acima é um absoluto non-sense, e afirmar que “como todos sabem” foi uma maneira muito infeliz de começar o debate. Porque só quem afirma saber isso são os próprios criacionistas. Primeiramente, o conceito de evolução sequer foi proposto por Darwin, ele vinha sendo discutido por muito tempo antes dele pois pesquisadores bem anteriores a Darwin já haviam percebido algumas das evidências mais simples da evolução (a sequência de espécies na coluna geológica, as isomorfias, os órgãos vestigiais e etc...). A ponto de um Jean Baptiste de Lamarck elaborar sua teoria dos caracteres adquiridos para tentar explicar a evolução na obra
Philosophie Zoologique, apresentada em 1809, nada menos que 50 anos antes da publicação da obra de Darwin
A Origem das Espécies (Darwin nasceu no ano de 1809!).
Em segundo lugar, querer colocar a teoria da evolução como uma questão de fé é desconhecer completamente o próprio conceito de ciência. Nenhuma teoria científica admite a interferência de crenças (mesmo que cientistas individualmente possam ter alguma), elas se baseiam em fatos observáveis e em hipóteses coerentes, e são sustentadas apenas por evidências comprováveis. Se a qualquer momento aparecer alguma evidência que demonstre a incorreção de alguma teoria da evolução ela será abandonada e uma nova teoria que consiga incorporar os novos dados será desenvolvida em seu lugar. Na verdade isto até já aconteceu, pois muitos dos conceitos originais mais caros a Darwin já foram abandonados há tempos (como a desimportância das mutações para a evolução, ou sua progressão sempre em ritmo muito lento), pois foram demonstrados incorretos. A teoria vigente sobre os mecanismos evolutivos não é mais o darwinismo original, e sim a Síntese Evolutiva Moderna (bastante referenciada na imprensa leiga como Neodarwinismo).
Esta história de afirmar que a teoria da evolução foi criada do nada por Darwin é um artifício dos criacionistas, que tentam assim igualá-la a um “sistema de crenças” criado por algum “profeta”, de forma a tentar colocá-la no mesmo nível das crenças religiosas que fundamentam o criacionismo. Assim eles esperam retirar o debate sobre a teoria de onde ele pertence, o escopo da ciência, e transformá-lo em uma discussão tipicamente religiosa sobre qual “crença” é a mais correta, campo onde eles se sentem bem mais à vontade. Mas isso não tem absolutamente nenhuma base nem técnico-científica nem histórica, a Teoria da Evolução surgiu como qualquer outra teoria científica, à partir de múltiplas observações de gerações de pesquisadores, tendo começado a ser discutida muitíssimo antes de Darwin e existindo referências ao assunto até mesmo entre os filósofos da Grécia antiga. A contribuição de Darwin (e de Alfred Russel Wallace, que chegou independentemente à mesma conclusão logo depois) foi especificamente em explicar como a seleção natural atuaria na evolução das espécies. Ele não “iniciou” coisa nenhuma, ciência sempre tem a ver com o acúmulo contínuo de informações, que tem “início” com seus profetas são as religiões.
Assim como afirma o J.Sullivan (matemático) :
“A hipótese de que a vida se tenha desenvolvido de matéria inorgânica ainda é, na atualidade, um artigo de fé.” — Matemático J. W. N. Sullivan.
Aqui você voltou a um ponto para o qual eu já havia alertado no meu post anterior. A teoria da evolução NÃO TRATA do surgimento da vida, mas apenas da evolução de organismos já existentes. O surgimento da vida é referido como abiogênese, e segue regras que nada tem a ver com as da evolução. Os assuntos são tratados em setores diferentes da pesquisa sobre a vida por cientistas diferentes (biólogos, paleontólogos e geneticistas por um campo, bioquímicos e geólogos pelo outro), e misturar as duas coisas só trás confusão para o debate. Se você não gosta desta compartimentalização dos campos científicos e preferia tratar tudo como uma coisa unitária da mesma forma que uma religião, sinto muito, mas a ciência é compartimentalizada desta forma mesmo. Não há o que fazer a não ser compreender isso e se acostumar.
Dito isso, podemos tratar também especificamente da questão da abiogênese, sem problemas. Este J. W. N. Sullivan que você menciona escreveu sobre o assunto em 1933, portanto a “atualidade” que ele menciona tem mais de 80 anos! Ele não era especialista no campo (era matemático, e não bioquímico) e o raciocínio dele foi muito simplista, ele simplesmente pegou uma molécula de proteína típica que já é razoavelmente complexa e composta por milhares de átomos arranjados de forma muito específica, calculou as chances disso surgir aleatoriamente por combinação livre dos átomos individuais e depois extrapolou isso para uma célula também típica, já altamente complexa. E concluiu que as chances matemáticas eram pequenas demais. Mas ele não levou em conta as afinidades entre os átomos e depois das moléculas, que em determinadas condições tendem naturalmente a se arranjar de formas específicas e não aleatórias, gerando justamente os sistemas complexos que ele “deduziu matematicamente” serem impossíveis. A experiência de Ulrey Miller realizada 20 anos depois mostrou exatamente este ponto, colocando a própria base do raciocínio de Sullivan por terra (mas os criacionistas sempre evitam levar a história até esta altura, ao invés disso param na opinião inicial do antigo matemático).
Extrapolações posteriores da experiência de Ulrey-Miller mostraram que não é necessária uma combinação de elementos específica para produzir os resultados que eles obtiveram, praticamente qualquer mistura que inclua compostos contendo carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio e traços de alguns outros elementos comuns (basicamente enxofre e fósforo), mas que não contenha oxigênio livre, levará ao surgimento de aminoácidos, lipídios, açúcares e até mesmos nucleotídeos de RNA e DNA, tudo saindo de material bruto inanimado e produzido por fenômenos naturais como descargas elétricas ou radiação ultra-violeta. Não é uma questão de probabilidades, simplesmente acontece, dá para fazer a experiência até em casa. E se a mistura for deixada concentrar ou submetida a episódios de dessecamento e re-hidratação (coisas muito comuns na natureza) estes blocos básicos formam também naturalmente membranas lipídicas quase indistinguíveis das de células vivas (os coacervados) e cadeias de proteinóides, que só se diferenciam das proteínas vivas por serem de origem abiótica e não fazerem parte de circuitos metabólicos estabelecidos.
Hoje (2015) já está muito claro para quem quiser estudar que as chances de surgir alguma forma extremamente primitiva de vida à partir da natureza “morta” em ambientes adequados (mas não um organismo complexo pronto em ambiente com oxigênio livre - isso seria geração espontânea) é bem diferente e maior do que zero, bastando que o ambiente seja propício. Todos os blocos básicos e muitos dos mais complexos, incluindo a estrutura externa da célula (a membrana celular) se formam sozinhos seguindo apenas as afinidades químicas dos elementos, criando uma “sopa orgânica primordial” que a certa altura deve ter cobrindo nosso planeta inteiro. A distância que resta percorrer para se chegar daí a um organismo simples é bem menor do que supõem os leigos. E quando se fala em organismos simples não estamos falando dos que existem atualmente, nem mesmo as mais simples bactérias, já produtos de bilhões de anos de evolução. Estamos imaginando organismos ainda mais simples, que utilizariam a tal sopa primordial como alimento e não precisariam de quase nenhuma das máquinas moleculares que são usadas pelas formas de vida atuais justamente para sintetizar o que naquela época estava livremente disponível no ambiente e hoje é consumido pelas formas de vida já existentes ou oxidado pelo oxigênio livre que elas produzem. Mesmo uma simples molécula já poderia ser a forma de vida inicial, como mostram os príons causadores da encefalite espongiforme, que são capazes de se reproduzir e até de sofrer mutações. O link abaixo da uma ideia de como as formas de vida iniciais podem ter sido muitíssimo diferentes e mais simples do que qualquer células moderna completa:
http://www.math.ucr.edu/home/baez/subcellular.html
A partir daí sim, a evolução toma conta e ao longo do tempo produz o resto.
Sobre essa sua afirmação : "Ainda assim, a quantidade e o nível de detalhe das transições dentro de grupos e entre grupos já descoberta é surpreendentemente grande. Esta afirmação de que o registro fóssil não mostra isso é simplesmente falsa e ponto ..."
Olha meu amigo, cientistas renomados e farta literatura (SÉRIA) discordam dessa afirmação :
Nas camadas acima daquela explosão de vida do cambriano, é repetidamente o mesmo o testemunho dos fósseis: Novas espécies de animais e novas espécies de plantas surgem subitamente, sem nenhuma conexão com algo que existia antes delas. E, uma vez em cena, continuam a apresentar poucas mudanças. Declara The New Evolutionary Timetable (O Novo Cronograma Evolucionista): “A documentação [fóssil] revela agora que as espécies sobrevivem tipicamente por cem mil gerações, ou até um milhão ou mais, sem evoluir grandemente. . . . Depois de suas origens, a maioria das espécies experimenta diminuta evolução antes de se tornarem extintas.”
Como eu também já havia mencionado, esta forma de apresentar os argumentos, pinçados de seu contexto original e insinuando-se significados opostos aos reais, é bem típica dos criacionistas. Mas não é uma forma de argumentação honesta.
Vejamos então este caso específico do livro The New Evolutionary Timetable: Seu autor é Steven M. Stanley, e ele é um paleontologista e pesquisador da teoria da evolução, sem a menor tendência para simpatizar com o criacionismo como sua referência a ele pode dar a entender. Engraçado, não? Se o próprio autor da declaração é ele mesmo um evolucionista, qual era então o verdadeiro propósito dele ao fazê-la? Acontece que ele é um dos proponentes do conceito do equilíbrio pontuado, que estabelece que ao invés de um processo sempre lento e contínuo a evolução se dá em ritmo variável, com momentos de grande aceleração seguidos por longos períodos de relativa estabilidade (chamada estase), quando as mudanças são lentas e muitas vezes praticamente imperceptíveis. Este conceito hoje já está até bem estabelecido entre os pesquisadores do ramo (embora o pessoal da área de relógios biológicos não goste muito dele), e eu mesmo o acho bastante elegante para explicar uma série de observações. Então, o que ele discute é a questão do RITMO da evolução (que para Darwin era algo muito importante e sempre bastante lento), e não a ocorrência ou não da evolução em si. Inclusive o autor já deu declarações à imprensa sobre não estar nada satisfeito com esta história de criacionistas retirarem um trecho de seu livro do contexto e utilizá-lo para defender ideias contrárias às que ele queria de fato passar.
Infelizmente este tipo de “misquoting” é um truque muito comum que dos criacionistas utilizam para a montarem dos seus pseudo-argumentos, como eu já havia dito em meu post anterior. Mais à frente você mostra uma longa série de exemplos exatamente deste tipo de coisa.
Outra dificuldade (além do aparecimento súbito) para a evolução é o fato de que em parte alguma dos fósseis se encontram ossos ou órgãos parcialmente formados que poderiam ser considerados o início de nova característica. Por exemplo, existem fósseis de vários tipos de criaturas voadoras — aves, morcegos, pterodáctilos extintos. De acordo com a teoria evolucionista, deviam ter evoluído de ancestrais transicionais. Mas, não se encontrou nenhuma destas formas transicionais. Não existe nenhum indício delas. Existem quaisquer fósseis de girafas com pescoço tendo dois terços ou três quartos do comprimento do das atuais? Existem quaisquer fósseis de aves que evoluam um bico a partir duma queixada de réptil? Existe qualquer evidência fóssil de peixes que desenvolvem um pélvis anfíbio, ou de barbatanas de peixes que se transformam em pernas, pés e artelhos de anfíbios? A realidade é: a busca de tais características em desenvolvimento nos fósseis tem-se provado infrutífera.
Aqui você só pode estar brincando.
Existem não uma ou duas mas DIVERSAS transições entre grupos de criaturas plenamente determinadas no registro fóssil, inclusive algumas que você menciona acima como sendo não-existentes. Nem deveria haver tantas, dada a raridade da preservação de organismos mortos como fósseis e o fato de que a evolução se dá via de regra em populações que estão em processo de adaptação a novos ambientes ou a ambientes em alteração ou seja, são geralmente populações pequenas e/ou que subsistem por períodos geológicos curtos. Mas para a sorte dos pesquisadores aconteceu de uma grande quantidade de fósseis mostrando as mais diversas transições terem sido preservados e encontrados, e tudo indica que muitos mais devem ser descobertos no futuro (grande parte das notícias que aparecem na imprensa não especializada sobre descobertas paleontológicas é exatamente sobre animais de transição). Abaixo seguem alguns exemplos (de forma alguma todos os já conhecidos):
1)Transição peixe-tetrápode:
Site original:
http://media3.s-nbcnews.com/i/msnbc/Com ... Evolve.jpg
Perceba a riqueza de detalhes da evolução das patas, mostrando exatamente as supostamente “inexistentes” barbatanas meio transformadas em patas terrestres.
2) transição mamíferos terrestres – cetáceos:
Site original:
http://evolution.berkeley.edu/evolibrar ... vograms_03
Observe que não são apenas as patas transformando-se em nadadeiras (com as posteriores ao final desaparecendo, embora mantendo-se como ossos internos vestigiais sem função até pelo menos o Dorundon). Os próprios crânios além do restante do esqueleto, mostram a evolução gradual de adaptações terrestres para aquática.
3) Transição répteis – mamíferos:
Site original:
http://evolution.berkeley.edu/evolibrar ... vograms_05
O interessante agora são os ossos do ouvido e a mandíbula integral (composta por um único osso), características bem típicas dos mamíferos. É muito clara a transformação do modelo réptil antigo para o mamífero, sem nada surgindo de repente do zero.
4) Transição dinossauros – aves:
Site original:
http://www.indiaonrent.com/view/d/dinos ... ution.html
Esta transição é mais difícil de analisar, não por falta de evidências, mas por excesso. Existem tantas derivações já descobertas das linhagens de dinossauros pequenos e emplumados do cretáceo que até onde eu entendo ainda não se tem uma ideia realmente clara de qual dos diversos caminhos evolucionários possíveis deu origem às aves atuais, e quais acabaram levando a becos sem saída evolutivos que não resultaram em nenhuma espécie vivendo atualmente. Mas se sabe com certeza que desde pelo menos o meio do jurássico os dinossauros terópodes começaram a desenvolver as diversas linhagens que apresentavam as características que mais tarde caracterizariam as aves (note na imagem os diagramas da evolução das penas e das asas, bem como os exemplos de dinossauros com bico). Existem talvez dúzias de espécies já descobertas mostrando exatamente isso.
Atente para o fato de que as referências que dei acima são bastante superficiais, para leigos mesmo (a maioria foi desenvolvida para crianças em idade escolar). Se você procurar referências mais “técnicas” perceberá que a riqueza de detalhes já conhecidos é impressionante, e que qualquer afirmação de que não existem espécies ou elementos anatômicos de transição conhecidos é no mínimo uma mostra de profunda ignorância.
A revista New Scientist observou que a evolução “prediz que uma documentação fóssil completa consistiria em linhagens de organismos que mostrassem contínua mudança gradual, por longos períodos de tempo”. Mas, admitiu: “Infelizmente, os fósseis não satisfazem esta expectativa, pois espécies individuais de fósseis raramente acham-se conectadas umas às outras por meio de conhecidas formas intermediárias. . . . espécies fósseis conhecidas realmente parecem não ter evoluído, mesmo no decorrer de milhões de anos.” E o geneticista Stebbins escreveu: “Não se conhecem formas transicionais entre quaisquer dos principais ramos de animais ou plantas.” Menciona “existirem grandes lacunas entre muitas das principais categorias de organismos”. “Com efeito”, admite The New Evolutionary Timetable, “os fósseis não documentam de forma convincente uma transição sequer de uma espécie em outra. Ademais, as espécies duraram por períodos surpreendentemente longos de tempo”. — Grifo acrescentado.
Já respondido acima.
Se alguém desta revista acredita que o processo de fossilização é simples e comum e assim deveria existir um registro contínuo de toda e qualquer das espécies que um dia existiram, então este alguém precisa estudar bem mais. A fossilização é difícil e rara e, portanto, é evidente que há ainda muitas lacunas em várias sequências evolutivas. Talvez os animais que as preencheriam jamais tenham sido preservados como fósseis, ou simplesmente seus fósseis ainda não foram encontrados. Mas as sequencias já descobertas permitiram montar as mais diversas linhas evolutivas mostrando o surgimento paulatino de diversas estruturas corporais e muitas e muitas transições entre espécies. Quem diz o contrário é extremamente ignorante (ou quem transcreveu a declaração a alterou propositadamente, por abjeta má-fé).
E perceba que os exemplos de transição que eu coloquei mais acima são apenas entre grupos muito distintos (peixes-tetrápodes, répteis-mamíferos, mamíferos terrestres – cetáceos, dinossauros-aves). Mas existe uma quantidade ainda muito maior de registros de evolução entre animais de um mesmo grupo, como as já famosas linhagens evolutivas dos equídeos, dos proboscídeos ou dos vários grupos de dinossauros, assim como as menos conhecidas dos cefalópodes, dos trilobitas e muitas outras mais. Inclusive, é importante não esquecer, da linhagem símios-humanos. Os links para artigos sobre cada uma delas seguem abaixo:
-Equídeos:
- Site original:
http://www.examiner.com/article/strange ... -the-horse
- Proposcídeos:
Site original
http://indangeredorextinct.weebly.com/e ... chain.html
- Dinossauros:
Site original:
http://palaeo.gly.bris.ac.uk/dinosaur/supertree.html
- Cefalópodes:
Site Original:
https://cephalopods2014.wordpress.com/evolution/
- Trilobitas:
Site original:
http://scienceblogs.com/pharyngula/2013 ... arthropod/
- Homem:
Site original:
http://evolution.berkeley.edu/evolibrar ... vograms_07
Isto concorda com o extensivo estudo feito pela Sociedade de Geologia de Londres e pela Associação de Paleontologia da Inglaterra. O professor de ciências naturais, John N. Moore, informou sobre os resultados: “Cerca de 120 cientistas, todos especialistas, prepararam 30 capítulos de monumental obra de mais de 800 páginas, para apresentar o registro fóssil das plantas e dos animais, divididos em cerca de 2.500 grupos. . . . Cada forma ou espécie principal de vegetal e animal é mostrada como tendo uma história separada e distinta de todas as demais formas ou espécies! Grupos, tanto de plantas como de animais, aparecem de súbito no registro fóssil. . . . Baleias, morcegos, cavalos, primatas, elefantes, lebres, esquilos, etc., todos são tão distintos em seu aparecimento inicial como o são agora. Não há um vestígio sequer de um ancestral comum, muito menos de um elo com qualquer réptil, o suposto progenitor.” Acrescentou Moore: “Não se encontraram quaisquer formas transicionais no registro fóssil, mui provavelmente, porque não existem de jeito nenhum formas transicionais no estágio fóssil. Mui provavelmente, as transições entre as espécies animais e/ou as transições entre as espécies vegetais, jamais ocorreram.”
Fala sério, de novo esta pretensa citação colocada por John N. Moore?
Só desta vez eu vou pedir o que não pedi até agora; encontre a citação original fora dos livros de criacionismo e a poste aqui, porque ninguém a encontra em lugar nenhum! Até onde se sabe esta é uma declaração fabricada, que jamais teve nenhuma corroboração por nenhum dos alegados 120 cientistas (aliás, jamais nomeados) e ninguém encontra em lugar algum nenhuma das 800 páginas do artigo original a que ela se referiria.
Esta citação tem até verbete próprio na EvoWiki (
http://evolutionwiki.org/wiki/Moore_on_ ... sil_record), e algumas das respostas a ela estão abaixo:
• Through an extensive Internet search I could not find a reference to the aforementioned study, outside of this quote.
• John Moore was one of the founding members of the Creation Research Society. This does not immediately invalidate his claim, but it does indicate that it may be the product of preconceptions.
• The terms "form" and "kind" used in this quote do not refer to usual scientific classifications of organisms.
Assim, o que era verdade nos dias de Darwin, é igualmente verídico nos dias atuais. A evidência dos fósseis ainda é como o zoólogo D’Arcy Thompson afirmou, há alguns anos, em seu livro On Growth and Form (Do Crescimento e da Forma): “A evolução darwiniana não nos ensinou de que modo as aves descenderam dos répteis, os mamíferos dos quadrúpedes mais primitivos, os quadrúpedes dos peixes, nem como o fizeram os vertebrados da estirpe dos invertebrados. . . . a procura de alpondras que levem através das lacunas interpostas é uma procura fútil, para sempre.”[/i][/b]
http://ademarmb2-evolucao.comunidades.n ... 8879132_05
E de novo a mesma coisa, citações de sites apologéticos cristãos fundamentalistas mencionando autoridades antigas como se tivessem alguma relevância em um tema onde os maiores avanços estão ocorrendo justamente neste século XXI. O livro citado do Thompson,
On Growth and Form, foi escrito em 1915, os “há alguns anos” mencionados na declaração na verdade são nada menos que 100 anos!
Kirk, só para você ter uma ideia, a Síntese Evolutiva Moderna foi estabelecida nas décadas de 1930/40. A estrutura e o funcionamento do DNA só foram descobertos na década de 1950. Qualquer argumentação anterior a isso está se referindo a ideias e conceitos que os próprios cientistas já reviram à época da Guerra da Coréia. Isto se chama falácia do espantalho, está-se tomando uma ideia reconhecidamente errada no lugar de uma certa, mostrando seus defeitos se afirmando daí que á ideia original está errada, quando na verdade sequer é ela que está em discussão. Evidentemente esta não é uma forma válida de argumentação.
Leandro, vida sintética é robótica, meu amigo.
Não, você definitivamente não está a par de descobertas científicas relevantes. O caso a que me refiro consistiu na criação de uma cadeia genética inteiramente em laboratório, á partir de substâncias químicas inanimadas, e que depois funcionou perfeitamnete, mostrando que bastam mesmo apenas as leis químicas para fazer a vida funcionar, não é necessário nenhum “sopro-divino”.
http://info.abril.com.br/noticias/cienc ... 010-42.shl
Nos pontos abaixo, quando se tratar de pretensas declarações de cientistas contrárias à teoria da evolução (na verdade absolutamente nenhuma delas se refere à evolução, todas estão relacionadas à abiogênese, que um assunto distinto da evolução), não vou discutir uma a uma. Elas já são sobejamente conhecidas, e existem até livros escritos desmentindo ou colocando na perspectiva correta cada uma delas, além de muitas outras. Vou me limitar a comentar algumas delas que eu já conhecia (em verde), para você perceber o tipo de argumento que elas representam:
Evolucionistas renomados comentam a "Origem da Vida" :
“A probabilidade de a vida ter-se originado do acaso é comparável à probabilidade de um dicionário exaustivo [ou, Grande Dicionário] ter resultado duma explosão numa oficina de artes gráficas.” — Biólogo Edwin Conklin.
Mais uma referência extraída do contexto de um autor que estava escrevendo sobre o assunto nos primórdios do século passado! Isso é a sério?
“Basta considerar a magnitude dessa tarefa para admitir ser impossível a geração espontânea dum organismo [vivo].” — Bioquímico George Wald. Do que ele está falando afinal? A teoria da geração espontânea é uma bobagem mesmo, mas o que tem isso a ver com a Evolução ou a Abiogênese?
“Um homem honesto, armado de todo o conhecimento disponível a nós atualmente, só poderia declarar que, em certo sentido, a origem da vida parece, no momento, quase que um milagre.” — Biólogo Francis Crick. Mais uma cotação deslocada do contexto.
Mas você quer mesmo chamar para o debate um homem que no caso Edwards v. Aguillard, o famoso julgamento sobre o ensino do criacionismo nas escolas americanas, veio a público juntamente com outros laureados com o prêmio Nobel para dar a seguinte declaração: “'Creation-science' simply has no place in the public-school science classroom.”? Acha mesmo que ele é contra a Teoria da Evolução?
“Se a pessoa não for preconcebida, seja por crenças sociais, seja por determinado preparo científico, a ter convicção de que a vida se originou [espontaneamente] na Terra, este simples cálculo [as probabilidades matemáticas contrárias a isso] torna improcedente toda esta idéia.” — Astrônomos Fred Hoyle e N. C. Wickramasinghe.
https://atrasdaciencia.wordpress.com/type/image/
Ambos, Hoyle e Wickramasinghe, são proponentes da teoria da Panspermia, a qual defende que a origem da vida no planeta Terra seriam “esporos” vindos do espaço em asteroides e cometas. Segundo eles estes esporos (vírus, bactérias simples, etc...) existiriam livres no espaço e cairiam sobre todos os planetas continuamente, inclusive nos dias atuais (e seriam a causa dos surtos de doenças antes desconhecidas como SARS ou Ebola). A origem dos esporos seria o centro altamente energético da galáxia. Ou seja, na verdade eles concordam com a abiogênese, apenas a transferem da Terra primitiva para o espaço distante. É este mesmo o tipo de argumento que você quer utilizar no debate?
Os fatos apontam em direção à Criação :
O que esperar, caso a Evolução fosse factual ?
Neste respeito, a revista inglesa New Scientist (Novo Cientista) afirma sobre tal teoria: “Ela prediz que uma documentação fóssil completa consistiria em linhagens de organismos que mostrassem contínua mudança gradual, por longos períodos de tempo.” Como o próprio Darwin asseverou: “O número de variedades intermediárias, que outrora existiram, [tem de ser] notável.”
Por outro lado, caso seja factual o relato de Gênesis sobre a criação, então os fósseis não apresentariam um tipo de vida transformando-se em outro. Refletiriam a declaração de Gênesis de que cada tipo diferente de coisa viva só se reproduziria “segundo a sua espécie”. (Gênesis 1:11, 12, 21, 24, 25) Também, caso as coisas vivas tenham vindo a existir por um ato criativo, não haveria ossos ou órgãos parciais, incompletos, nos fósseis. Todos os fósseis seriam completos e imensamente complexos, como são as atuais coisas vivas.
Já discutido acima. O número de formas intermediárias foi mesmo extraordinário com certeza, o que de forma alguma significa que todas deixaram fósseis para trás e muito menos que todos os fósseis já foram ou sejam encontrados algum dia, infelizmente (seria sensacional se fosse possível). Mas de qualquer forma a assertiva de Darwin é incorreta, e já se sabe disso há décadas. As espécies não mudam de forma contínua e extremamente lenta como ele acreditou, mas em ritmo variável. E assim muitas das formas transicionais podem ter existido por períodos de tempo muito curtos, o que dificulta ainda mais que tenham sido preservadas como fósseis. Simplesmente não é razoável esperar um registro absolutamente contínuo.
Ademais, caso as coisas vivas fossem criadas, seria de esperar que aparecessem subitamente nos fósseis, sem conexão alguma com qualquer coisa anterior a elas. E, uma vez comprovada a veracidade disto, que dizer? Darwin admitiu francamente: “Se espécies numerosas . . . tivessem realmente surgido bruscamente, este fato derrubaria a teoria da evolução.”
Apesar do registro fóssil ser necessariamente incompleto, é exatamente o que se encontrou no caso de diversas sequências evolutivas. Acho que já coloquei referências mais do que suficientes disso, não vejo necessidade de repetir tudo mais uma vez ou acrescentar mais. Portanto vou apenas colocar os comentários novamente em verde:
A teoria evolucionista ortodoxa esperava encontrar fósseis que contivessem: Como já mencionei, o darwinismo ortodoxo foi abandonado há uns 70 anos, mas vamos lá:
1.formas bem simples de vida que aparecessem gradualmente. O Cambriano, que Darwin considerava (erradamente) o estrato mais antigo contendo fósseis, mostra de fato uma grande variedade de formas de vida, mas TODAS SÃO BASTANTE PRIMITIVAS quando comparadas às formas posteriores. E hoje se conhece o período Ediacarano, com menor variedade de formas ainda mais primitivas que as do Cambriano. O tempo decorrido entre o início do Ediacarano e o ponto do Cambriano onde se encontra a grande variedades de formas de vida que Darwin conheceu compreende ainda o período Tomotiano, e englobou nada menos que 93 milhões de anos, mais do que o tempo decorrido desde o desaparecimento dos dinossauros até hoje. Parece gradual o bastante para mim.
2. formas simples que gradualmente se transformassem em formas complexas. Exatamente o que se observa. Mas deve ser só coincidência.
3.muitos elos transicionais entre diferente espécies. Montes e montes já descobertos, como já mencionado.
4.Novas características corpóreas incipientes, tais como membros.ossos órgãos. Montes e montes, de novo.
O padrão criativo esperava encontrar fósseis que contivessem:
1. Súbito aparecimento de formas complexas de vida. Sim, sem estratos ou camadas com fósseis distintos, apenas todos os eles misturados aleatoriamente. Com coelhos no Cambriano. Não se vê nada parecido com isso em lugar algum.
2. Formas complexas de vida que se multiplicassem segundo as suas espécies ( familias biológicas), embora permitindo a variedade nelas. Hoje já se conhecem muito bem os mecanismos genéticos que regem o surgimento de novas espécies e grupos. Nem é preciso o registro fóssil para demonstrar que esta “previsão” é furada.
3. A ausência de elos transcionais entre diferentes familias biológicas. De novo, montes e montes.
4. A ausência de características corpóreas parciais ; todas as partes estariam completas. De novo, montes e montes, tanto em espécies extintas como atuais (como as "patas" em desenvolvimento em diversas espécies de peixes, as adaptações para o planeio em lagartos, colugos e até em serpentes ou lontras marinhas, focas e pinguins retornando para a água e adaptando patas e asas como nadadeiras - e isso para não falar no caso inverso, dos órgãos vestigiais)
Nas camadas acima daquelas explosão de vida do cambriano, é repetidamente o mesmo o testemunho dos fósseis: novas espécies de animais e novas espécies de plantas surgem subitamente, sem nenhuma conexão com algo que existia antes dela. E, uma vez em cena, continuam a apresentar poucas mudanças.
Para exemplificar , os insetos sugiram de forma súbita e abundante entre os fósseis, sem quaisquer ancestral evolucionários. E nem se modificaram grandemente até os dias atuais. A respeito da descoberta de uma mosca fóssil rotulada como tendo " 40 milhões de anos", disse o dr. george poinar jr: ' a anatomia interna destas criaturas é notavelmente similar á que se encontra nas moscas atuais.
Pegar os insetos como exemplo não é muito justo, pois sendo estas criaturas pequenas e frágeis deixam um registro fóssil escasso e difícil de interpretar, ainda mais desde tempos tão recuados como o do surgimento deles, há mais de 400 milhões de anos.
Mas ainda assim se pode determinar de forma razoável seu caminho evolutivo desde o surgimento, provavelmente lá atrás no Ordoviciano, utilizando o traçado das alterações genéticas: Embora este método provavelmente não possa fornecer uma forma de datação precisa ao longo das eras, deixa claro as relações de descendência entre os grupos, o que caracteriza a evolução até melhor do que a cronologia.
http://www.livescience.com/48663-insect ... ution.html
Quanto ao fato de alguma espécie não ter mudado ao longo de 40 milhões de anos, isso é absolutamente irrelevante. Nem a teoria darwinista ortodoxa nem a neodarwinista exigem que espécie alguma evolua por impulso próprio, isso só acontece em resposta a estímulos externo (melhor dizendo, necessidades de adaptação à mudanças no ambiente original ou a novos ambientes). Se uma população de uma espécie qualquer encontra um ambiente onde se adapte bem, ela permanece inalterada pelo tempo que for. Ou você acha que um só cientista que pesquise a evolução ficou um pouquinho triste ou perdeu o sono quando se descobriram exemplares vivos do celacanto, peixe que permaneceu praticamente imutável um tempo superior a 65 milhões de anos? E isso para não mencionar criaturas como o caranguejo ferradura, que já está por aí a nada menos que 400 milhões de anos.
Sobre a "Geração Espontânea"
Então, segundo a descrição de Dawkins, “uma molécula especialmente notável foi formada de modo acidental” — molécula esta que tinha a capacidade de reproduzir-se. Embora admitindo ser extremamente improvável tal acidente, ele sustenta que deve ter, mesmo assim, acontecido. Moléculas similares se juntaram num grumo, e então, mais uma vez, graças a um acidente extremamente improvável, criaram uma barreira protetora de outras moléculas protéicas em torno de si como membrana. Assim, afirma-se, a primeira célula viva gerou a si mesma.
Neste ponto, um leitor talvez comece a entender o comentário de Dawkins no prefácio de seu livro: “Este livro deve ser lido quase como se fosse ficção científica.” Mas os leitores do assunto verificarão que este seu enfoque não é ímpar. A maioria dos outros livros sobre a evolução também só abrange de leve o desconcertante problema de explicar como a vida surgiria de matéria abiótica. Assim, o prof. William Thorpe, do departamento de zoologia da universidade de Cambridge, disse aos seus colegas cientistas: “Todas as especulações e discussões superficiais publicadas nos últimos dez a quinze anos, que explicam o modo de origem da vida, têm-se provado simplórias demais e são de muito pouco peso. O problema, efetivamente, parece estar tão longe de ser solucionado como sempre esteve.”
Pesquise por “coacervados” e descubra sobre o que Dawking estava falando. E verá mais uma prova de que muitas vezes a ficção científica se transforma em verdade.
É Científico ?
" ... existe ampla evidência em apoio da conclusão de que não é possível a geração espontânea da vida a partir de matéria abiótica. “Basta considerar a magnitude desta tarefa”, reconhece o prof. Wald, da universidade de Harvard, “para admitir ser impossível a geração espontânea de um organismo [vivo]”. Mas em que crê realmente este proponente da evolução? Ele responde: “Creio eu, entretanto, que aqui estamos nós em virtude da geração espontânea.” Parece-lhe isto ciência objetiva? (ou de fato uma questão de crença?)
O texto está confundindo “geração espontânea”, desacreditada por Louis Pasteur já em 1862 com a abiogênese, um tópico de pesquisas bastante ativo em diversos laboratórios ao redor do mundo.
O biólogo inglês Joseph Henry Woodger caracterizou tal raciocínio como “simples dogmatismo assertar [asseverar] que o que se quer crer haja realmente acontecido”. Como é que os cientistas vieram a aceitar, em sua própria mente, esta aparente violação do método científico? O bem-conhecido evolucionista Loren Eiseley admitiu: “Após censurar o teólogo pela sua confiança no mito e no milagre, a Ciência viu-se na posição, que nada tinha de invejável, de ter de criar uma sua mitologia, isto é, de ter de assumir que aquilo que, após longo esforço, não podia ser provado tivesse acontecido hoje, se verificara, realmente, no passado primevo.”
É verdade. Por isso ninguém assevera nada neste campo além de dizer que muitos dos passos necessários para a ocorrência da abiogênese no ambiente típico de planetas primitivos já foram esclarecidos, e que ela permanece uma possibilidade, cada vez maior conforme o conhecimento avança.
Nem todos os Cientistas a aceitam (a geração espontânea)
Nem todos os cientistas, porém, descartam a alternativa. Por exemplo, o físico H. S. Lipson, compreendendo as probabilidades contrárias à origem espontânea da vida, disse: “A única explicação aceitável é a criação. Sei que isto é anátema para os físicos, como deveras é para mim, mas não devemos rejeitar uma teoria da qual não gostamos, se a evidência experimental a apóia.” Observou ademais que, depois do livro de Darwin, A Origem das Espécies, “a evolução, em certo sentido, tornou-se uma religião científica; quase todos os cientistas a aceitaram e muitos estão dispostos a ‘moldar’ suas observações para que se ajustem a ela”. Um comentário lamentável, porém verídico.
Comentário qualquer um pode fazer, ainda mais sobre áreas que não são da sua especialidade (um físico opinando sobre assuntos de biologia e bioquímica? Sério?). Os dois últimos papas por exemplo, representantes do que é ainda a mais importante instituição cristã do mundo, comentaram (de forma bastante oficial, diga-se de passagem) que a teoria da evolução é mais do que uma simples teoria. Se é para utilizar apelos vazios à autoridade, este é um jogo que dois podem jogar.
Chandra Wickramasinghe, professor da “University College”, de Cardiff, Grã-Bretanha, disse: “Desde o início de minha formação como cientista, sofri forte lavagem cerebral para crer que a ciência não pode ser coerente com qualquer tipo de criação deliberada. Tal noção teve de ser mui dolorosamente posta de lado. Sinto-me bastante desconfortável com a situação, com o estado mental em que agora me encontro. Mas, não existe nenhuma saída lógica. . . . Para que a vida pudesse ter sido um acidente químico na Terra, seria como procurar determinado grão de areia em todas as praias de todos os planetas no universo — e encontrá-lo.” Em outras palavras, simplesmente não é possível que a vida se tenha originado dum acidente químico. Assim, Wickramasinghe conclui: “Não há outro meio de podermos entender a ordem precisa das substâncias químicas da vida, exceto invocar as criações numa escala cósmica.”[
Já discutido antes. Panspermia? Sério?
Obviamente. Simplesmente porque não se pode provar uma negativa. Ninguém pode provar que não existam unicórnios cor de rosa invisíveis, ou que eu não tenha um dragão indetectável no meu jardim.
kirk escreveu:O que dizer do "Big-Bang" ???
E qual o problema com a teoria do Big Bang? Que parte da expansão do espaço, da síntese estelar dos elementos ou da radiação de fundo de microondas você também não compreende?
Kirk, não dá para manter um debate deste tipo. Para você é tudo muito simples e fácil, não é necessário buscar nenhuma informação, tentar entender nenhuma explicação científica ou sequer se dar ao trabalho de checar cada uma das declarações que utiliza, basta entrar em um ou dois sites criacionistas como existem aos montes pela internet, dar copy/paste de tudo para cá e voilá, sua “poderosa argumentação” está pronta e depois é só correr para o abraço dos seus correligionários e se vangloriar do excelente trabalho realizado à serviço de Deus. Se sua intenção é prosseguir assim, então nem se dê ao trabalho de responder a este meu post pois tenho coisas mais interessantes e úteis a fazer.
Mas se você quiser mesmo estabelecer um debate honesto, então comece por estabelecer qual é afinal a posição que você defende. Até agora você apenas atacou a abiogênese basicamente com referências a declarações negativas de outros e fustigou muito levemente a evolução apontando supostas falhas (muitas das quais simplesmente inexistentes) no registro fóssil, mas sequer definiu qual tipo de criacionismo você pretende defender: É o evolucionismo teísta, em que tudo se passou desde o Big Bang quase como descrevem os livros de ciência, com apenas ligeiras interferências divinas (basicamente nos pontos ainda obscuros para a ciência, como o próprio momento do Big Bang, talvez o posicionamento do planeta Terra em um local esquisitamente adequado e o surgimento da primeira célula viva)? É o criacionismo múltiplo da Terra antiga, com diversas criações sucessivas intercaladas por catástrofes destruidoras das quais o dilúvio narrado no Gênesis seria apenas a última? É criacionismo da Terra jovem, com o universo e todas as formas de vida criadas em um intervalo de seis dias entre 6 e 10 mil anos atrás? Ou é alguma outra coisa diferente de tudo isso (o que aí sim talvez fosse uma novidade interessante)?
Sem saber afinal de contas que teoria você defende não existe como continuar o debate de maneira minimamente produtiva. Se é só para ficar na posição confortável de tentar atacar a Teoria da Evolução usando argumentos antigos pinçados de sites criacionistas e sequer apresentar uma proposta consistente de uma teoria alternativa, realmente não há mais sobre o que conversar.
Um abraço,
Leandro G. Card