Não vai me dizer que vc conhece a operação javanessarodrigo escreveu:Pra quem tem medo do golpe:
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Mas CREDO, queísso???
O índio deve ter esvaziado dez botecos antes de escrever esse treco, POWS!!!
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Se não entendeu, eu explico.Slotrop escreveu:É golpe de esquerda é golpe de direita, que coisa consfusa.
Os três golpes que o Bender se refere são as três vezes que o PT foi eleito. Só não entendi porque ele chamou de golpe. Deve ser pelo fato do PT ter sido eleito três vezes coma promessa de erradicar a fome e o Brasil ainda ter milhôes de miseraveis passando fome.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Você não entendeu o que eu quis dizer.Guerra escreveu:Se não entendeu, eu explico.Slotrop escreveu:É golpe de esquerda é golpe de direita, que coisa consfusa.
Os três golpes que o Bender se refere são as três vezes que o PT foi eleito. Só não entendi porque ele chamou de golpe. Deve ser pelo fato do PT ter sido eleito três vezes coma promessa de erradicar a fome e o Brasil ainda ter milhôes de miseraveis passando fome.
O Troll é sutil na busca por alimento.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Entendeu sim. Mas viajou...
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Bender escreveu:Pois é,já estamos no terceiro golpe seguido da esquerda dado nas urnas,normalmente são 60 milhões de eleitores a favor participando do golpe.Boss escreveu:"golpe da esquerda" é uma expressão tão 1964...
Se as políticas safadas dos golpistas no poder,continuarem a jogar gente pobre para a classe C,quando a "direita" vai reunir adesões suficientes no "populacho" para poder também perpetrar seu golpe através das urnas e tirar os vermelhos corruptos do poder?
Pelas urnas parece difícil,ainda mais se recusando a fazer teste do bafómetro e andando chapado com a CNH vencida...
SDS.
Botou pra lenhar, Bender!!
Abraço.
Diplomata Alemão: "- Como o senhor receberá as tropas estrangeiras que apoiam os federalistas se elas desembarcarem no Brasil??"
Floriano Peixoto: "- Com balas!!!"
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Novas acusações, mesma historinha.
Um ministro acusado de pagar tapioca (no ministério dos transportes era motel) com cartôes corparativos acusado por um ex-militante do partido. Mais uma vez a guerra interna nos partidos aliados emperra o governo.
Um ministro acusado de pagar tapioca (no ministério dos transportes era motel) com cartôes corparativos acusado por um ex-militante do partido. Mais uma vez a guerra interna nos partidos aliados emperra o governo.
Fica ou não fica?
Dilma sugere que Orlando Silva peça demissão hoje mesmo
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/1 ... z1bRw85KVF
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RIO E BRASÍLIA - Diante das denúncias de um suposto esquema de desvio no Ministério do Esporte para abastecer o caixa do PCdoB, a presidente Dilma Rousseff considera a situação do ministro Orlando Silva insustentável e sugeriu a ele que peça demissão ainda nesta sexta-feira, segundo informou o colunista Jorge Bastos Moreno em seu Twitter . Assegurando que o cargo permanecerá com o PCdoB, Dilma disse ao ministro para entregar o cargo antes que as revistas do fim de semana cheguem às bancas. Mas, segundo o colunista Ricardo Noblat, a Comissão Política do PCdoB se reuniu e decidiu que Orlando não atenderá o pedido da presidente e que só deixa o governo se for demitido . Ele teria como provar que certas entidades e organizações não governamentais favorecidas com verbas do ministério não são ligadas ao PCdoB como se diz, mas ao PT.
A presidente, que chegou a condenar o 'apedrejamento moral' de Orlando , já fez várias consultas e concluiu que não tem condições políticas de mantê-lo no cargo, mesmo com as explicações dadas em audiências na Câmara e no Senado , em que ele negou participação no suposto esquema. Dilma já avaliava que os depoimentos não foram suficientes para afastar a pressão política pela saída de Orlando. Nesta sexta-feira, o Palácio do Planalto pediu para o ministro não sair de Brasília. Isso porque a presidente deseja ter um encontro com ele "a qualquer momento". Havia a possibilidade de ele participar de um encontro do PCdoB, no Rio de Janeiro, nesta sexta à noite. A conferência do partido será transformada num ato de apoio ao ministro. Pela manhã, o secretário-geral da Fifa já falava em substituição de Orlando como interlocutor do governo brasileiro para a Copa 2014.
EM DEPOIMENTO : PM delator reafirmou acusações contra Orlando Silva
NÃO CONSEGUIU : Delator do esquema de corrupção no Esporte tenta sem sucesso recuperar provas apreendidas pela polícia
PERFIL : João Dias, autor da denúncia contra ministro do Esporte, é policial rico e temido pelo poder
INFOGRÁFICO : Os escândalos no governo Dilma
Dilma chegou na noite de quinta-feira da viagem de cinco dias à África e, em seguida, reuniu-se no Palácio da Alvorada com os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria Geral), Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e José Eduardo Cardozo (Justiça) para discutir a crise política gerada pelas denúncias de irregularidades que envolvem o ministro do Esporte. A reunião terminou pouco antes da meia-noite e os ministros saíram sem falar com a imprensa.
"
Impressiona tantos ataques sem qualquer prova
"
--------------------------------------------------------------------------------
Ainda na tentativa de permanecer no cargo, o ministro disse na madrugada desta sexta-feira, por meio do Twitter, que preparou um relatório para refutar as "mentiras publicadas desde o fim de semana".
Sem confirmar se teria uma audiência com a presidente, Orlando postou no microblog:
"Preparei um relatório com mentiras publicadas desde fim de semana. Impressiona tantos ataques sem qualquer prova. Até!".
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Meu Deus, que mar de lama!
Essa é sem duvida o governo mais corrupto desde a era Collor!!
Essa é sem duvida o governo mais corrupto desde a era Collor!!
Patrimônio de policial delator inclui casa, academias e carros
O soldado da Polícia Militar João Dias Ferreira, 39, disse à Polícia Civil do Distrito Federal que construiu seu patrimônio com o salário na corporação, ganhos com aulas de defesa pessoal e de artes marciais e compra e venda de propriedades.
Ele é proprietário de uma ampla casa em Sobradinho (DF), de carros e de três academias de ginástica.
Ferreira prestou o depoimento, ao qual a Folha teve acesso, no dia 5 de abril de 2010 no decorrer da Operação Shaolin. À época, ele afirmou que tinha uma dívida de R$ 1,5 milhão com empresas fornecedoras das duas ONGs que controla em Sobradinho. Seus vencimentos mensais, disse, eram de R$ 15 mil.
A Operação Shaolin, desencadeada pela polícia em 2010, concluiu que as academias de Ferreira --que é praticante de kung fu-- estavam registrados em nome de seus familiares e amigos.
Uma das transações imobiliárias que ele relatou foi a troca de uma academia --segundo ele, avaliada em R$ 560 mil-- "por quatro apartamentos no Edifício El Shaday [em Sobradinho] pertencentes ao ex-deputado federal Ronivon Santiago".
Em 1997, Santiago foi pivô do escândalo da compra de votos para aprovar emenda que garantiu a possibilidade de reeleição do então presidente Fernando Henrique Cardoso.
O depoimento de Ferreira foi prestado à polícia no primeiro dos cinco dias em que passou preso por conta de suspeitas de irregularidades no programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte.
O soldado tinha sido candidato a deputado distrital pelo PC do B em 2006. Derrotado, obteve dois convênios com o ministério, pelos quais recebeu R$ 2 milhões para incentivo à prática de esportes de crianças e adolescentes.
Hoje, o Ministério do Esporte e o Ministério Público Federal cobram dele R$ 3 milhões por conta de recursos que não foram aplicados nos projetos previstos.
Ferreira nega os desvios, mas reconhece "algumas falhas" e diz que a pasta não lhe deu oportunidade para provar o destino das verbas.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
E não fez nem 1 ano!! Imagina quando saírem os escândalos da copa e da olimpíada...Essa é sem duvida o governo mais corrupto desde a era Collor!!
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Documentos mostram que mulher de Orlando recebeu dinheiro do governo por meio de ONG do PC do B
A informação teria preocupado a presidente Dilma Rouseff, que vai se reunir com o ministro; ele poderá deixar o Planalto na condição de ex-ministro do Esporte
Documentos obtidos pelo Estado mostram que Anna Cristina Lemos Petta, mulher do ministro do Esporte, Orlando Silva, recebeu dinheiro da União por meio de uma ONG comandada por filiados ao PC do B, partido do marido e ministro. A informação sobre negócios da União com a empresa de familiar de Orlando Silva teria preocupado a presidente Dilma Rouseff, que vai se reunir com o ministro. Ele poderá deixar o Palácio do Planalto na condição de ex-ministro do Esporte.
É a própria Anna Petta quem assina o contrato entre a Hermana e a ONG Via BR, que recebeu R$ 278.9 mil em novembro do ano passado. A Hermana é uma empresa de produção cultural criada pela mulher do ministro e sua irmã, Helena. Prestou serviços de assistente de pesquisa para documentário sobre a Comissão da Anistia.
A empresa foi criada menos de 7 meses antes da assinatura do contrato com a entidade. Pelo trabalho, recebeu R$ 43,5 mil.
A ONG Via Brasil tem em seus quadros Adecir Mendes Fonseca e Delman Barreto da Silva, ambos filiados ao PC do B. A entidade também foi contratada em maio do ano passado pelo Ministério do Esporte, para promover a participação social na 3ª Conferência Nacional do Esporte. No negócio, recebeu mais R$ 272 mil.
Documentos obtidos pelo Estado mostram o curto espaço de tempo transcorrido entre a criação da empresa de Anna Peta e a celebração de convênio da ONG Via BR com o Ministério da Justiça. A Hermana foi criada apenas três meses antes da assinatura do convênio para a produção de documentário sobre a Comissão da Anistia e no mesmo mês em que a Via BR foi contratada pelo Ministério do Esporte.
http://www.estadao.com.br/noticias/naci ... 8633,0.htm
A informação teria preocupado a presidente Dilma Rouseff, que vai se reunir com o ministro; ele poderá deixar o Planalto na condição de ex-ministro do Esporte
Documentos obtidos pelo Estado mostram que Anna Cristina Lemos Petta, mulher do ministro do Esporte, Orlando Silva, recebeu dinheiro da União por meio de uma ONG comandada por filiados ao PC do B, partido do marido e ministro. A informação sobre negócios da União com a empresa de familiar de Orlando Silva teria preocupado a presidente Dilma Rouseff, que vai se reunir com o ministro. Ele poderá deixar o Palácio do Planalto na condição de ex-ministro do Esporte.
É a própria Anna Petta quem assina o contrato entre a Hermana e a ONG Via BR, que recebeu R$ 278.9 mil em novembro do ano passado. A Hermana é uma empresa de produção cultural criada pela mulher do ministro e sua irmã, Helena. Prestou serviços de assistente de pesquisa para documentário sobre a Comissão da Anistia.
A empresa foi criada menos de 7 meses antes da assinatura do contrato com a entidade. Pelo trabalho, recebeu R$ 43,5 mil.
A ONG Via Brasil tem em seus quadros Adecir Mendes Fonseca e Delman Barreto da Silva, ambos filiados ao PC do B. A entidade também foi contratada em maio do ano passado pelo Ministério do Esporte, para promover a participação social na 3ª Conferência Nacional do Esporte. No negócio, recebeu mais R$ 272 mil.
Documentos obtidos pelo Estado mostram o curto espaço de tempo transcorrido entre a criação da empresa de Anna Peta e a celebração de convênio da ONG Via BR com o Ministério da Justiça. A Hermana foi criada apenas três meses antes da assinatura do convênio para a produção de documentário sobre a Comissão da Anistia e no mesmo mês em que a Via BR foi contratada pelo Ministério do Esporte.
http://www.estadao.com.br/noticias/naci ... 8633,0.htm
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
A bola da vez.
Ruy Fabiano - 22.10.11.
O Ministério do Esporte é a bola da vez. O tema que o expõe, trocado em miúdos (ou por outra, em graúdos), é o mesmo que já vitimou quatro ministros: corrupção.
É improvável que o ministro Orlando Silva escape do destino de seus ex-colegas: o olho da rua. O próprio PCdoB, seu partido e dono da vaga, já o colocou à disposição da presidente Dilma Roussef, gesto desnecessário, já que o cargo é dela, mas de qualquer forma de forte teor simbólico.
O ministro, em suma, está entregue à própria sorte. Sua saída exporá também seu antecessor no cargo, o atual governador do DF, Agnelo Queiroz, que trocou o PCdoB pelo PT e é acusado do mesmo delito: desvio de recursos do programa Segundo Tempo para ONGs de fachada, pertencentes a amigos e correligionários.
O desgaste político é grande e não se restringe apenas ao aspecto policial do episódio, que envolve muitos milhões de reais.
Há o dado adicional de que se trata do ministério responsável pelo principal evento do calendário internacional do país no curso deste mandato presidencial: a Copa do Mundo de 2014.
Segundo a Folha de S. Paulo, o Ministério do Esporte, desde a administração passada, repassou somente a uma ONG, dirigida por dois ex-cabos eleitorais do PCdoB, nada menos que R$ 9,4 milhões. A ONG pertence ao atual secretário de Esporte Educacional do Ministério, Wadson Ribeiro, ex-presidente da UNE, braço estudantil do PCdoB e aliada incondicional do governo.
Wadson foi derrotado em 2006 para deputado estadual e teve como prêmio de consolação a secretaria-executiva do Ministério, concedida por Agnelo Queiroz. Hoje, dirige a secretaria que abriga o programa Segundo Tempo, alvo das denúncias.
Mais claro, impossível: o dono da ONG repassa verbas para sua própria ONG, que não realiza os trabalhos para os quais foi contratada. Não basta Orlando Silva dizer que não sabia de nada. A ser verdade, acresce apenas incompetência a seu currículo, sem eximir-se das responsabilidades. Idem seu antecessor. Cabia-lhes, no mínimo, saber – e agir (não propriamente como o fizeram).
A gravidade da situação ensejou iniciativa inédita: o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, anunciou que pedirá ao Supremo Tribunal Federal abertura de inquérito contra Orlando Silva, ainda no exercício do cargo de ministro, “considerando a extrema gravidade dos fatos noticiados”.
É espantoso que justamente os dois ministérios linha de frente da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016 – Turismo e Esportes - tenham sido entregues a personagens tão controversos e sem um currículo profissional que os credenciasse a tão complexa missão.
As acusações que cercam Orlando Silva não são novas. Já haviam desabado sobre Agnelo Queiroz na campanha eleitoral, o que não impediu nem sua candidatura, nem sua eleição, nem muito menos a confirmação de Silva por Dilma, sob as bençãos de Lula.
Quanto a Pedro Novais, demitido da pasta do Turismo, com sua cúpula transportada no camburão da Polícia Federal, já dera motivos antes da nomeação – pagara uma conta de motel com verba da Câmara - para não ser indicado. Mas foi. Há ainda o detalhe de que sua experiência no ramo era apenas de turista.
Não basta dizer que o presidencialismo de coalizão é assim mesmo. De fato, ele facilita as coisas. Mas está claro que, para além das facilidades que oferece, há um método sinistro, que não se esgota no episódio do mensalão, que impele os partidos da base governista a saquear o erário impunemente.
As demissões havidas – e as por haver – decorrem não dos escândalos em si -, mas da divulgação que obtêm na imprensa. O governo não os ignorava, já que nenhum era novo e todos já haviam sido noticiados, mas só cedeu quando ganharam dimensão pública preocupante. A bola continua em jogo.
Quem será o próximo?
Ruy Fabiano - 22.10.11.
O Ministério do Esporte é a bola da vez. O tema que o expõe, trocado em miúdos (ou por outra, em graúdos), é o mesmo que já vitimou quatro ministros: corrupção.
É improvável que o ministro Orlando Silva escape do destino de seus ex-colegas: o olho da rua. O próprio PCdoB, seu partido e dono da vaga, já o colocou à disposição da presidente Dilma Roussef, gesto desnecessário, já que o cargo é dela, mas de qualquer forma de forte teor simbólico.
O ministro, em suma, está entregue à própria sorte. Sua saída exporá também seu antecessor no cargo, o atual governador do DF, Agnelo Queiroz, que trocou o PCdoB pelo PT e é acusado do mesmo delito: desvio de recursos do programa Segundo Tempo para ONGs de fachada, pertencentes a amigos e correligionários.
O desgaste político é grande e não se restringe apenas ao aspecto policial do episódio, que envolve muitos milhões de reais.
Há o dado adicional de que se trata do ministério responsável pelo principal evento do calendário internacional do país no curso deste mandato presidencial: a Copa do Mundo de 2014.
Segundo a Folha de S. Paulo, o Ministério do Esporte, desde a administração passada, repassou somente a uma ONG, dirigida por dois ex-cabos eleitorais do PCdoB, nada menos que R$ 9,4 milhões. A ONG pertence ao atual secretário de Esporte Educacional do Ministério, Wadson Ribeiro, ex-presidente da UNE, braço estudantil do PCdoB e aliada incondicional do governo.
Wadson foi derrotado em 2006 para deputado estadual e teve como prêmio de consolação a secretaria-executiva do Ministério, concedida por Agnelo Queiroz. Hoje, dirige a secretaria que abriga o programa Segundo Tempo, alvo das denúncias.
Mais claro, impossível: o dono da ONG repassa verbas para sua própria ONG, que não realiza os trabalhos para os quais foi contratada. Não basta Orlando Silva dizer que não sabia de nada. A ser verdade, acresce apenas incompetência a seu currículo, sem eximir-se das responsabilidades. Idem seu antecessor. Cabia-lhes, no mínimo, saber – e agir (não propriamente como o fizeram).
A gravidade da situação ensejou iniciativa inédita: o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, anunciou que pedirá ao Supremo Tribunal Federal abertura de inquérito contra Orlando Silva, ainda no exercício do cargo de ministro, “considerando a extrema gravidade dos fatos noticiados”.
É espantoso que justamente os dois ministérios linha de frente da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016 – Turismo e Esportes - tenham sido entregues a personagens tão controversos e sem um currículo profissional que os credenciasse a tão complexa missão.
As acusações que cercam Orlando Silva não são novas. Já haviam desabado sobre Agnelo Queiroz na campanha eleitoral, o que não impediu nem sua candidatura, nem sua eleição, nem muito menos a confirmação de Silva por Dilma, sob as bençãos de Lula.
Quanto a Pedro Novais, demitido da pasta do Turismo, com sua cúpula transportada no camburão da Polícia Federal, já dera motivos antes da nomeação – pagara uma conta de motel com verba da Câmara - para não ser indicado. Mas foi. Há ainda o detalhe de que sua experiência no ramo era apenas de turista.
Não basta dizer que o presidencialismo de coalizão é assim mesmo. De fato, ele facilita as coisas. Mas está claro que, para além das facilidades que oferece, há um método sinistro, que não se esgota no episódio do mensalão, que impele os partidos da base governista a saquear o erário impunemente.
As demissões havidas – e as por haver – decorrem não dos escândalos em si -, mas da divulgação que obtêm na imprensa. O governo não os ignorava, já que nenhum era novo e todos já haviam sido noticiados, mas só cedeu quando ganharam dimensão pública preocupante. A bola continua em jogo.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
E-mails revelam que governo pediu cargo no banco PanAmericano
Em janeiro de 2010, semanas após a venda de parte do PanAmericano para a Caixa Econômica Federal, executivos do banco reclamaram de pedidos do PT para abrigar pessoas ligadas ao governo, informa o "Painel", editado por Renata Lo Prete, e publicado na Folha.
Em e-mail obtido pela Polícia Federal, o então presidente do banco, Rafael Palladino, relata lobby para contratar Demian Fiocca, o ex-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) . "O currículo dele é excelente, mas para ser presidente de empresas enormes, e não diretor do banco", reclama.
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/99 ... cano.shtml
Em janeiro de 2010, semanas após a venda de parte do PanAmericano para a Caixa Econômica Federal, executivos do banco reclamaram de pedidos do PT para abrigar pessoas ligadas ao governo, informa o "Painel", editado por Renata Lo Prete, e publicado na Folha.
Em e-mail obtido pela Polícia Federal, o então presidente do banco, Rafael Palladino, relata lobby para contratar Demian Fiocca, o ex-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) . "O currículo dele é excelente, mas para ser presidente de empresas enormes, e não diretor do banco", reclama.
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/99 ... cano.shtml
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Mais uma cerveja.
Ricardo Noblat - 24.10.11.
Estava tudo encaminhado por Dilma – foi o que ela imaginou.
Orlando Silva, ministro do Esporte, pediria para deixar o cargo. O PC do B, que manda no ministério há quase nove anos, indicaria o sucessor dele. E a “faxina ética” avançaria mais um degrau com a demissão do quinto ministro em 10 meses. Um recorde!
Mas aí... Aí o cozido desandou.
Por culpa de quem? De Dilma, que mandava com mão de ferro no seu governo até que esbarrou em outra mão, antigamente dócil, e que também se fez de ferro.
Aconselhado por Lula, o PC do B decidiu mostrar a Dilma que não queria ser tratado como o foram o PR, o PMDB e o PT no caso das demissões dos ministros da Casa Civil, dos Transportes, da Agricultura e do Turismo. Comigo não, violão! Aproxime-se para lá!
O PC do B é o único partido que apoia o PT desde que Lula foi candidato pela primeira vez a presidente da República em 1989.
Se em algum momento se vê em rota de colisão com o PT, sai da frente. Contenta-se em seguir à sombra dele. Em troca, espera ser aquinhoado com tenras fatias do poder. Nada capaz de criar problemas, de fazer falta ou de aborrecer seu aliado.
Que bala de prata guardava o PC do B?
Anote o nome dela: Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal eleito pelo PT.
Durante o primeiro governo de Lula, ainda na condição de membro do PC do B, Agnelo foi ministro do Esporte. O secretário-executivo do ministério era Orlando Silva.
Pois bem: se Orlando fosse tragado pela lama que escorre do ministério, Agnelo também o seria. Palavra do PC do B.
Então pensando melhor, Dilma preferiu deixar Orlando onde ele está.
Se até o fim de seu governo, ou se até a reforma ministerial que ela pretende promover no próximo ano ou se até esta semana, não se sabe. E a levar-se em conta o estilo centralizador de Dilma e o pavor que ela tem de vazamento de informações, é possível que não saibam nem seus auxiliares de maior confiança.
Lula! Sim, Lula talvez saiba. Afinal, se dependesse dele, Orlando só deixaria o ministério quando Dilma descesse a rampa do Palácio do Planalto.
Foi idéia de Lula manter Orlando no ministério – Dilma era contra. E tinha razões de sobra para ser. Como chefe da Casa Civil da presidência da República, conhecia o que se passava no ministério do Esporte desde a época de Agnelo. E não gostava nem um pouco.
O ministério virou um aparelho do PC do B onde ele emprega militantes que não podem ficar ao desamparo.
O ministério virou uma incubadora de organizações não governamentais (ONGs) ligadas ao PC do B e favorecidas com dinheiro público.
O ministério virou um dos órgãos do governo mais crivados por suspeitas de envolvimento com irregularidades e roubalheira.
Quer alguns exemplos?
Problema de gestão: o Tribunal de Contas da União (TCU) descobriu que o ministério do Esporte deixou de analisar 1.493 prestações de contas de uso de recursos federais em convênios do ano passado avaliados em R$ 801 milhões. Em 2009, de 160 convênios firmados com ONGs, 105, no valor de R$ 88,3 milhões, não foram vistoriados. Foram encontradas “fragilidades” nos 55 convênios vistoriados (R$ 68.8 milhões).
Suspeita de roubo: a Controladoria Geral da União pediu a devolução de R$ 12,5 milhões repassados pelo ministério às ONGs Universidade do Professor, do Paraná, e Rumo Certo, do Rio. A primeira está fechada há quatro meses. A segunda desde 2009. Sumiram R$ 2,5 milhões injetados em 2006 pelo ministério na Associação dos Servidores do TCU – na época presidida por um militante do PC do B, candidato em Brasília a deputado distrital.
A oposição no Congresso cobra a demissão de Orlando, mas na verdade torce para que ele fique no ministério o maior tempo possível. Aposta, é claro, no desgaste do governo.
Com a saída de cena dos ministros vítimas da “faxina ética”, o governo foi dispensado de dar explicações para os malfeitos produzidos por eles.
Com a permanência de Orlando...
Baixa outra cerveja. Escolhe outra música na radiola de ficha. Segue a festa.
Fechar a torneira.
José Roberto Toledo - Estadão.com - 24.10.11.
Cai, não cai. Nesse futuro intransitivo do ministro está se resumindo a novela do Ministério dos Esportes. É minimizar o problema para não resolvê-lo. Reportagens do Estado têm mostrado que a ação à margem do interesse público vai muito além de atos individuais. Trata-se de um projeto partidário, executado há dez anos pelo PC do B nas beiradas do poder petista. Qual filiado opera o duto é quase irrelevante.
O que ocorre nos Esportes transcende se alguém recebeu dinheiro sujo na garagem ou não. O problema é ser aceitável -para presidentes, governadores e prefeitos- que um partido instrumentalize programas de governo para sustentar seus filiados, inchar seus quadros e forrar seus cofres. Mesmo que de modo burocraticamente legal.
O “esporteduto” descrito pelos repórteres Daniel Bramatti e Júlia Duailibi fornece a infra-estrutura para que o dinheiro público ajude a aumentar o poder da agremiação. O exemplo é do PC do B, mas vale para outros partidos médios e pequenos que se coligam a legendas maiores. Funciona esquematicamente assim:
1) O pequeno partido se alia a uma sigla com força eleitoral. Em troca de tempo de TV para o candidato majoritário aliado, o partido ganha o comando de uma pasta e/ou de órgãos com poder de ordenar despesas: pode ser no governo federal, estadual ou municipal;
2) Com a caneta na mão, o partido e seu burocrata de plantão priorizam programas com capilaridade. É importante que a sua execução seja descentralizada e a verba seja distribuída para centenas de localidades. Os valores unitários baixos e a transferência do dinheiro para prefeituras e ONGs afastam a fiscalização e maximizam o impacto político-eleitoral do projeto;
3) Os recursos beneficiam desproporcionalmente as cidades onde o partido atua. Pode ser via prefeitos, ou através do secretário municipal que comanda a área do projeto. Quando nenhuma dessas condições de apresenta, “terceiriza-se” o gasto através de uma ONG especialmente criada ou adaptada para atender as demandas do projeto;
4) Dirigentes ou militantes do partido comandam a aplicação do dinheiro destinado ao projeto, selecionando prestadores de serviços e contratando gente. Novos militantes são cooptados para o partido por causa dos benefícios gerados pelo projeto na localidade;
5) Os militantes devolvem parte do que recebem ao partido na forma de contribuições periódicas. Com mais militantes, dinheiro em caixa e poder político, o partido consegue aumentar sua bancada de deputados e, por tabela, seu tempo de TV e sua cota no fundo partidário. Reforça assim seu cacife para negociar apoio na próxima eleição e reiniciar o ciclo.
Esse é o caminho legal, garagens à parte.
No caso do PC do B, o canal é o Ministério dos Esportes. Um dos patinhos feios da administração federal, desdenhado pelos maiores partidos depois que foi desmembrado do Turismo no início do governo Lula, seu orçamento vem crescendo em relação ao total do orçamento geral da União e em proporção ao PIB desde que os comunistas assumiram seu comando, em 2003.
Em 2010, foram pagos mais de R$ 800 milhões só do orçamento do ministério. Mas as verbas federais para o esporte incluem ainda R$ 160 milhões de patrocínios de empresas estatais, R$ 190 milhões da lei de incentivo ao esporte (via isenção fiscal de empresas) e R$ 370 milhões de dinheiro repassado das loterias federais. Somando tudo, dá cerca de R$ 1,7 bilhão, segundo levantamento da associação Contas Abertas.
No poder, o PC do B priorizou dois programas: “Esporte e lazer na cidade” e “Segundo tempo”. O valor anual pago pelo primeiro saltou de R$ 38 milhões para R$ 286 milhões em sete anos. O segundo, foi de R$ 13 milhões em 2003 para R$ 173 milhões em 2010 -ou seja, foi multiplicado por 13 em oito anos.
Nesse período, conta o repórter João Domingos, o PC do B saltou de 34 mil para mais de 100 mil filiados. Fez dois senadores, 14 deputados federais, 18 deputados estaduais, 42 prefeitos, 200 secretarias de esportes e 608 vereadores. Ou seja, cresceu na última década o que não conseguiu nos 80 anos anteriores de sua existência.
A questão, portanto, é maior do que a permanência de Orlando Silva no Ministério dos Esportes. Enquanto a reforma política não vem, mais importante que demitir ou não o ministro é fechar a torneira de “esporteduto”.
Ricardo Noblat - 24.10.11.
Estava tudo encaminhado por Dilma – foi o que ela imaginou.
Orlando Silva, ministro do Esporte, pediria para deixar o cargo. O PC do B, que manda no ministério há quase nove anos, indicaria o sucessor dele. E a “faxina ética” avançaria mais um degrau com a demissão do quinto ministro em 10 meses. Um recorde!
Mas aí... Aí o cozido desandou.
Por culpa de quem? De Dilma, que mandava com mão de ferro no seu governo até que esbarrou em outra mão, antigamente dócil, e que também se fez de ferro.
Aconselhado por Lula, o PC do B decidiu mostrar a Dilma que não queria ser tratado como o foram o PR, o PMDB e o PT no caso das demissões dos ministros da Casa Civil, dos Transportes, da Agricultura e do Turismo. Comigo não, violão! Aproxime-se para lá!
O PC do B é o único partido que apoia o PT desde que Lula foi candidato pela primeira vez a presidente da República em 1989.
Se em algum momento se vê em rota de colisão com o PT, sai da frente. Contenta-se em seguir à sombra dele. Em troca, espera ser aquinhoado com tenras fatias do poder. Nada capaz de criar problemas, de fazer falta ou de aborrecer seu aliado.
Que bala de prata guardava o PC do B?
Anote o nome dela: Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal eleito pelo PT.
Durante o primeiro governo de Lula, ainda na condição de membro do PC do B, Agnelo foi ministro do Esporte. O secretário-executivo do ministério era Orlando Silva.
Pois bem: se Orlando fosse tragado pela lama que escorre do ministério, Agnelo também o seria. Palavra do PC do B.
Então pensando melhor, Dilma preferiu deixar Orlando onde ele está.
Se até o fim de seu governo, ou se até a reforma ministerial que ela pretende promover no próximo ano ou se até esta semana, não se sabe. E a levar-se em conta o estilo centralizador de Dilma e o pavor que ela tem de vazamento de informações, é possível que não saibam nem seus auxiliares de maior confiança.
Lula! Sim, Lula talvez saiba. Afinal, se dependesse dele, Orlando só deixaria o ministério quando Dilma descesse a rampa do Palácio do Planalto.
Foi idéia de Lula manter Orlando no ministério – Dilma era contra. E tinha razões de sobra para ser. Como chefe da Casa Civil da presidência da República, conhecia o que se passava no ministério do Esporte desde a época de Agnelo. E não gostava nem um pouco.
O ministério virou um aparelho do PC do B onde ele emprega militantes que não podem ficar ao desamparo.
O ministério virou uma incubadora de organizações não governamentais (ONGs) ligadas ao PC do B e favorecidas com dinheiro público.
O ministério virou um dos órgãos do governo mais crivados por suspeitas de envolvimento com irregularidades e roubalheira.
Quer alguns exemplos?
Problema de gestão: o Tribunal de Contas da União (TCU) descobriu que o ministério do Esporte deixou de analisar 1.493 prestações de contas de uso de recursos federais em convênios do ano passado avaliados em R$ 801 milhões. Em 2009, de 160 convênios firmados com ONGs, 105, no valor de R$ 88,3 milhões, não foram vistoriados. Foram encontradas “fragilidades” nos 55 convênios vistoriados (R$ 68.8 milhões).
Suspeita de roubo: a Controladoria Geral da União pediu a devolução de R$ 12,5 milhões repassados pelo ministério às ONGs Universidade do Professor, do Paraná, e Rumo Certo, do Rio. A primeira está fechada há quatro meses. A segunda desde 2009. Sumiram R$ 2,5 milhões injetados em 2006 pelo ministério na Associação dos Servidores do TCU – na época presidida por um militante do PC do B, candidato em Brasília a deputado distrital.
A oposição no Congresso cobra a demissão de Orlando, mas na verdade torce para que ele fique no ministério o maior tempo possível. Aposta, é claro, no desgaste do governo.
Com a saída de cena dos ministros vítimas da “faxina ética”, o governo foi dispensado de dar explicações para os malfeitos produzidos por eles.
Com a permanência de Orlando...
Baixa outra cerveja. Escolhe outra música na radiola de ficha. Segue a festa.
Fechar a torneira.
José Roberto Toledo - Estadão.com - 24.10.11.
Cai, não cai. Nesse futuro intransitivo do ministro está se resumindo a novela do Ministério dos Esportes. É minimizar o problema para não resolvê-lo. Reportagens do Estado têm mostrado que a ação à margem do interesse público vai muito além de atos individuais. Trata-se de um projeto partidário, executado há dez anos pelo PC do B nas beiradas do poder petista. Qual filiado opera o duto é quase irrelevante.
O que ocorre nos Esportes transcende se alguém recebeu dinheiro sujo na garagem ou não. O problema é ser aceitável -para presidentes, governadores e prefeitos- que um partido instrumentalize programas de governo para sustentar seus filiados, inchar seus quadros e forrar seus cofres. Mesmo que de modo burocraticamente legal.
O “esporteduto” descrito pelos repórteres Daniel Bramatti e Júlia Duailibi fornece a infra-estrutura para que o dinheiro público ajude a aumentar o poder da agremiação. O exemplo é do PC do B, mas vale para outros partidos médios e pequenos que se coligam a legendas maiores. Funciona esquematicamente assim:
1) O pequeno partido se alia a uma sigla com força eleitoral. Em troca de tempo de TV para o candidato majoritário aliado, o partido ganha o comando de uma pasta e/ou de órgãos com poder de ordenar despesas: pode ser no governo federal, estadual ou municipal;
2) Com a caneta na mão, o partido e seu burocrata de plantão priorizam programas com capilaridade. É importante que a sua execução seja descentralizada e a verba seja distribuída para centenas de localidades. Os valores unitários baixos e a transferência do dinheiro para prefeituras e ONGs afastam a fiscalização e maximizam o impacto político-eleitoral do projeto;
3) Os recursos beneficiam desproporcionalmente as cidades onde o partido atua. Pode ser via prefeitos, ou através do secretário municipal que comanda a área do projeto. Quando nenhuma dessas condições de apresenta, “terceiriza-se” o gasto através de uma ONG especialmente criada ou adaptada para atender as demandas do projeto;
4) Dirigentes ou militantes do partido comandam a aplicação do dinheiro destinado ao projeto, selecionando prestadores de serviços e contratando gente. Novos militantes são cooptados para o partido por causa dos benefícios gerados pelo projeto na localidade;
5) Os militantes devolvem parte do que recebem ao partido na forma de contribuições periódicas. Com mais militantes, dinheiro em caixa e poder político, o partido consegue aumentar sua bancada de deputados e, por tabela, seu tempo de TV e sua cota no fundo partidário. Reforça assim seu cacife para negociar apoio na próxima eleição e reiniciar o ciclo.
Esse é o caminho legal, garagens à parte.
No caso do PC do B, o canal é o Ministério dos Esportes. Um dos patinhos feios da administração federal, desdenhado pelos maiores partidos depois que foi desmembrado do Turismo no início do governo Lula, seu orçamento vem crescendo em relação ao total do orçamento geral da União e em proporção ao PIB desde que os comunistas assumiram seu comando, em 2003.
Em 2010, foram pagos mais de R$ 800 milhões só do orçamento do ministério. Mas as verbas federais para o esporte incluem ainda R$ 160 milhões de patrocínios de empresas estatais, R$ 190 milhões da lei de incentivo ao esporte (via isenção fiscal de empresas) e R$ 370 milhões de dinheiro repassado das loterias federais. Somando tudo, dá cerca de R$ 1,7 bilhão, segundo levantamento da associação Contas Abertas.
No poder, o PC do B priorizou dois programas: “Esporte e lazer na cidade” e “Segundo tempo”. O valor anual pago pelo primeiro saltou de R$ 38 milhões para R$ 286 milhões em sete anos. O segundo, foi de R$ 13 milhões em 2003 para R$ 173 milhões em 2010 -ou seja, foi multiplicado por 13 em oito anos.
Nesse período, conta o repórter João Domingos, o PC do B saltou de 34 mil para mais de 100 mil filiados. Fez dois senadores, 14 deputados federais, 18 deputados estaduais, 42 prefeitos, 200 secretarias de esportes e 608 vereadores. Ou seja, cresceu na última década o que não conseguiu nos 80 anos anteriores de sua existência.
A questão, portanto, é maior do que a permanência de Orlando Silva no Ministério dos Esportes. Enquanto a reforma política não vem, mais importante que demitir ou não o ministro é fechar a torneira de “esporteduto”.
Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Ricardo Noblat sabe tudo que se passa na cabeça da presidente, é um fenomeno.
O Troll é sutil na busca por alimento.
- J.Ricardo
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
O que gosto na Dilma é que ela não passa a mal na cabeça, ela demite e pronto!!! Bem diferente do último governo!
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!