Luís Henrique escreveu:Galina escreveu:Senhores... eu levei um tempo para saber os reais valores sobre o alcance dos radares dos caças.
Não devemos perder de vista que o espaço físico de um avião de caça é limitado, assim como limitada é a fonte de alimentação elétrica. Não dá para comparar com radares de solo dezenas de vezes mais potentes e com largura de antena de vários metros... Enfim, os radares dos caças tem alcance curto. E não teria como ser diferente.
Vi vários valores in loco, de radares modernos e o que eu posso compartilhar com vocês é que para caças "médios", o valor (para um pulso doppler clássico) girava entre 40 nm e 50 nm. Fiquei espantando, inclusive, ao saber que essas distâncias eram referidas como "grande alcance". Caças maiores, com maior potência, ficavam com alcance na faixa das 60 nm a 70 nm. Buscas setorizadas costumavam ser um pouco maiores, mas não muito. E um piloto habilidoso consegue pegar o contato as vezes até 10 nm antes (ou seja 10 nm a mais de alcance) que outros.
Com o AESA as coisas mudaram, mas também não muito. O fator principal, de falta de espaço e energia, obviamente continua persistindo. Mas o AESA permite modos adicionais, que permitem um alcance maior. Mas são situações bastante específicas, para as condições x... Numa busca padrão, os alcances são muito menores. E isso vale para aviões russos, americanos, suecos ou de Júpiter, Marte ou Saturno.
Para encerrar, os dados públicos, vazados da concorrência indiana, falam em 130 km para busca contra caças com RCS de 5 m2 (padrão para caças armados modernos). E não foi considerado, pelos especialistas indianos, como um valor fácil de se obter.
Sim. Você tem razão.
É que na propaganda os fabricantes divulgam sempre O MELHOR POSSÍVEL.
Serve, pelo menos, para comparações.
Mas claro, na vida real, muita coisa degrada esses números excelentes, e a realidade fica bem diferente da propaganda.
Mas isto ocorre para TODOS os caças.
Sobre os 130 km de alcance, se refere ao radar de qual caça?
Eles sabem muito bem que divulgam dados para lá de específicos, irreais, para as condições "mosca branca do olho azul". Alguns são mais próximos da realidade para situações de busca setorizada, mas os valores já são bem menores (170 a 190 km). Ainda assim, são a exceção.
Numa varredura padrão, que é o que conta, os valores são aqueles que compartilhei. Para mim também foi chocante, pois imaginava que caças tinham alcance de mais de 200 km... E não vamos esquecer que o caminho da roça envolve primeiro um PLOT; após, depois de 3 varreduras, fica confirmado um TRACK; tendo um TRACK, podemos então partir para dados precisos do alvo, quando então teremos um LOCK. Resumindo, essas distâncias que citei são para um primeiro contato, um PLOT...
Enfim, as distâncias no mundo real, seja para os mísseis BVR, seja para os radares, são muito menores do que vcs comentam por aqui.
E, Senhores, os caças de quarta geração se equivalem. Um tem uma vantagem, outro tem outra. Mesmo o F-15, alguém acha que a USAF o manteria em serviço se não fosse, ainda hoje, competitivo o bastante ?? Há uma linha muito tênue que separa esses aviões. E considerando que as distâncias do mundo real são curtas... vcs verão quem sabe o quanto são importantes os operadores de combate, em terra (GCI) ou ar (AWACS). Operam com radares de grande potência e grande antena, além da parte EW-ESM, e são fundamentais para a formação da consciência situacional. God"s view. E o material humano da FAB (pilotos e operadores GCI e de AWACS) é muito qualificado. Um profissionalismo que hoje pouco deve a OTAN. Ficamos claro em inferioridade em razão de termos menos horas de vôo e menos adestramento (apesar dos simuladores), além deles terem formado essa doutrina de BVR antes. Mas nós conseguimos aprender (aliás os franceses tiveram sim um papel muito importante, como disse o Rinaldo Nery), e adaptamos muito bem as nossas condições. Adaptamos e a evoluímos.
Sobre os 130 km, é o valor vazado do RFP deles. Requisito do finado MMRCA.
Espero que vocês (falo a todos) usem essas informações de forma positiva, e não para fomentar "debates" hilários e ridículos, que infelizmente tenho o desprazer de ver (ainda) por aqui... Tal qual a Sra que, após assistir vários programas da Sonia Abrão, e dar varias googladas, permite-se, sem se dar conta do ridículo, a "debater" assuntos médicos... Somos entusiastas e não profissionais.