FCarvalho,
Eu juro que, por mais que me esforçe, não consigo entender essa sua sanha em colocar na conta do Brasil (Governo e Força Aérea) o fracasso de vendas do Gripen na América Latina. Você bem sabe que existem fatores que extrapolam os critérios técnicos, econômicos e de interesses mútuos entre as nações.
Lá, como aconteceu aqui, a escolha do vetor não era unânime. Como se não bastasse, o Rafale foi selecionado e depois suspenderam o processo. Te parece familiar?!
Abraços,
Wesley
Olá Wesley.
Naturalmente negócios em defesa são antes de tudo, decisões políticas, baseadas em um conjunto de fatores dentre os quais os que bem citas.
Neste aspecto, desde a decisão de compra do Gripen E\F em 2014, via de regra, um programa de Estado, visto perpassar vários governos, ainda que entre altos e baixos, mais estes do que aqueles, a FAB sabia que o sucesso desta decisão também passava pelo sucesso comercial do Gripen E no mercado mundial, e especialmente para nós, no latino americano, tanto que no negócio com a SAAB, a Embraer seria a responsável por oferecer, e sustentar, este vetor à nossa vizinhança.
Bom, para que isto pudesse funcionar corretamente, governo e força aérea no Brasil deveriam, na verdade devem, ter um mínimo de responsabilidade com o projeto, de forma a garantir, pelo menos, o cronograma acordado inicialmente, o que por óbvio não aconteceu. E isto é notado, também, pelos vizinhos. Oras, o que achas que o pessoal do outro lado está pensando vendo todo este processo sendo empurrado ano após ano com a barriga, e levado a pagode em termos comerciais?
Sim, somos responsáveis ao menos no que diz respeito ao mercado latino americano pelo sucesso ou fracasso do Gripen E\F.
Caso o Gripen E\F tivesse seguido o seu cronograma inicial, a Embraer a esta altura já teria sua linha de produção mais que pronta e estaria entregando as últimas unidades do caça sueco, um segundo lote, ou o aditamento do primeiro e negociando o segundo lote de ambos modelos E e F, e toda uma cadeia logística estabelecida e, principalmente, domínio completo do ciclo de vida do caça e de seus preços e custos, que seriam propagandeados e ofertados aos vizinhos com muito mais propriedade do que se vê hoje. Mas não fizemos o nosso dever de casa.
Vender material militar, como sabes, depende de vontade política e responsabilidade estatal sobre as decisões que são tomadas. Não temos nada disso por aqui. Caso contrário, as chances do Gripen E na América Latina seriam bem maiores, e talvez já tivéssemos até mesmo alguns vendidos. O elemento político é fundamental para se vender qualquer coisa na verdade. Mas nós nunca fomos muito bons nisso em relação a nossos vizinhos. E a falta de empenho e vontade em favorecer o próprio mercado interno ressalta a nossa irresponsabilidade no assunto. E quem não gostar que se mude, pensam eles.
Por mais que você insista, não somos responsáveis! Basta a Saab dizer não e ponto final.
Não que fosse fazer diferença, mas a Saab, por exemplo, disse com todas as letras que não tinha interesse em negociar com a Argentina. Isso, logo depois da Argentina assinar uma carta de intenções (mais uma para a lista) na sequência do FX-2.
Portanto meu caro, o sucesso ou o fracasso do Gripen depende somente da Saab. Pensar de forma diferente é mesmo que colocar na conta da Argentina (novamente ela) por um fracasso nas vendas do Guarani. Não faz o menor sentido!
Abraços,
Wesley
Re: Fuerza Aérea Colombiana (FAC)
Enviado: Dom Jun 16, 2024 6:39 pm
por FCarvalho
FIGHTERCOM escreveu: Dom Jun 16, 2024 5:13 pm
Por mais que você insista, não somos responsáveis! Basta a Saab dizer não e ponto final.
Não que fosse fazer diferença, mas a Saab, por exemplo, disse com todas as letras que não tinha interesse em negociar com a Argentina. Isso, logo depois da Argentina assinar uma carta de intenções (mais uma para a lista) na sequência do FX-2.
Portanto meu caro, o sucesso ou o fracasso do Gripen depende somente da Saab. Pensar de forma diferente é mesmo que colocar na conta da Argentina (novamente ela) por um fracasso nas vendas do Guarani. Não faz o menor sentido!
Abraços,
Wesley
Uma questão que ficou acordada entre Embraer, FAB e SAAB no contrato do FX-2 é que a empresa brasileira seria a responsável pela comercialização do caça nos mercados onde ela tivesse maior influência\penetração. Ou seja, ao sul do Equador, América Latina e África. Isto está posto e escrito entre as empresas.
Em relação a estas vendas, claro, os suecos decidem para quem querem vender seus caças, mas, tirando a Argentina, Venezuela, Cuba e Nicarágua por motivos inequívocos, não existem países no continente que não sejam objeto de interesse deles em vender seu caça. Isto já era sabido antes mesmo do FX-2 ter indicado o Gripen E\F como vencedor.
No mais, é o que eu disse. Vender material militar antes de tudo é questão de vontade política. Algo que não temos e nunca tivemos em tempo algum. E por mais que a Embraer se esforce, ela sozinha é uma coisa, com o governo do Brasil por trás, é bem outra.
Exemplo prático, como já aludi várias vezes antes no caso colombiano. Eles tem necessidade, e interesse, no KC-390 e um novo caça, e em vários outros sistemas. Horas, por aqui temos vários programas\projetos nas 3 forças que podem ser atendidos por produtos e serviços da BIDS colombiana. Mas, como defesa por aqui não dá voto, impossível admitir que o atual governo, como qualquer outro, se desse o trabalho de dispor o erário público em um setor que conta, via de regra geral, como a aversão, e mesmo desprezo, de grande parte do seu público eleitor historicamente.
Assim, mesmo com o apoio da SAAB e da Embraer, nada por aqui se cria se o governo do país não fizer, também, a sua parte no aspecto diplomático, militar, político e econômico. Todo político tem necessidade de justificar-se perante seu público a fim de manter o status quo eleitoral e seu marketing share pessoal. No Brasil não é diferente. E nem nos vizinhos.
O que nós oferecemos como diferencial a eles a fim de convencê-los a comprar o Gripen E fabricado no Brasil e não da concorrência? Vale para a SAAB, vale para a Embraer. E vale para o governo da Suécia e do Brasil, também.
FIGHTERCOM escreveu: Dom Jun 16, 2024 5:13 pm
Por mais que você insista, não somos responsáveis! Basta a Saab dizer não e ponto final.
Não que fosse fazer diferença, mas a Saab, por exemplo, disse com todas as letras que não tinha interesse em negociar com a Argentina. Isso, logo depois da Argentina assinar uma carta de intenções (mais uma para a lista) na sequência do FX-2.
Portanto meu caro, o sucesso ou o fracasso do Gripen depende somente da Saab. Pensar de forma diferente é mesmo que colocar na conta da Argentina (novamente ela) por um fracasso nas vendas do Guarani. Não faz o menor sentido!
Abraços,
Wesley
Uma questão que ficou acordada entre Embraer, FAB e SAAB no contrato do FX-2 é que a empresa brasileira seria a responsável pela comercialização do caça nos mercados onde ela tivesse maior influência\penetração. Ou seja, ao sul do Equador, América Latina e África. Isto está posto e escrito entre as empresas.
Em relação a estas vendas, claro, os suecos decidem para quem querem vender seus caças, mas, tirando a Argentina, Venezuela, Cuba e Nicarágua por motivos inequívocos, não existem países no continente que não sejam objeto de interesse deles em vender seu caça. Isto já era sabido antes mesmo do FX-2 ter indicado o Gripen E\F como vencedor.
No mais, é o que eu disse. Vender material militar antes de tudo é questão de vontade política. Algo que não temos e nunca tivemos em tempo algum. E por mais que a Embraer se esforce, ela sozinha é uma coisa, com o governo do Brasil por trás, é bem outra.
Exemplo prático, como já aludi várias vezes antes no caso colombiano. Eles tem necessidade, e interesse, no KC-390 e um novo caça, e em vários outros sistemas. Horas, por aqui temos vários programas\projetos nas 3 forças que podem ser atendidos por produtos e serviços da BIDS colombiana. Mas, como defesa por aqui não dá voto, impossível admitir que o atual governo, como qualquer outro, se desse o trabalho de dispor o erário público em um setor que conta, via de regra geral, como a aversão, e mesmo desprezo, de grande parte do seu público eleitor historicamente.
Assim, mesmo com o apoio da SAAB e da Embraer, nada por aqui se cria se o governo do país não fizer, também, a sua parte no aspecto diplomático, militar, político e econômico. Todo político tem necessidade de justificar-se perante seu público a fim de manter o status quo eleitoral e seu marketing share pessoal. No Brasil não é diferente. E nem nos vizinhos.
O que nós oferecemos como diferencial a eles a fim de convencê-los a comprar o Gripen E fabricado no Brasil e não da concorrência? Vale para a SAAB, vale para a Embraer. E vale para o governo da Suécia e do Brasil, também.
Resumindo: quem decide é a Saab! O resto é achismo.
Abraços,
Wesley
Re: Fuerza Aérea Colombiana (FAC)
Enviado: Qui Jun 27, 2024 11:32 am
por FCarvalho
Re: Fuerza Aérea Colombiana (FAC)
Enviado: Dom Jul 14, 2024 8:04 pm
por FIGHTERCOM
Embraer faz seus primeiros rasantes sobre a Força Aérea da Colômbia
Colômbia e México tem governantes simpáticos à ideologia de momento no governo brasileiro. Isso facilita o diálogo.
Já o Peru é um pouco mais complicado vide as ligações históricas com a Coreia do Sul e Japão e o lado asiático do pacífico.
Tem que fazer o dever de casa.
O resto é consequência
Uma força com indisponibilidade alta e os caras metem o loco de dizer que as melhores ofertas são do Rafale e do Eurofighter.
Tá bom, vai dar "serto".
Abraços,
Wesley
Re: Fuerza Aérea Colombiana (FAC)
Enviado: Seg Jul 22, 2024 2:14 am
por FCarvalho
Se o governo aqui for minimamente inteligente, entra nesta questão para finalizar a compra dos Gripen E\F para a FAC, e vida que segue.
Como tenho dito, os dois países tem necessidades em Defesa comuns, e também, soluções e produtos que podem ajudar mutuamente a ambos. É só querer. O problema é justamente esse.
Outro dia tinha uma comitiva da COTECMAR em Itajaí.
O PR colombiano esteve na Suécia conversando e vendo de perto as capacidades, e propostas, da SAAB em relação ao Gripen.
Falta a decisão. E quanto mais ela demorar, pior para a FAC. Até o final do ano eles ficam sem caça nenhum.
O governo terá de escolher. Ou é isso, e segue o discurso pacifista, ou compra algo antes da merda toda ser jogada no ventilador.
No congresso de lá, por muito menos já quiseram derrubar outros presidentes. E este que está aí não seria diferente.
Re: Fuerza Aérea Colombiana (FAC)
Enviado: Sáb Ago 03, 2024 1:21 pm
por FCarvalho
Força aérea da colombia irá adqurir cerca de 12 novos Twin Otter para recompor a frota de transporte.
O Brasil não cansa de perder oportunidades.
Re: Fuerza Aérea Colombiana (FAC)
Enviado: Sáb Ago 03, 2024 6:21 pm
por FIGHTERCOM
FCarvalho escreveu: Sáb Ago 03, 2024 1:21 pm
Força aérea da colombia irá adqurir cerca de 12 novos Twin Otter para recompor a frota de transporte.
O Brasil não cansa de perder oportunidades.
E qual seria essa oportunidade?
Abraços,
Wesley
Re: Fuerza Aérea Colombiana (FAC)
Enviado: Sáb Ago 03, 2024 11:48 pm
por FCarvalho
Tivemos duas com Embraer e Desaer. Mas ambas deram em nada.
Re: Fuerza Aérea Colombiana (FAC)
Enviado: Qui Ago 08, 2024 2:13 pm
por FCarvalho
Mais um pouco e eles ficam sem caças, novos ou usados para voar.
A ver até onde vai o limite das forças políticas colombianas com o trato a que a defesa nacional está submetida pela atual gestão.