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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

Enviado: Qua Set 30, 2009 5:04 pm
por Clermont
HONDURAS - A ÚNICA SAÍDA PARA O BRASIL.

O Estado de São Paulo/Blog do Noblat - 30.09.09.

Desde que o presidente deposto Manuel Zelaya entrou no recinto ocupado pela embaixada brasileira durante seu governo, como hóspede e não como asilado político, ninguém consegue impedir que ele faça das antigas instalações diplomáticas uma "plataforma política da insurreição".

Ao receber Zelaya, naquelas condições, o governo brasileiro, que não mantém relações com o atual governo, já cometeu um grave erro diplomático, pois não se tratava de um político proscrito que buscava refúgio para escapar da perseguição de seus adversários, mas de um presidente deposto e expatriado que voltava a seu país clandestinamente.

Só com isso, passou a militar ativamente a favor de uma das duas facções em que se divide Honduras - aquela protegida pelas imunidades mantidas pelo atual governo à embaixada que deixara de ter esse status desde que o embaixador brasileiro dali se retirou.

Esse erro foi agravado desde o momento em que ficou comprovado que o controle interno do antigo recinto da embaixada havia escapado dos funcionários brasileiros encarregados de zelar pela antiga sede da missão diplomática e era exercido plenamente por Zelaya e seus seguidores.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chanceler Celso Amorim, mais de uma vez, pediram a Zelaya que se abstivesse de fazer a propaganda da insurreição enquanto estivesse no recinto da antiga embaixada. Não foram atendidos. No sábado, obedecendo a instruções estritas, o diplomata Lineu Pupo de Paula voltou a transmitir a Zelaya o pedido do governo brasileiro para não fazer da antiga embaixada uma central de agitação política. Mais uma vez não houve resposta.

Manuel Zelaya é o hóspede inconveniente que se comporta como dono da casa. Ali ele dispõe de tamanha liberdade de ação que lhe permite fomentar uma insurreição política de dentro dela, já que o governo que o depôs ainda respeita o recinto como sede de uma missão diplomática.

Mas é cada vez maior o risco de esse respeito ser substituído por ações violentas, uma vez que o governo de facto de Honduras, obviamente, não assiste a tudo isso de braços cruzados. No domingo, decretou estado de sítio por 45 dias, estabelecendo restrições, principalmente, aos direitos de ir e vir e de livre manifestação. E ordenou às forças de segurança que reprimam com energia qualquer manifestação popular não autorizada.

"Nenhum país pode tolerar que uma embaixada estrangeira seja utilizada como base de comando para gerar violência e romper a tranquilidade, como o senhor Zelaya está fazendo desde sua chegada ao território nacional", afirmou nota oficial do governo de facto.

Em vista disso, foi dado ao governo brasileiro um ultimato para que defina dentro de dez dias o status do presidente deposto. Se de asilado, receberá salvo-conduto para ser transportado para o Brasil. Se de abrigado, o governo de facto retirará os privilégios diplomáticos da embaixada brasileira, que passará a ser considerada um simples escritório privado.

O presidente Lula, que estava na Venezuela, repeliu o ultimato. Apresentando-se como o paladino de um país da América Central que nunca fez parte das prioridades da política externa brasileira, o presidente fez exatamente aquilo que o ex-chanceler do México Jorge Castañeda recomendava em entrevista no Estado de domingo que o governo brasileiro não fizesse: um país que tem aspirações a ser um líder mundial "não pode aparentar cumplicidade com radicais". O conselho chegou tarde.

O presidente Lula não apenas caiu na armadilha armada por Hugo Chávez em Honduras, como foi procurar apoio para sua luta pela democracia na América Central, numa reunião de cúpula de países sul-americanos e africanos realizada na Venezuela na qual pontificavam lutadores da democracia do estofo de Robert Mugabe, presidente há 30 anos do Zimbábue, e de Muamar Kadafi, ditador há 40 anos da Líbia. Obteve-o por unanimidade.

Em compensação, mereceu crítica do representante dos Estados Unidos no Conselho Permanente da OEA, pelo apoio de seu governo ao comportamento "irresponsável e tolo" do presidente deposto Manuel Zelaya.

A única saída digna para o governo brasileiro da armadilha em que se meteu parece ser a concessão de asilo a Zelaya em território nacional.

O problema é convencê-lo aceitar essa solução.

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

Enviado: Qua Set 30, 2009 5:39 pm
por amauryft
Concordo com esse artigo.
Como fala o título do meu outro poster.
Zelaya e, de certa forma, Chavez sequestraram o Brasil.

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

Enviado: Qua Set 30, 2009 5:57 pm
por Túlio
Primeiramente, my congratz paraos posts do amauryft, muito que buenos: começaste com o pé direito!

Segundamente, que me desculpem os colegas da banda vermelha mas quase morri de rir com o 11º Mandamento do PT, que não foi banido. Ao menos não deste Fórum.

Terceiramente, aviso ao colega VMonteiro que a repetição de uma desqualificação a um colega no tom em que foi feito implicará em sanção imediata. Não haverá novo aviso.

Por fim, Clermont...o que dizer? Irrepreensível e irretorquível o post, só para variar: realmente temos de tirar esse sujeito de lá e definir seu status, ou é refugiado/asilado ou caia fora... :wink:

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

Enviado: Qua Set 30, 2009 6:48 pm
por Carlos Eduardo
Será que o governo brasileiro irá mudar o comportamento em relação à Venezuela depois dessa tramóia? Que vergonha pra nós brasileiros ver um presidente como Hugo Chavez jogando bucha de canhão pro Brasil. Esse nosso governo.... ainda bem que estão dando embalo na Defesa aqui.

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

Enviado: Qua Set 30, 2009 9:52 pm
por nveras
Tom! Toma! Toma!
Prmeiro a Bolívia.
Segundo a FARC
Terceiro Honduras.
O Lul já levou três do Chapolin. :mrgreen:

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

Enviado: Qua Set 30, 2009 10:34 pm
por jumentodonordeste
Clermont escreveu: Ao receber Zelaya, naquelas condições, o governo brasileiro, que não mantém relações com o atual governo, já cometeu um grave erro diplomático, pois não se tratava de um político proscrito que buscava refúgio para escapar da perseguição de seus adversários, mas de um presidente deposto e expatriado que voltava a seu país clandestinamente.
Brasil acolheu o presidente de Honduras em suas instalações, até onde sabemos não ajudou Zelaya a entrar no país. Existe uma diferença, a armadilha foi de Cháves. Nenhum país que respeite a democracia poderia ter entregado Zelaya ao governo interino.

Clermont escreveu: Só com isso, passou a militar ativamente a favor de uma das duas facções em que se divide Honduras - aquela protegida pelas imunidades mantidas pelo atual governo à embaixada que deixara de ter esse status desde que o embaixador brasileiro dali se retirou.
A embaixada não perde o seu status nem em caso de guerra. Não é porque o embaixador não está lá que o espaço não é mais soberano.
Clermont escreveu:Esse erro foi agravado desde o momento em que ficou comprovado que o controle interno do antigo recinto da embaixada havia escapado dos funcionários brasileiros encarregados de zelar pela antiga sede da missão diplomática e era exercido plenamente por Zelaya e seus seguidores.
Isso é verdade, é inadmissível que, em território inviolável nacional, tenhamos tantos homens. Isso envergonha a situação para Zelaya e Brasil também não deveria admitir essa palhaçada toda.
Clermont escreveu:O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chanceler Celso Amorim, mais de uma vez, pediram a Zelaya que se abstivesse de fazer a propaganda da insurreição enquanto estivesse no recinto da antiga embaixada. Não foram atendidos. No sábado, obedecendo a instruções estritas, o diplomata Lineu Pupo de Paula voltou a transmitir a Zelaya o pedido do governo brasileiro para não fazer da antiga embaixada uma central de agitação política. Mais uma vez não houve resposta.


Manuel Zelaya é o hóspede inconveniente que se comporta como dono da casa. Ali ele dispõe de tamanha liberdade de ação que lhe permite fomentar uma insurreição política de dentro dela, já que o governo que o depôs ainda respeita o recinto como sede de uma missão diplomática.
Isso é ridículo mesmo, não se pode utilizar a plataforma como palanque. A nossa posição deve ser clara, apoiamos e defendemos o presidente democraticamente eleito, achamos que deve voltar ao poder, mas nós não apoiamos nenhuma baderna política na nossa embaixada, e não apoiamos os pedidos de insurreição dele... Isso pode gerar sangue.
Clermont escreveu:Mas é cada vez maior o risco de esse respeito ser substituído por ações violentas, uma vez que o governo de facto de Honduras, obviamente, não assiste a tudo isso de braços cruzados. No domingo, decretou estado de sítio por 45 dias, estabelecendo restrições, principalmente, aos direitos de ir e vir e de livre manifestação. E ordenou às forças de segurança que reprimam com energia qualquer manifestação popular não autorizada.

"Nenhum país pode tolerar que uma embaixada estrangeira seja utilizada como base de comando para gerar violência e romper a tranquilidade, como o senhor Zelaya está fazendo desde sua chegada ao território nacional", afirmou nota oficial do governo de facto.

Em vista disso, foi dado ao governo brasileiro um ultimato para que defina dentro de dez dias o status do presidente deposto. Se de asilado, receberá salvo-conduto para ser transportado para o Brasil. Se de abrigado, o governo de facto retirará os privilégios diplomáticos da embaixada brasileira, que passará a ser considerada um simples escritório privado.
Como já disse, devemos condenar as incitações de Zelaya.
O ultimato dos golpistas não é nada, não é valido e não será reconhecido. Nada acontecerá ao final do período.
Clermont escreveu:O presidente Lula, que estava na Venezuela, repeliu o ultimato. Apresentando-se como o paladino de um país da América Central que nunca fez parte das prioridades da política externa brasileira, o presidente fez exatamente aquilo que o ex-chanceler do México Jorge Castañeda recomendava em entrevista no Estado de domingo que o governo brasileiro não fizesse: um país que tem aspirações a ser um líder mundial "não pode aparentar cumplicidade com radicais". O conselho chegou tarde.
Clermont escreveu:[/size]O presidente Lula não apenas caiu na armadilha armada por Hugo Chávez em Honduras, como foi procurar apoio para sua luta pela democracia na América Central, numa reunião de cúpula de países sul-americanos e africanos realizada na Venezuela na qual pontificavam lutadores da democracia do estofo de Robert Mugabe, presidente há 30 anos do Zimbábue, e de Muamar Kadafi, ditador há 40 anos da Líbia. Obteve-o por unanimidade.


FATO!...
Eles estão na defesa da democracia ou do socialismo?
O velho mal dos democratas latinos.
Defendem a democracia quando o golpe é de direita.
Defendem a não ingerência quando ele é de esquerda.

São ferrenhos defensores da democracia e se sentam ao lado dos mais violentos ditadores da África.

É a velha hipocrisia doente, se o golpe é de direita, É GOLPE DE ESTADO.
Se for de esquerda, É REVOLUÇÃO.

[/quote]

nveras escreveu:Tom! Toma! Toma!
Prmeiro a Bolívia.
Segundo a FARC
Terceiro Honduras.
O Lul já levou três do Chapolin. :mrgreen:



Quando ele quiser bater também...só vai dar uma...FATAL.

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

Enviado: Qui Out 01, 2009 1:07 am
por Dieneces
vmonteiro escreveu:
Dieneces escreveu:Não é suposto . É David Romero , diretor da Rádio Globo de Honduras , esta que foi fechada por apoiar a tentativa de golpe de estado que o senhor Manuel Rosales quer perpetrar em Honduras, utilizando a embaixada brasileira como púlpito , incitando seus apoiadores a um levante contra as autoridades constituídas no país .Não é de estranhar essas suas declarações , o anti-semitismo é uma das bandeiras do eixo Venezuela-Irã , seus satélites e apoiadores. Mas ao menos ele (O diretor da rádio) não nega o Holocausto como faz o Ahmadinejad .Pelo contrário , diz até que por vezes se põe a refletir consigo próprio se Adolf Hitler não teria mesmo razão em liquidar com essa raça-os judeus. :shock:
Tantas mentiras e distorções, associações tendenciosas e ridiculas.
Devias rever suas frases prontas geradas a moda PT, mas não o culpo es mais um automato leitor de Veja.
u
Ué , Monteiro? Que que eu disse que não é público e notório ? E faz meses que eu não leio a veja...a última vez que li era um artigo sobre dietas e sobre saúde do coração... :wink: E minhas frases não são prontas não,,,eu as monto instantaneamente com os subsídios que vocês da sinistra clássica me fornecem aos borbotões :)

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

Enviado: Qui Out 01, 2009 1:11 am
por Enlil
Dieneces escreveu:
vmonteiro escreveu:Quero saber o seguinte, quando vamos marcar UMA PARTIDA DE PAINTBALL para revolver essa parada.

Se aceitar deixo a cargo de meu amigo Túlio determinar as equipes.
Fechado . Vou levar as minhas boleadeiras e o meu rabo-de-tatu... :wink:
Q maldade Dieneces :mrgreen:... Meu avô paterno é natural de São Gabriel e sempre teve esses dois "instrumentos de convencimento" pendurados na parede do galpão de ferramentas :mrgreen:...

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

Enviado: Qui Out 01, 2009 1:31 am
por Izaias Maia
Para 'Time', Brasil é 'primeiro contrapeso real aos EUA no Ocidente'

Para revista, vizinhos, como Chávez, querem voz do Brasil em crises
Uma reportagem publicada nesta quarta-feira na edição online da revista americana Time diz que, ao mediar a crise hondurenha, o Brasil se tornou "o primeiro contrapeso real" à influência americana "no hemisfério ocidental".

Considerando que o Brasil foi "trazido" para o coração do imbróglio pelos vizinhos, mais especificamente pela Venezuela do presidente Hugo Chávez, a revista diz que "Brasília se vê no tipo de centro das atenções diplomático do qual no passado procurou se afastar".

Entretanto, diz a Time, o país "não deveria se surpreender" com o fato de ser chamado a assumir tal responsabilidade.

Para a publicação americana, "nos últimos anos, a potência sul-americana tem sido reconhecida como o primeiro contrapeso real aos EUA no hemisfério ocidental – e isto significa, pelo menos para outros países nas Américas, assumir um papel maior e mais pró-ativo em ajudar a resolver distúrbios políticos do Novo Mundo, como Honduras".

"Lula e Obama são colegas e almas gêmeas de centro-esquerda, mas quando Obama disse, no mês passado, que aqueles que questionam sua resolução em Honduras são hipócritas, porque são 'os mesmos que dizem que nós estamos sempre intervindo na América Latina'", recorda a reportagem, "ele estava incluindo o Brasil, que expressou sua preocupação em relação aos esforços dos Estados Unidos".

Diplomacia ativa

Citando a participação brasileira em crises regionais, como os conflitos diplomáticos envolvendo Colômbia e Venezuela, e a liderança das tropas do país no Haiti, a revista nota que a diplomacia brasileira é "dificilmente ociosa" na América Latina. "E Lula, um dos mais populares chefes de Estado do mundo, se tornou talvez o mais efetivo intermediário entre Washington e a ressurgente esquerda antiamericana latino-americana".

A reportagem discute a preferência da diplomacia brasileira por atuar nos bastidores, e sua autodefinição como sendo "decididamente não-intervencionista".

"Ao mesmo tempo, Lula está em uma cruzada para tornar o Brasil, que tem a quinta maior população mundial e a nona economia do mundo, um ator internacional sério", diz o texto.

"É difícil manter uma tradição não-intervencionista pristina com ambições como estas – e, cada vez, o hemisfério está dizendo ao Brasil que é um tanto ingênuo insistir que é possível fazer as duas coisas."

Para a Times, "goste ou não, agora o Brasil está enfiado até o pescoço em Honduras, e o hemisfério está esperançoso de que isto signifique melhores prospectos para um acordo negociado entre Zelaya e os líderes golpistas".

"Porque acreditam que o golpe hondurenho envia um recado perigoso para as nascentes democracias da região, muitos analistas acham que ter o peso do Brasil jogado mais diretamente na situação pode ajudar as negociações."

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... s_pu.shtml

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

Enviado: Qui Out 01, 2009 1:35 am
por Enlil
O Cupincha já postou essa notícia Izaias. E parece q ele sofreu um crise de identidade :mrgreen:...

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

Enviado: Qui Out 01, 2009 4:29 am
por Izaias Maia
Ah foi? Desculpe-me! Onde?

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

Enviado: Qui Out 01, 2009 6:19 am
por P44
Balaio do Kotscho - Balaio do Kotscho
29/09/2009 - 10:52
Crise em Honduras e campanha antecipada: festival de hipocrisia


Venho notando nos últimos dias que um festival de hipocrisia está assolando o Brasil. Já tivemos o Febeapa (Festival de Besteiras que Assola o País), imortal criação do Stanislaw Ponte Preta, e agora é só trocar besteiras por hipocrisia que dá na mesma.
Até agora não fiz nenhum comentário sobre a grave crise que se prolonga em Honduras e envolve seriamente o Brasil porque é tão grande a confusão por lá que não dá para sair por aí alegremente dizendo quem é bandido e quem é mocinho nesta história.
Se você não tem o que dizer e não consegue nem entender o que está acontecendo, vai explicar o quê? Melhor é ficar calado.
Mas, diante do que li hoje no noticiário, com todo mundo metendo o bedelho, me deu vontade de entrar no assunto só para destacar a quantidade de besteiras e de hipocrisia que se está produzindo em torno da crise naquele pequeno e desconhecido país.
Que esse Manuel Zelaya é um tremendo maluco que não merece a menor confiança de ninguém, estamos todos de acordo. Ocorre que ele foi eleito pelo povo de Honduras e derrubado de pijama pelos militares porque queria fazer uma consulta popular para poder se candidatar à reeleição.
Qual é o crime? Por que no mundo inteiro a reeleição é considerada democrática, mas só não pode existir em Honduras, na Venezuela e nos seus aliados bolivarianos? Por que Fernando Henrique Cardoso não foi chamado de golpista ao mudar a Constituição para disputar mais um mandato, utilizando métodos, digamos, pouco ortodoxos?
O Brasil, os Estados Unidos, a ONU, a OEA, todos condenaram o golpe em Honduras que derrubou Zelaya. Golpe é golpe, não tem outro nome, e o presidente eleito tinha todo o direito de lutar para voltar ao seu cargo.
Na ausência de outras crises internas, agora o governo brasileiro é criticado por abrigar o dito cujo em sua embaixada em Tegucigalpa. Queriam o que? Que o embaixador fechasse o portão e chamasse a polícia dos golpistas?
Entramos numa tremenda roubada porque esse tal de Zelaya, uma caricatura do Ratinho, não está respeitando a casa de quem lhe deu abrigo e quer botar fogo no circo escondido atrás dos muros da embaixada.
O problema é que o Brasil continua lutando por uma saída diplomática e pacífica, mas está cada vez mais pendurado na brocha no momento em que os organismos internacionais nada fazem para resolver o conflito.
Hipocrisia é chamar de ditador o celerado presidente venezuelano Hugo Chaves, também eleito e reeleito, quando fecha arbitrariamente emissoras de rádio e televisão de oposição, e achar bonito quando o “presidente de facto”, Roberto Micheletti, faz a mesma coisa em Honduras.
Assim como é hipocrisia ficar a toda hora denunciando o presidente Lula de antecipar a campanha eleitoral e fazer exatamente a mesma coisa. O que é feio para uns, fica bonito nos outros, é natural. Ou as viagens que os outros candidatos presidenciais fazem pelo país, assim como Dilma, são apenas de turismo, para conhecer melhor o Brasil?
Serra, Aécio, Ciro, Marina, todos eles estão toda semana viajando, procurando cavar seu espaço para cativar o eleitorado com vistas a 2010. É direito deles, qual o crime? Pois nesta segunda-feira, no Rio, onde está em plena campanha, minha amiga Marina Silva achou bonito criticar a “antecipação do debate político sobre a eleição do próximo ano”.
No domingo passado, cercada pelos óculos escuros de Gabeira e Sirkis, Marina foi fazer o que caminhando com faixas e bandeiras pelas praias cariocas? Tomar sorvete, catar conchinhas, ou não estaria dando início à sua campanha presidencial também?
Diz a notícia da Folha: “Marina aprovou a avaliação do presidente do PV no Estado do Rio, vereador Alfredo Sirkis, que culpou o presidente Lula pela discussão eleitoral antecipada”. Que maravilha! O valente ex-guerrilheiro e ex-secretário de Cesar Maia agora é o guru de Marina.
Por que nós temos este costume de não chamar as coisas pelos nomes certos e só achar errado o que fazem os que não pensam como nós?
Por acaso foi também por culpa de Lula que o governador José Serra resolveu aumentar em 43% a verba de publicidade do seu governo este ano?
Seria apenas para dar mais trabalho às agências de publicidade e ocupar os espaços ociosos dos intervalos comerciais porque o povo não é capaz de enxergar a grande obra que ele vem fazendo em São Paulo?
Cada um pode enxergar a paisagem como quiser, já escrevi aqui outro dia, mas um pouco de semancol nas declarações não faria mal a ninguém. Estão exagerando na hipocrisia.

Autor: Ricardo Kotscho

pois é, engraçado que não li um único comentário dos "grandes defensores da democracia" , criticando o fecho de rádios e TVs pelo GRANDE DEMOCRATA michelin... :roll: se calhar passou-lhes ao lado...

Ah, se a hipócrisia pagasse imposto

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

Enviado: Qui Out 01, 2009 7:58 am
por Clermont
Balaio do Kotscho - Balaio do Kotscho

(...)

Hipocrisia é chamar de ditador o celerado presidente venezuelano Hugo Chaves, também eleito e reeleito, quando fecha arbitrariamente emissoras de rádio e televisão de oposição, e achar bonito quando o “presidente de facto”, Roberto Micheletti, faz a mesma coisa em Honduras.
Isso é uma grande mentira deste cidadão Kotscho. Eu não lembro de ter ouvido ou lido ninguém defender esta medida tomada pelos que detém o poder em Honduras.

E se volta contra o próprio elemento, pois, poderíamos perguntar-lhe, "então, o senhor concorda que Hugo Chaves é um ditador e celerado, porque também fecha, arbitrariamente, emissoras de rádio e televisão, da mesma forma que o faz, Micheletti?"
Por que Fernando Henrique Cardoso não foi chamado de golpista ao mudar a Constituição para disputar mais um mandato, utilizando métodos, digamos, pouco ortodoxos?
Sobre FHC, não há o que comentar: pra mim, de um ponto de vista moral, o que ele fez foi pior do que Chavez, Uribe, Morales e outros fizeram ou tentaram fazer.

Mas, podemos perguntar: se a Constituição de 1988, tivesse uma cláusula proibindo, expressamente, qualquer tentativa de se crirar o instituto da reeleição no Brasil (por decisão do Congresso ou por plebiscito popular) e, mesmo assim, FHC tentasse levar isto à frente, qual teria sido a reação deste cidadão Kostscho, do seu líder Inácio da Silva e do PT? Teriam aceitado, ou teriam exigido o imediato "impeachment" de Fernando Henrique Cardoso?

E, caso FHC tivesse sido derrubado, e fugido, digamos, para os Estados Unidos? E se os Estados Unidos dissessem que o novo governo de facto no Brasil (seja lá quem fosse) era ilegítimo, e golpista, como reagiria o PT e seus aliados esquerdistas?

E mais, caso FHC, fosse contrabandeado, como se fosse um pacote de cigarros paraguaios, para dentro da embaixada americana em Brasília, e proclamasse uma revolta civil contra o poder de facto no Brasil, pergunto, de novo, o que diria o PT?

E mais - de novo - e se os americanos decretassem o bloqueio aéreo e naval do Brasil, até que FHC fosse reinstaurado no poder? O que Kotscho, Inácio da Silva e o PT diriam ao povo brasileiro para fazer?

Pra mim, a moral é:

"Pimenta no c. dos outros é refresco". (sem segundas intenções com o nome do nosso chefe aqui do fórum...)

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

Enviado: Qui Out 01, 2009 8:15 am
por Clermont
Clermont escreveu:
Por que Fernando Henrique Cardoso não foi chamado de golpista ao mudar a Constituição para disputar mais um mandato, utilizando métodos, digamos, pouco ortodoxos?
Sobre FHC, não há o que comentar: pra mim, de um ponto de vista moral, o que ele fez foi pior do que Chavez, Uribe, Morales e outros fizeram ou tentaram fazer.
Um adendo:

Tem sim, uma coisinha, bem pequenininha, pra comentar:

A resposta para Kotscho é que, FHC não foi chamado de "golpista", porque a lei brasileira não proibia a medida que foi votada pelo Congresso Nacional do Brasil. Podemos chamá-lo de safado, traiçoeiro, ganancioso e outras coisas, mas não de "golpista".

E, note-se, o que se passou em Honduras, foi justamente o contrário.

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

Enviado: Qui Out 01, 2009 11:24 am
por Paisano
Micheletti diz que "esquerdismo" de Zelaya influenciou deposição

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mund ... 1402.shtml
O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, afirmou nesta quarta-feira que o fato de Manuel Zelaya, um rico proprietário de terras, ter se tornado "esquerdista" depois de chegar ao governo foi um dos motivos para que fosse deposto, quando tentava mudar a Constituição de uma forma considerada ilegal pela Suprema Corte.

"Tiramos Zelaya por seu esquerdismo e corrupção. Ele foi presidente, liberal, como eu. Mas se tornou amigo de Daniel Ortega, [Hugo] Chávez, [Rafael] Correa, Evo Morales", declarou Micheletti, referindo-se aos presidentes de Nicarágua, Venezuela, Equador e Bolívia, respectivamente.

Em entrevista ao jornal argentino "Clarín", Micheletti, ex-presidente do Congresso elevado à Presidência há três meses após a deposição de Zelaya, disse que a posição do presidente deposto "preocupou" as autoridades do país, porque ele "se tornou esquerdista" e convidou "comunistas" para compor seu governo.

Indagado sobre a necessidade de promover reformas e mudanças sociais em um país pobre como Honduras --o que é reivindicado por Zelaya-- Micheletti comentou que "pode haver reformas, inclusive constitucionais", mas desde que não afetem três pontos: "território, forma de governo e reeleição".

Ele reconheceu, entretanto, que a forma como foi feita a deposição talvez não tenha sido a melhor maneira de punir os crimes atribuídos a Zelaya.

"Nosso único erro foi tirá-lo [do poder] como tiramos. De resto, atuamos conforme a lei. Ele violava a Constituição ao buscar uma Constituinte para uma reeleição. Se o tivéssemos prendido e deixássemos aqui, teríamos mortos", argumentou Micheletti, que desde esta segunda-feira passou a adotar um tom mais conciliador, depois de ter endurecido medidas de segurança e fechado duas emissoras oposicionistas que transmitiam pronunciamentos de Zelaya, abrigado desde a semana passada na Embaixada do Brasil em tegucigalpa, após voltar clandestinamente ao país.

Micheletti, que começou a ver fissuras no apoio da elite hondurenha ao seu governo, também acusa Zelaya de corrupção. "[Ele] roubou 700 milhões de lempiras (US$ 36 milhões) para sua reforma constitucional. Gastou milhões para passear de helicóptero e com assessores", declarou.

Eleito em 2005 pelo Partido Liberal, o mesmo de Micheletti, Zelaya, de 57 anos, passou a desagradar antigos aliados ao tomar iniciativas como o aumento do salário mínimo em meio à crise econômica e a crescente proximidade com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de quem recebia petróleo subsidiado.

Em 2007, obrigou meios de comunicação do país a transmitirem duas horas de propaganda oficial, e no ano seguinte levou Honduras a aderir à Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba), bloco capitaneado por Chávez, rompendo uma tradição de alinhamento do país com os Estados Unidos.

Histórico

Zelaya voltou a Honduras no último dia 21, quase três meses depois de ser expulso. Nas primeiras horas do dia 28 de junho, dia em que pretendia realizar uma consulta popular sobre mudanças constitucionais que havia sido considerada ilegal pela Justiça, ele foi detido por militares, com apoio da Suprema Corte e do Congresso, sob a alegação de que visava a infringir a Constituição ao tentar passar por cima da cláusula pétrea que impede reeleições no país.

O presidente deposto, cujo mandato termina no início do próximo ano, nega que pretendesse continuar no poder e se apoia na rejeição internacional ao que é amplamente considerado um golpe de Estado --e no auxílio financeiro, político e logístico do presidente venezuelano -- para desafiar a autoridade do presidente interino e retomar o poder.

Isolado internacionalmente, o presidente interino resistiu à pressão externa para que Zelaya fosse restituído e governou um país aparentemente dividido em relação à destituição, mas com uma elite política e militar --além da cúpula da Igreja Católica-- unida até esta semana em torno da interpretação de que houve uma sucessão legítima de poder e de que a Presidência será passada de Micheletti apenas ao presidente eleito em novembro. As eleições estavam marcadas antes da deposição, e nem o presidente interino nem o deposto são candidatos.

Mas o retorno de Zelaya aumentou a pressão internacional sobre o governo interino, alimentou uma onda de protestos e fez da crise hondurenha um dos temas da Assembleia Geral da ONU, reunida em Nova York neste mês. A ONU suspendeu um acordo de cooperação com o tribunal eleitoral hondurenho e a OEA planeja a viagem de uma delegação diplomática a Honduras para tentar negociar uma saída para o impasse.

Além disso, a coesão da elite hondurenha começou a apresentar sinais de desgaste desde a semana passada, e os protestos em favor do governo interino, comuns no início da crise, passaram a ser superados de longe, em número e volume, pelas manifestações pró-Zelaya, que desafiaram os toques de recolher e o estado de exceção.

Pelo menos três pessoas morreram em manifestações de simpatizantes de Zelaya reprimidas pelas forças de segurança, mas o grupo pró-Zelaya diz que até dez pessoas podem ter morrido.