Programa de Reaparelhamento da Marinha

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Túlio
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#12256 Mensagem por Túlio » Qui Jul 30, 2015 3:56 pm

CREDO, tá bão, tá bão, se foi Ares em pessoa que falou, quem sou eu para desmentir... :shock: :shock: :shock: :shock:

Agora, fica brabo é entender esta conspiração de toda a mídia especializada em Defesa, esses ignorantes que ficam aí apregoando que não tá nada mole, devem ser todos do PIG também, MORTE A ESSES COXINHAZZZ... :evil: :evil: :evil: :evil:




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#12257 Mensagem por Bolovo » Qui Jul 30, 2015 4:08 pm

Túlio escreveu:CREDO, tá bão, tá bão, se foi Ares em pessoa que falou, quem sou eu para desmentir... :shock: :shock: :shock: :shock:

Agora, fica brabo é entender esta conspiração de toda a mídia especializada em Defesa, esses ignorantes que ficam aí apregoando que não tá nada mole, devem ser todos do PIG também, MORTE A ESSES COXINHAZZZ... :evil: :evil: :evil: :evil:
Em que momento eu disse que ele disse que estava fácil?




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#12258 Mensagem por LeandroGCard » Qui Jul 30, 2015 5:51 pm

Túlio escreveu:Cupincha véio, não vejo como "birra". Na verdade tu, mais do que ninguém, deves saber muito bem que o problema no Brasil não é criar complexo disso ou tecnologia daquilo, é manter uma determinada iniciativa em andamento. Por exemplo, se existisse DB na época em que o EB desenhava sua AVEX e o GF falava em Helibrás, serias o mais entusiasmado de nós, demonstrando quão valioso seria o aprendizado e que seguramente ali pela virada do século/milênio já estaríamos desenvolvendo um substituto NACIONAL para o Écureuil (Esquilo), pois a iniciativa inevitavelmente iria levar ao nascimento de um complexo industrial voltado para a produção de helicópteros (e somos um dos maiores mercados do mundo para este tipo de aeronave, ou seja, eu iria concordar contigo). Mas o que temos hoje: uma MONTADORA de helicópteros pertencente à Eurocopter.
Túlio, só para constar, eu fui CONTRA a instalação da Avibrás desde que ela veio para o Brasil, pois sabia que o resultado seria ter apenas um galpão para o pessoal apertar parafusos e em troca entregaríamos nosso mercado para os franceses e jamais teríamos de novo a oportunidade de montar uma indústria de helicópteros nacional. Na época a solução que eu achava ideal para a questão já era completamente diferente.

Eu trabalho justamente com aplicações de engenharia na indústria e sei muitíssimo bem a diferença entre desenvolver e apenas fabricar, tanto do ponto de vista operacional quanto das consequências de cada um para a alavancagem da indústria em particular e da economia em geral. Por isso programas como o da Helibrás (ou do nosso setor automobilístico, também exclusivamente estrangeiro) nunca me interessaram.

Fazer navio do tipo da CV-3? Isso nós já fazemos desde os anos 70 no AMRJ. Deu no quê? Estamos aí, praticamente sem escoltas. Reitero: o problema não é desenvolver isso ou construir aquilo, é manter a continuidade da coisa toda. Como descreio disso, não vejo vantagem em fazer um navio cujas características são mais claramente as de um patrulha do que de uma escolta com o escopo de, aí sim, termos uma poderosa MB. Já passamos por isso, já vimos no que deu.
Não Túlio, nós fizemos isso UMA VEZ APENAS, e lentamente demais, no caso das Inhaúma/Barroso. E depois paramos por mais de vinte anos. Fora as Inhaúma/Barroso nenhum outro navio de combate foi concebido no Brasil desde o século IXX, mesmo os contratorpedeiros da década de 1940 eram de projeto americano (e as Niterói inglesas). E inclusive, apesar de alguns conceitos iniciais errados que quem nunca desenvolveu nada sequer compreende, o programa das corvetas no geral foi bastante auspicioso, com os primeiros navios construídos no AMRJ e os demais em estaleiros privados, e uma versão evoluída tendo derivado da original, que tinha falhas (coisa comum em qualquer novo projeto). Mas nós paramos, e a chance de retomar o caminho é justamente a CV3.

E em que o Brasil é diferente HOJE? Que eu saiba, verbas para a Defesa continuam a ser contingenciadas, verbas para pesquisa idem, indústria (não só naval) indo a pique, tudo como dantes no quartel de Abrantes...
A diferença é que depois do fiasco do governo Dilma-I, quando todo o incentivo ao consumo local escoou para a China e outros países por falta de competitividade da indústria nacional, percebeu-se (ou deveria-se ter percebido) que nossos problemas vão muito além da parte financeira/macroeconômica, incluem a falta de competitividade da indústria, e isso passa pela capacidade de desenvolvimento de produtos. E para resolver isso não basta fabricar aqui o que é criado lá fora, muito mais importante seria criar aqui.

É esta tradição que nos falta, muito mais do que o conhecimento de técnicas de fabricação, administração da produção ou gerência de qualidade. Pode ser que no momento não haja dinheiro para iniciar nada, mas se quando houver já partirmos novamente do princípio de que temos que buscar os projetos todos lá fora aí mesmo é que não sairemos do círculo vicioso em que estamos já há mais de 100 anos, e daqui a três ou quatro décadas estaremos de novo discutindo as mesmíssimas questões de agora (se estivermos vivos até lá, é claro :wink: ).

E de todos os programas citados pelo Nauta, ao das CV3 é o único que ajudaria a sair desta mesmice.


Leandro G. Card

P.S.: Como eu já disse e repito, no dia em que pudermos pelo menos apontar para alguma ameaça militar contra a qual faça diferença obtermos rapidamente navios mais modernos e capazes eu mudo de ideia, e passo a colocar mais prioridade no reequipamento de nossas FA's. Mas o cenário hoje é exatamente o oposto, não temos inimigo militar algum no horizonte, mas nosso setor industrial corre o risco real de desaparecer. Então a prioridade no desenvolvimento industrial é de longe muitíssimo mais importante que uma operacionalidade que de qualquer forma logo ali na frente iria começar a se degradar de novo, como sempre aliás :roll: .




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#12259 Mensagem por LeandroGCard » Qui Jul 30, 2015 5:53 pm

Arataca escreveu:Acho que o tempo de desenvolvimento da CV3 poderia ser economizado com a compra dos direitos de um projeto existente: Koreia, Ukrania, .....

Uma vez com o projeto nas mãos, fica a dúvida: - onde construir? Os privados estão todos fechando. O fechamento do Mauá/Eisa foi de doer. Tinha amigos que já trabalharam lá. O Arsenal, pelo o que ouço, está totalmente obsoleto e meio que sucateado.

Sonhar é muito bom, mas quando colocamos os pés no chão, vêm as dúvidas. Mas não podemos desistir.

1 abraço
Se é para fabricar aqui algum projeto estrangeiro, então que se compre logo de prateleira e se fabrique lá mesmo no país de origem, sem perder tempo, esforço e $$$ para garantir apenas empregos para administradores picaretas e peões de salário mínimo.


Leandro G. Card




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#12260 Mensagem por Arataca » Qui Jul 30, 2015 5:56 pm

Cumpañeros,

O Almirante Leal Ferreira segue para os EEUU. Podemos aguardar uma flotilha de OHP's levantando para o Brasil?
O comandante da Marinha do Brasil, almirante-de-esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, fará uma visita oficial à Marinha americana (U.S. Navy) entre os dias 13 e 24 de agosto próximos.

Ex-instrutor de Navegação Astronômica da Academia Naval dos Estados Unidos, em Annapolis (capital do estado de Maryland), Leal Ferreira passará por Washington e Nova York, além de ser recebido em bases e outras organizações militares locais.

O comandante da Força Naval brasileira viajará acompanhado do capitão-de-fragata Adriano Marcelino Batista e da capitão-de-corveta (T) Andréa Angelina Silva Baptista.

Apesar de ninguém em sua comitiva pertencer à Diretoria-Geral de Material da Marinha (DGMM), é certo que, nos encontros que irá manter com seus colegas do comando da U.S. Navy, Leal Ferreira falará do atual estado da esquadra brasileira, do imperativo de sua renovação e das restrições orçamentárias que sua Força enfrenta.

Leal Ferreira deve manifestar, sobretudo, a expectativa de que a indústria naval americana possa se interessar pelo Programa de Obtenção de Meios de Superfície (PROSUPER) – pronto para ser iniciado tão logo haja a luz verde do Executivo –, e pelo Programa de Obtenção de Navios-Aeródromo (PRONAe), que a Marinha brasileira prevê iniciar entre o fim desta década e o início dos anos de 2020.

Aegis – Em Washington o comandante da Marinha brasileira também dirá da sua expectativa de que o governo americano autorize que os navios a serem futuramente contratados por sua esquadra possam receber sistemas americanos de comprovada eficiência, como o Sistema de Combate Aegis, também conhecido pela sigla ACS.
O Aegis (termo da mitologia grega com a conotação de “escudo protetor”) é um sistema de armas naval desenvolvido pela Divisão de Mísseis e Radares de Superfície da RCA Corporation, mas agora produzido pelo grupo empresarial Lockheed Martin. Ele emprega radares controlados por avançados softwares militares que monitoram o voo de mísseis lançados para alcançar alvos inimigos.

Criado para a U.S.Navy, a Lockheed Martin já foi autorizada a instalar o Aegis em embarcações do Japão, Espanha, Noruega e da Coreia do Sul. Oficiais da Marinha da Colômbia também manifestaram interesse no sistema.

Ano passado, o estaleiro espanhol Navantia informou a DGMM que havia obtido autorização para obter até quatro sistemas Aegis destinados a navios do PROSUPER. O programa prevê a construção, em estaleiros brasileiros, de cinco fragatas multifunção de 6.000 toneladas.

A seguir, a portaria do ministro da Defesa, Jaques Wagner, que autoriza a viagem aos Estados Unidos do comandante da Marinha do Brasil:

Ministério da Defesa

GABINETE DO MINISTRO

PORTARIA N 1.572/MD, DE 16 DE JULHO DE 2015

O MINISTRO DE ESTADO DA DEFESA, no uso de suas atribuições e conforme disposto no Parágrafo único do art. 1 do Decreto n 2.790, de 29 de setembro de 1998, resolve:

Autorizar o afastamento do País do Almirante-de-Esquadra EDUARDO BACELLAR LEAL FERREIRA, Comandante da Marinha, para realizar viagem oficial às cidades de Nova York e Washington – EUA, em visita oficial à Marinha dos Estados Unidos da América, no período de 13 a 24 de agosto de 2015, com ônus para o Comando da Marinha.

A missão é considerada eventual e de natureza militar, estando enquadrada na alínea c do inciso I e na alínea b do inciso II do art. 3, combinado com o art. 11, da Lei n 5.809, de 10 de outubro de 1972, regulamentada pelo Decreto n 71.733, de 18 de janeiro de 1973, alterado pelo Decreto n 3.643, de 26 de outubro de 2000, Decreto n 6.258, de 19 de novembro de 2007, e Decreto n 6.576, de 25 de setembro de 2008.

JAQUES WAGNER
Fonte: http://www.planobrazil.com/exclusivo-le ... novidades/

1 abraço




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#12261 Mensagem por FCarvalho » Qui Jul 30, 2015 6:48 pm

Vou repetir aqui o que disse no tópico do A-12.

Só temos uma única opção de desenvolver a MB, com base na realidade da desimportância da defesa no Brasil, a constar de quatro pequenos, mas importantes, passos que sejam:

1. tentar ser uma boa guarda costeira;
2. tentar ser uma boa marinha de águas marrons;
3 tentar ser um boa marinha de águas azuis dentro da nossa AJB;
4. por fim, tentar obter um Nae (leve) e uma FFE de acordo com a pauperridade da nossa realidade geo política no mundo.

Faço aqui um adendo, em relação aos pontos levantados pelo Leandro. Em todas estas fases, cabe, ou caberia à MB, via CPN ou empresas privadas nacionais, o projeto, desenvolvimento, construção e manutenção dos navios necessários a esta composição. A excessão da fase 4.

Na primeira fase poderíamos estabelecer um processo construtivo a partir do que já temos em mão, ou em projeto. Navios patrulha de 250 a 1800 tons, divididos em 3 ou 4 modelos, com construção em diferentes blocks. Da mesma forma, lançhas e barcos patrulha costeiro e fluvial podem ser adotados nesta fase, de forma a fazer com que os DN's sejam capazes de, real e efetivamente, fazer o seu trabalho.

Na segunda fase, seguimento da construção de corvetas, preferencialmente a partir do projeto da CV-3, levando-se em conta uma tonelagem máxima de 3000 tons de delocamento bruto e cerca de 120mts de comprimento. Aqui mesmo no DB foi mostrado no tópico sobre, um esquema com várias versões da CV-3, que atenderiam tal premissa.

Na terceira fase, buscaríamos projetar fragatas leves entre 3000 e 4000 tons de deslocamento, com a versão destas últimas no final da fila de desenvolvimento. E qtdes suficiente para manter a industria naval e de projeto tendo trabalho regular e constante.

Feito isso, em um prazo de 25 a 30 anos, como consta no próprio PAEMB, poderemos quem sabe dispor não de uma marinha forte o suficiente para opor-se a quem quer que seja, mas boa o suficiente para dar trabalho de tal maneira que a relação custo x benefício de um embate com ela desfavoreça uma eventual agressão. E se não der para conseguir isso, que ela nos favoreça no sentido de dar-nos tempo para que a diplomacia faça a sua parte, ou alguém, se é que existirá alguém nesse mundo, que se disponha a nos ajudar. Ponto.

Todas estas fases, podem inclusive nos ajudar a obter uma cobertura senão integral, semi-integral, da nossa AJB - um sonho de consumo secular da marinha - a partir da readequação da infra-estrutura dos DN's(6) ao longo do litoral, de forma que ao invés de ficarmos pensando em 2 enormes esquadras, teríamos na verdade pequenas esquadras ao longo do litoral, de forma a possibilitar a patrulha e vigilãncia equilibrada de nossas águas, contando para isso com os navios patrulha e corvetas que venhamos a contruir e operar a partir da estrutura dos DN's.

Como exemplo, cito uma demanda hipotética para mais de 100 navios patrulha, do menor ao maior, em um período de 30 anos de construção, e que seriam basicamente subordinados aos DN's, que são quem efetivamente realizam o trabalho de uma guarda costeira. A parte da esquadra - que na realidade seria a menor parte da MB - ficaria subodinada aos atuais comandos, com a diferença de que os meios estariam não mais centrados em um ou dois lugares apenas, mas equacionados e distribuidos nas instalações dos DN's. Aproveitamos o que já existe de infraestrutura, e readequamos a nova postura. Um investimento com certeza muito menor e menos caro do que construir uma nova base naval inteira, e ter de reforma outra também. Tudo isso ao longo de 30 anos.

Por fim, é mister dizer que nessa nossa marinha, adequada a realidade militar e política nacional, a patrulha naval responderia pela maior parte do trabalho, como seria de fato, a maior responsável pela defesa e segurança de nossas AJB. Navios menores, mais simples, mais baratos, mais adequados e suscetíveis a aplicação proporcional da P&D naval nacional. A esquadra em si, ficaria restrita a um conjunto de navios de 18 e 24 undes leves, entre corvetas e fragatas.

Diante do que o nosso país é, em termos de força naval, e principalmente do que ele não é, e dificilmente será, se não é a melhor solução, é a mais adequada e a possível diria, a uma marinha que prima mais por sua capaciadade de sobrevivência do que propriamente por suas qualidades enquanto força naval militar.

abs.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#12262 Mensagem por Lord Nauta » Qui Jul 30, 2015 8:12 pm

Prezados Amigos,

O projeto das CV03 e o único que poderá capacitar de fato o Brasil a projetar e construir navios de guerra de forma autóctone. O abandono desta iniciativa representa a perda total do conhecimento adquirido na construção das classe Inhaúma e Barroso e do navio escola Brasil.
Infelizmente devido a baixa prioridade do tema Defesa na agenda nacional não foi possível que este conhecimento propiciasse uma sequencia evolutiva na capacidade nacional de projetar e construir navios de guerra. Entretanto esta base, incipiente ainda, existe e deve ser fortalecida e ampliada e somente a classe Tamandaré poderá proporcionar este salto genuinamente nativo.
E bom ressaltar que hoje os meios que carregam o maior coeficiente de modernidade da MB são os NaPaOC Amazonas e o Vital de Oliveira. Esta modernidade, entre outras questões técnicas, devem ser estudadas e juntamente com as avaliações operacionais da Barroso produzirão conhecimentos que poderão se incorporados as CV 03.
E de se admitir também que a construção de navios de projeto estrangeiro contribuam para esta evolução. Mas somente o desenvolvimento de cérebros brasileiros aplicados a projetos nacionais e que permitirão que a próximas gerações de belonaves da MB tenham o nosso DNA. Somente investimentos em P&D e que tornam um país de fato independente e auto suficiente.

Sds

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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#12263 Mensagem por Luís Henrique » Qui Jul 30, 2015 9:31 pm

Túlio escreveu:
Luís Henrique escreveu:

Tulio, pense bem. Se for levar ao pé da letra, se formos considerar o HISTÓRICO do nosso país no setor militar, então não apenas o ítem 3 (Corveta Tamandaré) como TODOS os outros ítens são perda de tempo. Continuaremos tendo uma capacidade militar ridícula e esses projetos só gerarão custos e no fim das contas não servirão de nada em caso de guerra.
Mas não é por ai que devemos pensar.

As coisas podem mudar um dia. A CV-03 pode ser um COMEÇO de uma mudança. Se o poder político começar a investir mais no setor, todo este esforço no projeto CV-03 poderá resultar em Fragatas maiores no futuro. Poderá resultar que as próximas fragatas de 6.000T sejam BRASILEIRAS.
Portanto, eu penso totalmente diferente. Prefiro que cancelem o ítem 4 (Fragata de 6.000T estrangeira) do que o ítem 3.
O ítem 3 pode nos levar à um ítem 4 NACIONAL no futuro. O ítem 4 pode também ajudar, mas a experiência e o ganho tecnológico e industrial é maior quando decidimos realmente FAZER AS COISAS.

E é bem aí que mora o perigo, cupincha: tirando a EMBRAER - que é na verdade uma indústria dual, não militar - o que mais foi para a frente? Honestamente, não me vem nada à memória. Só me lembro de coisa que começou cheia de esperanças e ou quebrou ou foi vendida pra estrangeiro. Torno a citar a Helibrás.

Daí vem isso de fazer um estaleiro novinho em folha com a função de produzir corvetas com desempenho de patrulhas e que só serão adquiridas pela MB (já que quem - País estrangeiro - quiser comprar corveta vai querer desempenho de corveta). E depois? Esperanças, lindas e radiosas mas, como todas as esperanças, não passam de devires.

A realidade que vejo desde os anos 70 não é assim. Nas buenas, mesmo o estaleiro para fazer sub me preocupa, e quando acabarem de entregar os encomendados, não irá a MB tomar contingenciamento e as instalações acabarem vendidas a algum grupo estrangeiro? É que costuma acontecer no melhor cenário; no pior simplesmente fecham.

Deves ser bem mais novo do que eu, truta véio. Minha cota de esperança se esgotou no começo dos 90, quando um dos maiores e mais promissores parques industriais e de desenvolvimento de material bélico do mundo foi dilacerado em poucos anos. Não vejo nada de diferente no horizonte, basta ver o que vem acontecendo á Defesa há décadas, muitas felizes promessas e muitos tristes cortes...

Tulio, entendo sua revolta e também acho que estamos em um patamar muito pequeno nesta área.

Mas como o Bolovo disse, houve avanços sim. Não chegamos no nível que deveríamos, no nível que nós, entusiastas do tema, gostaríamos, Mas melhoramos MUITO com relação ao passado.
Mesmo com os cortes, o dinheiro aumentou bastante.

Devemos sempre priorizar a indústria nacional, mesmo que a continuidade da mesma continue sendo ameaçada, não é porque é provável que as coisas parem no futuro, como ocorreu no passado, que devemos simplesmente parar de apoiar estas iniciativas.

Em alguns anos, além do KC-390, Gripen BR, Submarino Nuclear, teremos também mísseis, A-darter, MAR, MAN, etc.
Uma CV-03 será muito bom para nossa indústria nacional. Gerará empregos, conhecimentos e não entendo este comentário de navio patrulha.

Nossa corveta poderá não ser a melhor do mundo, mas será sim um bom navio de guerra. Terá sensores, sistemas e armamentos que a colocarão em um patamar acima de qualquer fragata que possuímos hoje.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#12264 Mensagem por Luís Henrique » Qui Jul 30, 2015 9:39 pm

Arataca escreveu:Acho que o tempo de desenvolvimento da CV3 poderia ser economizado com a compra dos direitos de um projeto existente: Koreia, Ukrania, .....

Uma vez com o projeto nas mãos, fica a dúvida: - onde construir? Os privados estão todos fechando. O fechamento do Mauá/Eisa foi de doer. Tinha amigos que já trabalharam lá. O Arsenal, pelo o que ouço, está totalmente obsoleto e meio que sucateado.

Sonhar é muito bom, mas quando colocamos os pés no chão, vêm as dúvidas. Mas não podemos desistir.

1 abraço
Mas ai vamos criar empregos para trabalhadores braçais.
Vamos soldar, apertar parafusos, etc.

E os engenheiros, e a nossa criatividade, e os projetistas?

Como vamos nos tornar um país mais desenvolvido ou como vamos possuir uma indústria bélica mais avançada se só o que fazemos é juntar peças, soldar e apertar parafusos daquilo que foi CRIADO, DESENVOLVIDO E PROJETADO por outros países???




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#12265 Mensagem por Arataca » Qui Jul 30, 2015 11:22 pm

Luiz Enrique,

Isto é uma questão de prioridades. O que é mais urgente, e reequipar a MB e tira-la do grau de sucateamento e obsoletismo relativo em que se encontra ou desenvolver uma indústria bélica dando empregos para engenheiros e projetistas. É uma coisa ou outra.

Eu acho que a MB está num estado lastimável e necessita urgentemente de novos e atualizados meios, o mais urgentemente possível.

Esta história de criar uma indústria bélica tem sido colocada como uma mantra, bem como as TOT's, ....e só faz com que os processos de reequipamento sejam postergados. Porque? Porque neste país não existem projetos de estado mas sim projetos de governo. Tudo é feito de olho na próxima eleição daí a quatro anos. Um projeto de indústria bélica é de longa maturação que começa no desenvolvimento de recursos humanos e isto não entra na cabeça dos tomadores de decisão.

Malhar em ferro frio não leva a nada.

Meu ponto de vista.

1 abraço




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#12266 Mensagem por Arataca » Qui Jul 30, 2015 11:35 pm

Prezados,

Antes que eu seja mal interpretado, se já não fui, gostaria de reforçar que minha referência às carcomidas OHP's foi irônica. Faltaram os emoticons :mrgreen: :mrgreen:

Espero ter esclarecido

1 abraço

Arataca escreveu:Cumpañeros,

O Almirante Leal Ferreira segue para os EEUU. Podemos aguardar uma flotilha de OHP's levantando para o Brasil?
O comandante da Marinha do Brasil, almirante-de-esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, fará uma visita oficial à Marinha americana (U.S. Navy) entre os dias 13 e 24 de agosto próximos.

Ex-instrutor de Navegação Astronômica da Academia Naval dos Estados Unidos, em Annapolis (capital do estado de Maryland), Leal Ferreira passará por Washington e Nova York, além de ser recebido em bases e outras organizações militares locais.

O comandante da Força Naval brasileira viajará acompanhado do capitão-de-fragata Adriano Marcelino Batista e da capitão-de-corveta (T) Andréa Angelina Silva Baptista.

Apesar de ninguém em sua comitiva pertencer à Diretoria-Geral de Material da Marinha (DGMM), é certo que, nos encontros que irá manter com seus colegas do comando da U.S. Navy, Leal Ferreira falará do atual estado da esquadra brasileira, do imperativo de sua renovação e das restrições orçamentárias que sua Força enfrenta.

Leal Ferreira deve manifestar, sobretudo, a expectativa de que a indústria naval americana possa se interessar pelo Programa de Obtenção de Meios de Superfície (PROSUPER) – pronto para ser iniciado tão logo haja a luz verde do Executivo –, e pelo Programa de Obtenção de Navios-Aeródromo (PRONAe), que a Marinha brasileira prevê iniciar entre o fim desta década e o início dos anos de 2020.

Aegis – Em Washington o comandante da Marinha brasileira também dirá da sua expectativa de que o governo americano autorize que os navios a serem futuramente contratados por sua esquadra possam receber sistemas americanos de comprovada eficiência, como o Sistema de Combate Aegis, também conhecido pela sigla ACS.
O Aegis (termo da mitologia grega com a conotação de “escudo protetor”) é um sistema de armas naval desenvolvido pela Divisão de Mísseis e Radares de Superfície da RCA Corporation, mas agora produzido pelo grupo empresarial Lockheed Martin. Ele emprega radares controlados por avançados softwares militares que monitoram o voo de mísseis lançados para alcançar alvos inimigos.

Criado para a U.S.Navy, a Lockheed Martin já foi autorizada a instalar o Aegis em embarcações do Japão, Espanha, Noruega e da Coreia do Sul. Oficiais da Marinha da Colômbia também manifestaram interesse no sistema.

Ano passado, o estaleiro espanhol Navantia informou a DGMM que havia obtido autorização para obter até quatro sistemas Aegis destinados a navios do PROSUPER. O programa prevê a construção, em estaleiros brasileiros, de cinco fragatas multifunção de 6.000 toneladas.

A seguir, a portaria do ministro da Defesa, Jaques Wagner, que autoriza a viagem aos Estados Unidos do comandante da Marinha do Brasil:

Ministério da Defesa

GABINETE DO MINISTRO

PORTARIA N 1.572/MD, DE 16 DE JULHO DE 2015

O MINISTRO DE ESTADO DA DEFESA, no uso de suas atribuições e conforme disposto no Parágrafo único do art. 1 do Decreto n 2.790, de 29 de setembro de 1998, resolve:

Autorizar o afastamento do País do Almirante-de-Esquadra EDUARDO BACELLAR LEAL FERREIRA, Comandante da Marinha, para realizar viagem oficial às cidades de Nova York e Washington – EUA, em visita oficial à Marinha dos Estados Unidos da América, no período de 13 a 24 de agosto de 2015, com ônus para o Comando da Marinha.

A missão é considerada eventual e de natureza militar, estando enquadrada na alínea c do inciso I e na alínea b do inciso II do art. 3, combinado com o art. 11, da Lei n 5.809, de 10 de outubro de 1972, regulamentada pelo Decreto n 71.733, de 18 de janeiro de 1973, alterado pelo Decreto n 3.643, de 26 de outubro de 2000, Decreto n 6.258, de 19 de novembro de 2007, e Decreto n 6.576, de 25 de setembro de 2008.

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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#12267 Mensagem por Mathias » Sex Jul 31, 2015 12:47 am

Pelo amor do Pai, OHP é osso! :roll: :lol:

Sobre as CV-3, acho que se deve sim continuar o projeto.
Essa crise vai passar e as coisas voltarão ao rumo, uns dois ou três anos a mais ora quem esperou 30 dá pra aguentar.




“Os únicos derrotados no mundo são os que deixam de lutar, de sonhar e de querer! Levantem suas bandeiras, mesmo quando não puderem levantar!”.
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P44
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#12268 Mensagem por P44 » Sex Jul 31, 2015 7:40 am

Portugal desistiu do Siroco, aproveitem...




Triste sina ter nascido português 👎
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LeandroGCard
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#12269 Mensagem por LeandroGCard » Sex Jul 31, 2015 9:31 am

Arataca escreveu:Luiz Enrique,

Isto é uma questão de prioridades. O que é mais urgente, e reequipar a MB e tira-la do grau de sucateamento e obsoletismo relativo em que se encontra ou desenvolver uma indústria bélica dando empregos para engenheiros e projetistas. É uma coisa ou outra.
Enquanto sequer podemos apontar potenciais ameaças externas, a preparação de projetistas, engenheiros e talvez mais importante, GERENTES DE PROJETO que saibam realmente como desenvolver novos produtos desde o zero (e não estes &*#@$! que ficam fazendo cursos de PMBOK mas nunca nem viram um desenho técnico de perto) é muito mais importante para o país que navios de guerra novos, por mais interessantes e sensuais que estes sejam.
Esta história de criar uma indústria bélica tem sido colocada como uma mantra, bem como as TOT's, ....e só faz com que os processos de reequipamento sejam postergados.
Não, o que acontece é justamente o contrário. Porque tem sempre gente pronta a afirmar que não devemos reinventar a roda, que temos muita urgência, que o estrangeiro é melhor e o brasileiro não presta e blá, blá, blá..., e ao invés de dar continuidade às poucas iniciativas de desenvolvimentos locais que temos preferem abandonar tudo e ir lá fora comprar projetos prontos ou pior, trazer fabricantes estrangeiros para produzir aqui. Ou ainda pior, comprar plataformas usadas de prateleira. E agora de novo vem com a mesma ladainha, mais uma vez :? .

Inimigos que exijam resposta militar imediata pode ser que apareçam um dia quem sabe, ou talvez (e muito mais provavelmente) não, é algo que é impossível prever. Mas a perda da capacidade de desenvolvimento da nossa engenharia é algo real e premente, está acontecendo AGORA, e irá nos causar prejuízos futuros talvez até maiores do que a perda de uma guerra.

Lembre-se, a Alemanha e o Japão foram arrasados por guerras terríveis e estavam novamente entre as maiores potências do planeta em vinte anos, justamente porque sua capacidade de engenharia foi preservada mesmo nos piores momentos. Mas se eles tivessem perdido suas empresas e engenheiros, hoje estariam até pior do que nós. No Brasil quase ninguém dá bola para engenharia e tecnologia, mas a perda de capacidade de trabalhar nestes setores é uma desgraça para o país muito pior do que a derrota até mesmo em uma grande guerra mundial.


Leandro G. Card




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Brigadeiro
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#12270 Mensagem por Brigadeiro » Sex Jul 31, 2015 10:16 am

MISTRAL - Solução passaria pelo Brasil?
O imbroglio internacional com a recusa da França de entregar os Mistral tem o Brasil como uma alternativa que agrada a russos e franceses.


Em artigo publicado na Gazeta Russa, reproduzido abaixo, a solução para o impasse sobre os navios classe mistral contruidos na França e não entregues aos Russos passaria pelo Brasil.

Porém, as autoridades navais brasileiras em comunicado oficial para a Sputnik Brasil, onde também reproduziu um artigo publicado em um site norte-americano com "mesma solução", esclareceu que “no âmbito da Marinha do Brasil não há qualquer estudo em andamento para aquisição de navios de guerra da classe ‘Mistral’”.

Fontes francesas haviam afirmado à Radio França Internaciona (RFI) que; "uma discussão amigável está em curso sobre as condições e o futuro do acordo", sem dar mais detalhes sobre avanços. Mas, em artigo publicado na Sputnik Brasil (20.07.2015) mostra que na nova rodada de negociação, a Rússia exigiu da França a devolução dos sistemas de comunicação dos navios Mistral, "na nova rodada de consultas, realizada esta semana em Moscou, foram discutidas questões de força maior relacionadas com o retorno para a Rússia de equipamentos já instalados a bordo dos navios".

Artigo publicado na Gazeta Russa (22 de julho de 2015):

O sonho brasileiro dos Mistral


Aleksandr Korolkov
Doutor em História.


País poderia ser receptor de navios que França não quer entregar à Rússia. Operação seria vantajosa para todas as partes, já que a França não ficaria com embarcações "encalhadas", Rússia teria certeza de que essas não cairiam nas mãos da Otan e Brasil estaria equipado à altura de suas ambições de liderança regional.

A história da relutância francesa em entregar os navios de assalto Mistral encomendados pela Rússia já dura quase um ano, mas parece ter evoluído um pouco.

No final das contas, o país não receberá os navios e será indenizado - o valor foi finalmente acertado.

Resta apenas definir a quem vender as embarcações, que foram construídas com participação russa e levando em conta as exigências e necessidades da marinha do país.

Entre os possíveis compradores, a imprensa já citou China, Canadá e até Estados Unidos.

Na semana passada, no entanto, durante uma apresentação do analista militar Robert Farley, professor da Escola de Diplomacia Patterson, o Brasil também passou a integrar a lista de pretendentes.

Todos ganhariam com a ideia: o Brasil aumentaria substancialmente a capacidade de sua Marinha, a França poderia se livrar dos Mistral "encalhados" e a Rússia poderia assim equipar as embarcações brasileiras com armamentos e helicópteros.

Utopia benéfica

Atualmente, a frota militar de transporte brasileira não corresponde às ambições do país de liderança regional.

Após a retirada de uso, em 2012, do navio de desembarque de doca "NDD Rio de Janeiro", a Marinha do país ficou apenas com quatro navios de transporte, construídos nas décadas de 1950 e 1960.

O Mistral pode transportar, além de 16 helicópteros, cerca de 13 carros de combate, 50 veículos blindados e 450 fuzileiros navais. Um navio desses na Marinha brasileira aumentaria substancialmente sua capacidade não só para conduzir operações no Atlântico Sul, mais especificamente na proteção da plataforma continental e de seu setor na Antártica, mas também para desembarcar forças em qualquer lugar do mundo.

A exploração da moderna embarcação, com a instauração de um sistema de base portuária para ela e a possível transferência de tecnologia para sua manutenção, poderia ser útil ao Brasil concretizar os planos de construção de seu próprio porta-aviões, anunciados no ano passado pelo então ministro da Defesa, Celso Amorim.

O rumo dado às embarcações Mistral “russas” - que representaria um desafio significativo caso incorporados pela Marinha dos países da Otan - seria benéfica, caso essas fossem direcionadas ao Brasil.

Com o casco reforçado até a classe de embarcação quebra-gelo, os navios podem ser usados na Antártica, e as armas suplementares que transportam permitem reduzir o número de navios de escolta.

Dados os antecedentes do navio, a França, provavelmente, concordaria em reduzir o preço a um novo comprador e lhe propor um vantajoso sistema de financiamento para a concretização do negócio.

Caso o Brasil comprasse os navios da classe Mistral, precisaria equipá-los com helicópteros que pudessem dar apoio às tropas e impedir submarinos ou navios inimigos.

Nesse caso, o país poderia adquirir ainda o helicóptero coaxial russo Ka-52K, projetado justamente para uso em navios. E as embarcações Mistral “russas” foram modificadas serem usadas em conjunto com esses helicópteros.

Para tanto, aumentou-se a altura do ‘twin deck’, o espaço entre os conveses, e foram feitas alterações na abertura dos elevadores que conduzem os helicópteros para o convés superior.

Os helicópteros russos são menos compridos, porém mais altos. A altura dos helicópteros tradicionais é contabilizada pelas pás da hélice traseira - que podem ser montadas ou desmontadas na variante adaptada ao navio. Já a altura dos helicópteros coaxiais depende da estrutura que fixa as pás das hélices principais aos pratos oscilantes, os quais não podem ser reduzidos na sua "variante dobrada".

O Brasil já negocia com a Rússia a compra de helicópteros de ataque Mi-28NE ou Ka-52. Caso a escolha seja pelo último, o Brasil poderia obter o mesmo tipo de helicóptero para o Exército e a Marinha. A Rússia, por sua vez, ganharia um comprador e um parceiro tecnológico para o desenvolvimento do programa do Ka-52.

Resumindo, a transação seria vantajosa não apenas para França e Brasil, mas também para a Rússia.

Dura realidade

Seguindo o discurso Robert Farley, pode-se ficar com a impressão de que o obstáculo do preço é transponível.

Mas vale lembrar que o contrato para fornecimento dos navios Mistral à Rússia era da ordem de 1,2 bilhão de euros.

Além desse valor, seria necessário capital para a criação de infraestrutura (base portuária e oficina), para a aquisição de helicópteros, para a manutenção obrigatória etc.

Apenas os Ka-52K custam pelo menos US$ 20 milhões cada, e só o orçamento para aquisação de helicópteros significaria um acréscimo de mais de US$ 320 milhões.

A Rússia tem um orçamento militar quase três vezes maior que o do Brasil, e mesma para essa a compra dos navios Mistral era um fardo muito pesado.

Além disso, não é segredo que o orçamento militar do Brasil sofreu cortes que chegaram a levar a um atraso na assinatura do contrato para o fornecimento dos caças suecos Gripen.

Já os russos também não veem com grande otimismo a possibilidade dessa transação se efetuar, com a histórica dificuldade na questão da transferência de tecnologia e das operações de financiamento.

Como resultado, até o momento, o sucesso dos negociantes de armamento russo no Brasil resume-se à venda dos sistemas portáteis de lançamento de mísseis terra-ar Igla e um contrato de fornecimento de 12 helicópteros Mi-35M, que se mostra tortuoso devido ao longo período de execução.

As perspectivas do Pantsir-1S e de helicópteros de ataque são agora mais que vagas - isso sem contar os hipotéticos Ka-52K.

Assim, pode-se constatar que a venda dos navios Mistral ao Brasil não é nada mais que uma ideia - atraente, sim, porém utópica.

Fuente: http://www.defesanet.com.br/br_ru/notic ... o-Brasil-/
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Será verdade isso ou só uma "viagem"?




Thiago
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