Re: Frações de Infantaria
Enviado: Ter Out 21, 2014 7:35 pm
FOGO SEMI-AUTOMÁTICO E A ECONOMIA DE MUNIÇÃO.
Bob Cashner - "The FN FAL Battle Rifle", Osprey, 2013.
A Patrulha Edwards, em abril de 1964, envolveu nove homens da Tropa 3 do SAS infiltrando-se nas montanhas ocupadas pelo inimigo para sinalizar uma zona de lançamento para um desembarque dos paraquedistas no meio do quintal dos rebeldes, supostamente seguro. Obter o equilíbrio correto entre mobilidade e poder de fogo sempre é um problema lancinante para a infantaria. Nas áridas vastidões desérticas do íngreme, escaldante Radfan, água era uma necessidade vital ainda mais importante do que balas. Com a água pesando 3,6 Kg por galão, cada homem tinha de carregar aproximadamente 7,3 Kg desta preciosa comodidade.
Já que os relatórios da inteligência insistiam na improbabilidade de que a patrulha encontrasse muita resistência inimiga sendo capaz de passar pelos rebeldes sem engajar em qualquer combate de verdade, o peso foi economizado na parte da munição. Cada homem transportava quatro carregadores de munição 7,62 x 51 mm (80 cartuchos) para seus fuzis L1A1, mais uma bandoleira de 50 cartuchos do mesmo calibre em sua mochila, tanto quanto alguma munição extra de calibre .303 pol para a única metralhadora leve Bren da patrulha. Foi salientado que a munição deveria ser conservada judiciosamente e consumida sábia e eficazmente.
A patrulha do capitão Robin Edwards encontrou problemas desde o início. Enquanto se movimentavam através das montanhas, logo ficou claro que o rádio-operador estava sofrendo de intoxicação alimentar ficando incapaz de manter o passo. Assim, o alvorecer encontrou os homens do SAS muito afastados de sua destinação, sendo forçados a tomar cobertura durante o dia num par de velhos sangars inimigos, posições de combate feitas de pedras empilhadas sobre o terreno rochoso que não permitia a escavação. Mas quis o destino que o local fosse descoberto por um pastor de cabras, num incidente assustadoramente similar ao problema encontrado pela turma SAS Bravo Dois-Zero durante a Primeira Guerra do Golfo. Nativos locais foram alertados e avançaram para o cenário de todas as direções, resultando num dia inteiro de trocas de tiros entre os jihadistas e os homens do SAS. Os soldados economizaram cada cartucho, atirando cuidadosamente.
Apoio aéreo, na foma de aeronaves "Hawker-Hunter" de ataque terrestre da Real Força Aérea (RAF), vieram em socorro da patrulha durante o dia e suprimiram os nativos. Enquanto a escuridão caía, no entanto, o apoio aéreo foi incapaz de ser mantido. Já então, o rádio-operador tinha sido morto; todos os homens estavam feridos em um grau ou outro, alguns severamente, já que, nas rochas do sangar, mesmo as balas perdidas de fuzil os borrifavam com fragmentos de rocha e chumbo.
Sabendo que os rebeldes tentariam avassalar a patrulha sob o manto da noite, o capitão Edwards liderou uma ruptura e a fuga da patrulha do SAS na escuridão. Ele foi morto na tentativa, enquanto os nativos, ao verem sua presa escapando, lançaram-se atrás da patrulha. Os sete sobreviventes feridos conseguiram abrir caminho de volta as linhas sob controle britânico através de terreno proibitivo. Um rastreador árabe e três outros nativos foram detectados seguindo a trilha da patrulha, e dois homens do SAS ficaram para trás, pegando os árabes numa emboscada improvisada, abatendo todos os quatro com seus L1A1s. Mais tarde na noite, outro par de guerrilheiro encontrou e seguiu a patrulha; eles foram mortos numa repetição da primeira emboscadda.
Eventualmente, após o surgir do dia, os maltratados e ensangüentados sobreviventes foram encontrados por um carro blindado britânico, que levou os dois mais severamente feridos de volta à base, enquanto os últimos cinco marchavam para casa. Apesar do longo tormento, do dia inteiro de troca de tiros e duas emboscadas, nenhum dos homens tinha ficado sem munição. As baixas entre o inimigo foram desconhecidas, mas devem ter sido bem extensas. Que um grupo tão pequeno sobrevivesse, afinal de contas, em meio de muitas centenas de guerrilheiros raivosos foi espantoso.
Embora a maioria da patrulha sobrevivesse a este épico encontro, qualquer satisfação foi maculada quando os rebeldes profanaram os corpos do capitão e do rádio-operador, desfilando pelas ruas, exibindo as cabeças cortadas deles.
Não se pode deixar de comparar a Patrulha Edwards com um incidente mais recente, em setembro de 2006. A Força-Tarefa 31, consistindo de uma companhia de comandos afegãos treinados pelas Forças Especiais americanas, todos dotados com armas de tiro automático, foi engajada num tiroteio com insurgentes. Depois de apenas 20 minutos, eles tinham consumido quase toda sua munição e foram forçados a romper contato para ressuprimento por helicóptero. (Helicópteros nem sempre poderão estar à disposição para um pedido de ressuprimento de munição, no entanto; algo que os britânicos descobriram nas Falklands.)
Bob Cashner - "The FN FAL Battle Rifle", Osprey, 2013.
A Patrulha Edwards, em abril de 1964, envolveu nove homens da Tropa 3 do SAS infiltrando-se nas montanhas ocupadas pelo inimigo para sinalizar uma zona de lançamento para um desembarque dos paraquedistas no meio do quintal dos rebeldes, supostamente seguro. Obter o equilíbrio correto entre mobilidade e poder de fogo sempre é um problema lancinante para a infantaria. Nas áridas vastidões desérticas do íngreme, escaldante Radfan, água era uma necessidade vital ainda mais importante do que balas. Com a água pesando 3,6 Kg por galão, cada homem tinha de carregar aproximadamente 7,3 Kg desta preciosa comodidade.
Já que os relatórios da inteligência insistiam na improbabilidade de que a patrulha encontrasse muita resistência inimiga sendo capaz de passar pelos rebeldes sem engajar em qualquer combate de verdade, o peso foi economizado na parte da munição. Cada homem transportava quatro carregadores de munição 7,62 x 51 mm (80 cartuchos) para seus fuzis L1A1, mais uma bandoleira de 50 cartuchos do mesmo calibre em sua mochila, tanto quanto alguma munição extra de calibre .303 pol para a única metralhadora leve Bren da patrulha. Foi salientado que a munição deveria ser conservada judiciosamente e consumida sábia e eficazmente.
A patrulha do capitão Robin Edwards encontrou problemas desde o início. Enquanto se movimentavam através das montanhas, logo ficou claro que o rádio-operador estava sofrendo de intoxicação alimentar ficando incapaz de manter o passo. Assim, o alvorecer encontrou os homens do SAS muito afastados de sua destinação, sendo forçados a tomar cobertura durante o dia num par de velhos sangars inimigos, posições de combate feitas de pedras empilhadas sobre o terreno rochoso que não permitia a escavação. Mas quis o destino que o local fosse descoberto por um pastor de cabras, num incidente assustadoramente similar ao problema encontrado pela turma SAS Bravo Dois-Zero durante a Primeira Guerra do Golfo. Nativos locais foram alertados e avançaram para o cenário de todas as direções, resultando num dia inteiro de trocas de tiros entre os jihadistas e os homens do SAS. Os soldados economizaram cada cartucho, atirando cuidadosamente.
Apoio aéreo, na foma de aeronaves "Hawker-Hunter" de ataque terrestre da Real Força Aérea (RAF), vieram em socorro da patrulha durante o dia e suprimiram os nativos. Enquanto a escuridão caía, no entanto, o apoio aéreo foi incapaz de ser mantido. Já então, o rádio-operador tinha sido morto; todos os homens estavam feridos em um grau ou outro, alguns severamente, já que, nas rochas do sangar, mesmo as balas perdidas de fuzil os borrifavam com fragmentos de rocha e chumbo.
Sabendo que os rebeldes tentariam avassalar a patrulha sob o manto da noite, o capitão Edwards liderou uma ruptura e a fuga da patrulha do SAS na escuridão. Ele foi morto na tentativa, enquanto os nativos, ao verem sua presa escapando, lançaram-se atrás da patrulha. Os sete sobreviventes feridos conseguiram abrir caminho de volta as linhas sob controle britânico através de terreno proibitivo. Um rastreador árabe e três outros nativos foram detectados seguindo a trilha da patrulha, e dois homens do SAS ficaram para trás, pegando os árabes numa emboscada improvisada, abatendo todos os quatro com seus L1A1s. Mais tarde na noite, outro par de guerrilheiro encontrou e seguiu a patrulha; eles foram mortos numa repetição da primeira emboscadda.
Eventualmente, após o surgir do dia, os maltratados e ensangüentados sobreviventes foram encontrados por um carro blindado britânico, que levou os dois mais severamente feridos de volta à base, enquanto os últimos cinco marchavam para casa. Apesar do longo tormento, do dia inteiro de troca de tiros e duas emboscadas, nenhum dos homens tinha ficado sem munição. As baixas entre o inimigo foram desconhecidas, mas devem ter sido bem extensas. Que um grupo tão pequeno sobrevivesse, afinal de contas, em meio de muitas centenas de guerrilheiros raivosos foi espantoso.
Embora a maioria da patrulha sobrevivesse a este épico encontro, qualquer satisfação foi maculada quando os rebeldes profanaram os corpos do capitão e do rádio-operador, desfilando pelas ruas, exibindo as cabeças cortadas deles.
Não se pode deixar de comparar a Patrulha Edwards com um incidente mais recente, em setembro de 2006. A Força-Tarefa 31, consistindo de uma companhia de comandos afegãos treinados pelas Forças Especiais americanas, todos dotados com armas de tiro automático, foi engajada num tiroteio com insurgentes. Depois de apenas 20 minutos, eles tinham consumido quase toda sua munição e foram forçados a romper contato para ressuprimento por helicóptero. (Helicópteros nem sempre poderão estar à disposição para um pedido de ressuprimento de munição, no entanto; algo que os britânicos descobriram nas Falklands.)