Página 9 de 119

Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Enviado: Qui Jun 04, 2009 8:01 am
por Clermont
O LIVRO NECESSÁRIO DE BUCHANAN.

Por Laurence M. Vance – 3 de junho de 2009.

Pat Buchanan e eu temos algumas diferenças – algumas grandes diferenças.

Ele é católico; eu sou protestante. Ele é conservador; eu sou libertário. Ele é um protecionista; eu sou pelo livre comércio. Ele difama a Wal-Mart; eu gasto a maior parte do meu dinheiro lá. Ele acredita que Alexander Hamilton foi um dos maiores dos Patriarcas Fundadores; eu prefiro, muito mais, Thomas Jefferson. Ele trabalhou para presidentes republicanos; eu desprezo presidentes republicanos. Ele favorece um governo limitado a políticas conservadoras e republicanas; eu favoreço um governo tão limitado quanto possível.

Há uma coisa, no entanto, na qual Buchanan e eu concordamos, e é alguma coisa que considero ser muito importante: a Segunda Guerra Mundial foi uma guerra desnecessária. Foi desnecessário que o Tratado de Versalhes alargasse os impérios britânico, francês, italiano e japonês às custas da Alemanha. Foi desnecessário para a Grã-Bretanha acabar com seu tratado anglo-japonês. Foi desnecessário para a Grã-Bretanha impor sanções sobre a Itália, empurrando Mussolini para uma aliança com Hitler. Foi desnecessário para a Grã-Bretanha emitir uma garantia de guerra para a Polônia. E, mais importante, foi desnecessário para 420 mil soldados americanos morrerem lutando numa guerra estrangeira.

Eu não sou o único a expressar um recém-achado acordo com Pat Buchanan. Escrevendo no The Texas Observer, Josh Rosenblatt explica:

Um dos mais desconcertantes (ainda que pobremente publicizados) efeitos dos últimos oito anos de política externa americana é que, agora, sou forçado a admitir que há coisas com as quais Pat Buchanan e eu concordamos. Era muito mais fácil durante o reino do primeiro Presidente Bush, quando Buchanan era o feliz guerreiro cultural, cuspindo fogo por todo o país, atacando gays, feministas, liberais e outras formas de vida degeneradas por onde passava, e eu podia odiar o homem e dormir confortavelmente. Agora, parece que toda vez que ligo na MSNBC, lá está Buchanan, condenando a Guerra do Iraque do segundo Presidente Bush, verberando contra seus equivocados esforços no Afeganistão, lamentando sua postura de cowboy para com o Irã e a Rússia. E, antes que eu perceba o que está acontecendo, estou balançando a cabeça e pensando, “Talvez Pat Buchanan não seja um cara tão ruim assim, afinal de contas.” Inevitavelmente, acabo desligando a TV, com raiva de mim mesmo, imaginando meu pai se revirando no túmulo.


Realmente, existem cinco Pat Buchanans.

Há o Pat Buchanan colunista. Só Deus sabe em quantos jornais e revistas Buchanan já foi publicado. Ele, também, é co-autor da revista The American Conservative.

Há o Pat Buchanan comentarista de TV. Além de ser regular no The McLaughlin Group, Crossfire, e The Capital Gang, o rosto, nacionalmente reconhecido de Buchanan tem sido visto em incontáveis outros programas de notícias.

Há o Pat Buchanan operativo político. Ele foi conselheiro nas campanhas presidenciais de Nixon, e trabalhou nas Casas Brancas de Nixon e Ford. Ele serviu sob Reagan como Diretor de Comunicações da Casa Branca.

Há o Pat Buchanan político. Em 1992 e 1996, ele buscou ser o candidato presidencial republicano. Ele foi o candidato presidencial do Partido da Reforma, em 2000.

E há o Pat Buchanan autor. Ele é autor de inúmeros livros. Nem todos foram criados iguais. Mas há um livro, no entanto, que não apenas é o melhor e mais importante livro de Buchanan; ele é um dos melhores e mais importantes livros já escritos. Estou referindo-me ao seu mais recente livro sobre a Segunda Guerra Mundial: Churchill, Hitler, and the Unnecessary War: How Britain Lost Its Empire and the West Lost the World.

Agora, eu compreendo que minha avaliação exaltada sobre o livro de Buchanan possa ser desconsiderada como exagero hiperbólico com esteróides. Mas, como alguém que é estudante da guerra e da política externa, e escreve extensivamente sobre assuntos relacionados com a guerra, e, especialmente, sobre a asneira da guerra, eu, tendo lido este livro muito, muito cuidadosamente, não posso, não devo dizer outra coisa. Eu não me lembro de, jamais, ter resenhado, ouvido falar, escrito, lido e relido qualquer livro como este.

Desde que o livro saiu no ano passado, e foi resenhado – positivamente (The American Conservative), negativamente, (The Jerusalém Post) e selvagemente (Newsweek) – muitas vezes, estou descartando uma resenha formal. Eu sabia, quando o livro saiu ano passado, eu era alguma coisa que precisava ler e escrever a respeito, mas foi, apenas, depois de eu percorrer o livro, por mim mesmo, que compreendi a coisa monumental que Pat Buchanan tinha feito.

Este livro é tão importante, tão crucial para a causa da paz, porque a Segunda Guerra Mundial, mais do que qualquer outra guerra na história do mundo, é considerada, não apenas como tendo sido necessária, mas, justa, certa e boa. Na verdade, a Segunda Guerra Mundial é conhecida como a “Boa Guerra”.

Mas, se isto é verdade, nós temos um problema, pois, como escreve Buchanan em sua introdução: “Foi esta guerra começada em setembro de 1939, que levou ao massacre dos judeus e de dezenas de milhões de cristãos, à devastação da Europa, stalinização de metade do continente, a queda da China para a loucura maoísta e meio século de Guerra Fria.” Como pode uma guerra que resultou nas mortes de entre 50 e 70 milhões de pessoas ser denominada uma boa guerra? Como pode uma guerra na qual dois terços daqueles que morreram eram civis, ser denominada uma boa guerra?

Onde quer que eu escreva sobre a tolice da guerra, inevitavelmente, recebo e-mail de algum guerreiro de poltrona que diz, algo como: “Seu [pacifista, apaziguador, liberal, comunista, traidor, anti-americano, peacenik, covarde]! Não sabe que se as forças armadas americanas não tivessem atuado para deter Hitler, todos nós, agora, estaríamos falando alemão?”

Maior mentira do que esta nunca foi pronunciada.

Churchill, Hitler, and the Unnecessary War, desmonta os mitos sobre a Segunda Guerra Mundial ter sido necessária e destrói os argumentos oferecidos em defesa desta guerra como uma “boa” guerra.

Mas, este não é, somente, um livro sobre a Segunda Guerra Mundial. E não poderia ser de outro jeito, pois esta guerra não foi outra coisa que uma continuação da “grande guerra civil do Ocidente.” “Isto não é paz,” disse o marechal francês Ferdinand Foch, após a “guerra para acabar com todas as guerras”, “isto é um armistício para vinte anos.” “Todas as linhas de inquérito levam de volta à Grande Guerra,” disse o diplomata e historiador americano George Kennan. “Versalhes,” escreve Buchanan, “criou não apenas uma paz injusta, mas uma paz insustentável.”

Sendo assim, os primeiros três capítulos do livro de Buchanan tratam das causas e conseqüências da Grande Guerra. Os Capítulos 4 até 12, de forma semelhante, tratam da Segunda Guerra Mundial. Buchanan aponta, em sua introdução, os dois grandes mitos sobre estas guerras: “O primeiro é que a Grande Guerra foi travada para ‘fazer o mundo mais seguro para a Democracia.’ O segundo é que a Segunda Guerra Mundial foi a ‘Boa Guerra,’ uma gloriosa cruzada para livrar o mundo do Fascismo que deu muito certo.” A primeira declaração é, agora, geralmente reconhecida como o mito que é. A segunda, entretanto, ainda é uma opinião amplamente sustentada – eis por quê a necessidade deste livro.

Os últimos três capítulos do livro lidam com as reais ambições de Hitler (“Hitler nunca desejou guerra com a Grã-Bretanha.”), Churchill como uma pobre escolha para o homem do século (as concessões de Churchill em Moscou foram, de longe, piores do que aquelas de Chamberlain em Munique.”), e a América herdando o império da Grã-Bretanha (“Dificilmente, haverá algum erro do Império Britânico que nós, ainda, não tenhamos replicado.”).

O livro é, também, uma lição de história e geografia: Boêmia, os Sudetos, Alsácia, Lorena, Danzig, Transilvânia, Tchecoslováquia, Iugoslávia, Abissínia, o Império Austro-húngaro, Moravia, Sarajevo, Trianon, Trieste, o Corredor Polonês, Galícia, Tirol, Rutênia, Silésia e os Tratados de Versalhes, Trianon, Brest-Litovsk e St. Germain. E, além das usuais imagens relevantes no centro do livro, como vemos na maioria dos livros sobre as guerras mundiais, o livro de Buchanan inclui mapas muito detalhados que suplementam, maravilhosamente, o texto.

Não há relatos de batalhas, em Churchill, Hitler, and the Unnecessary War. Nenhum detalhe sobre movimentos de tropas. Nenhuma informação sobre técnicas de combate. Nenhuma teoria sobre estratégia militar. Nada em particular sobre armamentos. A questão crucial para Buchanan é: “Estas duas devastadoras guerras que a Grã-Bretanha declarou contra a Alemanha foram guerras de necessidade, ou guerras de escolha?”

A Grã-Bretanha? Sim, Grã-Bretanha, Reino Unido, o império sobre o qual o sol nunca se põe. Quer dizer que você pensou que ambas as guerras mundias foram tudo culpa da Alemanha?

Agora, nós sabemos sobre os males de Hitler e do Nazismo; o fascismo, o assassinato, o pesadelo, a destruição, a agressão, o militarismo, o racismo, o anti-semitismo, os campos da morte. Buchanan não dá desculpas para a Alemanha, de forma alguma: “Nada disto é para minimizar o mal da ideologia nazista, ou as capacidades da máquina de guerra nazista, ou os desprezíveis crimes do regime de Hitler, ou a ameaça potencial da Alemanha Nazista à Grã-Bretanha, uma vez que a guerra foi declarada.” E, da mesma forma, ele não diminui o heroísmo dos britânicos: “A questão que este livro trata não é se os britânicos foram heróicos. Isto já está estabelecido para todos os tempos. Mas, foram seus homens de estado, sábios?”

Quando se trata da Grande Guerra, os homens de estado britânicos foram qualquer coisa, menos sábios:

Os falcões britânicos buscavam uma guerra européia para aumentar o prestígio nacional e expandir o império.

Desconhecido ao Gabinete e ao Parlamento, uma pequena cabala tinha tomado a decisão fatídica para a Grã-Bretanha, o império e o mundo. Sob a batuta de Edward Grey, o secretário do exterior de 1905 até 1916, oficiais britânicos e franceses tramaram a entrada da Grã-Bretanha numa guerra franco-alemã, a partir do primeiro tiro.

Foi a decisão britânica de enviar um exército através do Canal da Mancha para lutar na Europa Ocidental, pela primeira vez, em exatos cem anos, que levou à derrota do Plano Schlieffen, quatro anos de guerra de trincheiras, a entrada da América, o colapso da Alemanha no outono de 1918, a abdicação do Kaiser, o desmembramento da Alemanha em Versalhes, a ascensão ao poder de um ex-combatente da Frente Ocidental, que, quatro após após o fim da guerra, não aceitava a derrota de sua nação.

Se a Grã-Bretanha não tivesse declarado guerra à Alemanha em 1914, o Canadá, Austrália, África do Sul, Nova Zelândia e Índia também não o teriam feito. Nem o aliado da Grã-Bretanha, o Japão. Nem a Itália, que Londres atraiu com subornos secretos de território dos impérios Habsburgo e Otomano. Nem a América teria ido à guerra, se a Grã-Bretanha estivesse fora. A Alemanha teria sido vitoriosa, talvez, em meses. Não teria havido nenhum Lênin, nenhum Stálin, nenhuma Versalhes, nenhum Hitler, nenhum Holocausto.


Buchanan dá cinco razões por quê o governo da Grã-Bretanha, na época, “transformou a guerra européia de 1º de agosto, numa guerra mundial”: para preservar a França como grande potência, para defender a honra britânica, para reter seu controle do governo, germanofobia e ambição e oportunismo imperiais.

O custo da asneira britânica: 700 mil soldados britânicos mortos, mas 200 mil de todo o império. E para quê?

A caricatura da Alemanha como o mais militarista dos países é somente, isto. Buchanan aponta que, entre Waterloo e a Grande Guerra, a Alemanha, apenas, tinha se envolvido em três guerras, enquanto a Grã-Bretanha tinha se engajado em dez.

A Grande Guerra, como Buchanan cita o historiador britânico John Keegan, foi “um conflito desnecessário. Desnecessário porque a cadeia de eventos que levou à sua eclosão podia ter sido rompida em qualquer momento durante as cinco semanas que precederam o primeiro choque de armas, tivessem a prudência ou boa-vontade comum encontrado uma voz.”

E, então, há a Segunda Guerra Mundial:

Se a Grã-Bretanha não tivesse dado uma garantia de guerra à Polônia, em março de 1939, então, declarado guerra em 3 de setembro, trazendo a África do Sul, Canadá, Austrália, Índia, Nova Zelândia e Estados Unidos, uma guerra polaco-alemã nunca poderia ter se transformado numa guerra mundial de seis anos, na qual cinqüenta milhões iriam perecer.

Desta forma, o governo britânico, em pânico com um relatório falso sobre uma invasão alemã da Polônia que nem havia sido planejada, nem preparada, deu uma garantia de guerra para uma ditadura na qual não confiava, numa parte da Europa onde não tinha nenhum interesse vital, empenhando-se numa guerra que não podia vencer.

Entre 1914-1918, a Grã-Bretanha e a França, com milhões de soldados, mal tinha sido capaz de manter o exército alemão fora de Paris. Dois milhões de americanos foram necessários para romper as linhas alemãs. Agora, com uma pequena fração do Exército britânico de 1918, com os antigos aliados Rússia, Japão e Itália, agora hostis, e com a América, agora neutra, a Grã-Bretanha estava oferecendo garantias de guerra não somente para a Bélgica e Holanda, mas também para a Polônia e a Romênia.


A conclusão de Buchanan será dura para alguns engolirem: “Foi a Grã-Bretanha que transformou ambas as guerras européias em guerras mundiais.”

Churchill, Hitler, and the Unnecessary War é um livro necessário.

Ele é necessário porque conta a real história do “apaziguamento” do primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain de Hitler em Munique. Porque os alemães Sudeten na Tchecoslováquia – um conglomerado católico-protestante, multicultural, multilingual, multiétnico, que jamais havia existido antes – “odiavam o regime de Praga e não tinham lealdade alguma para uma nação onde eram cidadãos de segunda classe” (existiam mais alemães na Tchecoslováquia do que eslovacos), Chamberlain, corretamente, e não sozinho, “não acreditava que manter o domínio tcheco sobre três milhões de alemães infelizes valia uma guerra.”

Ele é necessário porque demonstra que o maior equívoco na história britânica não foi Munique, mas a garantia de guerra polonesa que empenhou a Grã-Bretanha numa luta em nome de uma ditadura polonesa que havia pensado em efetuar um ataque preventivo contra a Alemanha, assinado, como Stalin, um pacto de não-agressão com Hitler, e se juntado ao desmembramento da Tchecoslováquia, após o Pacto de Munique. Aqui, Buchanan não está sozinho. Lloyd George considerou isto “um jogo assustador” e “pura loucura”. O antigo Primeiro Lorde do Almirantado, Cooper, registrou em seu diário: “Nunca antes em nossa história, deixamos nas mãos de uma das menores potências a decisão se a Grã-Bretanha vai ou não à guerra.” ”Esta foi a mais louca ação isolada que este país jamais tinha tomado,” disse um membro do Parlamento.

Ele é necessário porque demole o culto de Churchill. Winston Churchill, antes do que ser o homem indispensável do século, foi “o mais belicoso campeão da entrada britânica na guerra européia de 1914 e na guerra polaco-alemã de 1939.” Entre seus outros crimes, Churchill apaziguou Stalin – um dos maiores assassinos em massa do século XX, cujos crimes excederam aqueles de Hitler – ao concordar com sua “anexação das repúblicas bálticas,” aceitar “seus saques do pacto com o diabo com Hitler,” e fechar os olhos para o massacre de Katyn.”

Ele é necessário porque explica como Hitler nunca desejou a guerra com a Grã-Bretanha. Hitler queria poder absoluto na Alemanha. Hitler queria derrubar o Tratado de Versalhes. Hitler queria restaurar as terras da Alemanha. Hitler queria alargar o império alemão para o leste. Hitler queria limpar a Alemanha de judeus. Hitler queria destruir o bolchevismo. Hitler queria que a Alemanha conseguisse auto-suficiência na Europa. Hitler queria passar para a história como “o maior de todos os alemães”. Mas Hitler nunca quis uma guerra com a Grã-Bretanha. Para Hitler: “A Grã-Bretanha era aliada natural da Alemanha e a nação e o império que mais admirava. Ele não cobiçava as colônias britânicas. Ele não queria ou buscava uma frota para rivalizar com a Real Marinha. Ele não queria derrubar o Império Britânico. Ele estava pronto para apaziguar a Grã-Bretanha e torná-la uma amiga da Alemanha.”

Ele é necessário porque confirma que Hitler não era uma ameaça aos Estados Unidos. A Luftwaffe alemã perdeu a Batalha da Inglaterra para a Real Força Aérea; a Marinha alemã não era páreo para a Real Marinha britânica (“Marinha – que necessidade temos dela?,” disse Hitler em 1936). No começo da guerrra, a Alemanha tinha, apenas, dois couraçados. O Bismarck ainda não havia sido construído – e seria afundado em sua primeira viagem. Não havia navios de tropas, barcaças de desembarque, ou transportes para tanques e artilharia. Se Hitler não podia cruzar o Canal da Mancha e conquistar a Grã-Bretanha, como poderia ter sido ameaça para a América? Buchanan desconsidera os supostos planos da Alemanha “para construir uma massiva frota, desenvolver bombardeiros transatlânticos, e buscar bases navais” como “história em quadrinhos”. A verdade histórica é que “não havia nenhum plano alemão conhecido para adquirir os milhares de navios necessários para transportar e comboiar um tal exército através do Atlântico.” E, como aponta Buchanan, sobre os bombardeiros alemães: “Uma viagem por sobre o Atlântico de ida e volta exigiria vinte horas de vôo para lançar uma carga de cinco toneladas sobre Nova York.” E, mesmo hoje em dia, se a Força Aérea dos Estados Unidos não tem um bombardeiro que possa voar direto do meio-oeste para a Alemanha sem reabastecimento, como poderiam os bombardeiros alemães, nos anos 1940, terem, possivelmente, bombardeado os Estados Unidos e retornado à Alemanha, quando o reabastecimento ar-ar ainda não havia sido inventado?

Foi necessário que dezenas de milhões fossem massacrados para impedir Hitler de massacrar milhões?

Certamente que não.

Mas, não aceite a palavra de Pat Buchanan para isso quando nós temos a palavra do próprio Churchill:

Um dia, o Presidente Roosevelt disse-me que estava procurando publicamente por sugestões sobre como a guerra devia ser chamada. Eu disse, então, “A Guerra Desnecessária.” Nunca houve uma guerra mais fácil de ser parada do que esta que acabou de arruinar o que havia sobrado do mundo desde a luta anterior.


E, se a Segunda Guerra Mundial foi desnecessária, então, o quanto foram desnecessárias as guerras no Iraque e no Afeganistão?

Churchill, Hitler and the Unnecessary War – compre, leia, cite com freqüência. E, na próxima vez que alguém tentar justificar alguma intervenção militar americana apelando para a “Boa Guerra”, pergunte-lhe o que foi tão bom sobre ela.


_______________________________

Laurence M. Vance escreve de Pensacola, Flórida. Ele é autor de Christianiy and War and Other Essays Against the Warfare State. Seu mais recente livro é The Revolution that Wasn’t.

Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Enviado: Seg Jun 08, 2009 8:50 pm
por soultrain
Hum, é um bom texto, mostra outra perspectiva, mas o rendilhado é tão complexo, a história foi tão revisionada (atenção que eu não sou revisionista),tão escrita pelos vencedores, que não sei bem o que pensar, mas tenho ideia que Hitler foi empurrado por vários, americanos incluídos, para algo que ele desejava ardentemente.

[[]]'s

Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Enviado: Seg Jun 08, 2009 10:48 pm
por Clermont
soultrain escreveu:(atenção que eu não sou revisionista),
"Revisionismo" é, tão somente, o oferecimento de uma nova teoria sob determinado acontecimento ou processo histórico. Não tem nada de demoníaco nisto. O problema é que a palavra foi, de certa forma, apropriada pelos negacionistas do Holocausto, de forma que, se teme ser chamado de revisionista. Uma visão mais atenta, no entanto, mostraria que esse tipo de "revisionismo", na verdade, não se apoia em nenhum elemento factual sério e é, apenas, propaganda anti-semita vazia e sem significação, que só atrai idiotas sem cultura, como o atual presidente do Irã.

A visão sobre a Guerra do Paraguai, popular nos anos 70-80 era uma visão revisionista. Válida com teoria, porém, acabou não sendo apoiada por fatos concretos. E novas pesquisas caracterizaram tal hipótese teórica, como obsoleta.

A ciência histórica avança desta forma, por revisões dos conhecimentos vigentes e formulação de novas hipóteses. O contrário seria a estagnação.

Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Enviado: Ter Jun 09, 2009 7:16 am
por soultrain
Por isso é que coloquei a chamada de atenção ;)

O Hitler era o queridinho do Ocidente, foi homem do ano na capa da TIME, era bajulado por muitos industriais de muitos países.

[[]]'s

Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Enviado: Ter Jun 09, 2009 12:17 pm
por Plinio Jr
soultrain escreveu: O Hitler era o queridinho do Ocidente, foi homem do ano na capa da TIME, era bajulado por muitos industriais de muitos países.

[[]]'s
E o amigão do Leste tbm.....vide os tratados com a URSS....

Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Enviado: Ter Jun 09, 2009 8:42 pm
por Clermont
CONTANDO A VERDADE SOBRE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL.

Por Eric Margolis – 9 de junho de 2009.

METZ, França – A visita do Presidente Barack Obama à Normandia para comemorar o 65º aniversário do Dia-D nos faz pensar sobre todo o curso da Segunda Guerra Mundial e a duradoura propaganda e mitos que ainda a obscurecem.

Como antigo instrutor de história militar e amante de história, deixem-me tratar de quatro destes mitos que são, particularmente, irritantes e enganadores.

Primeiro, o exército da França, simplesmente, não se rendeu ou correu em fuga, em 1940, como ignorantes conservadores americanos que não sabem nada, afirmam.

A Blitz alemã que golpeou a França, em maio-junho de 1940, dispersando seus exércitos como folhas na tempestade, foi uma revolução histórica no modo de guerrear. A Blitzkrieg combinava blindados de alta-velocidade e infantaria móvel, bombardeios de mergulho de precisão, apoio logístico flexível e novas tecnologias em C3 – comando, controle e comunicações. Em 1940, a Alemanha liderava o mundo em tecnologia: 75 porcento de todos os livros técnicos eram, então, escritos em alemão.

Os exércitos e os generais da França, treinados para voltar a lutar na Grande Guerra, foram avassalados pela guerra-relâmpago. A França era, então, ainda uma sociedade, em grande parte, agrícola. A Blitzkrieg – hoje, adotada por todas as grandes forças armadas modernas – foi desenhada para atingir o cérebro do inimigo, antes do que seu corpo, paralisando sua capacidade para manejar grandes forças ou para lutar. Os alemães chamavam-na sua “bala de prata”.

E era mesmo. A França ainda contava com estafetas para entregar informações vitais. A Alemanha era a líder mundial em transmissões radiofônicas móveis. Espantosamente, o comandante-chefe francês, general Gamelin, nem mesmo tinha um telefone em seu QG fora de Paris.

A bem-treinada força expedicionária da Grã-Bretanha na França, foi batida, quase tão rápida e totalmente, como os franceses, e salvou-se, apenas, por abandonar seus aliados e fugir através do Canal.

Nenhum exército no mundo, na época, poderia ter resistido a Blitzkrieg da Alemanha, planejada pelo brilhante Erich von Manstein, e liderada pelo audacioso Heinz Guderian e Erwin Rommel – três dos maiores generais da história contemporânea.

Eles, também, foram incrivelmente sortudos. Apenas uma única bomba numa ponte alemã sobre o Mosa, ou um engarrafamento de tráfego intransponível na floresta das Ardenas, poderia ter significado a diferença entre vitória e derrota. Os franceses tinham, temporariamente, transferido algumas de suas mais fracas unidades de reserva, justamente, para o setor que os alemães golpearam. Isto foi, como disse Wellington, depois de Waterloo, uma coisa danada de arriscada.

As novas táticas fluidas da Alemanha, destroçaram os exércitos da França. Estes foram incapazes de reformar suas linhas, apesar de resistência, com freqüência, feroz. Os panzers alemães, de alta-velocidade, constantemente, estavam por detrás deles. A retirada sob fogo é a mais difícil e perigosa de todas as operações militares. Após seis semanas, e uma facada nas costas pela Itália de Mussolini, os exércitos franceses se desintegraram.

A França teve 217 mil mortos e 400 mil feridos. Compare isto com a perda pela América de 416 mil mortos durante quatro anos de guerra no Pacífico e na Europa. Pelo menos, a França não sofreu os 2 milhões de mortos perdidos na Grande Guerra. A perdas da Alemanha: 46 mil mortos em ação, 121 mil feridos, e mil aviões destruídos. Por comparação, os americanos, britânicos e canadenses perderam cerca de 10 mil mortos e feridos no Dia-D.

Segundo, os fortes da Linha Maginot da França não foram, taticamente, flanqueados, como diz o mito. Os alemães atacaram a noroeste do final da Linha, através da Floresta das Ardenas belga e francesa, uma rota antecipada pelo Exército francês que manteve jogos de guerra lá, em 1939. O imóvel exército de campanha francês falhou, não a Linha Maginot. Ela pode ter sido custosa, prendido homens demais, e acabou simbolizando a atitude defensiva da França, mas a Grande Muralha da França cumpriu sua missão designada.

A Linha foi projetada, apenas, para defender as indústrias de carvão e aço da Alsácia e da Lorena, o que ela fez.

Os alemães concluíram que um ataque sobre a Linha seria custoso demais e optaram por uma rota diferente – através da Bélgica.

Mas a hidrografia de Flandres e a aversão da França em construir fortes por trás de seu aliado belga, deixaram a fronteira franco-belga com apenas, escassas defesas fixas.

Ironicamente, após a ruptura alemã em Sedan, sobre o Mosa, um corpo francês, mantido em reserva para cobrir este setor vital, moveu-se para o leste, até a Brecha de Stenay, para proteger o flanco esquerdo da Linha Maginot, abrindo o caminho para os panzers de Guderian, abrirem-se em leque, rumo ao noroeste, por detrás das linhas francesas.

A segunda maior operação anfíbia na Europa Ocidental, durante a Segunda Guerra Mundial, foi a totalmente esquecida travessia alemã, debaixo de fogo, do Reno, em junho de 1940.

As guarnições dos invictos fortes da Linha Maginot, resistiram até o armistício. Estes que zombam da França por construir fortes que foram, supostamente, flanqueados, deviam saber sobre as “inexpugnáveis” fortificações modernas americanas, em Manilha, e a Fortaleza Singapura da Grã-Bretanha, ambas, tomadas pela retaguarda pelo Exército Imperial japonês. A muito vangloriada “Westwall” e as defesas costeiras da Alemanha não se saíram melhor.l

Terceiro – as Wehrmacht e Luftwaffe da Alemanha foram esmagadas muito antes do Dia-D. Ao comemorar a guerra, nós precisamos nos lembrar de saudar a coragem e valor dos intrépidos soldados e pilotos da Rússia que, igualmente aos soldados alemães, lutaram, magnificamente, apesar de seus regimes criminosos. A Segunda Guerra Mundial na Europa não foi vencida no Dia-D, com diz o mito popular. O exército e força aérea da Alemanha foram quebrados nas titânicas batalhas da Frente Russa.

Os números falam por si mesmos. Os soviéticos destruíram 75 a 80 porcento de todas as divisões alemãs – 4 milhões de soldados – e a maioria da Luftwaffe. A Rússia perdeu, pelo menos, 14 milhões de soldados e um número similar de civis. O Exército Vermelho destruiu 507 divisões do Eixo. Na Frente Ocidental, após o Dia-D, os Aliados destruíram 176 divisões alemãs, severamente desfalcadas.

Quando os Aliados desembarcaram na Normandia, eles encontraram forças alemãs alquebradas, sem nenhuma cobertura aérea, incapacitadas pela falta de combustível e suprimentos, impossibilitadas de se movimentarem à luz do dia. Mesmo assim, os alemães lutaram como tigres. Tivessem os invasores americanos, britânicos e canadenses encontrado as Wehrmacht e Luftwaffe de 1940, e o resultado poderia ter sido diferente.

Quarto – a Segunda Guerra Mundial não foi uma luta do bem contra o mal, entre “democracias ocidentais” e “potências totalitárias”, como ainda é, errôneamente, ensinado.

Ela foi um conflito mundial por recursos e terras, colocando, de um lado, o Império Britânico, que controlava 25 porcento do globo inteiro, o Império Francês, o Império Holandês e o Império Belga, e, mais tarde o Império Americano (Filipinas, possessões do Pacífico, Cuba e América Central), contra os impérios italiano e japonês. A União Soviética era um império, em si mesma.

Em 1939, as únicas grandes potências sem colônias – que não eram potências imperiais – eram a Alemanha (que perdeu suas poucas colônias na Grande Guerra) e a China. Uma vez terminada a guerra, a França e a Holanda, que lamentaram-se, amargamente, sobre os males da ocupação nazista, apressaram-se a reocupar suas antigas colônias, algumas das quais tinham declarado independência.

Dificilmente, alguém chamaria isto de cruzada pela liberdade. Libertação para os povos brancos da Europa ocupada pelos alemães, certamente. Mas não para os povos da África e Ásia. Entretanto, no fim, a guerra colocou em movimento, forças que, eventualmente, determinariam o fim do colonialismo. O colapso do Império Britânico, que Winston Churchill tinha prometido defender, a qualquer custo, abriu o caminho para a descolonização global.

Nós não devemos esquecer isto.

Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Enviado: Ter Jun 16, 2009 11:31 am
por P44
FOTOS:
Prisioneiros Alemães marchando em Moscovo em 1943:

http://www.militaryphotos.net/forums/sh ... ostcount=1
March Nazi-Germans POW across Moscow on July, 17th 1943.
There are POW 57 000 of 400 000 captured only in one Soviet Army's mil'operation "Bagration" on summer 1944 in Belorussia.
57 000 German POW have marched through Moscow. 1227 officers, 19 generals... The sick and wounded didn't participate in a march.We do not see white bandage.
The march beginning at about noon. Total time of the march 4 hours 20 minutes.
By order of Beria the German POW could carry distinctions, ranks and awards at will. We see epaulets, awards and insignias.
NKVD have duty on protection and observance of order during march. Lavrentiy Beria ordered the organization of march. By official information there were no incidents and medical aid has been rendered to four German soldiers but by not seriously problems....
http://img140.imageshack.us/img140/433/171944.jpg

http://img140.imageshack.us/img140/96/94990989.jpg

Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Enviado: Ter Jun 16, 2009 12:51 pm
por cabeça de martelo
Li um livro acerca da Divisão Azul e uma das partes é acerca o que aconteceu aos Espanhóis/Portugueses da divisão depois de capturados. É sinistro...mas do outro lado também não eram meninos bem comportados.

Amor com amor se paga! :twisted:

Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Enviado: Ter Jun 16, 2009 5:59 pm
por pt
Meu Deus, quanta confusão na cabeça destes Buchanan e Margolis da vida.

O problema, é que eles provavelmente leram um livro ou dois sobre a II Guerra Mundial e acham que podem começar a debitar opiniões credíveis.

Só para dar um exemplo:
a Segunda Guerra Mundial foi uma guerra desnecessária. Foi desnecessário que o Tratado de Versalhes alargasse os impérios britânico, francês, italiano e japonês às custas da Alemanha. Foi desnecessário para a Grã-Bretanha acabar com seu tratado anglo-japonês. Foi desnecessário para a Grã-Bretanha impor sanções sobre a Itália, empurrando Mussolini para uma aliança com Hitler. Foi desnecessário para a Grã-Bretanha emitir uma garantia de guerra para a Polônia.
Ora, vamos por partes.
O tratado de Versalhes não aumentou impérios, apenas determinou que as potências que perderam a guerra não teriam império. Os territórios que os alemães deixaram de administrar passaram a ser administrados por outros, exactamente como os americanos fizeram quando venceram os espanhóis no inicio do século XX.

A Grã Bretanha não forçou a Itália a invadir a Etiópia, a invadir a Albânia, a invadir a Grécia.
Os britânicos limitaram-se a enfrentar o expansionismo dos italianos, da única forma pacífica que existe. O expansionismo italiano ainda por cima era contra estados que existiam e eram reconhecidos internacionalmente.

A garantia de defesa da Polónia foi o último recurso para que a Alemanha percebesse que alguém se ia levantar para fazer frente a Hitler.

A ditadura nazista era como um cavalo com o freio nos dentes. Todos sabiam que só com a força seria possível detê-lo. Os britânicos em 1939 afirmaram perante os alemães que iriam para a guerra se necessário.
Mas todas as ditaduras acham as democracias frágeis e fracas. Todos acham que as democracias não são capazes de lutar e que estão condenadas a perder…
Os nazistas achavam que a Grã Bretanha, como mais tarde a America eram democracias fracas e decadentes.

A guerra era vista como inevitável ainda em 1938, antes da anexação da Checoslováquia. Os soviéticos perguntaram aos britânicos e aos franceses quantas divisões estavam preparados a alinhar para uma guerra preventiva contra Hitler.
O general Chapochnikov é enviado numa missão militar à França e à Inglaterra para organizar a defesa contra a Alemanha.
No ano seguinte os russos pedem à França e à Grã Bretanha que envie uma comissão para estudar a defesa contra a Alemanha e apresentan planos detalhados sobre a destruição da Alemanha, afirmando que a URSS está disposta a alinhar :
120 divisões de infantaria, 16 divisões de cavalaria, 100.000 canhões médios e pesados, 10.000 tanques e 5.000 aviões.

Estas últimas negociações decorrem na segunda e terceira semanas de Agosto de 1939, altura em que os ingleses informam sobre o numero de divisões que estão em condições de alinhar, deixando os russos brancos: Londres pode alinhar cinco divisões de infantaria e uma divisão mecanizada.

A Grã Bretanha pura e simplesmente não estava preparada para a guerra. Os planos britânicos de armamento estão completamente atrasados e é o rearmamento alemão que leva os britânicos a preparar as suas forças.
A Grã Bretanha chegou mesmo a assinar pactos navais com a Alemanha para conter o numero de navios e o armamento principal dos navios.

Os russos exigem que a Polónia autorize a passagem dos exércitos russos pelo território polaco, mas como os polacos recusam, a França e a Grã Bretanha dão as negociações por terminadas.

Toda a gente esperava a guerra. Toda a Europa a via como inevitável.
A guerra civil em Espanha tinha mostrado perfeitamente a intenção da Alemanha e da Itália de alinharem conjuntamente. Afirmar que a guerra podia ter sido evitada pelos britânicos é um absurdo.
Mas enfim, desse Pat Buchanan, acho que é normal esperar esse tipo de afirmação ... :roll: :roll: :roll:

Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Enviado: Ter Jun 16, 2009 6:31 pm
por pt
Só mais uns comentários
Primeiro, o exército da França, simplesmente, não se rendeu ou correu em fuga, em 1940, como ignorantes conservadores americanos que não sabem nada, afirmam.

A Blitz alemã que golpeou a França, em maio-junho de 1940, dispersando seus exércitos como folhas na tempestade, foi uma revolução histórica no modo de guerrear. A Blitzkrieg combinava blindados de alta-velocidade e infantaria móvel, bombardeios de mergulho de precisão, apoio logístico flexível e novas tecnologias em C3 – comando, controle e comunicações. Em 1940, a Alemanha liderava o mundo em tecnologia: 75 porcento de todos os livros técnicos eram, então, escritos em alemão.
Não foi uma revolução inesperada. Os franceses tinham sido os primeiros a analizar os escritos de Guderian e a afirmar que era possível parar os tanques com a infantaria. Isto provou ser verdade a partir de 1941 e foi absolutamente provado em Kursk em 1943.
Mas mesmo na 2ª faze da invasão da França a técnica foi experimentada com sucesso. Mas era demasiado tarde

Os exércitos e os generais da França, treinados para voltar a lutar na Grande Guerra, foram avassalados pela guerra-relâmpago. A França era, então, ainda uma sociedade, em grande parte, agrícola. A Blitzkrieg – hoje, adotada por todas as grandes forças armadas modernas – foi desenhada para atingir o cérebro do inimigo, antes do que seu corpo, paralisando sua capacidade para manejar grandes forças ou para lutar. Os alemães chamavam-na sua “bala de prata”.
Na verdade a França tinha mais tanques que a Alemanha, os tanques franceses estavam armados com canhões de 47mm contra canhões de 37mm dos tanques alemães. O melhor tanque do mundo ocidental até 1940 era o Somua S-35 e nenhum Panzer lhe era superior. Os tanques Matilda-II pura e simplesmente não podiam ser detidos pelos tanques alemães Panzer-III Ausf.F.
E era mesmo. A França ainda contava com estafetas para entregar informações vitais. A Alemanha era a líder mundial em transmissões radiofônicas móveis. Espantosamente, o comandante-chefe francês, general Gamelin, nem mesmo tinha um telefone em seu QG fora de Paris.
Isto é verdade. Os franceses consideravam que as emissões de rádio permitiriam aos alemães detectar os QG e bombardea-lo.
A bem-treinada força expedicionária da Grã-Bretanha na França, foi batida, quase tão rápida e totalmente, como os franceses, e salvou-se, apenas, por abandonar seus aliados e fugir através do Canal.
A força britânica esteve prestes a quebrar a avançada dos Panzer alemães. Apenas a descoordenação o impediu.
Nenhum exército no mundo, na época, poderia ter resistido a Blitzkrieg da Alemanha, planejada pelo brilhante Erich von Manstein, e liderada pelo audacioso Heinz Guderian e Erwin Rommel – três dos maiores generais da história contemporânea.
Tanto podia que pode. A URSS resistiu à Blitzkrieg. A táctica da utilização de redutos de infantaria armados com peças anti-tanque provou que podia enfrentar a Blitzkrieg alemã, ainda mais quando em 1940 os tanques alemães eram claramente inferiores aos dos restantes países, principalmente em termos de armamento (não necessáriamente em termos de mecânica).
As novas táticas fluidas da Alemanha, destroçaram os exércitos da França. Estes foram incapazes de reformar suas linhas, apesar de resistência, com freqüência, feroz. Os panzers alemães, de alta-velocidade, constantemente, estavam por detrás deles. A retirada sob fogo é a mais difícil e perigosa de todas as operações militares. Após seis semanas, e uma facada nas costas pela Itália de Mussolini, os exércitos franceses se desintegraram.
A facada italiana foi mais moral que outra coisa qualquer. Na verdade os franceses continuaram a lutar e os generais franceses, antiquados e desmoralizados não lutavam, quando no terreno muitos militares franceses resistiam, muitas vezes eficientemente aos alemães.
Segundo, os fortes da Linha Maginot da França não foram, taticamente, flanqueados, como diz o mito. Os alemães atacaram a noroeste do final da Linha, através da Floresta das Ardenas belga e francesa, uma rota antecipada pelo Exército francês que manteve jogos de guerra lá, em 1939. O imóvel exército de campanha francês falhou, não a Linha Maginot. Ela pode ter sido custosa, prendido homens demais, e acabou simbolizando a atitude defensiva da França, mas a Grande Muralha da França cumpriu sua missão designada.
A linha Maginot foi flanqueada, sobre isto não há qualquer dúvida. Ao ser flanqueada as divisões que lá se encontrava tornaram-se inuteis. De tal forma que os franceses consideraram a possibilidade de retirar as divisões da linha Maginot para lutar noutras áreas.
A Linha foi projetada, apenas, para defender as indústrias de carvão e aço da Alsácia e da Lorena, o que ela fez.
A linha foi projectada para defender a fronteira toda. Mas deveria obter a colaboração da Bélgica e continuar a ser construida na Bélgica, ligando-se ao famoso baluarte de Eben Emael (ocupado pelos alemães logo em Maio de 1940).
A linha só começou a ser reconstruida até ao mar demasiado tarde, depois que a Bélgica recusou permitir que a linha Maginot pasasse pelo seu território.
A segunda maior operação anfíbia na Europa Ocidental, durante a Segunda Guerra Mundial, foi a totalmente esquecida travessia alemã, debaixo de fogo, do Reno, em junho de 1940.
Um absurdo do tamanho do mundo, porque esquece as operações anfíbias na Itália e no sul de França.
As guarnições dos invictos fortes da Linha Maginot, resistiram até o armistício. Estes que zombam da França por construir fortes que foram, supostamente, flanqueados, deviam saber sobre as “inexpugnáveis” fortificações modernas americanas, em Manilha, e a Fortaleza Singapura da Grã-Bretanha, ambas, tomadas pela retaguarda pelo Exército Imperial japonês. A muito vangloriada “Westwall” e as defesas costeiras da Alemanha não se saíram melhor.l
Quem escreveu isto nunca viu uma foto de um esquema da linha Maginot.
Comparar a linha Maginot com Singapura é um disparate que mostra o desconhecimento de quem escreveu isto.
Terceiro – as Wehrmacht e Luftwaffe da Alemanha foram esmagadas muito antes do Dia-D. Ao comemorar a guerra, nós precisamos nos lembrar de saudar a coragem e valor dos intrépidos soldados e pilotos da Rússia que, igualmente aos soldados alemães, lutaram, magnificamente, apesar de seus regimes criminosos. A Segunda Guerra Mundial na Europa não foi vencida no Dia-D, com diz o mito popular. O exército e força aérea da Alemanha foram quebrados nas titânicas batalhas da Frente Russa.
Apenas contra a Rússia a Alemanha teria ganho a guerra. O que destruiu a Alemanha foi a guerra de desgaste que destruiu e condicionou a capacidade alemã de produzir armamentos.
Os números falam por si mesmos. Os soviéticos destruíram 75 a 80 porcento de todas as divisões alemãs – 4 milhões de soldados – e a maioria da Luftwaffe. A Rússia perdeu, pelo menos, 14 milhões de soldados e um número similar de civis. O Exército Vermelho destruiu 507 divisões do Eixo. Na Frente Ocidental, após o Dia-D, os Aliados destruíram 176 divisões alemãs, severamente desfalcadas.
As enormes perdas do exército vermelho devem-se acima de tudo à incompetência dos generais russos que pura e simplesmente conheciam uma única táctica: Avançar em frente e enviar homens até que as balas dos alemães acabem.

O maior general russo, Zhukov, ganhou várias batalhas e perdeu outras, mas nas batalhas que ganhou, em todas elas, perdeu sempre mais homens que o inimigo, nas que perdeu nem é bom falar.

O mito de que a frente ocidental era «fácil» foi alimentado pelos russos durante muito tempo.
Soldados alemães que foram transferidos da frente leste para a frente ocidental afirmaram mais tarde que a frente ocidental era um inferno pior que a Rússia. A principal razão era a total superioridade aérea dos aliados.
Na frente ocidental, os tanques alemães tinham que andar de noite e protegidos por folhagens por causa disso.

Até ao final da guerra, como afirma o próprio Guderian, há mais carros de combate pesados alemães a lutar contra os americanos e contra os ingleses que contra os russos. A maior ia dos Panzer-V «Panther» e dos Panzer-VI «Tiger» estavam a ocidente e não na Rússia. Para a Russia íam os Panzer-IV e os caça-tanques e canhõe de artilharia.
Quando os Aliados desembarcaram na Normandia, eles encontraram forças alemãs alquebradas, sem nenhuma cobertura aérea, incapacitadas pela falta de combustível e suprimentos, impossibilitadas de se movimentarem à luz do dia. Mesmo assim, os alemães lutaram como tigres. Tivessem os invasores americanos, britânicos e canadenses encontrado as Wehrmacht e Luftwaffe de 1940, e o resultado poderia ter sido diferente.
Um absurdo, quando se analisa as tropas que existiam no terreno e as que vieram depois. Os Panzer alemaes não estavam nas praias, porque a táctica alemã determinava que aguardassem numa segunda linha.
A verdade é que os alemães foram enganados pela maior operação de intoxicação da História ao fazer os alemães acreditar que o desembarque na Normandia era uma operação de «engodo», um engano para uma invasão em maior escala.
é por isso E SÓ POR ISSO que o poder total dos Panzer não é enviado contra americanos e ingleses na Normandia.
Quarto – a Segunda Guerra Mundial não foi uma luta do bem contra o mal, entre “democracias ocidentais” e “potências totalitárias”, como ainda é, errôneamente, ensinado.
Ela foi um conflito mundial por recursos e terras, colocando, de um lado, o Império Britânico, que controlava 25 porcento do globo inteiro, o Império Francês, o Império Holandês e o Império Belga, e, mais tarde o Império Americano (Filipinas, possessões do Pacífico, Cuba e América Central), contra os impérios italiano e japonês. A União Soviética era um império, em si mesma.
Bom, isto é suposto ser óbvio, só os americanos que lêm revistas da Disney para se informar é que não sabem disto.
Em 1939, as únicas grandes potências sem colônias – que não eram potências imperiais – eram a Alemanha (que perdeu suas poucas colônias na Grande Guerra) e a China. Uma vez terminada a guerra, a França e a Holanda, que lamentaram-se, amargamente, sobre os males da ocupação nazista, apressaram-se a reocupar suas antigas colônias, algumas das quais tinham declarado independência.
A Alemanha não tinha colonias porque as havia perdido na sua tentativa anterior de controlar a Europa...

Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Enviado: Qui Jun 18, 2009 2:31 am
por Vitor
Os soldados americanos e alemães eram muito melhores treinados que os soviéticos, isso nem se discute. Os americanos, enfrentando dois inimigos, teve metade das baixas que a União Soviética enfrentando só um.

E nem quero imaginar como seria para os soviéticos se os americanos e ingleses não tivessem dizimado boa parte da Luftwaffe...

Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Enviado: Qui Jun 18, 2009 4:09 am
por Enlil
Pt escreveu: O mito de que a frente ocidental era «fácil» foi alimentado pelos russos durante muito tempo.
Soldados alemães que foram transferidos da frente leste para a frente ocidental afirmaram mais tarde que a frente ocidental era um inferno pior que a Rússia. A principal razão era a total superioridade aérea dos aliados.
Na frente ocidental, os tanques alemães tinham que andar de noite e protegidos por folhagens por causa disso.


>

É a primeiria vez q ouço falar q algum soldado alemão q lutou nas duas frentes achou q a oriental era "menos terrível" q a ocidental...

Como se não fossem duas frentes absolutamente diferentes: uma de aniquilação e outra de ocupação...

O Pt voltou, e parece q com o velho e visceral ódio aos russos redobrado... são sempre "incompetentes e mau intencionados por natureza"...

Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Enviado: Qui Jun 18, 2009 11:11 am
por pt
Em primeiro lugar o «pt» não volta de onde não saiu. As minhas participações neste e noutros forums são as possiveis.

Eu limitei-me a apresentar factos.
As afirmações de que os soldados alemães tinham a ideia de que a frente ocidental era cheia de «Champagne e mulheres» estão em imensos livros sobre a guerra.
Quando em 1944 unidades alemãs foram transferidas para a frente ocidental, os alemães habituados à guerra na frente russa notaram acima de tudo o total dominio aéreo dos aliados.

Os alemães tinham mais tropas e blindados a ocidente que a leste e isto é afirmado em várias publicações. Os registos da reunião entre o General Guderian e o Coronel-General Gothard Heinrici quando este tomou o comando do grupo de exércitos do Vístula em Março de 1945 são exemplo disso.
Aliás, acusam nessa altura Himmler pelo desastre decorrente da ofensiva russa do inicio de 1945, que permitiu que o exército vermelho chegasse ao rio Oder.

Na frente leste os alemães podiam andar com os tanques de dia. Na frente ocidental tinham que estar escondidos, porque os aliados destruiam tudo o que se movesse.
Se você se der ao trabalho de analisar qualquer livro, e nem precisa ser muito grande, sobre as operações a ocidente, vai encontrar fotos dos tanques e os blindados alemães sempre cobertos de folhagem.

Se é a primeira vez que você houve falar disso, eu não fico exactamente espantado.

Mas quem nunca ouviu uma coisa destas, deveria ter um pouco mais de humildade, quando discute uma questão com quem a estudou profundamente.


Cumprimentos

Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Enviado: Qui Jun 18, 2009 11:47 am
por cabeça de martelo
O facto dos aliados terem a supremacia aérea é inquestionável, que as unidades alemãs tinham que se deslocar durante a noite para não serem dizimadas pelos bombardeiros aliados é indesmentível, que houve unidades completamente retalhadas pelos bombardeamentos é indesmentivel...então qual é a dúvida?!

Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Enviado: Qui Jun 18, 2009 2:15 pm
por Enlil
pt escreveu:Em primeiro lugar o «pt» não volta de onde não saiu. As minhas participações neste e noutros forums são as possiveis.

Eu limitei-me a apresentar factos.
As afirmações de que os soldados alemães tinham a ideia de que a frente ocidental era cheia de «Champagne e mulheres» estão em imensos livros sobre a guerra.
Quando em 1944 unidades alemãs foram transferidas para a frente ocidental, os alemães habituados à guerra na frente russa notaram acima de tudo o total dominio aéreo dos aliados.

Os alemães tinham mais tropas e blindados a ocidente que a leste e isto é afirmado em várias publicações. Os registos da reunião entre o General Guderian e o Coronel-General Gothard Heinrici quando este tomou o comando do grupo de exércitos do Vístula em Março de 1945 são exemplo disso.
Aliás, acusam nessa altura Himmler pelo desastre decorrente da ofensiva russa do inicio de 1945, que permitiu que o exército vermelho chegasse ao rio Oder.

Na frente leste os alemães podiam andar com os tanques de dia. Na frente ocidental tinham que estar escondidos, porque os aliados destruiam tudo o que se movesse.
Se você se der ao trabalho de analisar qualquer livro, e nem precisa ser muito grande, sobre as operações a ocidente, vai encontrar fotos dos tanques e os blindados alemães sempre cobertos de folhagem.

Se é a primeira vez que você houve falar disso, eu não fico exactamente espantado.

Mas quem nunca ouviu uma coisa destas, deveria ter um pouco mais de humildade, quando discute uma questão com quem a estudou profundamente.


Cumprimentos
Por acaso tu já leu algum livro de Anthony Beevor? Ele dá uma boa idéia do q foi a frente oriental, da Barbarosa até Berlin. São duas frentes sem comparação... Foram os combates mais brutais da Segunda Guerra Mundial na Europa... O q aconteceu no ocidente não chega nem perto da catástrofe humana acontecida no leste... A fente oriental era uma guerra total, entre sistemas, sem regras, sem piedade... Os Soviéticos destruíram quase 600 divisões alemãs, vai querer comparar com o oeste? A frente ocidental deu sua contribuição para destruir a Wermacht, sobretudo destruindo a capacidade de reposição de suas perdas através dos reides de bombardeio contra a Alemanha, mas não esqueça q os russos fizeram isso em terra praticamente sozinhos até o Dia D...

Alem do q, por acaso tu já ouviu falar na Força Aérea Soviética? Parece q tu ignora a essencial contribuição dela para destruir significativa parte da força de caças da Luftwaffe, mais ainda o comprometimento das unidades de transporte a bombardeio na frente Oriental...

Ainda tem a petulância de dizer para os outros lerem livros?! Tu só apresentam os fatos q convém para pseudo-sustentar sua parcialidade e radicalismo contra qualquer coisa soviética ou russa... A União Soviética tinha um governo tão criminoso quanto a Alemanha, no entanto, os "bonitinhos" da Europa não eram menos despóticos e desumanos em suas colônias? Ou será q crimes contra negros e asiáticos não valem? Será q tu sustentará o velho clichê de luta pela liberdade?

Diz q a Alemanha acabaria com a URSS "facinho" se não tivesse a frente Ocidental... E se a Alemanha não tivesse invadido a URSS?

Ponha uma coisa em sua cabeça: O Dia D só foi possível porque a URSS destruiu a um custo inacreditável mais de 2/3 da Wermacht... Pagaram um custo material e humano q o ocidente nunca aceitaria... Ai tu diria q foi um governo criminoso q usou milhões como bucha de canhão... é verdade, no entanto, a coisa foi tão séria e brutal na frente oriental q a própria URSS correu o risco de virar uma URSSib -União das Repúblicas Socialistas Siberianas"... Ele tiveram plena consciência disso, q estavam em uma guerra não apenas para conservar seu poder, como no ocidente (ocupação), mas uma guerra pela defesa de sua própria existência...

Isso não justifica os crimes soviéticos na Segunda Guerra Mundial, mas também não deslegitima sua tenaz e implacável resistência em defesa da pátria...

De qualquer forma, depois de mais de 60 anos se começa colocar em pauta não somente crimes de alemães, japoneses ou soviéticos, mas também dos outros aliados, além de seus interesses escusos...