Noticias de Portugal
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Re: Noticias de Portugal
Militares em “efervescência” ameaçam sair à rua se polícias tiverem aumentos
A associação dos oficiais reuniu-se com a Casa Militar do Presidente uma semana depois dos megaprotestos da políciaMarcos Borga
Os sargentos admitem ir para a rua se Governo mexer nos subsídios das polícias e esquecer a tropa. Os oficiais recorreram a Marcelo por causa do “fosso” entre tropa e forças de segurança, e esperam uma atitude por parte do Presidente. Ex-chefes já avisaram para a possibilidade de contestação “inadequada”. E até Gouveia e Melo já lançou um alerta sobre os “perigos para o sistema” do descontentamento
22 FEVEREIRO 2024 22:57
Militares em “efervescência” ameaçam sair à rua se polícias tiverem aumentos
Vítor Matos
Jornalista
Os quartéis estão em “efervescência” e “há um grande fosso em relação às forças de segurança”, avisou a Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) em Belém, no dia 6 de fevereiro, numa reunião com o chefe da Casa Militar do Presidente da República, vice-almirante Sousa Pereira, e assessores militares, que recebeu os oficiais em plena crise dos protestos das polícias. Também a Associação Nacional de Sargentos (ANS), que tem percorrido unidades por todo o país, tem constado “a sensação de mal-estar pelo tratamento diferenciado a vários níveis” entre militares e forças de segurança. E não exclui ações de rua depois das eleições, se houver uma aproximação dos subsídios das polícias aos da Polícia Judiciária sem atender à tropa. “Nenhuma ação está posta de parte”, admite ao Expresso António Lima Coelho, presidente da ANS.
Os militares mais jovens, pelo menos abaixo dos 40 anos, avança uma fonte militar, são os que estão mais disponíveis para assumir formas de luta com maior visibilidade, o que poderá passar por demonstrações na rua. “Depois das eleições, vamos ponderar a forma de fazer sentir esse mal-estar, tendo em conta quem tiver de reparar essas matérias”, garante Lima Coelho, pelo lado dos sargentos. “Poderá passar pelo que a nossa imaginação e criatividade originar, sejam ações de maior ou menor visibilidade, de maior ou menor dimensão”, assume o dirigente. O presidente da ANS lembra que “não são devidamente tratados os subsídios e suplementos de paraquedistas, submarinistas, mergulhadores, tripulantes de voo e, um caso extremo, dos inativadores de engenhos explosivos, que há 44 anos andam a bater-se por isso”. O ano passado morreu um militar dessa especialidade em serviço.
Do lado dos oficiais, António Mota, presidente da AOFA, diz que, se o fosso entre polícias e militares se “alargar ainda mais, a malta nos quartéis e nas bases está com as garras de fora”.
“Nenhuma ação está posta de parte”, admite o presidente da Associação Nacional de Sargentos
Mesmo antigos chefes militares receiam que a situação possa resvalar. O ex-chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) Fernando Melo Gomes escreve um artigo nesta edição do Expresso (ver pág. 30) apontando a “desastrosa iniquidade, que os militares das Forças Armadas bem conhecem, por serem, há anos, discriminados negativamente em relação aos demais servidores do Estado”. Em declarações ao Expresso, o almirante reformado recorda que, antes do 25 de Abril, foram as questões de carreiras dentro do Exército que se tornaram a gota de água que desencadeou o golpe dos capitães. “A desproporção em relação às forças de segurança tem-se acelerado”, anota. Caso o próximo Governo ceda às polícias sem reconhecer os militares, “ninguém sabe o que pode acontecer. Não ponho as mãos no fogo pelo que possa suceder”, avisa o antigo CEMA e dirigente do Grupo de Reflexão Estratégico Independente (GREI), que junta dezenas de oficiais-generais reformados e que ainda recentemente fez chegar aos líderes políticos, Presidente da República e Governo, uma carta bastante crítica. Os generais avisaram para o risco de contestação “inadequada” e de se poderem alterar “as condições éticas e de vínculo do exercício da profissão”. A ida dos militares para a rua, na opinião do ex-chefe, “é a última das coisas” que espera ver, “para Portugal não parecer uma ‘República das Bananas’”.
O APELO A BELÉM
“O Presidente da República está perfeitamente a par de todas as matérias. E sei que está sensibilizado, embora os resultados sejam nulos”, aponta o presidente da AOFA. A direção da associação foi recebida em Belém, durante quatro horas, uma semana depois das megamanifestações das polícias. Marcelo Rebelo de Sousa tem apontado a necessidade de os militares recuperarem rendimento em relação a carreiras a que estavam equiparados — como a dos oficiais à dos magistrados — e chegou a deixar isso plasmado em documentos e discursos. Mas sem efeitos: “O próprio Presidente está a criar uma caldeirada muito grande, porque tem vindo a público dizer que as polícias têm razão. Mas não temos ouvido o comandante supremo dizer rigorosamente nada sobre as Forças Armadas”, critica António Mota.
No OE 2024, a ministra da Defesa, Helena Carreiras, fez equivaler o suplemento da condição militar ao subsídio de risco da GNR, mas a subida de €30 brutos mensais para €100, com retroativos a janeiro de 2023, não satisfez as tropas. Os dirigentes associativos referem que a GNR teve mais um ano de retroativos do que os militares, que este valor é consumido pelos impostos e que se vai degradar, porque a ministra deixou cair o artigo que permitia a atualização do subsídio ao valor da inflação.
Paulo Amaral, presidente da Associação de Praças — que só integra militares da Marinha —, considera que o subsídio concedido à Polícia Judiciária não tem equivalente nos militares, que já têm suplementos de condição militar, de missão e de embarque, mas concorda que “os valores devem ser atualizados” e que não deve haver desigualdade em relação à GNR. No entanto, não pondera ações de rua. “Somos a única classe trabalhadora sem poder reivindicativo”, diz ao Expresso. “Podemos estudar formas de luta, mas não com o paradigma da PSP e da GNR.” Em dezembro, numa entrevista à Lusa, o próprio almirante Gouveia e Melo, chefe do Estado-Maior da Armada, fez soar o alerta: “Um sistema político democrático equilibrado tem de conseguir perceber que quem não tem direito a manifestar-se deve ser protegido.” Se não o fizer, “pode causar uma distorção tão grande que poderá ser perigoso para o sistema”.
Inquéritos a polícias
Esta segunda-feira, os protestos das polícias geraram polémica com a concentração não oficial de agentes e militares em frente ao cineteatro Capitólio, em Lisboa, durante o debate entre os principais candidatos às legislativas. Os polícias tinham estado a manifestar-se no Terreiro do Paço horas antes, num protesto legal organizado pela plataforma que representa os sindicatos da PSP e as associações sindicais da GNR. No final, largas centenas rumaram ao Capitólio, numa marcha a que já não se juntaram os sindicatos uma vez que este novo percurso não tinha sido comunicado à Câmara de Lisboa. O Expresso apurou que esta fase noturna do protesto tinha já sido combinada através das plataformas digitais do movimento inorgânico INOP, que veio substituir o Movimento Zero. Não houve desacatos mas Pedro Nuno Santos avisou no mesmo debate que não negociaria sob coação, numa alusão aos agentes na rua em frente ao cineteatro. A PSP e a GNR abriram inquéritos ao caso para apurar responsabilidades disciplinares. E também a IGAI quer saber como foi organizado este protesto ilegal. Hugo Franco
https://expresso.pt/semanario/primeiro/ ... s-6118a2f8
A associação dos oficiais reuniu-se com a Casa Militar do Presidente uma semana depois dos megaprotestos da políciaMarcos Borga
Os sargentos admitem ir para a rua se Governo mexer nos subsídios das polícias e esquecer a tropa. Os oficiais recorreram a Marcelo por causa do “fosso” entre tropa e forças de segurança, e esperam uma atitude por parte do Presidente. Ex-chefes já avisaram para a possibilidade de contestação “inadequada”. E até Gouveia e Melo já lançou um alerta sobre os “perigos para o sistema” do descontentamento
22 FEVEREIRO 2024 22:57
Militares em “efervescência” ameaçam sair à rua se polícias tiverem aumentos
Vítor Matos
Jornalista
Os quartéis estão em “efervescência” e “há um grande fosso em relação às forças de segurança”, avisou a Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) em Belém, no dia 6 de fevereiro, numa reunião com o chefe da Casa Militar do Presidente da República, vice-almirante Sousa Pereira, e assessores militares, que recebeu os oficiais em plena crise dos protestos das polícias. Também a Associação Nacional de Sargentos (ANS), que tem percorrido unidades por todo o país, tem constado “a sensação de mal-estar pelo tratamento diferenciado a vários níveis” entre militares e forças de segurança. E não exclui ações de rua depois das eleições, se houver uma aproximação dos subsídios das polícias aos da Polícia Judiciária sem atender à tropa. “Nenhuma ação está posta de parte”, admite ao Expresso António Lima Coelho, presidente da ANS.
Os militares mais jovens, pelo menos abaixo dos 40 anos, avança uma fonte militar, são os que estão mais disponíveis para assumir formas de luta com maior visibilidade, o que poderá passar por demonstrações na rua. “Depois das eleições, vamos ponderar a forma de fazer sentir esse mal-estar, tendo em conta quem tiver de reparar essas matérias”, garante Lima Coelho, pelo lado dos sargentos. “Poderá passar pelo que a nossa imaginação e criatividade originar, sejam ações de maior ou menor visibilidade, de maior ou menor dimensão”, assume o dirigente. O presidente da ANS lembra que “não são devidamente tratados os subsídios e suplementos de paraquedistas, submarinistas, mergulhadores, tripulantes de voo e, um caso extremo, dos inativadores de engenhos explosivos, que há 44 anos andam a bater-se por isso”. O ano passado morreu um militar dessa especialidade em serviço.
Do lado dos oficiais, António Mota, presidente da AOFA, diz que, se o fosso entre polícias e militares se “alargar ainda mais, a malta nos quartéis e nas bases está com as garras de fora”.
“Nenhuma ação está posta de parte”, admite o presidente da Associação Nacional de Sargentos
Mesmo antigos chefes militares receiam que a situação possa resvalar. O ex-chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) Fernando Melo Gomes escreve um artigo nesta edição do Expresso (ver pág. 30) apontando a “desastrosa iniquidade, que os militares das Forças Armadas bem conhecem, por serem, há anos, discriminados negativamente em relação aos demais servidores do Estado”. Em declarações ao Expresso, o almirante reformado recorda que, antes do 25 de Abril, foram as questões de carreiras dentro do Exército que se tornaram a gota de água que desencadeou o golpe dos capitães. “A desproporção em relação às forças de segurança tem-se acelerado”, anota. Caso o próximo Governo ceda às polícias sem reconhecer os militares, “ninguém sabe o que pode acontecer. Não ponho as mãos no fogo pelo que possa suceder”, avisa o antigo CEMA e dirigente do Grupo de Reflexão Estratégico Independente (GREI), que junta dezenas de oficiais-generais reformados e que ainda recentemente fez chegar aos líderes políticos, Presidente da República e Governo, uma carta bastante crítica. Os generais avisaram para o risco de contestação “inadequada” e de se poderem alterar “as condições éticas e de vínculo do exercício da profissão”. A ida dos militares para a rua, na opinião do ex-chefe, “é a última das coisas” que espera ver, “para Portugal não parecer uma ‘República das Bananas’”.
O APELO A BELÉM
“O Presidente da República está perfeitamente a par de todas as matérias. E sei que está sensibilizado, embora os resultados sejam nulos”, aponta o presidente da AOFA. A direção da associação foi recebida em Belém, durante quatro horas, uma semana depois das megamanifestações das polícias. Marcelo Rebelo de Sousa tem apontado a necessidade de os militares recuperarem rendimento em relação a carreiras a que estavam equiparados — como a dos oficiais à dos magistrados — e chegou a deixar isso plasmado em documentos e discursos. Mas sem efeitos: “O próprio Presidente está a criar uma caldeirada muito grande, porque tem vindo a público dizer que as polícias têm razão. Mas não temos ouvido o comandante supremo dizer rigorosamente nada sobre as Forças Armadas”, critica António Mota.
No OE 2024, a ministra da Defesa, Helena Carreiras, fez equivaler o suplemento da condição militar ao subsídio de risco da GNR, mas a subida de €30 brutos mensais para €100, com retroativos a janeiro de 2023, não satisfez as tropas. Os dirigentes associativos referem que a GNR teve mais um ano de retroativos do que os militares, que este valor é consumido pelos impostos e que se vai degradar, porque a ministra deixou cair o artigo que permitia a atualização do subsídio ao valor da inflação.
Paulo Amaral, presidente da Associação de Praças — que só integra militares da Marinha —, considera que o subsídio concedido à Polícia Judiciária não tem equivalente nos militares, que já têm suplementos de condição militar, de missão e de embarque, mas concorda que “os valores devem ser atualizados” e que não deve haver desigualdade em relação à GNR. No entanto, não pondera ações de rua. “Somos a única classe trabalhadora sem poder reivindicativo”, diz ao Expresso. “Podemos estudar formas de luta, mas não com o paradigma da PSP e da GNR.” Em dezembro, numa entrevista à Lusa, o próprio almirante Gouveia e Melo, chefe do Estado-Maior da Armada, fez soar o alerta: “Um sistema político democrático equilibrado tem de conseguir perceber que quem não tem direito a manifestar-se deve ser protegido.” Se não o fizer, “pode causar uma distorção tão grande que poderá ser perigoso para o sistema”.
Inquéritos a polícias
Esta segunda-feira, os protestos das polícias geraram polémica com a concentração não oficial de agentes e militares em frente ao cineteatro Capitólio, em Lisboa, durante o debate entre os principais candidatos às legislativas. Os polícias tinham estado a manifestar-se no Terreiro do Paço horas antes, num protesto legal organizado pela plataforma que representa os sindicatos da PSP e as associações sindicais da GNR. No final, largas centenas rumaram ao Capitólio, numa marcha a que já não se juntaram os sindicatos uma vez que este novo percurso não tinha sido comunicado à Câmara de Lisboa. O Expresso apurou que esta fase noturna do protesto tinha já sido combinada através das plataformas digitais do movimento inorgânico INOP, que veio substituir o Movimento Zero. Não houve desacatos mas Pedro Nuno Santos avisou no mesmo debate que não negociaria sob coação, numa alusão aos agentes na rua em frente ao cineteatro. A PSP e a GNR abriram inquéritos ao caso para apurar responsabilidades disciplinares. E também a IGAI quer saber como foi organizado este protesto ilegal. Hugo Franco
https://expresso.pt/semanario/primeiro/ ... s-6118a2f8
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Re: Noticias de Portugal
Guerra na Ucrânia: Portugal acolheu mais de 60 mil ucranianos, Governo diz que só 3% partiram mas associações garantem que foram mais
Irina Mospanenko, à esquerda, com os filhos Artem e Darina; à direita, Olga Yarmolyuk e os filhos Vitória e Verónika
Há dois anos a resposta foi quase imediata: dias após a invasão da Ucrânia, ainda antes da decisão europeia, o Governo português ativou um mecanismo extraordinário para facilitar o acolhimento dos milhares de ucranianos cuja chegada ao país era expectável. “Temporário” esperava quem chegava e quem acolhia. Não foi. Dos muitos que vieram poucos partiram. E estão integrados? O Governo diz que sim
As cunhadas Irina Mospanenko, 32 anos, e Olga Yarmolyuk, 36, e os filhos Artem, de 11, Darina, 3, Vitória, 11, e Verónika, 5, foram até há uns meses a regra. Fugiram da Ucrânia para Portugal para encontrar refúgio quando a invasão russa começou. Agora, desde agosto, são a exceção. Regressaram a casa, a Slavuta, uma cidade entre Kiev e Lviv. Sabiam que os apartamentos onde viviam não foram atingidos pelos bombardeamentos e arriscaram. Estão mais próximas dos maridos, ambos na frente de combate, um em Donetsk, outro em Zaporijia, mas já sem uma Europa inteira a separá-los.Tinham a vida feita em Portugal, mas a guerra já levava mais tempo do que aquele que elas conseguiram aguentar à espera da paz.
Irina e Olga são parte da minoria de ucranianos que abandonaram o país ao longo de 2023. A maioria dos refugiados que partiram fê-lo logo durante o primeiro ano de guerra. No total são uma pequeníssima minoria: só 3% já não se encontra em Portugal. Ao Expresso, a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) dá conta que das 60.055 pessoas em fuga da guerra que beneficiaram do estatuto de proteção temporária, apenas 1.587 “regressaram à Ucrânia ou se deslocaram para outro Estado-Membro” - 60 em 2023 e 1527 ainda em 2022.
“Temos aqui uma guerra, há mísseis a voar, mas tudo ficará bem. Já estamos habituadas às preocupações diárias e aos rockets que chegam da Rússia e que a nossa defesa aérea derruba”, conta Irina, esta quarta-feira, numa troca mensagens pelo Instagram. “A vitória é nossa, não pode ser de outra forma. Glória aos heróis.”
Os números avançados ao Expresso pela AIMA são recusados pela Associação Ukranian Refugees - UAPT, que admite que tenham ido embora bastantes mais pessoas. “Os 1587, são refugiados que deram baixas no estatuto de proteção temporária. Por exemplo, à nossa sede, onde alguns refugiados deram moradas, chegam todos os meses dezenas de cheques do apoio social de pessoas que já não estão em Portugal e esse valor fica parado sem uso”, diz ao Expresso Ângelo Neto da UAPT. “Pelas nossas contas ficaram em Portugal somente 40% dos quase 60 mil refugiados. Ou seja, por volta de 25 a 30 mil refugiados. A maioria dos que entraram em Portugal saíram para Alemanha e Canada ou regressaram a Ucrânia.”
Olga com os dois filhos
Há dois anos a resposta do Governo português foi quase imediata: dias após o começo da guerra na Ucrânia e ainda antes da decisão europeia, ativou um mecanismo extraordinário para facilitar o acolhimento dos milhares de ucranianos em fuga. A chegada ao país era expectável devido à grande comunidade de Leste que há vários anos se tinha instalado em Portugal. E assim foi. A proteção internacional temporária foi concedida a 35.916 mulheres e 24.139 homens, a maioria dos quais com idades entre os 18 e os 64 anos de idade (41.045), seguindo-se-lhes com menos de 17 anos de idade (15.667) e as pessoas com mais de 65 anos de idade (3.343).
A tão desejada temporalidade do conflito não se concretizou e nem os mais entendidos nos meandros da guerra se atrevem a arriscar uma data para o seu fim. A nova vida longe de casa, que muitos acreditaram ser apenas por alguns meses, tornou-se mais definitiva. Constroem-se raízes, criam-se novos hábitos. Boa parte (40,6%) fixou-se no distrito de Lisboa, mas também em Faro (12,8%), Porto (11%), Setúbal (7,1%) e Leiria (5,7%), entre outros.
Em Portugal, Irina e Olga viviam numa vivenda térrea do Bairro da Liberdade, em São João dos Montes (Alhandra). Foi aí que receberam o Expresso com um enorme bolo de mel, típico da Ucrânia, quando a invasão russa completava um ano. Chegaram no primeiro de seis voos humanitários dinamizados pela associação Ukranian Refugees - UAPT. A tia Zhanna, emigrante há vários anos, preparou-lhes o futuro e assegurou-lhes desde logo, mas logo começaram a chover ajudas de portugueses. A Ana e o Álvaro, da escola de condução, cederam-lhes a casa cor de rosa onde viveram até partir. O Sr. Tavares, comprou-lhes roupa e um computador. A Dina e o Luís ajudaram com alimentação. O Sr. Mário emprestou-lhes a casa do Baleal para passarem férias.
Pouco tempo depois, ambas trabalhavam em limpezas de casas particulares e num restaurante. Alternavam horários, para poderem cuidar das crianças mais pequenas. Os mais crescidos andavam na escola regular, tinham transporte e já falavam português com facilidade.
De acordo com a AIMA, até 15 de janeiro havia 16.471 beneficiários de proteção temporária inscritos nos centros de emprego e 12.599 com contrato de trabalho assinados.
Os adultos trabalham a tempo inteiro, os mais pequenos vão à escola e os jovens acabam os cursos. Dos menores de idade acolhidos, cerca de 38% frequenta a escola no atual ano letivo. São 5956 alunos matriculados em todos os níveis de escolaridade: 575 no pré-escolar, 4450 no ensino básico e 931 no ensino secundário. Há ainda perto de meia centena de estudantes no ensino superior (434) e já foram reconhecidos 300 graus académicos, revela ainda a Agência Nacional Erasmus + e da DGES.
https://expresso.pt/internacional/guerr ... s-bbd41711
Irina Mospanenko, à esquerda, com os filhos Artem e Darina; à direita, Olga Yarmolyuk e os filhos Vitória e Verónika
Há dois anos a resposta foi quase imediata: dias após a invasão da Ucrânia, ainda antes da decisão europeia, o Governo português ativou um mecanismo extraordinário para facilitar o acolhimento dos milhares de ucranianos cuja chegada ao país era expectável. “Temporário” esperava quem chegava e quem acolhia. Não foi. Dos muitos que vieram poucos partiram. E estão integrados? O Governo diz que sim
As cunhadas Irina Mospanenko, 32 anos, e Olga Yarmolyuk, 36, e os filhos Artem, de 11, Darina, 3, Vitória, 11, e Verónika, 5, foram até há uns meses a regra. Fugiram da Ucrânia para Portugal para encontrar refúgio quando a invasão russa começou. Agora, desde agosto, são a exceção. Regressaram a casa, a Slavuta, uma cidade entre Kiev e Lviv. Sabiam que os apartamentos onde viviam não foram atingidos pelos bombardeamentos e arriscaram. Estão mais próximas dos maridos, ambos na frente de combate, um em Donetsk, outro em Zaporijia, mas já sem uma Europa inteira a separá-los.Tinham a vida feita em Portugal, mas a guerra já levava mais tempo do que aquele que elas conseguiram aguentar à espera da paz.
Irina e Olga são parte da minoria de ucranianos que abandonaram o país ao longo de 2023. A maioria dos refugiados que partiram fê-lo logo durante o primeiro ano de guerra. No total são uma pequeníssima minoria: só 3% já não se encontra em Portugal. Ao Expresso, a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) dá conta que das 60.055 pessoas em fuga da guerra que beneficiaram do estatuto de proteção temporária, apenas 1.587 “regressaram à Ucrânia ou se deslocaram para outro Estado-Membro” - 60 em 2023 e 1527 ainda em 2022.
“Temos aqui uma guerra, há mísseis a voar, mas tudo ficará bem. Já estamos habituadas às preocupações diárias e aos rockets que chegam da Rússia e que a nossa defesa aérea derruba”, conta Irina, esta quarta-feira, numa troca mensagens pelo Instagram. “A vitória é nossa, não pode ser de outra forma. Glória aos heróis.”
Os números avançados ao Expresso pela AIMA são recusados pela Associação Ukranian Refugees - UAPT, que admite que tenham ido embora bastantes mais pessoas. “Os 1587, são refugiados que deram baixas no estatuto de proteção temporária. Por exemplo, à nossa sede, onde alguns refugiados deram moradas, chegam todos os meses dezenas de cheques do apoio social de pessoas que já não estão em Portugal e esse valor fica parado sem uso”, diz ao Expresso Ângelo Neto da UAPT. “Pelas nossas contas ficaram em Portugal somente 40% dos quase 60 mil refugiados. Ou seja, por volta de 25 a 30 mil refugiados. A maioria dos que entraram em Portugal saíram para Alemanha e Canada ou regressaram a Ucrânia.”
Olga com os dois filhos
Há dois anos a resposta do Governo português foi quase imediata: dias após o começo da guerra na Ucrânia e ainda antes da decisão europeia, ativou um mecanismo extraordinário para facilitar o acolhimento dos milhares de ucranianos em fuga. A chegada ao país era expectável devido à grande comunidade de Leste que há vários anos se tinha instalado em Portugal. E assim foi. A proteção internacional temporária foi concedida a 35.916 mulheres e 24.139 homens, a maioria dos quais com idades entre os 18 e os 64 anos de idade (41.045), seguindo-se-lhes com menos de 17 anos de idade (15.667) e as pessoas com mais de 65 anos de idade (3.343).
A tão desejada temporalidade do conflito não se concretizou e nem os mais entendidos nos meandros da guerra se atrevem a arriscar uma data para o seu fim. A nova vida longe de casa, que muitos acreditaram ser apenas por alguns meses, tornou-se mais definitiva. Constroem-se raízes, criam-se novos hábitos. Boa parte (40,6%) fixou-se no distrito de Lisboa, mas também em Faro (12,8%), Porto (11%), Setúbal (7,1%) e Leiria (5,7%), entre outros.
Em Portugal, Irina e Olga viviam numa vivenda térrea do Bairro da Liberdade, em São João dos Montes (Alhandra). Foi aí que receberam o Expresso com um enorme bolo de mel, típico da Ucrânia, quando a invasão russa completava um ano. Chegaram no primeiro de seis voos humanitários dinamizados pela associação Ukranian Refugees - UAPT. A tia Zhanna, emigrante há vários anos, preparou-lhes o futuro e assegurou-lhes desde logo, mas logo começaram a chover ajudas de portugueses. A Ana e o Álvaro, da escola de condução, cederam-lhes a casa cor de rosa onde viveram até partir. O Sr. Tavares, comprou-lhes roupa e um computador. A Dina e o Luís ajudaram com alimentação. O Sr. Mário emprestou-lhes a casa do Baleal para passarem férias.
Pouco tempo depois, ambas trabalhavam em limpezas de casas particulares e num restaurante. Alternavam horários, para poderem cuidar das crianças mais pequenas. Os mais crescidos andavam na escola regular, tinham transporte e já falavam português com facilidade.
De acordo com a AIMA, até 15 de janeiro havia 16.471 beneficiários de proteção temporária inscritos nos centros de emprego e 12.599 com contrato de trabalho assinados.
Os adultos trabalham a tempo inteiro, os mais pequenos vão à escola e os jovens acabam os cursos. Dos menores de idade acolhidos, cerca de 38% frequenta a escola no atual ano letivo. São 5956 alunos matriculados em todos os níveis de escolaridade: 575 no pré-escolar, 4450 no ensino básico e 931 no ensino secundário. Há ainda perto de meia centena de estudantes no ensino superior (434) e já foram reconhecidos 300 graus académicos, revela ainda a Agência Nacional Erasmus + e da DGES.
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Re: Noticias de Portugal
Metade do país quer Senado e mais investimento na Defesa
Sondagem da Sedes mostra desconfiança sobre sistema público de saúde. Documento vai ser enviado aos partidos
Eunice Lourenço
Editora de Política
Uma segunda câmara do Parlamento, regionalização, ordenados dos profissionais de saúde associados ao cumprimento de objetivos e toda a gente a pagar impostos — estes são alguns dos dados de uma sondagem promovida pela Sedes (Associação para o Desenvolvimento Económico) e feita pela Pitagórica, que também dá um grande apoio ao aumento de investimentos em Defesa, dando sinal de que a segurança e a guerra são preocupações relevantes para os portugueses, ainda que o tema esteja, para já, muito afastado dos discursos políticos.
“Vozes de Portugal: A Perspetiva do Cidadão sobre as Propostas da Sedes” resulta da recolha de informação feita entre 16 de janeiro e 12 de fevereiro, através de entrevista telefónica. O resultado, a que o Expresso teve acesso, vai ser ainda analisado pelos vários grupos temáticos da Sedes, que juntam personalidades do centro político, e enviados aos partidos para reflexão.
SISTEMA POLÍTICO
Senado e regionalização com muito apoio
É uma das propostas que a Sedes tem e recolhe um apoio surpreendente: 73% dos inquiridos revelam interesse na criação de um Senado, ou seja, uma segunda câmara no Parlamento. Também uma grande maioria — 60% — é favorável à regionalização, com 81% a acharem que “há mais poderes e decisões em Lisboa do que seria adequado”. Também uma grande maioria — 70% — considera que Portugal precisa de uma revisão constitucional.
Já quanto a outra proposta que a Sedes tem promovido — a mudança para um sistema eleitoral com círculos uninominais — existe, antes de mais, um grande desconhecimento, com 71% a dizerem que não sabem o que são círculos uninominais. Depois de uma explicação (um sistema em que os eleitores poderiam escolher diretamente deputados), 80% revelam interesse no sistema: 27% todo o interesse, 20% muito interesse e 33% algum interesse.
As perguntas sobre sistema político começam por testar o conhecimento dos inquiridos sobre os eleitos e 63% não sabem indicar qualquer nome de deputado eleito pelo seu distrito, enquanto 35% sabem pelo menos um nome. Quanto à satisfação com os deputados eleitos, 19% não conhecem o trabalho dos deputados, 22% estão insatisfeitos e 28% razoavelmente satisfeitos, 14% estão muitos satisfeitos e 12% totalmente insatisfeitos.
SEGURANÇA E DEFESA
Regresso do SMO
Quase metade dos inquiridos (47%) concorda com o aumento dos investimentos em defesa, mesmo que isso implique cortar noutras áreas da governação e só 27% discordam desse aumento. Pelo meio ficam 25% que não concordam nem discordam. A mesma maioria de 47% concorda com o regresso do serviço militar obrigatório (SMO), que terminou em 2004. Mas aqui cresce o número dos que discordam: são 37%.
Esta é uma discussão que a Sedes também tem promovido, defendendo que é preciso pensar num modelo em que os jovens tenham de prestar um “serviço de cidadania obrigatório” nas Forças Armadas, nas forças de segurança ou em qualquer instituição de interesse nacional, proposta que recolhe o apoio de 63% dos inquiridos, com maior concordância a Norte, entre os mais jovens e no eleitorado de centro-direita.
Ainda no campo da Defesa, só 11% defendem que Portugal não deve continuar a apoiar a Ucrânia.
ECONOMIA
Impostos para todos
Apesar de 61% dizerem que só é possível resolver os problemas do país com crescimento económico, há uma fatia considerável — 37% — que acha possível resolver os problemas sem crescimento económico. Uma óbvia maioria de 90% defende que o próximo governo se deve preocupar com o aumento dos salários em geral por oposição a preocupar-se apenas com o salário mínimo. E ainda mais — 91% — acha que os cidadãos fogem ao pagamento de impostos. O número desce ligeiramente para 87% quando a pergunta é sobre empresas. Quanto a uma proposta da Sedes no sentido de que todos paguem impostos (nem que seja de 1 euro) para distribuir melhor o esforço, 80% concordam e só 17% consideram injustos todos pagarem impostos. Atualmente, cerca de 42% dos contribuintes não pagam impostos por terem baixos rendimentos.
JUSTIÇA
Prioridade para a luta contra a corrupção
Uma maioria de 59% acha que o funcionamento da Justiça é um obstáculo ao desenvolvimento do país e 80% respondem que “há uma Justiça para ricos e outra para pobres”. Quando toca a escolher prioridades, as primeiras três são combate à corrupção, o reforço da rapidez dos tribunais e a redução de desigualdades no sistema judicial.
Só 4% acreditam que há uma “eficaz e clara” separação entre política e justiça e 69% acreditam que há interferência política no sistema judicial. Três quartos dos inquiridos consideram que o nível de corrupção em Portugal é alto ou mesmo muito alto e 62% dizem que tem vindo a aumentar.
SAÚDE
Divisão na confiança no SNS
São mais os inquiridos que confiam na saúde privada (33%) do que os que confiam na saúde pública (26%), que apresenta um nível de desconfiança de 35%, enquanto a desconfiança nos privados fica apenas pelos 15%. Os níveis de confiança no serviço nacional de saúde são menos entre os homens, os mais jovens e o eleitorado de direita.
Quase metade (49%) discorda do fim das parcerias público-privadas neste sector e uma boa parte (40%) apoia uma indexação dos ordenados dos profissionais de saúde ao cumprimentos de objetivos.
NÚMEROS
73% consideram interessante a ideia de haver um Senado, sendo que 20% escolhem “todo o interesse”, 18% manifestam “muito interesse” e 35% assinalam apenas “algum interesse”
47% concordam com o aumento do investimento em defesa e a mesma percentagem de inquiridos defendem o regresso do serviço militar obrigatório
75% acreditam que há um nível “alto” ou mesmo “muito alto” de corrupção em Portugal e 67% respondem que não há suficiente separação entre política e justiça
35% confiam “pouco ou nada” na saúde pública em Portugal, apenas 26% confiam “totalmente ou muito”, enquanto 39% confiam “razoavelmente”. Por oposição, na saúde privada, 33% dos inquiridos confiam “totalmente ou muito” e 15% confiam “muito pouco ou nada”
https://expresso.pt/politica/2024-02-22 ... a-914fd8be
Sondagem da Sedes mostra desconfiança sobre sistema público de saúde. Documento vai ser enviado aos partidos
Eunice Lourenço
Editora de Política
Uma segunda câmara do Parlamento, regionalização, ordenados dos profissionais de saúde associados ao cumprimento de objetivos e toda a gente a pagar impostos — estes são alguns dos dados de uma sondagem promovida pela Sedes (Associação para o Desenvolvimento Económico) e feita pela Pitagórica, que também dá um grande apoio ao aumento de investimentos em Defesa, dando sinal de que a segurança e a guerra são preocupações relevantes para os portugueses, ainda que o tema esteja, para já, muito afastado dos discursos políticos.
“Vozes de Portugal: A Perspetiva do Cidadão sobre as Propostas da Sedes” resulta da recolha de informação feita entre 16 de janeiro e 12 de fevereiro, através de entrevista telefónica. O resultado, a que o Expresso teve acesso, vai ser ainda analisado pelos vários grupos temáticos da Sedes, que juntam personalidades do centro político, e enviados aos partidos para reflexão.
SISTEMA POLÍTICO
Senado e regionalização com muito apoio
É uma das propostas que a Sedes tem e recolhe um apoio surpreendente: 73% dos inquiridos revelam interesse na criação de um Senado, ou seja, uma segunda câmara no Parlamento. Também uma grande maioria — 60% — é favorável à regionalização, com 81% a acharem que “há mais poderes e decisões em Lisboa do que seria adequado”. Também uma grande maioria — 70% — considera que Portugal precisa de uma revisão constitucional.
Já quanto a outra proposta que a Sedes tem promovido — a mudança para um sistema eleitoral com círculos uninominais — existe, antes de mais, um grande desconhecimento, com 71% a dizerem que não sabem o que são círculos uninominais. Depois de uma explicação (um sistema em que os eleitores poderiam escolher diretamente deputados), 80% revelam interesse no sistema: 27% todo o interesse, 20% muito interesse e 33% algum interesse.
As perguntas sobre sistema político começam por testar o conhecimento dos inquiridos sobre os eleitos e 63% não sabem indicar qualquer nome de deputado eleito pelo seu distrito, enquanto 35% sabem pelo menos um nome. Quanto à satisfação com os deputados eleitos, 19% não conhecem o trabalho dos deputados, 22% estão insatisfeitos e 28% razoavelmente satisfeitos, 14% estão muitos satisfeitos e 12% totalmente insatisfeitos.
SEGURANÇA E DEFESA
Regresso do SMO
Quase metade dos inquiridos (47%) concorda com o aumento dos investimentos em defesa, mesmo que isso implique cortar noutras áreas da governação e só 27% discordam desse aumento. Pelo meio ficam 25% que não concordam nem discordam. A mesma maioria de 47% concorda com o regresso do serviço militar obrigatório (SMO), que terminou em 2004. Mas aqui cresce o número dos que discordam: são 37%.
Esta é uma discussão que a Sedes também tem promovido, defendendo que é preciso pensar num modelo em que os jovens tenham de prestar um “serviço de cidadania obrigatório” nas Forças Armadas, nas forças de segurança ou em qualquer instituição de interesse nacional, proposta que recolhe o apoio de 63% dos inquiridos, com maior concordância a Norte, entre os mais jovens e no eleitorado de centro-direita.
Ainda no campo da Defesa, só 11% defendem que Portugal não deve continuar a apoiar a Ucrânia.
ECONOMIA
Impostos para todos
Apesar de 61% dizerem que só é possível resolver os problemas do país com crescimento económico, há uma fatia considerável — 37% — que acha possível resolver os problemas sem crescimento económico. Uma óbvia maioria de 90% defende que o próximo governo se deve preocupar com o aumento dos salários em geral por oposição a preocupar-se apenas com o salário mínimo. E ainda mais — 91% — acha que os cidadãos fogem ao pagamento de impostos. O número desce ligeiramente para 87% quando a pergunta é sobre empresas. Quanto a uma proposta da Sedes no sentido de que todos paguem impostos (nem que seja de 1 euro) para distribuir melhor o esforço, 80% concordam e só 17% consideram injustos todos pagarem impostos. Atualmente, cerca de 42% dos contribuintes não pagam impostos por terem baixos rendimentos.
JUSTIÇA
Prioridade para a luta contra a corrupção
Uma maioria de 59% acha que o funcionamento da Justiça é um obstáculo ao desenvolvimento do país e 80% respondem que “há uma Justiça para ricos e outra para pobres”. Quando toca a escolher prioridades, as primeiras três são combate à corrupção, o reforço da rapidez dos tribunais e a redução de desigualdades no sistema judicial.
Só 4% acreditam que há uma “eficaz e clara” separação entre política e justiça e 69% acreditam que há interferência política no sistema judicial. Três quartos dos inquiridos consideram que o nível de corrupção em Portugal é alto ou mesmo muito alto e 62% dizem que tem vindo a aumentar.
SAÚDE
Divisão na confiança no SNS
São mais os inquiridos que confiam na saúde privada (33%) do que os que confiam na saúde pública (26%), que apresenta um nível de desconfiança de 35%, enquanto a desconfiança nos privados fica apenas pelos 15%. Os níveis de confiança no serviço nacional de saúde são menos entre os homens, os mais jovens e o eleitorado de direita.
Quase metade (49%) discorda do fim das parcerias público-privadas neste sector e uma boa parte (40%) apoia uma indexação dos ordenados dos profissionais de saúde ao cumprimentos de objetivos.
NÚMEROS
73% consideram interessante a ideia de haver um Senado, sendo que 20% escolhem “todo o interesse”, 18% manifestam “muito interesse” e 35% assinalam apenas “algum interesse”
47% concordam com o aumento do investimento em defesa e a mesma percentagem de inquiridos defendem o regresso do serviço militar obrigatório
75% acreditam que há um nível “alto” ou mesmo “muito alto” de corrupção em Portugal e 67% respondem que não há suficiente separação entre política e justiça
35% confiam “pouco ou nada” na saúde pública em Portugal, apenas 26% confiam “totalmente ou muito”, enquanto 39% confiam “razoavelmente”. Por oposição, na saúde privada, 33% dos inquiridos confiam “totalmente ou muito” e 15% confiam “muito pouco ou nada”
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Re: Noticias de Portugal
Por que um sistema bicameral, Portugal não é um país unitário?
Que eu saiba num sistema de duas casas uma representa o povo (a câmara dos deputados no caso do Brasil) e o senado representa os entes da federação.
Teria de ter uma mudança profunda na forma de Estado, com distribuição de autonomias internas antes.
Sds
Que eu saiba num sistema de duas casas uma representa o povo (a câmara dos deputados no caso do Brasil) e o senado representa os entes da federação.
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Re: Noticias de Portugal
Óia o gópiiiiii!!!!!!!
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Re: Noticias de Portugal
Completamente. Por cá apostou-se nos Municipios e no meu a Câmara Municipal até fez uma autoestrada, controla as escolas públicas, faz Centros de Saúde, etc. O que a Esquerda quer à décadas é fazer a "regionalização".EduClau escreveu: Sex Fev 23, 2024 10:23 am Por que um sistema bicameral, Portugal não é um país unitário?
https://pt.wikipedia.org/wiki/Regionaliza%C3%A7%C3%A3o
É assim no caso Brasileiro, mas não é assim obrigatoriamente.EduClau escreveu: Sex Fev 23, 2024 10:23 amQue eu saiba num sistema de duas casas uma representa o povo (a câmara dos deputados no caso do Brasil) e o senado representa os entes da federação.
Teria de ter uma mudança profunda na forma de Estado, com distribuição de autonomias internas antes.
Sds
Por exemplo nos EUA todos os Estados exceto um, têm Parlamento com duas câmaras.
Exemplo:
Capitólio do Estado do Texas - Câmara dos Representantes e do Senado.
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Re: Noticias de Portugal
Este país é só malucos
https://www.cmjornal.pt/portugal/detalh ... sDestaques
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Re: Noticias de Portugal
E depois vão votar PS75% acreditam que há um nível “alto” ou mesmo “muito alto” de corrupção em Portugal
Como se diz na minha terra " vão mas é mamar na quinta pata do cavalo"
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Re: Noticias de Portugal
Quando disse Estado não foi no sentido brasileiro ou americano, estados como os entes federados de uma União (caso de Brasil ou EUA), mas o Estado Português como estado único.cabeça de martelo escreveu: Sex Fev 23, 2024 11:48 amCompletamente. Por cá apostou-se nos Municipios e no meu a Câmara Municipal até fez uma autoestrada, controla as escolas públicas, faz Centros de Saúde, etc. O que a Esquerda quer à décadas é fazer a "regionalização".EduClau escreveu: Sex Fev 23, 2024 10:23 am Por que um sistema bicameral, Portugal não é um país unitário?
https://pt.wikipedia.org/wiki/Regionaliza%C3%A7%C3%A3o
É assim no caso Brasileiro, mas não é assim obrigatoriamente.EduClau escreveu: Sex Fev 23, 2024 10:23 amQue eu saiba num sistema de duas casas uma representa o povo (a câmara dos deputados no caso do Brasil) e o senado representa os entes da federação.
Teria de ter uma mudança profunda na forma de Estado, com distribuição de autonomias internas antes.
Sds
Por exemplo nos EUA todos os Estados exceto um, têm Parlamento com duas câmaras.
Exemplo:
Capitólio do Estado do Texas - Câmara dos Representantes e do Senado.
Esse é o conceito da bicameralidade no Brasil: é uma União de 26 estados/DF, que são representados como entidades no senado, são os 81 senadores, 3 por estado. O povo, por sua vez é representado na Câmara dos Deputados, aí a quantidade de representantes de cada estado varia de acordo com a população.
Aí que vejo a dificuldade, Portugal teria de alterar a Forma de Estado que é, uma mudança político-administrativa profunda, creio que só com uma nova Constituição.
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Re: Noticias de Portugal
Imigrantes em Beja: o panorama social "é grave, caótico e está descontrolado"
https://www.publico.pt/2024/02/24/socie ... do-2081416
Parabéns PS! Parabéns António Costa! Parabéns Ana Catarina Mendes! Quem poderia imaginar que ia correr mal?
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Re: Noticias de Portugal
Ou alterando a atual, mas sim tens toda a razão.EduClau escreveu: Sex Fev 23, 2024 5:04 pmQuando disse Estado não foi no sentido brasileiro ou americano, estados como os entes federados de uma União (caso de Brasil ou EUA), mas o Estado Português como estado único.cabeça de martelo escreveu: Sex Fev 23, 2024 11:48 am
Completamente. Por cá apostou-se nos Municipios e no meu a Câmara Municipal até fez uma autoestrada, controla as escolas públicas, faz Centros de Saúde, etc. O que a Esquerda quer à décadas é fazer a "regionalização".
https://pt.wikipedia.org/wiki/Regionaliza%C3%A7%C3%A3o
É assim no caso Brasileiro, mas não é assim obrigatoriamente.
Por exemplo nos EUA todos os Estados exceto um, têm Parlamento com duas câmaras.
Exemplo:
Capitólio do Estado do Texas - Câmara dos Representantes e do Senado.
Esse é o conceito da bicameralidade no Brasil: é uma União de 26 estados/DF, que são representados como entidades no senado, são os 81 senadores, 3 por estado. O povo, por sua vez é representado na Câmara dos Deputados, aí a quantidade de representantes de cada estado varia de acordo com a população.
Aí que vejo a dificuldade, Portugal teria de alterar a Forma de Estado que é, uma mudança político-administrativa profunda, creio que só com uma nova Constituição.
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Re: Noticias de Portugal
Olha o chalupa já tem mais um fã. Este indivíduo devia ser estudado, era professor em Timor, foi entrevistado por um jornal e a partir daí diz ter sido jornalista nesse mesmo jornal.
Na pandemia começou a fazer vídeos e podcasts com outros chalupas. Agora ganha a vida passando-se por "jornalista".
O tipo queixa-se da falta de controlo na entrada de turistas e emigrantes em Portugal, chega ao Brasil é apertado pela PF porque dizia que vinha a trabalho, quando o visto era somente de turismo... e depois queixa-se!
Se o ridículo mata-se!...
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Re: Noticias de Portugal
E na edição de hoje do DN:Ministra e almirante são fonte de “insegurança e desestabilização”, criticam associações militares
Os militares podem manifestar-se e a ministra da Defesa desconhece a lei, apontam, em dois comunicados, a Associação Nacional de Sargentos e a Associação de Praças. Os militares solidarizam-se com os polícias, mas mantêm de pé a possibilidade de irem protestar para a rua
26 FEVEREIRO 2024 - 12:40
Vítor Matos
As associações militares contestam as reações da ministra da Defesa, Helena Carreiras, e do chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), almirante Gouveia e Melo, que consideram “infelizes” e instigadoras de “insegurança e instabilidade”, repetindo não só que mantêm em cima da mesa a possibilidade de se manifestarem na rua, se as polícias forem aumentadas e os militares não. As associações alegam que estão a atuar dentro da legalidade. contrariando assim as declarações quer da governante quer do CEMA.
Sublinhando que “os militares estiveram, estão e estarão solidários na luta dos profissionais das Forças e Serviços de Segurança” e que “ a luta é comum”, a Associação Nacional de Sargentos (ANS) diz, em comunicado, que “os militares não aceitam é que um fosso salarial, que já existe, aumente ainda mais por força de se dar atenção a uma classe profissional”. Embora não considere equivalente o subsídio de risco das polícias aos suplementos dos militares, a Associação de Praças (AP) também se solidariza com as forças de segurança e reitera a necessidade - em comunicado enviado no mesmo dia dos sargentos - de “um aumento significativo” dos suplementos dos militares, por estarem “totalmente desfasados da realidade” e defende “um real aumento dos salários”.
Artigo Exclusivo para subscritores
https://expresso.pt/politica/defesa/202 ... s-691a9681
https://www.dn.pt/2644530470/a-primeira ... rca-feira/
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