Caçada ao "Matemático": Mais um erro grotesco da polícia carioca
Não sei se todos tiverem a oportunidade de assistir ao Fantástico na íntegra ontem, em especial a reportagem sobre a caçada ao traficante carioca de vulgo “Matemático”. Acima eu deixo um vídeo para que não viu a mencionada reportagem, ver.
Em demasiadas discussões em fóruns especializados eu fui taxado de bairrista por questionar o trabalho do polícia carioca. A meu ver, o Rio de Janeiro não tem uma polícia, seja ela militar ou civil profissional e deixa muito a desejar no serviço que presta ao cidadão carioca.
Na reportagem do Fantástico de ontem pudemos ver mais uma fracassada operação da PCERJ. Apesar do objetivo ter sido alçado, podemos afirmar que a operação foi sim fracassada pelo grande número de erros cometidos pela tripulação de um helicóptero da PCERJ.
A polícia do RJ vem sofrendo uma militarização após o sucesso do logra metragem “Tropa de Elite”, do sensacional cineasta José Padilha. Esse sucesso se deu ao fato do brasileiro ter se identificado com magnifica performance do ator Wagner Moura, que no papel do policial Capitão Nascimento, caçava traficantes maus e policiais corruptos.
Não vou entrar no mérito das politicas errôneas do secretário da segurança pública do RJ, o senhor José Mariano Beltrame, que diga-se de passagem nem carioca é (como um gaúcho pode conhecer os problemas do RJ melhor que os cariocas?), mas sim nos erros operacionais da polícia carioca.
Como todos nós sabemos, a cidade do RJ foi por muito tempo e ainda é um cenário de guerra urbana, mas as polícias cariocas não estão preparadas para as missões que lhes foram confiadas. Não estão preparadas por vários motivos, os principais são: baixa remuneração, alto índice de corrupção nas polícias, treinando insuficiente e deficitário, equipamentos obsoletos, não tem inteligência, tampouco tecnologia.
Se não têm treinamento, por que razão querem realizar uma missão de apoio aéreo aproximado (CAS, por sua sigla em inglês) nos moldes dos militares? Alguns colegas que serviram e servem na AvEx já haviam me alertando que os pilotos cariocas costumar realizar vários erros ao apoiar as tropas em terra. Por falar em apoio à tropas em terra, essa deve ser a única missão do braço aéreo de uma força policial. Salvo em raríssimas exceções a tripulação deve abrir fogo contra o “inimigo”. A função primária do atirador embarcado policial é prover a segurança da aeronave e não bancar o herói oportunista.
Como abrir fogo contra o solo se você tem respaldo da lei, não tem treinamento e equipamento para isso? Foi isso que vimos os atiradores da PCERJ fazerem.
A seguir irei enumerar os erros cometidos pela a aviação da PCERJ:
1-) A primeira função dos atiradores embarcados é prover a segurança da aeronave;
2-) Policial algum pode abrir fogo, muito menos força letal contra alguém que não represente uma ameaça para paisanos ou que ameace a segurança do policial;
3-) Os atiradores embarcados não tinham equipamentos de visão noturna, equipamento esse que daria a condição aos atiradores de atirarem com mais facilidade;
4-) Já quem não possuíam óculos de visão noturna, os atiradores deveriam utilizar um projétil traçante a cada 10 projéteis comuns, por exemplo, para que os atiradores soubessem aonde estavam atirando
5-) Os atiradores embarcados abriram fogo contra um veículo supostamente abrigava o traficante Matemático. Eles não tinham certeza, mas mesmo assim abriram fogo;
6-) Atiraram a esmo em ambiente urbano, sem ameaça, o que os fizeram incorrer em crime;
7-) Depois de interromperem a tração do carro do traficante, surgiram traficantes armados correndo por via pública e os atiradores não atiraram. Quer dizer, atirar em suposto traficante, mas em traficante armados de fuzis não pode;
Como bem lembrou o comandante da aeronave, o objetivo da tripulação do helicóptero era monitorar o traficante para que uma equipe de terra pudesse capturá-lo;
9-) Não tinha uma equipe em terra para capturar o traficante;
10-) O comandante mente quando tenta ludibriar a repórter quando afirma que a tripulação tinha equipamento de visão noturna. Quem tem equipamento de visão noturna é a aeronave, não os atiradores;
11-) O piloto foi imprudente ao deixar a aeronave vulnerável, bem como colocou em perigo a segurança dos moradores daquela localidade;
12-) O piloto torna a mentir quando afirma que os atiradores deram tiros de advertência, mas no inicio da reportagem eles deixam claro que vão atirar para matar;
13-) Tripulação "emocionada", o que é um contraponto as operações especias;
Pois bem, essa foi a opinião do Informante sobre essa infeliz operação da PCERJ. Em tempo, gostaria de deixar claro que eu não defendo bandido, mas sim os padrões rígidos das operações especiais.
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