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Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Sex Nov 16, 2018 9:56 am
por Energys
knigh7 escreveu: Qui Nov 15, 2018 11:55 pm Pessoal,

O Governo Bolsonaro quer uma aproximação com os EUA. O embaixador Ernesto Araújo chefia o departamento dos EUA e Canadá. Antes da escolha ele estava entre os cotados por essa razão, além de, obviamente, ser um diplomata com a mesma visão do futuro Governo.

Até o dia 14, o Ernesto Araújo era relativamente desconhecido, inclusive por nós do DB. E já o estão criticando aqui? :roll:
Não é embaixador, nunca foi. Jamais chefiou uma embaixada sequer e foi classificado recentemente como Diplomata de 1ª classe. Mas cada um tem seu conceito de "competência" a defender. O meu não é esse para um Chanceler, e se era para fazer uma política externa "sem ideologia", o que me parecia correto a princípio, a missão já está fracassada.

Att.

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Sex Nov 16, 2018 5:28 pm
por knigh7
Energys escreveu: Sex Nov 16, 2018 9:50 am
knigh7 escreveu: Qui Nov 15, 2018 11:41 pm


Tipo o Aloysio Nunes?

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link via Estadão (portal BR18):

https://br18.com.br/aloysio-elogia-suce ... itamaraty/

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matéria completa:

https://g1.globo.com/politica/noticia/2 ... ruim.ghtml
Não me parece que um político de carreira seja a melhor referência para falar dos quadros do Itamaraty, aliás, muito pelo contrário.

Att.
Foi chefe dele por 2 anos e vai ocupar o cargo dele.
Quem é qualificado para palpitar, os jornalistas e diplomatas de esquerda?

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Sex Nov 16, 2018 5:32 pm
por knigh7
Energys escreveu: Sex Nov 16, 2018 9:56 am
knigh7 escreveu: Qui Nov 15, 2018 11:55 pm Pessoal,

O Governo Bolsonaro quer uma aproximação com os EUA. O embaixador Ernesto Araújo chefia o departamento dos EUA e Canadá. Antes da escolha ele estava entre os cotados por essa razão, além de, obviamente, ser um diplomata com a mesma visão do futuro Governo.

Até o dia 14, o Ernesto Araújo era relativamente desconhecido, inclusive por nós do DB. E já o estão criticando aqui? :roll:
Não é embaixador, nunca foi. Jamais chefiou uma embaixada sequer e foi classificado recentemente como Diplomata de 1ª classe. Mas cada um tem seu conceito de "competência" a defender. O meu não é esse para um Chanceler, e se era para fazer uma política externa "sem ideologia", o que me parecia correto a princípio, a missão já está fracassada.

Att.
Os 2 antecessores dele não eram nem diplomatas...e li mimimi nenhum na época sobre esse fato aqui no DB.

O Ernesto tem uma posição de direita. Para tirar o MRE da esquerda, precisa conduzi-lo a direita. Não se consegue fazer uma mudança radical.

Tem outros aspectos que vc não está observando:

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Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Sex Nov 16, 2018 7:08 pm
por zela
Não conheço o dito diplomata, li um pouco o seu blog e não concordei com muita coisa. Até entendo espernear criticando a ideologia do diplomata, mas daí a dizer que é "um diplomata de terceiro escalão que não devia ocupar o cargo" não é meio demais? Os anteriores nem diplomatas eram, e não me lembro de um lamento tão grande quanto a nomeação desse aí.

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Sex Nov 23, 2018 7:53 pm
por knigh7

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Sáb Nov 24, 2018 1:50 am
por knigh7

Washington e Pequim pedem que países assumam um lado. Não vamos escapar da escolha
23 de novembro de 2018



Por William Waack

O grande espetáculo geopolítico do século ganhou mais ritmo. O Departamento de Comércio do governo americano acaba de divulgar uma lista de novas tecnologias que terão exportação restringida. Elas incluem inteligência artificial, computação quântica e robotics. A lista de restrições às exportações dessas tecnologias é claramente desenhada para preservar o avanço americano em relação à China.

A divulgação da lista ocorreu poucas horas depois de um áspero duelo de discursos no encontro da cúpula econômica dos países da Ásia e do Pacífico entre o presidente da China (ao qual a imprensa internacional já se refere como imperador) e o vice-presidente americano Mike Pence (Trump esnobou o encontro). A guerra de palavras entre Beijing e Washington tornou mais difícil acreditar numa solução breve para a declarada guerra comercial entre os dois gigantes da economia mundial.

Mais ainda: na guerra de discursos, China e Estados Unidos descreveram-se mutuamente como potências coloniais na Ásia. Pence pediu aos países da região (e outros fora dela) que não aceitem “dívida externa” (uma referência à grande iniciativa estratégica chinesa de projetos de infraestrutura em vários países) que possa “comprometer sua soberania”. E Xi Jinping acusou os EUA (embora não tivesse mencionado o nome) de solapar o sistema de regras internacionais “por motivos egoísticos”.

Se alguém ainda tinha alguma dúvida, a ascensão da China resulta num confronto geopolítico de proporções inéditas, e tanto o desafiante (a China) como o desafiado (os Estados Unidos) comportam-se totalmente de acordo ao que previam algumas teorias sobre Relações Internacionais: a superpotência americana não pode tolerar o surgimento de uma outra superpotência capaz de dominar sozinha uma parte do mundo. E, inicialmente, dedica-se a uma clássica política de “containment” (comparável à da Guerra Fria com a União Soviética). A China já denuncia esse tipo de “cerco”.

As mesmas teorias supõem que inicialmente a China crescerá de forma harmônica e pacífica, até sentir que sua própria segurança (e crescimento) estão em risco – o ponto já parece ultrapassado. É esse tipo de tensão geopolítica que tem trazido medo nos últimos meses aos mercados internacionais – mais até do que as disputas comerciais travadas em termos de “guerras”. Aqui entra o papel de indivíduos. Xi Jinping, o novo imperador chinês, não deixa de maneira alguma a impressão de ser um dirigente propenso a ceder a pressões externas. Ao contrário: ele parece convencido de que o único objetivo dos Estados Unidos é o de conter a China.

Xi vai se encontrar dentro de alguns dias na cúpula do G20 com Donald Trump, o homem que acredita que conflitos geopolíticos dessa magnitude colossal se resolvem com “amigos” conversando ao redor de um campo de golfe (como ele fez com Xi Jinping na Florida). De fato, a cúpula chinesa aparentemente diferencia entre as instâncias tradicionais de formulação de condutas externas americanas (departamentos de Defesa e Estado), que se engajaram no “containment” como estratégia frente à China, e a figura de Trump.

O problema, porém, ficou claro para as outras potências que lidaram com chineses e americanos nos últimos tempos. Cada vez mais Washington e Beijing pedem aos líderes de outros países que assumam um lado nessa disputa monumental. Mesmo com tantos oceanos nos separando dos EUA e da China, não vamos escapar de ouvir a mesma pergunta: qual o lado?

E aí, Jair, o que a gente vai responder?

Não falta muito para o Brasil assumir lado numa briga de cachorros muito grandes
FONTE: O Estado de S. Paulo

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Sáb Nov 24, 2018 4:55 am
por Sterrius
Escolher lado teremos. Mas o quando è a parte realmente importante.

Aqui vargas è exemplo onde brilhou aojogar aliados e nazistas um contra o outro atè os eua dar bem mais do que estava inicialmente disposto.

Ainda acho cedo demais pra entrar na briga. A mesma ainda vai esquentar mto e analizar todos os players pra saber a hora de jogar as fichas è o essencial.

Qual lado escolher fora algo absurdo ocorrendo sera os eua devido a varios fatores.

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Sáb Nov 24, 2018 1:38 pm
por delmar
Escolher um lado significa abdicar de sua livre determinação e alinhar-se com os interesses de outra nação. O Brasil não deve escolher lado nenhum, deve seguir seu próprio rumo, procurando sempre colocar seus negócios como prioritários. "BRASIL FIRST" parodiando o Trump. Ele inventou agora deve aguentar.

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Sáb Nov 24, 2018 2:14 pm
por FCarvalho
Só existe um lado nessa história toda, o nosso.

Abs

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Sáb Nov 24, 2018 2:14 pm
por Bourne
O Brasil tem uma longa tradição de seguir a linha "BRAZIL FIRST". O Itamaraty e forças armadas seguiram e seguem desde do Império. Como também faz parte fortalecer instituições internacional e o direito internacional para influir no sistema e se proteger. É um país que não aceitar ser puxado por outro. Por isso e devido a outras evidência a ideia de aliado norte-americano não vira política de estado.

Na história até ensaiou ser um aliado dos EUA no fim do século XIX e começo da República. O Rui Barbosa que começou a pensar assim. Porém logo afundou quando o Rui Barbosa e outros perceberam que a "América para os americanos" valia quando beneficiava os EUA. Depois nunca teve aliado preferencial de fato. Nem dos britânicos e, depois de 1945, norte-americanos. No máximo acordos pontuais que tinha como justificativa interesses comuns.

O exemplo do Vargas entre eixo e aliados foi um episódio, mas tiveram vários outros. Por exemplo, na Primeira Guerra Mundial o Brasil recebia muito investimento inglês e tinha ótimas relações com a city londrina. Assim como os franceses na área militar e intelectual. Porém, existia o temor do intervencionismo e colonialismo britânico e francês. Em especial, na época o Brasil está cheio de instabilidades regionais que poderiam justificar uma força de paz e envio de tropas estrangeiras. Em particular, o medo era que enviar tropas em quantidade e realizar intervenções eram relativamente comuns.

Ao mesmo tempo, o Brasil tinha ótimas relações comerciais com os alemães, especialmente na exportação de café. A facilidade de crédito para comprar bens manufaturados, de capital e outros da indústria alemã. Assim como atrair imigrantes que deram impulso na colonização e qualificação da mão de obra nacional. Por isso, o Brasil se declarou neutro e saiu da neutralidade no fim da guerra quando estava definida. Não se tinha interesse em declarar guerra contra Alemanha, romper relações e criar problemas no pós-guerra. Além de considerar que era difícil estimar o resultado da Guerra e o que aconteceria com a Europa.

Se não fosse a primeira guerra mundial, a modernização do exército brasileiro seria baseado no exército alemão e não francês. A modernização incluindo material, táticas e organização.

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Dom Nov 25, 2018 5:20 am
por Sterrius
Só cuidado pra não confundirem neutralidade com passividade gente. Este foi o alerta do meu post.

Em momentos extremos escolher 1 lado é mais benéfico pro Brasil do que não escolher e insistir que da pra jogar os 2 lados indefinidamente.
Acertar o momento pra maximizar os ganhos é a chave.

ISso também vale na hora de sair e voltar a ser Neutro. Sair cedo d+ joga fora mto do que se ganhou e sair tarde d+ o deixa automaticamente alinhado apesar dessa não ser sua intenção. Brasil infelizmente costuma errar aqui saindo rápido d+ das poucas e esporádicas vezes em que se alinhou a alguém.

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Seg Nov 26, 2018 11:03 pm
por knigh7

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Seg Nov 26, 2018 11:14 pm
por Marechal-do-ar
Ele falou algo sobre sauditas?

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Seg Nov 26, 2018 11:50 pm
por knigh7
Não. Mas o Bolsonaro foi discutir sobre a América Latina. Vou colocar a matéria integral aqui, Marechal:
Na Casa Branca, Eduardo Bolsonaro defende congelamento de bens de cubanos e venezuelanos
Após reunião no Conselho de Segurança Nacional, deputado afirma que combate 'a ditaduras' virá da parceria entre Itamaraty e Moro
Henrique Gomes Batista - Correspondente

WASHINGTON - Após se reunir com assessores do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca, o deputado Eduardo Bolsonaro , filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, afirmou que estuda parcerias com os EUA para pesquisar crimes financeiros das "ditaduras venezuelana e cubana". De acordo com ele, há instrumentos de investigação dentro da chamada Convenção de Palermo contra o crime organizado que o Brasil poderia usar contra Caracas e Havana.


Caminhando diante da Casa Branca, Eduardo Bolsonaro afirmou que está estudando parcerias com o governo americano com esse propósito. No Brasil, segundo ele, a ação poderá ser coordenada pelo Itamaraty e o Ministério da Justiça, que será comandado por Sérgio Moro.

— Existem diversos instrumentos que o Brasil por anos, de maneira proposital, não levou a sério. São instrumentos que estão à mão. O juiz Sérgio Moro sabe melhor do que ninguém sobre lavagem de capitais, combate ao crime organizado, Convenção de Palermo. E junto com a equipe do embaixador Ernesto Araújo, tem muita coisa nessa área. Se você for congelar tudo aquilo que remete e passa pelas ditaduras cubana e venezuelana, pode dar um calote muito grande nesses ditadores — disse ele.

Questionado se a Convenção de Palermo permite isso, o deputado afirmou acreditar que sim. Mas, se não for possível, ele disse que estuda criar um novo tratado com os americanos para cercar "as ditaduras" do continente.

— E se não for possível, estamos aqui costurando para que haja um tratado internacional nesse sentido. Tudo o que for possível. Os detalhes são os ministros [Araújo e Moro] que vão dar para vocês, mas certamente está na nossa ideia esse tipo de congelamento. Enfim, tudo aquilo que faz o povo passar fome, a gente pretende congelar — disse ele.

Mais tarde, ele sugeriu que as investigações da Operação Lava-Jato poderiam ser usadas para investigar possíveis ativos de venezuelanos e cubanos no Brasil. De acordo com o deputado, as investigações da Lava-Jato, em especial os contratos da Odebrecht, deverão ser o caminho para que o governo brasileiro investigue o regime venezuelano.

— Com certeza. É só ter a vontade política para correr atrás deste prejuízo — afirmou o deputado, ao ser questionado sobre se a Lava-Jato pode ser o caminho para investigar o regime venezuelano e cubano, ao sair de uma reunião no Departamento de Tesouro.

Tradicionalmente, a diplomacia brasileira só aplica sanções decididas em organismos multilaterais, como a ONU ou a OEA. O Brasil também não investiga unilateralmente supostos crimes cometidos em outros países, a não ser como parte de acordos de cooperação judicial. O texto da Convenção de Palermo estabelece uma série de cláusulas de proteção à soberania dos países-membros.

No Twitter, o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, publicou uma foto na qual aparece sorrindo e apertando a mão de Eduardo Bolsonaro. "Hoje me reuni com o deputado Eduardo Bolsonaro com quem conversei sobre a futura cooperação entre a OEA e o Brasil", escreveu o secretário-geral em sua conta.

Eduardo Bolsonaro se reuniu na Casa Branca com representantes do Conselho de Segurança Nacional, do vice-presidente Mike Pence e do Departamento de Comércio. Ele disse que o Brasil vai voltar a reforçar laços comerciais com os EUA, que são “parceiros materiais”. E que tem sido bem recebido em todos os locais.

O deputado afirmou que essas são reuniões preliminares e que novos encontros poderão ampliar as iniciativas. Ele afirmou que uma eventual presença de Donald Trump na posse de Bolsonaro deverá ser decidida com a viagem de John Bolton, titular do Conselho de Segurança Nacional, ao Rio, no dia 29, quando se encontrará com o presidente eleito.

Eduardo Bolsonaro, que pela manhã já havia estado no Departamento de Estado e participado de um almoço no centro de estudos American Enterprise Institute, onde foi muito questionado sobre direitos humanos no futuro governo, foi a uma reunião no Departamento de Tesouro na tarde desta segunda-feira, em seu primeiro dia de viagem aos EUA.
https://oglobo.globo.com/mundo/na-casa- ... s-23261669

Re: Geopolítica Brasileira

Enviado: Ter Nov 27, 2018 11:55 am
por Wolfgang
Brasil está entrando numa guerra atômica de havaianas e canivete.