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Re: Ameaça REAL ao Brasil
Enviado: Qui Mar 20, 2014 11:00 am
por Bourne
Wingate escreveu:
E do outro lado do oceano tem a Catalunha, os Bascos (nos territórios das atuais Espanha e França), a Irlanda do Norte, etc...etc...
Wingate
Nesses países não tem problema. A maioria dos movimentos separatistas foram equacionados e os separatistas de fato não representam parcela expressiva que deem força a construção de um novo estado. A bomba está na África, Orienta Médio, Europa Oriental e Ásia.
Declarar a independência pacifica quer dizer décadas para decidir algo e deve ser consenso na esfera internacional. A não ser que intervenha militarmente e faça todo o processo em semanas. O que quase ninguém é maluco de fazer, só ganha instabilidade e brigas com vizinhos e na esfera internacional.
Por que acham que o Brasil sempre se posiciona a favor da integridade territorial, contra o separatismo forçado e sempre se coloca como defensor da mediação. Não é interessante para o país e vizinhos fomentar esse tipo de situação.
Re: Ameaça REAL ao Brasil
Enviado: Dom Jun 15, 2014 7:53 am
por Clermont
Índios declaram guerra ao Governo brasileiro pela demarcação de terras.
Deputados ruralistas fazem pressão para a criação de leis que dificultam ainda mais o reconhecimento de áreas indígenas.
Talita Bedinelli - El País.com - São Paulo 14 JUN 2014.
As imagens de índios disparando flechas contra policiais durante um protesto em Brasília, centro do poder do país, causou espanto há duas semanas. Os indígenas pretendiam discutir com o Governo os motivos da demora na demarcação de suas terras e, frustrados, abandonaram uma reunião com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pintaram a bandeira brasileira de vermelho e declararam: “Estamos em guerra”. “Por culpa dele [ministro da Justiça], muitos fazendeiros vão morrer”, afirmou um dos índios, segundo uma reportagem da Folha de S.Paulo.
A revolta surgiu, segundo eles, após a recusa de Cardozo em assinar 11 portarias de áreas que precisam seguir para a homologação da presidenta Dilma Rousseff (PT) para se tornarem oficialmente indígenas. A justificativa, segundo os índios, seria a tentativa de evitar o acirramento de um confronto entre eles e os fazendeiros, que já deixou muitas vítimas no interior do país. “Diante de um Governo que tem medo de cumprir a lei, a gente decidiu que vai demarcar por conta própria as nossas terras”, conta Lindomar Terena, uma das 18 lideranças indígenas presentes na reunião.
Índios e fazendeiros estão envolvidos em um confronto que já se arrasta há décadas. Uma briga bastante delicada porque os dois lados têm razão em suas reivindicações. Parte dos 817.963 índios brasileiros (0,21% da população do país) de diversas etnias reivindicam a demarcação das terras às quais têm direito, de acordo com estudos antropológicos feitos nessas áreas a pedido do Governo federal que comprovaram que as terras pertenceram aos ancestrais deles.
Na outra ponta estão produtores rurais, desde os pequenos até os latifundiários, que produzem em terras de onde os índios, século após século, foram sendo expulsos pelos governos locais. Alguns proprietários exibem o título de propriedade. Outros foram colocados nessas áreas pela reforma agrária do próprio Governo federal. “Muitos são imigrantes italianos, alemães, que no passado foram chamados pelo Governo brasileiro para vir ao país. Compraram 25 hectares de terra, onde já viveram cinco gerações. Agora vivem uma insegurança jurídica porque um laudo antropológico diz que elas não têm mais o direito às terras”, afirma o deputado Luis Carlos Heinze (PP), coordenador da Frente Parlamentar da Agropecuária.
A Constituição brasileira diz que os índios têm direito às suas terras tradicionais, mas não prevê que os proprietários sejam indenizados pela terra, apenas pelo que construíram nela, diminuindo o valor a ser pago pela desapropriação. Com isso, os proprietários não concordam em sair e recorrem à Justiça para se manter na área. Os índios, cansados de esperar pela resolução do impasse, vivendo em terras improvisadas e em situação de extrema pobreza, passaram a ocupar as áreas. Os fazendeiros, por sua vez, pressionam para que eles saiam. Os índios denunciam casos de espancamentos nas aldeias, estupros de índias e incêndios que começam de madrugada no meio da noite nas barracas dentro de áreas retomadas. Muitos caciques acabam assassinados. Desde 2003, 563 índios foram mortos no país.
Do outro lado também existem vítimas. Muitos pequenos produtores pobres, que dependem da agricultura para a própria subsistência, acabam sendo expulsos de suas terras. Na cidade agrícola de Faxinalzinho, no Rio Grande do Sul, cinco índios kaingang foram presos neste ano sob suspeita de terem matado a pauladas dois colonos que tentavam passar por uma estrada bloqueada pelos indígenas. Na Serra do Padeiro, na Bahia, outro Estado em litígio, um cacique tupinambá chegou a ser preso sob suspeita de matar um agricultor. Em novembro do ano passado, três índios haviam sido mortos em uma emboscada na região.
A situação se agrava pela morosidade do Governo. A gestão de Dilma Rousseff foi a que menos demarcou terras desde a volta da democracia no país, aponta o Conselho Missionário Indigenista (CIMI). Nos oito anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, foram 145 áreas demarcadas; e nos oito anos de Luiz Inácio Lula da Silva, 79. Nos dois primeiros anos de Rousseff, foram dez. Segundo dados da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), 65 áreas já reconhecidas como indígenas aguardam a homologação da presidenta.
Enquanto isso, os deputados ruralistas tentam emplacar legislações ainda mais restritas para a demarcação. Uma delas, a que causa o maior temor entre as entidades de defesa dos direitos indígenas, é a PEC 215, uma emenda à Constituição que busca transferir para o Congresso a responsabilidade de demarcação das terras. Outra é a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar supostas irregularidades da FUNAI, órgão do Governo que auxilia na realização dos estudos antropológicos.
Uma fonte próxima ao Governo disse a este jornal que o objetivo, neste ano eleitoral, é acalmar os ânimos no Congresso e evitar que os confrontos piorem ainda mais nas áreas em disputa. Com isso, uma comissão especial criada para discutir a aplicação da PEC, o penúltimo passo obrigatório para que ela seja votada no plenário, tem sido mantida em banho-maria, enquanto os indígenas ignoram os convites dos deputados para participar da discussão e fazem protestos contra ela.
Procurado, o Governo federal não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre situação da demarcação. Neste momento, as lideranças indígenas organizam em todo o país encontros com os caciques de suas regiões para definir de que forma iniciarão a tal guerra que foi declarada. De uma coisa eles têm certeza: não pretendem mais sentar para conversar com nenhum “homem branco”.
Re: Ameaça REAL ao Brasil
Enviado: Dom Jun 15, 2014 8:16 am
por Marechal-do-ar
Clermont escreveu:Os índios, cansados de esperar pela resolução do impasse, vivendo em terras improvisadas e em situação de extrema pobreza, passaram a ocupar as áreas.
Com 11% das terras brasileira já demarcada como terras indígenas como é possível que ainda existam índio sem terras em situação de extrema pobreza?
Será que, as terras demarcadas não foram para os índios?
Re: Ameaça REAL ao Brasil
Enviado: Ter Jun 24, 2014 5:56 pm
por FCarvalho
A depender da atual posição governamental e oficial da FUNAI, até não haver mais nenhuma propriedade rural que seja passível de reforma agrária ou exporopriação para fins sociais, inclusive aí a demarcação de "terras indígenas", tudo o que for feito sempre será pouco.
abs.
Re: Ameaça REAL ao Brasil
Enviado: Qua Jun 25, 2014 11:44 am
por rodrigo
Mas o índio, em sua condição original, não vive obrigatoriamente em estado de pobreza? Eles só tinham o que comer e algumas ornamentações e artesanato para utilidades. Mas hoje querem roupas, TV, caminhonete e dinheiro para tomar cachaça. Aí é piada...
Re: Ameaça REAL ao Brasil
Enviado: Qua Jun 25, 2014 5:20 pm
por Wingate
Clermont escreveu:Índios declaram guerra ao Governo brasileiro pela demarcação de terras.
Deputados ruralistas fazem pressão para a criação de leis que dificultam ainda mais o reconhecimento de áreas indígenas.
Talita Bedinelli - El País.com - São Paulo 14 JUN 2014.
As imagens de índios disparando flechas contra policiais durante um protesto em Brasília, centro do poder do país, causou espanto há duas semanas. Os indígenas pretendiam discutir com o Governo os motivos da demora na demarcação de suas terras e, frustrados, abandonaram uma reunião com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pintaram a bandeira brasileira de vermelho e declararam: “Estamos em guerra”. “Por culpa dele [ministro da Justiça], muitos fazendeiros vão morrer”, afirmou um dos índios, segundo uma reportagem da Folha de S.Paulo.
A revolta surgiu, segundo eles, após a recusa de Cardozo em assinar 11 portarias de áreas que precisam seguir para a homologação da presidenta Dilma Rousseff (PT) para se tornarem oficialmente indígenas. A justificativa, segundo os índios, seria a tentativa de evitar o acirramento de um confronto entre eles e os fazendeiros, que já deixou muitas vítimas no interior do país. “Diante de um Governo que tem medo de cumprir a lei, a gente decidiu que vai demarcar por conta própria as nossas terras”, conta Lindomar Terena, uma das 18 lideranças indígenas presentes na reunião.
Índios e fazendeiros estão envolvidos em um confronto que já se arrasta há décadas. Uma briga bastante delicada porque os dois lados têm razão em suas reivindicações. Parte dos 817.963 índios brasileiros (0,21% da população do país) de diversas etnias reivindicam a demarcação das terras às quais têm direito, de acordo com estudos antropológicos feitos nessas áreas a pedido do Governo federal que comprovaram que as terras pertenceram aos ancestrais deles.
Na outra ponta estão produtores rurais, desde os pequenos até os latifundiários, que produzem em terras de onde os índios, século após século, foram sendo expulsos pelos governos locais. Alguns proprietários exibem o título de propriedade. Outros foram colocados nessas áreas pela reforma agrária do próprio Governo federal. “Muitos são imigrantes italianos, alemães, que no passado foram chamados pelo Governo brasileiro para vir ao país. Compraram 25 hectares de terra, onde já viveram cinco gerações. Agora vivem uma insegurança jurídica porque um laudo antropológico diz que elas não têm mais o direito às terras”, afirma o deputado Luis Carlos Heinze (PP), coordenador da Frente Parlamentar da Agropecuária.
A Constituição brasileira diz que os índios têm direito às suas terras tradicionais, mas não prevê que os proprietários sejam indenizados pela terra, apenas pelo que construíram nela, diminuindo o valor a ser pago pela desapropriação. Com isso, os proprietários não concordam em sair e recorrem à Justiça para se manter na área. Os índios, cansados de esperar pela resolução do impasse, vivendo em terras improvisadas e em situação de extrema pobreza, passaram a ocupar as áreas. Os fazendeiros, por sua vez, pressionam para que eles saiam. Os índios denunciam casos de espancamentos nas aldeias, estupros de índias e incêndios que começam de madrugada no meio da noite nas barracas dentro de áreas retomadas. Muitos caciques acabam assassinados. Desde 2003, 563 índios foram mortos no país.
Do outro lado também existem vítimas. Muitos pequenos produtores pobres, que dependem da agricultura para a própria subsistência, acabam sendo expulsos de suas terras. Na cidade agrícola de Faxinalzinho, no Rio Grande do Sul, cinco índios kaingang foram presos neste ano sob suspeita de terem matado a pauladas dois colonos que tentavam passar por uma estrada bloqueada pelos indígenas. Na Serra do Padeiro, na Bahia, outro Estado em litígio, um cacique tupinambá chegou a ser preso sob suspeita de matar um agricultor. Em novembro do ano passado, três índios haviam sido mortos em uma emboscada na região.
A situação se agrava pela morosidade do Governo. A gestão de Dilma Rousseff foi a que menos demarcou terras desde a volta da democracia no país, aponta o Conselho Missionário Indigenista (CIMI). Nos oito anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, foram 145 áreas demarcadas; e nos oito anos de Luiz Inácio Lula da Silva, 79. Nos dois primeiros anos de Rousseff, foram dez. Segundo dados da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), 65 áreas já reconhecidas como indígenas aguardam a homologação da presidenta.
Enquanto isso, os deputados ruralistas tentam emplacar legislações ainda mais restritas para a demarcação. Uma delas, a que causa o maior temor entre as entidades de defesa dos direitos indígenas, é a PEC 215, uma emenda à Constituição que busca transferir para o Congresso a responsabilidade de demarcação das terras. Outra é a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar supostas irregularidades da FUNAI, órgão do Governo que auxilia na realização dos estudos antropológicos.
Uma fonte próxima ao Governo disse a este jornal que o objetivo, neste ano eleitoral, é acalmar os ânimos no Congresso e evitar que os confrontos piorem ainda mais nas áreas em disputa. Com isso, uma comissão especial criada para discutir a aplicação da PEC, o penúltimo passo obrigatório para que ela seja votada no plenário, tem sido mantida em banho-maria, enquanto os indígenas ignoram os convites dos deputados para participar da discussão e fazem protestos contra ela.
Procurado, o Governo federal não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre situação da demarcação. Neste momento, as lideranças indígenas organizam em todo o país encontros com os caciques de suas regiões para definir de que forma iniciarão a tal guerra que foi declarada. De uma coisa eles têm certeza: não pretendem mais sentar para conversar com nenhum “homem branco”.
Quem vai ser o nosso Custer?
Wingate
Re: Ameaça REAL ao Brasil
Enviado: Qui Jun 26, 2014 2:29 pm
por Túlio
Re: Ameaça REAL ao Brasil
Enviado: Sex Jun 27, 2014 9:54 am
por Tupi
Olá turma!
Corroborando com o que Túlio informou. Eu acrescentaria a estratégia do governo Argentino na chamada "Campanha do Deserto". Quando o Estado Argentino expandio para toda o Oeste e a Patagônia, dizimando ou trazendo como prisioneiros ou exilados todas as tribos destas regiões para abrigos em Buenos Aires e vizinhanças.
Re: Ameaça REAL ao Brasil
Enviado: Sex Jun 27, 2014 1:33 pm
por FCarvalho
Não me consta que o genocídio e/ou o aprisionamento ilegal ( e imoral) de populações inteiras já conste como política pública no Brasil.
Facilmente se esquece as lições de Rondon, dos irmãos Vilas Boas e da própria história.
Mas país com povo sem memória é assim mesmo. Merece o cabresto que tem.
abs.
Re: Ameaça REAL ao Brasil
Enviado: Sex Jun 27, 2014 6:40 pm
por Bourne
A história brasileira é tão sangrenta quanto os vizinhos sul-americanos, norte americanos ou australianos.
Existiu uma coisa chamada escravidão como política oficial do governo brasileiro e elites até idos de 1880. O fim se deu com uma longa campanha de décadas na sociedade brasileira sobre o selvageria do ato e inadequabilidade para uma sociedade civilizada, complementada pelos custos elevados de usar a escravidão como mão-de-obra. Inclusive serviu como elemento para atritos com os britânicos que proibiam o tráfico negreiro no Atlântico Sul.
Até idos do século XX era comum penetrar no território e destruir aldeias e populações inteiras com apoio do estado. O exemplo histórico são dos bandeirantes que seguiam a política de escravização e, o procedimento comum, extermínio. Os índios do sudeste, sul e nordeste não fugiram para Amazônia. Não está nos livros escolares de história por que lá não tem nada, apenas besteiras como que o brasil é um país pacifico.
Esse negócio de "amigos" dos índios é coisa pós-1945 pela pressão nacional e internacional que não aceitava mais genocídios como antes.
Não tem surpresa do índio viver na pobreza. As populações indígenas são populações que vivem de agricultura de subsistência com caça, pesca e coletas. O conformo e consumo é coisa de sociedade moderna com produtividade e capital. Há muito tempo o problema não é terra.
Re: Ameaça REAL ao Brasil
Enviado: Sex Jun 27, 2014 6:57 pm
por Túlio
FCarvalho escreveu:Não me consta que o genocídio e/ou o aprisionamento ilegal ( e imoral) de populações inteiras já conste como política pública no Brasil.
Facilmente se esquece as lições de Rondon, dos irmãos Vilas Boas e da própria história.
Mas país com povo sem memória é assim mesmo. Merece o cabresto que tem.
abs.
Verdade, que legal que nossos antepassados foram tão HUMANITÁRIOS. Hoje
NÓS pagamos a conta...
Re: Ameaça REAL ao Brasil
Enviado: Sex Jun 27, 2014 9:31 pm
por candido
Esquecer Rondon?
A verdade é que o Marechal Rondon é um ícone. O que ele fez, me representa.
A defesa do genocídio é assunto manjado, já foi feita por muitos.
Como Rondon, são poucos.
Re: Ameaça REAL ao Brasil
Enviado: Sáb Jun 28, 2014 10:24 am
por irlan
Desde que não se separem da Federação podem espernear a vontade.
Ainda existem grupos indigenas nos States,como eles vivem agora?
Re: Ameaça REAL ao Brasil
Enviado: Dom Jun 29, 2014 1:35 am
por Sterrius
Nos EUA é politica federal a auto-determinação dos seus povos nativos desde a decada de 1970.
Basicamente os índios la recebem fundos federais para por em sua própria comunidade desde que sigam diretrizes governamentais e metas.
Mais detalhes aqui.
http://en.wikipedia.org/wiki/Indian_Sel ... ct_of_1975
A tb outros programas assistencialistas para a população nativa americana. Para crianças, casas etc.
São 310 territórios indígenas que compõem 2,3% do Território americano. Dentro dessas reservas a jurisdição é própria deles, bastando apenas não ferir a constituição americana.
http://en.wikipedia.org/wiki/Indian_Territory
Re: Ameaça REAL ao Brasil
Enviado: Dom Jun 29, 2014 7:39 pm
por irlan
Não morreu indio pra caramba lá na década de 70?, a banda de rock Rage Against The Machine até abordou um desses massacres...