LeandroGCard escreveu:kirk escreveu:Qual é o motivo de se desprezar tudo o que se refere ao Gripen ???
Todos os sensores, contra-medidas, radar, NCW, SatCom, raio de combate, nada demais ... basta pegar um F-5 e comprar os aviônicos no mercado e pronto ...
Será que você pensa assim mesmo Leandro ?
FIZEMOS ALGO ASSIM com o F-5M, e não ouvi ninguém dizendo que ficou uma droga e foi dinheiro jogado fora.
Agora, o F-5 é realmente minúsculo, com aerodinâmica antiga, asas pequenas, motorização fraca e etc..., então não há mesmo muito espaço para evolução. Veja que até para colocar um radarzinho mínimo nele tiveram que retirar um dos canhões. O Gripen-NG tem praticamente o dobro do tamanho, com uma configuração aerodinâmica mais avançada, estrutura mais forte e etc..., então é evidente que dá para fazer muito mais com ele.
Mas se pegarmos um F-16, um M-2000 o outro avião do mesmo porte e instalarmos os sistemas atuais previstos para o Gripen-NG a diferença seria mínima. E porque não seria?
Leandro G. Card
Acredito muito na questão da doutrina, cada força aérea tem sua maneira de ver as coisas, sua maneira de lutar de treinar e claro se também projeta e fabrica seus vetores de caça tal projeto estará em sintonia fina com sua doutrina, sua forma de pensar a guerra e de combater, sempre levando em conta as ameaças a que esteja sujeito ...
A FAB é muito competente nisso, ela atribui os requisitos que considera importantes e de fato são criados produtos que tem boa aceitação no mercado mundial, desde seu embrião o Bandeirante operado por 14 países 50% são operadores militares ...T-25 universal, Tucano, Super Tucano, E/R-99, enfim são referências em suas categorias ... agora o KC-390 ...
Muito antes da escolha do Gripen, a END enfatizou fortemente uma diretriz para as operações das FFAAs em geral e especialmente na Força Aérea as
"operações em rede" ... o chamado NCW que visa a otimização dos meios de defesa, ou seja, ... ao ler a END nunca se lê: precisamos de um avião de grande porte e poder de fogo para garantir a defesa de nosso País em número tal de unidades ... mas enfatiza: é desejável a que o novo avião da FAB seja fabricado e montado em partes ou em sua totalidade em solo brasileiro, isso visa não somente o desenvolvimento de nossa indústria de defesa e consequente independência, mas PRINCIPALMENTE o domínio total da manutenção da aeronave, fator que a FAB imputa como de maior relevância para a CAPACIDADE DE DEFESA ... E ... opere em rede com todo nosso sistema de defesa, sejam com meios aéreos, terrestres, marítimos e satélites.
Não digo que o Gripen tenha sido escolhido pela confluência das prerrogativas exigidas pela END, mas SE os decisores fosse levar em consideração as diretrizes da END ... a escolha não poderia ser outra ... se encaixou PERFEITAMENTE em tudo que determina a END.
Como disse no início, o PROJETO do Gripen foi idealizado para combater em rede (NCW) e para tanto conta com o melhor e mais complexo datalink do mundo capaz de suportar "N" operações simultâneas com um impressionante domínio da informação ... essa é a doutrina adotada para o Gripen ... e exatamente isso que a FAB preconizou na END ...
Respondendo a questão que levantou o F-16 ou outro avião qualquer foi PROJETADO para uma doutrina específica de operação que é absolutamente diferente da doutrina do Gripen, assim, nem Gripen nunca será um bom F-16 e muito menos um F-16 será um Gripen, cada um criado para uma doutrina de operação, PROJETADO para atender o que seu país "pensa" sobre combate aéreo.
No final ... nunca se trata de um melhor que outro ... trata-se da melhor doutrina para cada operador ... e não se trata apenas do caça em si ... mas de toda a infraestrutura de combate "encaixada" interoperante ... não adianta nada você ter um avião que fala chinês e outro que fale húngaro ... vai ser difícil se ter uma força coesa ...