Revanchismo sem fim
Moderador: Conselho de Moderação
-
- Sênior
- Mensagens: 2427
- Registrado em: Sex Mai 18, 2012 6:12 pm
- Agradeceu: 40 vezes
- Agradeceram: 205 vezes
Re: Revanchismo sem fim
Militares querem depor como ‘revanche’ na Comissão da Verdade
A ida à Comissão da Verdade do tenente-coronel Sebastião Rodrigues, o ‘Major Curió’ – o algoz da Guerrilha do Araguaia na década de 70 –, como adiantou a coluna, faz parte de estratégia dos militares de contra-ataque aos que chamam de subversivos da época.
Os oficiais da reserva declaradamente nunca aceitaram a instalação do grupo de trabalho, feita ano passado pela presidente Dilma Rousseff, e querem deixar registradas as suas versões. Com o interesse dos militares, a comissão negocia o depoimento de outros oficiais.
Espera-se ainda para este mês o depoimento do Major Curió. Em Abril devem surgir um oficial da reserva de Brasília e um de São Paulo, tidos como carrascos no regime.
Apesar da resistência dos oficiais da reserva no início dos trabalhos da comissão, ano passado, o grupo de trabalho e pesquisa tem se dedicado a procurar os militares e ex-policiais envolvidos diretamente no confronto com a esquerda. Em Junho passado, o primeiro a depor foi o ex-delegado do DOPS Cláudio Guerra, confesso matador de militantes nos anos 70 e 80.
Cláudio, que atuou no Espírito Santo pelo DOPS, é o personagem bomba do livro Memórias de uma Guerra Suja, dos jornalistas Marcelo Netto e Rogério Medeiros.
http://colunaesplanada.blogosfera.uol.c ... a-verdade/
A ida à Comissão da Verdade do tenente-coronel Sebastião Rodrigues, o ‘Major Curió’ – o algoz da Guerrilha do Araguaia na década de 70 –, como adiantou a coluna, faz parte de estratégia dos militares de contra-ataque aos que chamam de subversivos da época.
Os oficiais da reserva declaradamente nunca aceitaram a instalação do grupo de trabalho, feita ano passado pela presidente Dilma Rousseff, e querem deixar registradas as suas versões. Com o interesse dos militares, a comissão negocia o depoimento de outros oficiais.
Espera-se ainda para este mês o depoimento do Major Curió. Em Abril devem surgir um oficial da reserva de Brasília e um de São Paulo, tidos como carrascos no regime.
Apesar da resistência dos oficiais da reserva no início dos trabalhos da comissão, ano passado, o grupo de trabalho e pesquisa tem se dedicado a procurar os militares e ex-policiais envolvidos diretamente no confronto com a esquerda. Em Junho passado, o primeiro a depor foi o ex-delegado do DOPS Cláudio Guerra, confesso matador de militantes nos anos 70 e 80.
Cláudio, que atuou no Espírito Santo pelo DOPS, é o personagem bomba do livro Memórias de uma Guerra Suja, dos jornalistas Marcelo Netto e Rogério Medeiros.
http://colunaesplanada.blogosfera.uol.c ... a-verdade/
- Wingate
- Sênior
- Mensagens: 5130
- Registrado em: Sex Mai 05, 2006 10:16 am
- Localização: Crato/CE
- Agradeceu: 819 vezes
- Agradeceram: 239 vezes
Re: Revanchismo sem fim
Esse Major Curió deveria constar nos melhores compêndios de (contra) inteligência em todo o mundo (sem aqui julgar que lado estava certo ou errado). Outro grande ponto de interrogação ainda é o Cabo Anselmo....Lirolfuti escreveu:Militares querem depor como ‘revanche’ na Comissão da Verdade
A ida à Comissão da Verdade do tenente-coronel Sebastião Rodrigues, o ‘Major Curió’ – o algoz da Guerrilha do Araguaia na década de 70 –, como adiantou a coluna, faz parte de estratégia dos militares de contra-ataque aos que chamam de subversivos da época.
Os oficiais da reserva declaradamente nunca aceitaram a instalação do grupo de trabalho, feita ano passado pela presidente Dilma Rousseff, e querem deixar registradas as suas versões. Com o interesse dos militares, a comissão negocia o depoimento de outros oficiais.
Espera-se ainda para este mês o depoimento do Major Curió. Em Abril devem surgir um oficial da reserva de Brasília e um de São Paulo, tidos como carrascos no regime.
Apesar da resistência dos oficiais da reserva no início dos trabalhos da comissão, ano passado, o grupo de trabalho e pesquisa tem se dedicado a procurar os militares e ex-policiais envolvidos diretamente no confronto com a esquerda. Em Junho passado, o primeiro a depor foi o ex-delegado do DOPS Cláudio Guerra, confesso matador de militantes nos anos 70 e 80.
Cláudio, que atuou no Espírito Santo pelo DOPS, é o personagem bomba do livro Memórias de uma Guerra Suja, dos jornalistas Marcelo Netto e Rogério Medeiros.
http://colunaesplanada.blogosfera.uol.c ... a-verdade/
Wingate
- rodrigo
- Sênior
- Mensagens: 12891
- Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
- Agradeceu: 221 vezes
- Agradeceram: 424 vezes
Re: Revanchismo sem fim
Irmão de Leonardo Boff defende Bento 16 e critica Teologia da Libertação
Em maio de 1986, os irmãos Clodovis e Leonardo Boff publicaram uma carta aberta ao cardeal Joseph Ratzinger. O artigo analisava a instrução "Libertatis Conscientia", em que o futuro papa Bento 16 visava corrigir os supostos desvios da Teologia da Libertação na América Latina. Os religiosos brasileiros desaprovavam, com uma ponta de ironia e uma boa dose de audácia, a "linguagem com 30 anos de atraso" no texto.
Em 2007, o irmão mais novo de Leonardo Boff voltou à carga. Mas, dessa vez, o alvo foi a própria Teologia da Libertação --movimento do qual ele foi um dos principais teóricos e que defende a justiça social como compromisso cristão. Ele censurou a instrumentalização da fé pela política e enfureceu velhos colegas ao sugerir que teria sido melhor levar a sério a crítica de Ratzinger.
Em entrevista à Folha por telefone, frei Clodovis diz que Bento 16 defendeu o "projeto essencial" da Teologia da Libertação, mas o critica por superdimensionar a força do secularismo no mundo.
*
Folha - Bento 16 foi o grande inimigo da Teologia da Libertação?
Clodovis Boff - Isso é uma caricatura. Nos dois documentos que publicou, Ratzinger defendeu o projeto essencial da Teologia da Libertação: compromisso com os pobres como consequência da fé. Ao mesmo tempo, critica a influência marxista. Aliás, é uma das coisas que eu também critico.
No documento de 1986, ele aponta a primazia da libertação espiritual, perene, sobre a libertação social, que é histórica. As correntes hegemônicas da Teologia da Libertação preferiram não entender essa distinção. Isso fez com que, muitas vezes, a teologia degenerasse em ideologia.
E os processos inquisitoriais contra alguns teólogos?
Ele exprimia a essência da igreja, que não pode entrar em negociações quando se trata do núcleo da fé. A igreja não é como a sociedade civil, onde as pessoas podem falar o que bem entendem. Nós estamos vinculados a uma fé. Se alguém professa algo diferente dessa fé, está se autoexcluindo da igreja.
Na prática, a igreja não expulsa ninguém. Só declara que alguém se excluiu do corpo dos fiéis porque começou a professar uma fé diferente.
Não há margem para a caridade cristã?
O amor é lúcido, corrige quando julga necessário. [O jesuíta espanhol] Jon Sobrino diz: "A teologia nasce do pobre". Roma simplesmente responde: "Não, a fé nasce em Cristo e não pode nascer de outro jeito". Assino embaixo.
Quando o sr. se tornou crítico à Teologia da Libertação?
Desde o início, sempre fui claro sobre a importância de colocar Cristo como o fundamento de toda a teologia. No discurso hegemônico da Teologia da Libertação, no entanto, eu notava que essa fé em Cristo só aparecia em segundo plano. Mas eu reagia de forma condescendente: "Com o tempo, isso vai se acertar". Não se acertou.
"Não é a fé que confere um sentido sobrenatural ou divino à luta. É o inverso que ocorre: esse sentido objetivo e intrínseco confere à fé sua força." Ainda acredita nisso?
Eu abjuro essa frase boba. Foi minha fase rahneriana. [O teólogo alemão] Karl Rahner estava fascinado pelos avanços e valores do mundo moderno e, ao mesmo tempo, via que a modernidade se secularizava cada vez mais.
Rahner não podia aceitar a condenação de um mundo que amava e concebeu a teoria do "cristianismo anônimo": qualquer pessoa que lute pela justiça já é um cristão, mesmo sem acreditar explicitamente em Cristo. Os teólogos da libertação costumam cultivar a mesma admiração ingênua pela modernidade.
O "cristianismo anônimo" constituía uma ótima desculpa para, deixando de lado Cristo, a oração, os sacramentos e a missão, se dedicar à transformação das estruturas sociais. Com o tempo, vi que ele é insustentável por não ter bases suficientes no Evangelho, na grande tradição e no magistério da igreja.
Quando o sr. rompeu com o pensamento de Rahner?
Nos anos 70, o cardeal d. Eugênio Sales retirou minha licença para lecionar teologia na PUC do Rio. O teólogo que assessorava o cardeal, d. Karl Joseph Romer, veio conversar comigo: "Clodovis, acho que nisso você está equivocado. Não basta fazer o bem para ser cristão. A confissão da fé é essencial". Ele estava certo.
Assumi postura mais crítica e vi que, com o rahnerismo, a igreja se tornava absolutamente irrelevante. E não só ela: o próprio Cristo. Deus não precisaria se revelar em Jesus se quisesse simplesmente salvar o homem pela ética e pelo compromisso social.
Bento 16 sepultou os avanços do Concílio Vaticano 2º?
Quem afirma isso acredita que o Concílio Vaticano 2º criou uma nova igreja e rompeu com 2.000 anos de cristianismo. É um equívoco. O papa João 23 foi bem claro ao afirmar que o objetivo era, preservando a substância da fé, reapresentá-la sob roupagens mais oportunas para o homem contemporâneo.
Bento 16 garantiu a fidelidade ao concílio. Ao mesmo tempo, combateu tentativas de secularizar a igreja, porque uma igreja secularizada é irrelevante para a história e para os homens. Torna-se mais um partido, uma ONG.
Mas e a reabilitação da missa em latim? E a tentativa de reabilitação dos tradicionalistas que rejeitaram o Vaticano 2º?
Não podemos esquecer que a condição imposta aos tradicionalistas era exatamente que aceitassem o Vaticano 2º. O catolicismo é, por natureza, inclusivo. Há espaço para quem gosta de latim, para quem não gosta, para todas as tendências políticas e sociais, desde que não se contraponham à fé da igreja.
Quem se opõe a essa abertura manifesta um espírito anticatólico. Vários grupos considerados progressistas caíram nesse sectarismo.
Esses grupos não foram exceção. Bento 16 sofreu dura oposição em todo o pontificado.
A maioria das críticas internas a ele partiu de setores da igreja que se deixaram colonizar pelo espírito da modernidade hegemônica e que não admitem mais a centralidade de Deus na vida. Erigem a opinião pessoal como critério último de verdade e gostariam de decidir os artigos da fé na base do plebiscito.
Tais críticas só expressam a penetração do secularismo moderno nos espaços institucionais da igreja.
Como descreveria a relação de Bento 16 com a modernidade?
É possível identificar um certo pessimismo na sua reflexão. Ele não está só. Há um rio de literatura sobre a crise da modernidade, que remete até mesmo a autores como Nietzsche e Freud. O que ele tem de diferente? Propõe uma saída: a abertura ao transcendente.
Ainda assim, há pessimismo.
Há algo que ele precisaria corrigir: Bento 16 leva a sério demais o secularismo moderno. É uma tendência dos cristãos europeus. Eles esquecem que o secularismo é uma cultura de minorias. São poderosas, hegemônicas, mas ainda assim minorias.
A religião é a opção de 85% da humanidade. Os ateus não passam de 2,5%. Com os agnósticos, não chegam a 15%. Minoria culturalmente importante, sem dúvida: domina o microfone e a caneta, a mídia e a academia. Mas está perdendo o gás. Há um reavivamento do interesse pela espiritualidade entre os jovens.
Que outras críticas o sr. faria a Bento 16?
Ele preferiria resolver problemas teológicos a se debruçar sobre questões administrativas na Cúria. E isso gerou diversos constrangimentos no seu pontificado. Ele também não tem o carisma de um João Paulo 2º. De certa forma, era o esperado em um intelectual como ele.
Não está na hora de a igreja ficar mais próxima da realidade dos fiéis?
Bento 16 não resolveu um problema que se arrasta desde o Concílio Vaticano 2º: a necessidade de se criarem canais para a cúpula escutar e dialogar com as bases.
Os padres nas paróquias muitas vezes ficam prensados entre a letra fria que vem da cúpula e o cotidiano sofrido dos fiéis, que pode envolver dramas como aborto ou divórcio. Note que não sugiro mudanças no ensinamento da igreja. Mas acho que seria mais fácil para as pessoas viverem a doutrina católica se houvesse processos que facilitassem esse diálogo.
Como vê o futuro da igreja?
A modernidade não tem mais nada a dizer ao homem pós-moderno. Quais as ideologias que movem o mundo? Marxismo? Socialismo? Liberalismo? Neoliberalismo? Todas perderam credibilidade. Quem tem algo a dizer? As religiões e, sobretudo no Ocidente, a Igreja Católica.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1244 ... boff.shtml
Em maio de 1986, os irmãos Clodovis e Leonardo Boff publicaram uma carta aberta ao cardeal Joseph Ratzinger. O artigo analisava a instrução "Libertatis Conscientia", em que o futuro papa Bento 16 visava corrigir os supostos desvios da Teologia da Libertação na América Latina. Os religiosos brasileiros desaprovavam, com uma ponta de ironia e uma boa dose de audácia, a "linguagem com 30 anos de atraso" no texto.
Em 2007, o irmão mais novo de Leonardo Boff voltou à carga. Mas, dessa vez, o alvo foi a própria Teologia da Libertação --movimento do qual ele foi um dos principais teóricos e que defende a justiça social como compromisso cristão. Ele censurou a instrumentalização da fé pela política e enfureceu velhos colegas ao sugerir que teria sido melhor levar a sério a crítica de Ratzinger.
Em entrevista à Folha por telefone, frei Clodovis diz que Bento 16 defendeu o "projeto essencial" da Teologia da Libertação, mas o critica por superdimensionar a força do secularismo no mundo.
*
Folha - Bento 16 foi o grande inimigo da Teologia da Libertação?
Clodovis Boff - Isso é uma caricatura. Nos dois documentos que publicou, Ratzinger defendeu o projeto essencial da Teologia da Libertação: compromisso com os pobres como consequência da fé. Ao mesmo tempo, critica a influência marxista. Aliás, é uma das coisas que eu também critico.
No documento de 1986, ele aponta a primazia da libertação espiritual, perene, sobre a libertação social, que é histórica. As correntes hegemônicas da Teologia da Libertação preferiram não entender essa distinção. Isso fez com que, muitas vezes, a teologia degenerasse em ideologia.
E os processos inquisitoriais contra alguns teólogos?
Ele exprimia a essência da igreja, que não pode entrar em negociações quando se trata do núcleo da fé. A igreja não é como a sociedade civil, onde as pessoas podem falar o que bem entendem. Nós estamos vinculados a uma fé. Se alguém professa algo diferente dessa fé, está se autoexcluindo da igreja.
Na prática, a igreja não expulsa ninguém. Só declara que alguém se excluiu do corpo dos fiéis porque começou a professar uma fé diferente.
Não há margem para a caridade cristã?
O amor é lúcido, corrige quando julga necessário. [O jesuíta espanhol] Jon Sobrino diz: "A teologia nasce do pobre". Roma simplesmente responde: "Não, a fé nasce em Cristo e não pode nascer de outro jeito". Assino embaixo.
Quando o sr. se tornou crítico à Teologia da Libertação?
Desde o início, sempre fui claro sobre a importância de colocar Cristo como o fundamento de toda a teologia. No discurso hegemônico da Teologia da Libertação, no entanto, eu notava que essa fé em Cristo só aparecia em segundo plano. Mas eu reagia de forma condescendente: "Com o tempo, isso vai se acertar". Não se acertou.
"Não é a fé que confere um sentido sobrenatural ou divino à luta. É o inverso que ocorre: esse sentido objetivo e intrínseco confere à fé sua força." Ainda acredita nisso?
Eu abjuro essa frase boba. Foi minha fase rahneriana. [O teólogo alemão] Karl Rahner estava fascinado pelos avanços e valores do mundo moderno e, ao mesmo tempo, via que a modernidade se secularizava cada vez mais.
Rahner não podia aceitar a condenação de um mundo que amava e concebeu a teoria do "cristianismo anônimo": qualquer pessoa que lute pela justiça já é um cristão, mesmo sem acreditar explicitamente em Cristo. Os teólogos da libertação costumam cultivar a mesma admiração ingênua pela modernidade.
O "cristianismo anônimo" constituía uma ótima desculpa para, deixando de lado Cristo, a oração, os sacramentos e a missão, se dedicar à transformação das estruturas sociais. Com o tempo, vi que ele é insustentável por não ter bases suficientes no Evangelho, na grande tradição e no magistério da igreja.
Quando o sr. rompeu com o pensamento de Rahner?
Nos anos 70, o cardeal d. Eugênio Sales retirou minha licença para lecionar teologia na PUC do Rio. O teólogo que assessorava o cardeal, d. Karl Joseph Romer, veio conversar comigo: "Clodovis, acho que nisso você está equivocado. Não basta fazer o bem para ser cristão. A confissão da fé é essencial". Ele estava certo.
Assumi postura mais crítica e vi que, com o rahnerismo, a igreja se tornava absolutamente irrelevante. E não só ela: o próprio Cristo. Deus não precisaria se revelar em Jesus se quisesse simplesmente salvar o homem pela ética e pelo compromisso social.
Bento 16 sepultou os avanços do Concílio Vaticano 2º?
Quem afirma isso acredita que o Concílio Vaticano 2º criou uma nova igreja e rompeu com 2.000 anos de cristianismo. É um equívoco. O papa João 23 foi bem claro ao afirmar que o objetivo era, preservando a substância da fé, reapresentá-la sob roupagens mais oportunas para o homem contemporâneo.
Bento 16 garantiu a fidelidade ao concílio. Ao mesmo tempo, combateu tentativas de secularizar a igreja, porque uma igreja secularizada é irrelevante para a história e para os homens. Torna-se mais um partido, uma ONG.
Mas e a reabilitação da missa em latim? E a tentativa de reabilitação dos tradicionalistas que rejeitaram o Vaticano 2º?
Não podemos esquecer que a condição imposta aos tradicionalistas era exatamente que aceitassem o Vaticano 2º. O catolicismo é, por natureza, inclusivo. Há espaço para quem gosta de latim, para quem não gosta, para todas as tendências políticas e sociais, desde que não se contraponham à fé da igreja.
Quem se opõe a essa abertura manifesta um espírito anticatólico. Vários grupos considerados progressistas caíram nesse sectarismo.
Esses grupos não foram exceção. Bento 16 sofreu dura oposição em todo o pontificado.
A maioria das críticas internas a ele partiu de setores da igreja que se deixaram colonizar pelo espírito da modernidade hegemônica e que não admitem mais a centralidade de Deus na vida. Erigem a opinião pessoal como critério último de verdade e gostariam de decidir os artigos da fé na base do plebiscito.
Tais críticas só expressam a penetração do secularismo moderno nos espaços institucionais da igreja.
Como descreveria a relação de Bento 16 com a modernidade?
É possível identificar um certo pessimismo na sua reflexão. Ele não está só. Há um rio de literatura sobre a crise da modernidade, que remete até mesmo a autores como Nietzsche e Freud. O que ele tem de diferente? Propõe uma saída: a abertura ao transcendente.
Ainda assim, há pessimismo.
Há algo que ele precisaria corrigir: Bento 16 leva a sério demais o secularismo moderno. É uma tendência dos cristãos europeus. Eles esquecem que o secularismo é uma cultura de minorias. São poderosas, hegemônicas, mas ainda assim minorias.
A religião é a opção de 85% da humanidade. Os ateus não passam de 2,5%. Com os agnósticos, não chegam a 15%. Minoria culturalmente importante, sem dúvida: domina o microfone e a caneta, a mídia e a academia. Mas está perdendo o gás. Há um reavivamento do interesse pela espiritualidade entre os jovens.
Que outras críticas o sr. faria a Bento 16?
Ele preferiria resolver problemas teológicos a se debruçar sobre questões administrativas na Cúria. E isso gerou diversos constrangimentos no seu pontificado. Ele também não tem o carisma de um João Paulo 2º. De certa forma, era o esperado em um intelectual como ele.
Não está na hora de a igreja ficar mais próxima da realidade dos fiéis?
Bento 16 não resolveu um problema que se arrasta desde o Concílio Vaticano 2º: a necessidade de se criarem canais para a cúpula escutar e dialogar com as bases.
Os padres nas paróquias muitas vezes ficam prensados entre a letra fria que vem da cúpula e o cotidiano sofrido dos fiéis, que pode envolver dramas como aborto ou divórcio. Note que não sugiro mudanças no ensinamento da igreja. Mas acho que seria mais fácil para as pessoas viverem a doutrina católica se houvesse processos que facilitassem esse diálogo.
Como vê o futuro da igreja?
A modernidade não tem mais nada a dizer ao homem pós-moderno. Quais as ideologias que movem o mundo? Marxismo? Socialismo? Liberalismo? Neoliberalismo? Todas perderam credibilidade. Quem tem algo a dizer? As religiões e, sobretudo no Ocidente, a Igreja Católica.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1244 ... boff.shtml
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
- joaozinho
- Sênior
- Mensagens: 1047
- Registrado em: Ter Abr 11, 2006 10:09 pm
- Localização: São João Del Rei (MG)
- Agradeceu: 1 vez
- Agradeceram: 9 vezes
- Contato:
Re: Revanchismo sem fim
Ontem estava assistindo ao linha de passe da espn brasil e o juca disse que só devem ser investigados os crimes cometidos por militares pois a comissão investiga crimes cometidos pelo estado na época. Disse tb que os militantes de esquerda queriam a democracia e que Juscelino seria eleito presidente em 1965! Quem pegou em armas na época não queria a democracia, queria sim um regime autoritário de esquerda!
Nem petista, nem tucano, sou nacionalista!
- rodrigo
- Sênior
- Mensagens: 12891
- Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
- Agradeceu: 221 vezes
- Agradeceram: 424 vezes
Re: Revanchismo sem fim
Sra. Dra. Rosa Maria Cardoso da Cunha, receba minhas cordiais saudações.
Sei lá por quais desígnios de Deus, um documento relativo ao grupo de trabalho da Comissão da Verdade por V. Sa. coordenado, denominado "Contextualização do Golpe civil militar de 1964", veio ter à minha caixa de entrada no dia 05 de março de 2013.
Recebi-o sem pedir, penso que posso comentar, também sem que me peçam.
Sou oficial reformado do Exército, mas – acima de tudo - sou também cidadão, pois, como dizia o General Osório: "a farda não abafa o cidadão no peito do soldado". Assim, é um cidadão que faz comentários sobre um texto por V. Sa. chancelado.
A fim de cooperar com o trabalho do grupo, queria dizer que o mais correto é chamar de Contrarrevolução de 31 de março de 1964. E lhe digo por quê.
Se antes de 1964 o Brasil vinha de governos ditos trabalhistas, com forte protagonismo dos sindicatos, não é possível negar, à luz da História, que marchávamos para o Comunismo. Nisso, creio em sua concordância, pois sei tratar-se de pessoa culta e lúcida.
Caso fôssemos mudar – por qualquer meio e forma - de uma doutrina trabalhista-sindicalista para a doutrina comunista é de se supor, haja vista o agravamento da desordem na vida social do Brasil à época, que o País viveria uma revolução, ou seja, uma troca de ideologia por outra, à revelia da vontade do povo, e essa substituição, de uma ideologia por outra, é uma das principais causas, senão a principal, de um movimento revolucionário, como aquele que já estava em andamento no Brasil. Outra causa que contribui em muito para a desorganização de um País é a quebra da disciplina e da hierarquia nas Forças Armadas, o que vinha acontecendo naquela época, e com o aval e a leniência de autoridades constituídas...
As pessoas e instituições tidas pela Senhora como "golpistas" nada mais fizeram do que, com o Comunismo espalhando-se a olhos vistos e já infiltrado no governo (lembre-se do que, nessa época, dizia Luís Carlos Prestes...) aquelas pessoas e instituições anteciparam-se, oferecendo ao Brasil uma contrarrevolução. A Senhora entendeu, não é? Revolução comunista de um lado, contrarrevolução democrática do outro. Uma firula militar que nem todas as pessoas conhecem é que a "contrarrevolução" (contra-ataque) se dá em momento anterior ao da "revolução" (ao do ataque). Por isso, então, contrarrevolução de 31 de março de 1964. Ou seja, o momento em que o Comunismo foi dissuadido – outra vez - de se instalar no Brasil.
O texto diz que o grupo de trabalho tomará como foco da investigação o período que se inicia com a Contrarrevolução de 31 de março de 1964 e estende-se até maio de 1967. Ou seja, o período abordado cobre eventos relacionados ao momento da ruptura com o regime pró-Comunismo anterior e "sua institucionalização a partir de abril de 1964, incluindo a assinatura do Ato Institucional n.01, e prosseguindo até a criação do Centro de Informações do Exército – CIE –, um ano e dois meses depois".
Sra. Dra. Rosa, em vista de sua elevada posição na Comissão Nacional da Verdade – destaco: "Verdade"- e como coordenadora do GT em questão, creio que V. Sa. poderia aceitar uma sugestão e mandar estudar a história da Contrarrevolução não só a partir de 31 de março de 1964 e sim um certo tempo antes, pois, como a Senhora sabe, fatos históricos devem ser estudados a partir de seus primórdios, sem esquecer de estudar suas causas, tanto as remotas como as causas. Desse modo, e somente desse modo, poder-se-á dizer que realmente houve uma contextualização.
Sobre o Ato Institucional n° 1, que institucionalizou a Contrarrevolução, seus alunos podem estudar o que quiserem sobre ele, mas não poderão depois dizer que, do ponto de vista dos contrarrevolucionários, tal ato era de suma importância, pois devemos considerar que os revolucionários pró-comunismo poderiam perder o "fair-play" (se não tivessem fugido do País...) e prosseguirem com sua revolução, não obstante o fato de a Contrarrevolução de 31 de março de 1964 ter sido vitoriosa no que se propôs: deter o Comunismo em sua segunda tentativa de tomada do poder no Brasil. A primeira foi em 1935, como a Senhora bem sabe.
Fico contente que o GT sob sua coordenação vá estender o período de seus estudos até 2 de maio de 1967, data de criação do Centro de Inteligência do Exército (CIE). Certamente que o GT encontrará dificuldades de fontes de consulta para essa parte do estudo. À parte de poucas obras escritas por militares sobre o CIE, por serem militares, esses autores poderiam parecer não adequados pelos estudantes. Por isso, sugiro que procurem a obra Ministério do Silêncio, do jornalista Lucas Figueiredo, de Minas Gerais. Uma pessoa que se supõe isenta dada sua profissão. Na obra citada, os integrantes de seu grupo de trabalho poderão obter muitas informações sobre o CIE e, principalmente, o reconhecimento pelo autor de que foi o CIE, com seu modo de agir, que deu um basta às ações deletérias dos comunistas e pró-comunistas inconformados com a vitória da Contrarrevolução de 31 de março de 1964. Quer dizer, foi o CIE – com o apoio de muitas outras instituições nacionais - que venceu – repito por importante que é: venceu - a dita "Luta Armada".
Assim, Senhora Dra. Rosa, da leitura do texto que chegou ao meu conhecimento, é possível se inferir que o objetivo intermediário é reescrever a História do Brasil, retirando dela o que incomoda a certos setores nacionais da atualidade.
No geral, a impressão que o trabalho a ser realizado pelo grupo me deixou foi a mesma que trago desde quando estudei Lênin que, não satisfeito com a forma de pensar e atuar de Trotsky, mandou apagar a imagem deste numa fotografia em que apareciam juntos. Lênin, ainda não satisfeito, mandou retirar o verbete "Trotsky" da enciclopédia russo-soviética, e, depois ainda,...bem, a Senhora sabe como essa história continuou, no México.
Salvo minha limitada capacidade de análise, julgo não ser necessário muito esforço para inferir-se a ideia de que – num primeiro momento – o objetivo é reescrever a História do Brasil nos moldes de Lênin, depurando-a conforme as conveniências, trabalho este, ressalte-se, muito facilitado, pois os membros da CNV decidiram, de maneira ilegal e injusta, que só um lado da história seria investigado.
Tenho para mim que, num segundo momento, depois de tornar públicos, vilipendiar e escrachar os nomes de pessoas de verdade – agora genericamente alcunhadas por essa comissão de "agentes do Estado" - e que foram jogadas numa guerra sem que pedissem, dar-se-á então o assalto final: um novo ataque à Lei de Anistia, agora com tudo "amaciado" por uma "novistória" convenientemente reescrita. Qual a sua opinião a respeito Sra. Dra. Rosa?
Respeitosamente,
Cidadão Jorge Alberto Forrer Garcia
Coronel Reformado
Idt 030223822-5 EB/MD
Sei lá por quais desígnios de Deus, um documento relativo ao grupo de trabalho da Comissão da Verdade por V. Sa. coordenado, denominado "Contextualização do Golpe civil militar de 1964", veio ter à minha caixa de entrada no dia 05 de março de 2013.
Recebi-o sem pedir, penso que posso comentar, também sem que me peçam.
Sou oficial reformado do Exército, mas – acima de tudo - sou também cidadão, pois, como dizia o General Osório: "a farda não abafa o cidadão no peito do soldado". Assim, é um cidadão que faz comentários sobre um texto por V. Sa. chancelado.
A fim de cooperar com o trabalho do grupo, queria dizer que o mais correto é chamar de Contrarrevolução de 31 de março de 1964. E lhe digo por quê.
Se antes de 1964 o Brasil vinha de governos ditos trabalhistas, com forte protagonismo dos sindicatos, não é possível negar, à luz da História, que marchávamos para o Comunismo. Nisso, creio em sua concordância, pois sei tratar-se de pessoa culta e lúcida.
Caso fôssemos mudar – por qualquer meio e forma - de uma doutrina trabalhista-sindicalista para a doutrina comunista é de se supor, haja vista o agravamento da desordem na vida social do Brasil à época, que o País viveria uma revolução, ou seja, uma troca de ideologia por outra, à revelia da vontade do povo, e essa substituição, de uma ideologia por outra, é uma das principais causas, senão a principal, de um movimento revolucionário, como aquele que já estava em andamento no Brasil. Outra causa que contribui em muito para a desorganização de um País é a quebra da disciplina e da hierarquia nas Forças Armadas, o que vinha acontecendo naquela época, e com o aval e a leniência de autoridades constituídas...
As pessoas e instituições tidas pela Senhora como "golpistas" nada mais fizeram do que, com o Comunismo espalhando-se a olhos vistos e já infiltrado no governo (lembre-se do que, nessa época, dizia Luís Carlos Prestes...) aquelas pessoas e instituições anteciparam-se, oferecendo ao Brasil uma contrarrevolução. A Senhora entendeu, não é? Revolução comunista de um lado, contrarrevolução democrática do outro. Uma firula militar que nem todas as pessoas conhecem é que a "contrarrevolução" (contra-ataque) se dá em momento anterior ao da "revolução" (ao do ataque). Por isso, então, contrarrevolução de 31 de março de 1964. Ou seja, o momento em que o Comunismo foi dissuadido – outra vez - de se instalar no Brasil.
O texto diz que o grupo de trabalho tomará como foco da investigação o período que se inicia com a Contrarrevolução de 31 de março de 1964 e estende-se até maio de 1967. Ou seja, o período abordado cobre eventos relacionados ao momento da ruptura com o regime pró-Comunismo anterior e "sua institucionalização a partir de abril de 1964, incluindo a assinatura do Ato Institucional n.01, e prosseguindo até a criação do Centro de Informações do Exército – CIE –, um ano e dois meses depois".
Sra. Dra. Rosa, em vista de sua elevada posição na Comissão Nacional da Verdade – destaco: "Verdade"- e como coordenadora do GT em questão, creio que V. Sa. poderia aceitar uma sugestão e mandar estudar a história da Contrarrevolução não só a partir de 31 de março de 1964 e sim um certo tempo antes, pois, como a Senhora sabe, fatos históricos devem ser estudados a partir de seus primórdios, sem esquecer de estudar suas causas, tanto as remotas como as causas. Desse modo, e somente desse modo, poder-se-á dizer que realmente houve uma contextualização.
Sobre o Ato Institucional n° 1, que institucionalizou a Contrarrevolução, seus alunos podem estudar o que quiserem sobre ele, mas não poderão depois dizer que, do ponto de vista dos contrarrevolucionários, tal ato era de suma importância, pois devemos considerar que os revolucionários pró-comunismo poderiam perder o "fair-play" (se não tivessem fugido do País...) e prosseguirem com sua revolução, não obstante o fato de a Contrarrevolução de 31 de março de 1964 ter sido vitoriosa no que se propôs: deter o Comunismo em sua segunda tentativa de tomada do poder no Brasil. A primeira foi em 1935, como a Senhora bem sabe.
Fico contente que o GT sob sua coordenação vá estender o período de seus estudos até 2 de maio de 1967, data de criação do Centro de Inteligência do Exército (CIE). Certamente que o GT encontrará dificuldades de fontes de consulta para essa parte do estudo. À parte de poucas obras escritas por militares sobre o CIE, por serem militares, esses autores poderiam parecer não adequados pelos estudantes. Por isso, sugiro que procurem a obra Ministério do Silêncio, do jornalista Lucas Figueiredo, de Minas Gerais. Uma pessoa que se supõe isenta dada sua profissão. Na obra citada, os integrantes de seu grupo de trabalho poderão obter muitas informações sobre o CIE e, principalmente, o reconhecimento pelo autor de que foi o CIE, com seu modo de agir, que deu um basta às ações deletérias dos comunistas e pró-comunistas inconformados com a vitória da Contrarrevolução de 31 de março de 1964. Quer dizer, foi o CIE – com o apoio de muitas outras instituições nacionais - que venceu – repito por importante que é: venceu - a dita "Luta Armada".
Assim, Senhora Dra. Rosa, da leitura do texto que chegou ao meu conhecimento, é possível se inferir que o objetivo intermediário é reescrever a História do Brasil, retirando dela o que incomoda a certos setores nacionais da atualidade.
No geral, a impressão que o trabalho a ser realizado pelo grupo me deixou foi a mesma que trago desde quando estudei Lênin que, não satisfeito com a forma de pensar e atuar de Trotsky, mandou apagar a imagem deste numa fotografia em que apareciam juntos. Lênin, ainda não satisfeito, mandou retirar o verbete "Trotsky" da enciclopédia russo-soviética, e, depois ainda,...bem, a Senhora sabe como essa história continuou, no México.
Salvo minha limitada capacidade de análise, julgo não ser necessário muito esforço para inferir-se a ideia de que – num primeiro momento – o objetivo é reescrever a História do Brasil nos moldes de Lênin, depurando-a conforme as conveniências, trabalho este, ressalte-se, muito facilitado, pois os membros da CNV decidiram, de maneira ilegal e injusta, que só um lado da história seria investigado.
Tenho para mim que, num segundo momento, depois de tornar públicos, vilipendiar e escrachar os nomes de pessoas de verdade – agora genericamente alcunhadas por essa comissão de "agentes do Estado" - e que foram jogadas numa guerra sem que pedissem, dar-se-á então o assalto final: um novo ataque à Lei de Anistia, agora com tudo "amaciado" por uma "novistória" convenientemente reescrita. Qual a sua opinião a respeito Sra. Dra. Rosa?
Respeitosamente,
Cidadão Jorge Alberto Forrer Garcia
Coronel Reformado
Idt 030223822-5 EB/MD
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
- Brasileiro
- Sênior
- Mensagens: 9408
- Registrado em: Sáb Mai 03, 2003 8:19 pm
- Agradeceu: 237 vezes
- Agradeceram: 541 vezes
Re: Revanchismo sem fim
http://noticias.terra.com.br/brasil/cid ... luginTerra23 de Abril de 2013•21h01 • atualizado às 21h09
SP: ex-delegado diz que ditadura fez atentados para desmoralizar esquerda
Claudio Guerra assumiu ser autor de atentado no jornal o Estado de S. Paulo na década de 1980
O ex-delegado da Polícia Civil Claudio Guerra afirmou nesta terça-feira, à Comissão Municipal da Verdade de São Paulo, que foi o autor da explosão de uma bomba no jornal O Estado de S. Paulo, na década de 1980, e afirmou que a ditadura, a partir de 1980, decidiu desencadear em todo o Brasil atentados com o objetivo de desmoralizar a esquerda no País.
“Depois de 1980 ficou decidido que seria desencadeada em todo o País uma série de atentados para jogar a culpa na esquerda e não permitir a abertura política”, disse o ex-delegado em entrevista ao vereador Natalini (PV), que foi ao Espírito Santo conversar com Guerra.
No depoimento, Guerra afirmou que “ficava clandestinamente à disposição do escritório do Sistema Nacional de Informações (SNI)” e realizava execuções a pedido do órgão.
Entre suas atividades na cidade de São Paulo, Guerra afirmou ter feito pelo menos três execuções a pedido do SNI. "Só vim saber o nome de pessoas que morreram quando fomos ver datas e locais que fiz a execução”, afirmou o ex-delegado, dizendo que, mesmo para ele, as ações eram secretas.
Guerra falou também do Coronel Brilhante Ustra e do delegado Sérgio Paranhos Fleury, a quem acusou de tortura e assassinatos. Segundo ele, Fleury “cresceu e não obedecia mais ninguém”. “Fleury pegava dinheiro que era para a irmandade (grupo de apoiadores da ditadura, segundo ele)”, acusou.
O ex-delegado disse também que Fleury torturava pessoalmente os presos políticos e metralhou os líderes comunistas no episódio que ficou conhecido como Chacina da Lapa, em 1976.
“Eu estava na cobertura, fiz os primeiros disparos para intimidar. Entrou o Fleury com sua equipe. Não teve resistência, o Fleury metralhou. As armas que disseram que estavam lá foram ‘plantadas’, afirmo com toda a segurança”, contou.
Guerra disse que recebia da irmandade “por determinadas operações bônus em dinheiro”. O ex-delegado afirmou que os recursos vinham de bancos, como o Banco Mercantil do Estado de São Paulo, e empresas, como a Ultragás e o jornal Folha de S. Paulo. “Frias (Otávio, então dono do jornal) visitava o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), era amigo pessoal de Fleury”, afirmou.
‘Enterrar estava dando problema’
Segundo Guerra, os mortos pelo regime passaram a ser cremados, e não mais enterrados, a partir de 1973, para evitar “problemas”. “Enterrar estava dando problema e a partir de 1973 ou 1974 começaram a cremar. Buscava os corpos da Casa de Morte, em Petrópolis, e levava para a Usina de Campos”, relatou.
abraços]
----------------
amor fati
amor fati
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61511
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6321 vezes
- Agradeceram: 6673 vezes
- Contato:
Re: Revanchismo sem fim
PUTZ! Terrorista, assassino e ainda por cima CAGUETE!!!
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
- Brasileiro
- Sênior
- Mensagens: 9408
- Registrado em: Sáb Mai 03, 2003 8:19 pm
- Agradeceu: 237 vezes
- Agradeceram: 541 vezes
Re: Revanchismo sem fim
Está aí o caráter da ditadura militar e seus defensores.
abraços]
abraços]
----------------
amor fati
amor fati
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61511
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6321 vezes
- Agradeceram: 6673 vezes
- Contato:
Re: Revanchismo sem fim
Se esse cara aí está defendendo, como ele faz quando está ATACANDO???
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
- rodrigo
- Sênior
- Mensagens: 12891
- Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
- Agradeceu: 221 vezes
- Agradeceram: 424 vezes
Re: Revanchismo sem fim
Bomba desmoralizante para a esquerda foi o mensalão. Essas dos militares fizeram menos vítimas que a dos chechenos malucos em Boston.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
- Brasileiro
- Sênior
- Mensagens: 9408
- Registrado em: Sáb Mai 03, 2003 8:19 pm
- Agradeceu: 237 vezes
- Agradeceram: 541 vezes
Re: Revanchismo sem fim
hauauhauhahauhua
Mensalão é um coringa e tanto! Pau pra toda obra!
Mas há tópico para isso.
abraços]
Mensalão é um coringa e tanto! Pau pra toda obra!
Mas há tópico para isso.
abraços]
----------------
amor fati
amor fati
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61511
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6321 vezes
- Agradeceram: 6673 vezes
- Contato:
Re: Revanchismo sem fim
Exato! Morreu tudo! Vão amordaçar o Judiciário e o Mensalão que já saiu fica por isso mesmo e o QUE ESTÁ POR SAIR morre também.
Vai vendo...
Vai vendo...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
- Brasileiro
- Sênior
- Mensagens: 9408
- Registrado em: Sáb Mai 03, 2003 8:19 pm
- Agradeceu: 237 vezes
- Agradeceram: 541 vezes
Re: Revanchismo sem fim
http://blogs.estadao.com.br/dener-giova ... -dentro-2/Relatório perdido comprova massacre indígena no Brasil
Relatório Figueiredo
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) vai apurar denúncias de violação dos direitos indígenas a partir da análise de um relatório produzido durante a ditadura militar. O documento, dado por perdido em um incêndio há mais de 40 anos, foi encontrado recentemente no Museu do Índio, no Rio de Janeiro, misturado a outros papeis. Jader de Figueiredo, a pedido do Ministro do Interior à época, visitou dezenas de aldeias indígenas espalhadas pelo país para apurar graves denúncias de violência cometidas, inclusive, pelos próprios agentes do Serviço de Proteção ao Índio (SPI). Entre os crimes relatados estão expulsões, torturas e extermínio de tribos inteiras por envenenamento.
Atrocidades contra a tribo Cinta Larga foram expostas no relatório Figueiredo. Depois de atirar na cabeça de seu bebê, os assassinos cortaram a mãe ao meio. Foto: © Survival
Vamos! Me chamem de "indigenista"! Advoguem as causas de um governo que compactuava e estimulava coisas desse gênero!
O objetivo dessas ações era liberar a área para que fosse levado 'desenvolvimento' para a região, doando as terras a pessoas vindas de outras regiões às custas de vidas humanas.
----------------
amor fati
amor fati
- NettoBR
- Sênior
- Mensagens: 2773
- Registrado em: Sáb Abr 28, 2012 10:36 am
- Localização: Ribeirão Preto-SP
- Agradeceu: 1085 vezes
- Agradeceram: 320 vezes
Re: Revanchismo sem fim
Pelego Indigenista Anti-nacionalista!!Brasileiro escreveu:Vamos! Me chamem de "indigenista"! Advoguem as causas de um governo que compactuava e estimulava coisas desse gênero!
O objetivo dessas ações era liberar a área para que fosse levado 'desenvolvimento' para a região, doando as terras a pessoas vindas de outras regiões às custas de vidas humanas.
Isso é mais uma entre muitas coisas erradas na história do Brasil, mas o fato é que aqui, ou mata os índios que não querem deixar a terra e impedem o avanço do progresso, ou entrega-se áreas do tamanho de países para ver ongs e organizações internacionais mandarem em território brasileiro.
Dos 2 jeitos quem perde é o Brasil. Não existe equilíbrio e racionalidade, só extremos de um lado e de outro...
"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo."
Liev Tolstói
Liev Tolstói
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61511
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6321 vezes
- Agradeceram: 6673 vezes
- Contato:
Re: Revanchismo sem fim
O Brasileiro véio é DO CONTRA, esse num tem mais jeito...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)