É isso aí. concordo 1000%. A Odebrestch, tem uma força política incomensurável. Ela "faz a montanha vir até ela". Um poderoso e eficiente lobby.Bourne escreveu:Ai sim a coisa vai. A Odebrecht é um predadora e não a preza. Faltam as outras gigantes brasileiras entrarem no setor.
Missilhouse do Brasil
Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação
-
- Sênior
- Mensagens: 13539
- Registrado em: Sáb Jun 18, 2005 10:26 pm
- Agradeceu: 56 vezes
- Agradeceram: 201 vezes
Re: Mssilhouse do Brasil
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
- jumentodonordeste
- Sênior
- Mensagens: 3228
- Registrado em: Sex Mai 01, 2009 9:01 pm
- Localização: SP
- Agradeceu: 46 vezes
- Agradeceram: 218 vezes
- Boss
- Sênior
- Mensagens: 4136
- Registrado em: Ter Ago 10, 2010 11:26 pm
- Agradeceu: 103 vezes
- Agradeceram: 356 vezes
Re: Mssilhouse do Brasil
Não vejo muitas opções de grandes empresas nacionais investirem na defesa. Creio que teríamos que buscar estas opções nos conglomerados industriais, onde acho que de interessante temos somente a Votorantim, e talvez a EBX do Eike ( seria interessante ter ele no ramo), e em menor nível a Camargo Corrêa e a Itaúsa.
O restante das empresas grandes são de setores completamentes tortos em relação à defesa. Petrobras, Vale, AmBev, Bradesco, Banco do Brasil, JBS, etc...
O restante das empresas grandes são de setores completamentes tortos em relação à defesa. Petrobras, Vale, AmBev, Bradesco, Banco do Brasil, JBS, etc...
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
- Penguin
- Sênior
- Mensagens: 18983
- Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
- Agradeceu: 5 vezes
- Agradeceram: 374 vezes
Re: Mssilhouse do Brasil
A entrada dos grandes grupos empresariais neste setor me parece acertada.Odebrecht costura parceria ou a aquisição da Mectron
Fabricante de mísseis é uma das mais importantes do setor do país
Virgínia Silveira | Para o Valor, de São José dos Campos
O grupo Odebrecht está prestes a concluir um acordo de parceria estratégica com a Mectron
Engenharia, uma das mais importantes empresas do setor de defesa brasileiro, fabricante de mísseis e
produtos de alta tecnologia para o mercado aeroespacial. A Embraer, segundo fontes que acompanham
o processo, também chegou a conversar com a Mectron, com vistas a uma possível parceria, mas a
negociação não evoluiu. Procurada, a Embraer não comentou o assunto.
A Odebrecht confirmou que está avaliando a formação de uma parceria estratégica com a
Mectron, mas não forneceu detalhes. Em nota, a empresa informou que acredita no bom andamento da
negociação e, caso chegue a um acordo, informará os detalhes da operação oportunamente.
No começo da noite, a Mectron também enviou um comunicado, mas se limitou a dizer que
mantém negociações visando estabelecer uma parceria com algumas empresas estratégicas do setor.
"As negociações estão sendo realizadas em caráter privado, ainda sem definição e estarão sujeitas às
aprovações necessárias", informou.
O acordo representa mais uma iniciativa do grupo Odebrecht dentro do objetivo anunciado
anteriormente de ampliar sua atuação no mercado nacional e internacional de equipamentos e serviços
militares.
Em meados do ano passado, a Odebrecht formou uma joint venture com a europeia Cassidian
(antiga EADS Defense & Security), controlada pelo grupo EADS, dono da Airbus. A Odebrecht também
estabeleceu uma sociedade de propósito específico (SPE) com a francesa DCNS, no Programa de
Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) para o governo brasileiro. A participação da empresa
brasileira na SPE é de 59%.
Segundo fonte do setor, mesmo havendo interesse de outras empresas estrangeiras na Mectron,
a empresa decidiu se associar a um grupo nacional, tendo em vista orientação do próprio governo
brasileiro. "O Ministério da Defesa está trabalhando em uma nova legislação, que cria a figura da
empresa de defesa de interesse nacional, controlada por um grupo brasileiro forte e bem estruturado
financeiramente”.
Essa orientação, segundo a fonte, estaria alinhada ainda às diretrizes da Estratégia Nacional de
Defesa, aprovada em dezembro de 2008, que prevê a reestruturação da indústria brasileira de material
de defesa. "A maioria das pequenas e médias empresas brasileiras do setor, como a Mectron, não tem
fôlego para atender as demandas do Plano Nacional de Defesa. O governo está incentivando a criação
de blocos de empresas de defesa, com capacidade para fazer investimentos de risco no
desenvolvimento de produtos estratégicos de interesse nacional", explicou.
Empresas como a Embraer e a Odebrecht estariam dentro desse perfil buscado pelo governo.
"Elas têm tecnologia, capital e capacidade de gestão de grandes projetos. As pequenas e médias
empresas não conseguem nem garantias para tomar empréstimos junto ao próprio governo", disse a
fonte.
No fim de 2006, a Mectron recebeu aporte de R$ 15 milhões do BNDES, que passou a deter fatia
de 27% na empresa. Ela foi criada em 1991, por um grupo de cinco engenheiros oriundos do Instituto
Tecnológico de Aeronáutica (ITA), que adquiriram conhecimento na área de mísseis através de uma
experiência no Iraque.
Tornou-se estratégica para as Forças Armadas brasileiras, especialmente a Aeronáutica e o
Exército, com o desenvolvimento de mísseis. Hoje, a Mectron trabalha no desenvolvimento conjunto do
míssil A-Darter, feito em cooperação com as Forças Aéreas da África do Sul e participação de empresas
brasileiras e sul-africanas.
Com cerca de 300 funcionários, a Mectron trabalha ainda no desenvolvimento de um míssil antiradiação MAR-1, de defesa contra baterias antiaéreas, para a FAB e com fornecimento para o Paquistão.
Esse país irá arcar com 50% dos investimentos previstos para a fase de industrialização e logística do
míssil. A Mectron também fornece sistemas para satélites do programa espacial brasileiro e o radar de
bordo da aeronave militar AMX.
Já depender do Paquistão para finalizar o MAR-1, me parece o fim da picada.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Carlo M. Cipolla
- Marino
- Sênior
- Mensagens: 15667
- Registrado em: Dom Nov 26, 2006 4:04 pm
- Agradeceu: 134 vezes
- Agradeceram: 630 vezes
Re: Mssilhouse do Brasil
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
- LeandroGCard
- Sênior
- Mensagens: 8754
- Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
- Localização: S.B. do Campo
- Agradeceu: 69 vezes
- Agradeceram: 812 vezes
Re: Mssilhouse do Brasil
Talvez a questão aqui não seja tão difícil de ser compreendida.Penguin escreveu:Já depender do Paquistão para finalizar o MAR-1, me parece o fim da picada.
O que parece acontecer é que as FA’s brasileiras, com exceção até certo ponto da MB, não possuem uma doutrina operacional definida, que permita estabelecer com propriedade tanto as prioridades quanto as especificações dos sistemas de armas que irão utilizar. Assim as aquisições e desenvolvimentos de novos sistemas não são encadeados de forma sequencial e lógica, em função das necessidades das forças, e sim por iniciativas individuais de uns e outros que iniciam os projetos e por sorte encontram alguém em nível mais elevado que depois os encampem. Foi assim com o brig. Hugo Piva e o par VLS+Piranha, com os engenheiros do Ctex e a família Cascavel/Urutu, com o José Witaker e o Osório, com o Almte. Othon e o programa nuclear da marinha, com os engenheiros da LAPA e o fuzil 003, etc… . Esta sempre foi a tradição do desenvolvimento de armamentos no Brasil.
Certamente o MAR-1 não foge a esta regra, alguém em algum lugar imaginou o míssil e conseguiu uma verba mínima para que o desenvolvimento fosse iniciado, mas não foi uma decisão de alto nível da FAB que especificou a necessidade, definiu as especificações, a forma de emprego, e estabeleceu a quantidade de mísseis que deveria ser mantida em seus arsenais (por isso nunca se ouviu falar sequer de estudos da FAB sobre este tipo de arma antes que o míssil fosse desenvolvido, ele apareceu meio que "do nada"). E agora que o projeto está pronto NÃO HÁ AINDA UMA ENCOMENDA DA FAB que permita planejar a industrialização e a implantação da linha de produção, e qualquer verba ainda terá que ser avaliada e aprovada. Ou seja, se o míssil estiver disponível a FAB com certeza irá querer ter alguns, mas não sabe ainda quantos, quando, com qual prioridade, etc… , e com certeza vai demorar pelo menos mais alguns anos para decidir isso (vide o que aconteceu com o MSS-1). Portanto, a entrada de um parceiro agora que reduza a necessidade de aporte da FAB (tornando qualquer aprovação muito mais fácil) e principalmente que coloque um cronograma específico para o cumprimento das etapas de industrialização é muito bem vinda, e com certeza vai acelerar a entrada em operação do MAR-1 de forma impensável se a FAB tivesse que bancar e decidir tudo sozinha.
Não deveria ser assim, mas assim é. Então que venham os paquistaneses (e outros mais se possível)!
Leandro G. Card
- Alcantara
- Sênior
- Mensagens: 6586
- Registrado em: Qui Jan 20, 2005 4:06 pm
- Localização: Rio de Janeiro - RJ
- Agradeceu: 215 vezes
- Agradeceram: 248 vezes
- Contato:
Re: Mssilhouse do Brasil
Sim, a Odebrecht possui força política e financeira imensas, mesmo se comparando comparando com empresas extrangeiras.WalterGaudério escreveu:É isso aí. concordo 1000%. A Odebrestch, tem uma força política incomensurável. Ela "faz a montanha vir até ela". Um poderoso e eficiente lobby.Bourne escreveu:Ai sim a coisa vai. A Odebrecht é um predadora e não a preza. Faltam as outras gigantes brasileiras entrarem no setor.
Isso tras uma força ao mercado de defesa brasileiro que não existia antes. Tirando a Embraer, não existe até o momento uma grande empresa de atuação internacional. A Avibrás já foi grande, mas está bem diminuida se comparado à década de 80.
Espero que com esta aquisição da Mectron pela Odebrecht, o problema de falta de dinheiro para investimento em pesquisa e desenvolvimento não aconteça nunca mais. Até hoje, tirando Embraer e Avibrás, as empresas da defesa brasileiras são pequenas, diria até minúsculas frente as que existem na Europa e EUA, com capacidade de investimento ídem.
Espero que a Odebrecht se transforme na Halliburton brasileira!!!
PS: Pra competir nos mercados "quentes" (Iraque, Sudão, etc) e competir com a Black Water (porque não?), basta criar a Rio Negro!!! KKKK...
"Se o Brasil quer ser, então tem que ter!"
- NovaTO
- Sênior
- Mensagens: 1251
- Registrado em: Dom Set 06, 2009 10:37 pm
- Agradeceu: 5 vezes
- Agradeceram: 47 vezes
Re: Mssilhouse do Brasil
A Odebrechet poderia avaliar a Britanite e a Avibrás(especialmente essa). Essas duas mais a Mectron devem possuir sinergias e se complementam.
[]'s
[]'s
-
- Sênior
- Mensagens: 4009
- Registrado em: Qui Jul 22, 2010 9:42 am
- Agradeceu: 54 vezes
- Agradeceram: 253 vezes
Re: Mssilhouse do Brasil
Antes de mais nada gostaria de saber se houve essa confirmação, de que o projeto está parado ou que so vai sair se o Paquistão ajudar, porque é a primeira vez que ouço isso.
Segundo gostaria de discordar do Leandro dizendo que existe sim uma priorização não só nos sistemas e plataformas, o que seria errado, mas sim nas necessidades que irão ditar quais plataformas e armamentos deverão ser adquiridos.
O ideal, e poucas vezes conseguimos fazer isso, e que os sistemas sejam desenvolvidos e projetados para as necessidades especificas da FAB, e não que tivessemos que procurar no mercado soluções de outros paises para noosas necessidades.
O processo pode ser iniciado tanto de um estudo de estado-maior da força, de um de seus comandos, das forças aéreas ou até mesmo na unidade.
Um exemplo classico foi a necessidade de uma aeronave que substituisse o T-27 usado na amazonia devido as suas restrições operacionais, que resultou no A-29.
Paradoxalmente é um processo democratico dentro da força que visa assessorar quem comanda com a visão daquele que está operando o sistema.
Sobre o VLS e o Piranha, caimos no mesmo problema de sempre: verba!
Não só a FAB mas toda a maquina federal sofre com isso, logo se não existe verba para tudo deve-se decidir o que vamos manter, o que vamos diminuir o ritmo e o que vamos parar. Todos, ou quase todos estes projetos que você citou como caso de falta de planejamento foram "contingenciados", que e um nome bonito para dizer que não se tem verba para tudo e ele não é prioridade no momento.
Sobre o MAR especificamente existe sim um estudo para emprego e compra bem definido, por isso pergunto aonde foi publicado que a FAB não iria comprar pois não vi em lugar nenhum.
O que houve foi que durante o processo surgiu a oportunidade de envolvimento do Paquistão no desenvolvimento, o que dentro do acordado agradou a FAB e ao Paquistão, selando um acordo; muito semelhante ao que fizemos com a Africa do Sul mas mais voltado para o financiamento em si do que para o desenvolvimento.
E seria ilogico produzir e desenvolver algo e não comprar, não seria?
So lembrando que o MSS-1 foi desenvolvido com o EB, que se não me engano ja encomendou um lote piloto; so poruqe não houve uma nota dizendo que houve uma compra não quer dizer que ele não ocorreu ou ocorrerá...
Segundo gostaria de discordar do Leandro dizendo que existe sim uma priorização não só nos sistemas e plataformas, o que seria errado, mas sim nas necessidades que irão ditar quais plataformas e armamentos deverão ser adquiridos.
O ideal, e poucas vezes conseguimos fazer isso, e que os sistemas sejam desenvolvidos e projetados para as necessidades especificas da FAB, e não que tivessemos que procurar no mercado soluções de outros paises para noosas necessidades.
O processo pode ser iniciado tanto de um estudo de estado-maior da força, de um de seus comandos, das forças aéreas ou até mesmo na unidade.
Um exemplo classico foi a necessidade de uma aeronave que substituisse o T-27 usado na amazonia devido as suas restrições operacionais, que resultou no A-29.
Paradoxalmente é um processo democratico dentro da força que visa assessorar quem comanda com a visão daquele que está operando o sistema.
Sobre o VLS e o Piranha, caimos no mesmo problema de sempre: verba!
Não só a FAB mas toda a maquina federal sofre com isso, logo se não existe verba para tudo deve-se decidir o que vamos manter, o que vamos diminuir o ritmo e o que vamos parar. Todos, ou quase todos estes projetos que você citou como caso de falta de planejamento foram "contingenciados", que e um nome bonito para dizer que não se tem verba para tudo e ele não é prioridade no momento.
Sobre o MAR especificamente existe sim um estudo para emprego e compra bem definido, por isso pergunto aonde foi publicado que a FAB não iria comprar pois não vi em lugar nenhum.
O que houve foi que durante o processo surgiu a oportunidade de envolvimento do Paquistão no desenvolvimento, o que dentro do acordado agradou a FAB e ao Paquistão, selando um acordo; muito semelhante ao que fizemos com a Africa do Sul mas mais voltado para o financiamento em si do que para o desenvolvimento.
E seria ilogico produzir e desenvolver algo e não comprar, não seria?
So lembrando que o MSS-1 foi desenvolvido com o EB, que se não me engano ja encomendou um lote piloto; so poruqe não houve uma nota dizendo que houve uma compra não quer dizer que ele não ocorreu ou ocorrerá...
[justificar]“ Se não eu, quem?
Se não agora, quando?”[/justificar]
Se não agora, quando?”[/justificar]
Re: Mssilhouse do Brasil
O MAR-1 não depende em nada do Paquistão. Quem escreveu a matéria escutou o passarinho cantar e não sabe onde...
[]'s
[]'s
- LeandroGCard
- Sênior
- Mensagens: 8754
- Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
- Localização: S.B. do Campo
- Agradeceu: 69 vezes
- Agradeceram: 812 vezes
Re: Mssilhouse do Brasil
Olá Sapão,sapao escreveu:Segundo gostaria de discordar do Leandro dizendo que existe sim uma priorização não só nos sistemas e plataformas, o que seria errado, mas sim nas necessidades que irão ditar quais plataformas e armamentos deverão ser adquiridos.
O ideal, e poucas vezes conseguimos fazer isso, e que os sistemas sejam desenvolvidos e projetados para as necessidades especificas da FAB, e não que tivessemos que procurar no mercado soluções de outros paises para noosas necessidades.
O processo pode ser iniciado tanto de um estudo de estado-maior da força, de um de seus comandos, das forças aéreas ou até mesmo na unidade.
Um exemplo classico foi a necessidade de uma aeronave que substituisse o T-27 usado na amazonia devido as suas restrições operacionais, que resultou no A-29.
Paradoxalmente é um processo democratico dentro da força que visa assessorar quem comanda com a visão daquele que está operando o sistema.
Sobre o VLS e o Piranha, caimos no mesmo problema de sempre: verba!
Não só a FAB mas toda a maquina federal sofre com isso, logo se não existe verba para tudo deve-se decidir o que vamos manter, o que vamos diminuir o ritmo e o que vamos parar. Todos, ou quase todos estes projetos que você citou como caso de falta de planejamento foram "contingenciados", que e um nome bonito para dizer que não se tem verba para tudo e ele não é prioridade no momento.
Sobre o MAR especificamente existe sim um estudo para emprego e compra bem definido, por isso pergunto aonde foi publicado que a FAB não iria comprar pois não vi em lugar nenhum.
O que houve foi que durante o processo surgiu a oportunidade de envolvimento do Paquistão no desenvolvimento, o que dentro do acordado agradou a FAB e ao Paquistão, selando um acordo; muito semelhante ao que fizemos com a Africa do Sul mas mais voltado para o financiamento em si do que para o desenvolvimento.
E seria ilogico produzir e desenvolver algo e não comprar, não seria?
So lembrando que o MSS-1 foi desenvolvido com o EB, que se não me engano ja encomendou um lote piloto; so poruqe não houve uma nota dizendo que houve uma compra não quer dizer que ele não ocorreu ou ocorrerá...
É verdade que existe sim algum nível de planejamento e priorização das necessidades percebidas pelas forças, caso contrário cada comandante local iria querer comprar o que quisesse e as forças seriam um verdadeiro balaio de gatos. Mas este planejamento e as prioridades são quase sempre (com raras exceções) voltados para a manutenção do que já se possuía no passado, focados nas necessidades percebidas NA ATUALIDADE pelas forças, e não no PLANEJAMENTO PARA O FUTURO, como deveria ser (novamente com exceção até certo ponto da MB). Mas este procedimento é errado, pois do momento em que se detecta a necessidade e aquele em que o meio entra realmente em operação existe sempre um gap, que pode ser de muitos anos (veja os casos dos CC´s substitutos dos velhos M-41, da corveta Barroso, do F-X, do Uruveco/Guarani, etc...) . Os motivos para este gap podem ser muitos e variados, indo do contingenciamento de recursos às dificuldades políticas ou de desenvolvimento técnico, mas isto não pode servir para isentar os responsáveis na área militar de contar com o gap e por isso efetuar o planejamento olhando para o futuro, e não para o presente ou o passado. Todas as forças militares de países sérios fazem exatamente isso.
O exemplo que você mencionou do T-27 é realmente clássico, a força já possuía uma aeronave para uma missão corrente (ela já era realizada e portanto já havia sido definida a doutrina), e com o vetor em uso foram detectados problemas operacionais. Aí foram definidos requisitos para sanar estes problemas, e assim o T-27 evoluiu para o AT-29. E não podemos esquecer aí que muito da evolução foi mérito da própria Embraer, que sempre planeja muito à frente porque foca no mercado externo altamente competitivo (tanto é que existem ST´s exportados com capacidades que os da própria FAB não possuem, quando geralmente o que se dá é exatamente o contrário). Este tipo de raciocínio é realmente corrente nas forças, e foi o caso do próprio Cascavel (imaginado inicialmente como um substituto do M-8, para uma função que já existia), do próprio MSS-1 (para substituir o Cobra que estava claramente obsoleto), e de muitos outros exemplos que podem ser mencionados. Mas pensar desta forma hoje é insuficiente, pois estamos em uma era em que os avanços são simplesmente rápidos demais.
O problema desta mentalidade “voltada para o passado” aparece principalmente quando se tentam novos desenvolvimentos, e a Koslova já escreveu alguns artigos muito ilustrativos sobre isso. É bem característico como no Brasil a maioria dos novos projetos começam com uma especificação exatamente idêntica à de algo que já está no inventário (caso do Piranha, do MAN-1, etc...), de forma que praticamente garante que quando chegar a entrar em serviço 5, 10 ou 15 anos depois o sistema já esteja com certeza obsoleto (o SNA por exemplo foi concebido para utilizar um reator idealizado 20 anos atrás, mas só entrará em operação daqui a mais de 20 anos!). Isto contrasta fortemente com o pensamento empregado em outros países, e só para citar um exemplo mais familiar podemos ver o caso do A-Darter, cujas especificações originais estavam além de qualquer míssil operacional na época em termos de alcance, capacidade de manobra, sistema de detecção, etc... . Agora que seu desenvolvimento está para ser finalizado ele é um sistema no estado da arte. Já a primeira especificação do piranha foi idêntica à de um míssil já em uso na FAB à época (AIM-9B), e quando os primeiros protótipos estavam ficando prontos anos depois ele já estava devidamente obsoleto e as especificação foram mudadas, iniciando um processo de “correr atrás do prejuízo” que jamais terminou, pois mesmo agora ele é um míssil atrasado com relação ao que existe no mercado. O problema principal não foram as verbas, mas os erro de concepção e especificação. O caso do VLS é ainda pior, mas já discorri muito sobre ele em outros lugares, não vou falar dele aqui.
E a mentalidade de “olhar para trás” atrapalha também quando se trata de adquirir meios no mercado, sem nenhuma intenção de produção local. O caso de nossa defesa AAe é bem sintomático, mas temos o caso dos fuzis FAL, dos CC´s e até do F-X. Estou convencido de que a maior parte da confusão que tem sido o F-X deriva do fato de o programa inicial ter sido focado na substituição dos M-III de Anápolis que estavam não apenas obsoletos mas chegando ao limite de sua operacionalidade, e a idéia era simplesmente substituir aqueles 12 caças por aviões mais novos. Daí nasceu o tão comentado relatório de avaliação da FAB. Mas o tempo para consecução do programa de aquisição foi muito maior do que o imaginado inicialmente (o que sempre se deve estar preparado para enfrentar) e a realidade mudou completamente em muitos aspectos, dando margem a tudo isso que vemos até hoje. Mas o processo inicial não foi simplesmente encerrado e iniciado um novo (a interrupção do F-X 1 foi apenas devido à política paz-e-amor do Lula, e não decorrente de uma percepção da FAB de que o programa tinha mudado de natureza - a FAB não queria que ele parasse), e as mudanças no chamado F-X 2 foram mais uma série de adaptações ao programa inicial (necessárias pela própria mudança dos vetores disponíveis e a percepção de que mais vetores seriam necessários em outras áreas além do DF) que uma mudança de visão baseada em alguma evolução específica de doutrina. Se desde o princípio tivesse sido pensado não apenas na troca de 12 aviões que quase não podiam voar por modelos mais novos e sim na estrutura que a aviação de combate da FAB deveria ter pelos próximos 30, 40 ou 50 anos muita confusão poderia ter sido evitada, e hoje já teríamos um sucessor do M-III que não fosse apenas outro avião velho que ninguém quer mais, e provavelmente também um programa de construção local de um modelo mais avançado que estaria substituindo os F-5´s, ao invés de um programa de recauchutagem destes.
Quanto à falta de lógica de desenvolver o que não se vai comprar, temos aí o Tamoio e o Osório, o LAPA-003, o Astros-III e até o próprio Piranha (pois após décadas de desenvolvimento o míssil WVR padrão da FAB será o A-Darter e não o Piranha, apesar da aquisição de pequenos lotes iniciais). Já desisti de contar muito com a lógica para entender as ações das FA´s nacionais.
Um grande abraço,
Leandro G. Card
-
- Sênior
- Mensagens: 4009
- Registrado em: Qui Jul 22, 2010 9:42 am
- Agradeceu: 54 vezes
- Agradeceram: 253 vezes
Re: Mssilhouse do Brasil
Leandro,
realmente se formos falar em seriedade de paises em relação a defesa não tem nem como argumentar, concordo que estamos muito aquem disso.
Mas tem algums pontos que gostaria de comentar. Por exemplo, a questão de melhorar os meios atuais se deve ao fato de que estamos sempre tentando tampar o corpo com uma fronha, por isso o GAP criado em areas especificas. Quando fechamos esse se abrem outros, e por ai vai. Até hoje voamos o H-1H na mesma configuração da decada de 70, e vai ser esse vetor que vai resgatr o piloto de F-5M; estamos recebendo uma das versões mais modernas do P-3 do mundo enquanto os outros esuqdrões de Patrulha voam P-95, e por ai vai.
Para se ter noção, ja existe ha algums anos um estudo para upgrade do E-99 que não sai da gaveta pois a lista de prioridades a frente dele é enorme.
Sobre o merito sobre o A-29 acho que a EMBRAER tem merito tambem, mas não mais do que a FAB que repassou para ela os requisitos com qualidades e defeitos que a aeronave deveria ter, alem de ter comprado o lote inicial que garantiu a linha de produção com 99 aeronaves; talvez dai tenha vindo a economia dos nossos em relação aos vendidos para o exterior. Deu tão certo que estão ai de novo com o KC-390, que foi concebido mais ou menos da mesma maneira.
Concordo com a rapidez das mudanças, mas ainda acho que esta troca de ideias entra engenheiros e pilotos seja a chave do sucesso dos dois projetos acima.
Sobre a mentalidade voltada para o passado, essa dicussão tambem ocorre dentro da força e os dosi lados tem argumentos fortes. Se por um lado vamos ter um produto obsoleto no fim do processo, a garantia de TER um produto é maior do que partir para outro mais avançado, e tendo um basico ja operando torna mais facil a atualização; no caso do MAA estamos vendo que vamos partir direto para o MAA-1B que ja é bem superior ao A, sendo que muito do seu desenvolvimento foi feito em cima de erros do primeiro.
E tenho minhas ressalvas de que ele sera preterido pelo A-DARTER.
Sobre o F-X fica até dificil de falar, mas vamos lembrar que na epoca, o F-5 ia ser modernizado e o caça seria comprado para substituir o M-III e posteriormente poderia ou não substituir os F-5 e A-1.Porque sem pensou so em 12 e não em toda a aviação de combate da FAB? Voltamos ao começo do post e vamos lembrar que na epoca se voava H-1H, AVRO e C-P-95, e que o C-97 era o mais moderno no transporte.
realmente se formos falar em seriedade de paises em relação a defesa não tem nem como argumentar, concordo que estamos muito aquem disso.
Mas tem algums pontos que gostaria de comentar. Por exemplo, a questão de melhorar os meios atuais se deve ao fato de que estamos sempre tentando tampar o corpo com uma fronha, por isso o GAP criado em areas especificas. Quando fechamos esse se abrem outros, e por ai vai. Até hoje voamos o H-1H na mesma configuração da decada de 70, e vai ser esse vetor que vai resgatr o piloto de F-5M; estamos recebendo uma das versões mais modernas do P-3 do mundo enquanto os outros esuqdrões de Patrulha voam P-95, e por ai vai.
Para se ter noção, ja existe ha algums anos um estudo para upgrade do E-99 que não sai da gaveta pois a lista de prioridades a frente dele é enorme.
Sobre o merito sobre o A-29 acho que a EMBRAER tem merito tambem, mas não mais do que a FAB que repassou para ela os requisitos com qualidades e defeitos que a aeronave deveria ter, alem de ter comprado o lote inicial que garantiu a linha de produção com 99 aeronaves; talvez dai tenha vindo a economia dos nossos em relação aos vendidos para o exterior. Deu tão certo que estão ai de novo com o KC-390, que foi concebido mais ou menos da mesma maneira.
Concordo com a rapidez das mudanças, mas ainda acho que esta troca de ideias entra engenheiros e pilotos seja a chave do sucesso dos dois projetos acima.
Sobre a mentalidade voltada para o passado, essa dicussão tambem ocorre dentro da força e os dosi lados tem argumentos fortes. Se por um lado vamos ter um produto obsoleto no fim do processo, a garantia de TER um produto é maior do que partir para outro mais avançado, e tendo um basico ja operando torna mais facil a atualização; no caso do MAA estamos vendo que vamos partir direto para o MAA-1B que ja é bem superior ao A, sendo que muito do seu desenvolvimento foi feito em cima de erros do primeiro.
E tenho minhas ressalvas de que ele sera preterido pelo A-DARTER.
Sobre o F-X fica até dificil de falar, mas vamos lembrar que na epoca, o F-5 ia ser modernizado e o caça seria comprado para substituir o M-III e posteriormente poderia ou não substituir os F-5 e A-1.Porque sem pensou so em 12 e não em toda a aviação de combate da FAB? Voltamos ao começo do post e vamos lembrar que na epoca se voava H-1H, AVRO e C-P-95, e que o C-97 era o mais moderno no transporte.
[justificar]“ Se não eu, quem?
Se não agora, quando?”[/justificar]
Se não agora, quando?”[/justificar]
- henriquejr
- Sênior
- Mensagens: 5448
- Registrado em: Qui Mai 25, 2006 11:29 am
- Localização: Natal/RN
- Agradeceu: 384 vezes
- Agradeceram: 432 vezes
Re: Mssilhouse do Brasil
É bom lembrar que mesmo antes da FAB cogitar o ALX, a Embraer já trabalhava no EMB-312H, que chegou a participar de uma concorrência do USAF, na qual sagrou-se vencedor o modelo da Pilatus (PC-7) que, posteriormente se transformou no T-6 Beachcraft II. O EMB-312H era um avião bem mais capaz que o EMB-312 convencional, tinha um grupo motopropulsor bem mais potente (se nao me engano 1200SHP) e, até onde eu sei, serviu de base para o surgimento do ALX!
.
- Alitson
- Sênior
- Mensagens: 4327
- Registrado em: Dom Abr 04, 2004 9:35 pm
- Agradeceu: 12 vezes
- Agradeceram: 20 vezes
Re: Mssilhouse do Brasil
Só a compra de MAA-1A pelo Paquistão e ao que parece também feita pela Colômbia já paga o desenvolvimento do MAR-1, ao qual não depende em nada de compras a parte para a sua finalização. Quem escreve isso andou bebendo água da patente.
[]s
[]s
A&K M249 MK.I
G&P M4 CARBINE V5
G&P M4A1
G&P M16A3+M203
ARES SCAR-L
KING ARMS M4CQB
STARK ARMS G-18C GBB
CYMA G-18C AEP
G&P M4 CARBINE V5
G&P M4A1
G&P M16A3+M203
ARES SCAR-L
KING ARMS M4CQB
STARK ARMS G-18C GBB
CYMA G-18C AEP
- Penguin
- Sênior
- Mensagens: 18983
- Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
- Agradeceu: 5 vezes
- Agradeceram: 374 vezes
Re: Mssilhouse do Brasil
Alitson escreveu:Só a compra de MAA-1A pelo Paquistão e ao que parece também feita pela Colômbia já paga o desenvolvimento do MAR-1, ao qual não depende em nada de compras a parte para a sua finalização. Quem escreve isso andou bebendo água da patente.
[]s
Espero que ela esteja errada.Virgínia Silveira | Para o Valor, de São José dos Campos
[]s
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Carlo M. Cipolla