FHC X LULA

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Mariana Toledo
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#121 Mensagem por Mariana Toledo » Qui Fev 09, 2006 3:18 pm

Arthur escreveu:
lelobh escreveu:Mariana,

Não sei se esse tributarista é isento o suficiente. :wink:


Só o fato dele ser um dos militantes número um da Opus Dei no Brasil já mostra o viés ideológico dele.

Arthur



Não sabia desse detalhe Arthur .. De onde tirou essa informação ???




Arthur
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#122 Mensagem por Arthur » Qui Fev 09, 2006 3:27 pm

Mariana Toledo escreveu:
Arthur escreveu:
lelobh escreveu:Mariana,

Não sei se esse tributarista é isento o suficiente. :wink:


Só o fato dele ser um dos militantes número um da Opus Dei no Brasil já mostra o viés ideológico dele.

Arthur



Não sabia desse detalhe Arthur .. De onde tirou essa informação ???


Conheço o filho dele...

Arthur




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#123 Mensagem por Morcego » Qui Fev 09, 2006 4:09 pm

Arthur escreveu:
lelobh escreveu:Mariana,

Não sei se esse tributarista é isento o suficiente. :wink:


Só o fato dele ser um dos militantes número um da Opus Dei no Brasil já mostra o viés ideológico dele.

Arthur


gostaria de entender QUAL O CRIME nisso?




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Mariana Toledo
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#124 Mensagem por Mariana Toledo » Qui Fev 09, 2006 4:43 pm

Arthur escreveu:
Mariana Toledo escreveu:
Arthur escreveu:
lelobh escreveu:Mariana,

Não sei se esse tributarista é isento o suficiente. :wink:


Só o fato dele ser um dos militantes número um da Opus Dei no Brasil já mostra o viés ideológico dele.

Arthur



Não sabia desse detalhe Arthur .. De onde tirou essa informação ???


Conheço o filho dele...

Arthur



HUmmmmm !!!!

Será que vc não tá lendo muito o Observatório da Imprensa, do Alberto Dines ???




gostaria de entender QUAL O CRIME nisso?



Não que seja crime Morcego, mas se for mesmo verdade o cara não é isento mesmo. Nada que esteja ligado a Igreja Católica pode ser levado a sério. Sempre atuam com interesses escusos




pafuncio
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#125 Mensagem por pafuncio » Qui Fev 09, 2006 4:52 pm

Posso estar enganado, mas o Gandra parece que militou, quando do plebiscito, favorável à Monarquia (repito, puxo de memória, posso estar enganado).

Opus Dei + Monarquista = intelectual progressista.

Desculpem a pobre rima ...




"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
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#126 Mensagem por lelobh » Qui Fev 09, 2006 4:55 pm

alexandre lemos escreveu:Posso estar enganado, mas o Gandra parece que militou, quando do plebiscito, favorável à Monarquia (repito, puxo de memória, posso estar enganado).

Opus Dei + Monarquista = intelectual progressista.

Desculpem a pobre rima ...


Meu Deus... Sempre pode ficar pior! :D

estou brincando heim




Dom Pedro II, quando da visita ao campo de Batalha, Guerra do Paraguai.

Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."
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#127 Mensagem por Morcego » Qui Fev 09, 2006 8:48 pm

Mariana Toledo escreveu:
gostaria de entender QUAL O CRIME nisso?



Não que seja crime Morcego, mas se for mesmo verdade o cara não é isento mesmo. Nada que esteja ligado a Igreja Católica pode ser levado a sério. Sempre atuam com interesses escusos


eu não estou fazendo JUIZO de VALOR, vou contar um HIPOTÉTICO exemplo para poder explicar o que quero dizer, vejamos: imaginemos que em um dos TEXTO frequentemente postados por membros NOTÓRIAMENTE ENVOLVIDOS nos interesse PRÓ-CUBA, CHAVEZ, ETC; imaginemos, que eu responda em um destes textos COM o termo: "VIÉS IDOLÓGICO'

senhores me desculpem mas só falta pendurar uma faixa VOLTA HITLER.




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#128 Mensagem por Arthur » Qui Fev 09, 2006 10:12 pm

HUmmmmm !!!!

Será que vc não tá lendo muito o Observatório da Imprensa, do Alberto Dines ???


Não....

Aliás nem conheço essa publicação.....

Arthur




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#129 Mensagem por Arthur » Qui Fev 09, 2006 10:16 pm

morcego escreveu:
Mariana Toledo escreveu:
gostaria de entender QUAL O CRIME nisso?



Não que seja crime Morcego, mas se for mesmo verdade o cara não é isento mesmo. Nada que esteja ligado a Igreja Católica pode ser levado a sério. Sempre atuam com interesses escusos


eu não estou fazendo JUIZO de VALOR, vou contar um HIPOTÉTICO exemplo para poder explicar o que quero dizer, vejamos: imaginemos que em um dos TEXTO frequentemente postados por membros NOTÓRIAMENTE ENVOLVIDOS nos interesse PRÓ-CUBA, CHAVEZ, ETC; imaginemos, que eu responda em um destes textos COM o termo: "VIÉS IDOLÓGICO'

senhores me desculpem mas só falta pendurar uma faixa VOLTA HITLER.


A questão é simples.

Da mesma forma que o Emir Sader não é nada isento (petista até a alma), o Ives Gandra tb não é (conservador até o talo).

Aliás opinião nenhuma é isenta, mas há autores que apesar de terem algum viés são ao menos ponderados, mas há outros cujo viés ideológico se sobrepuja até a racionalidade e esses devemos saber quem são para tomarmos suas opiniões antes de tudo como relacionadas aos interesses que eles defendem.

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#130 Mensagem por Morcego » Qui Fev 09, 2006 10:39 pm

Arthur escreveu:
morcego escreveu:
Mariana Toledo escreveu:
gostaria de entender QUAL O CRIME nisso?



Não que seja crime Morcego, mas se for mesmo verdade o cara não é isento mesmo. Nada que esteja ligado a Igreja Católica pode ser levado a sério. Sempre atuam com interesses escusos


eu não estou fazendo JUIZO de VALOR, vou contar um HIPOTÉTICO exemplo para poder explicar o que quero dizer, vejamos: imaginemos que em um dos TEXTO frequentemente postados por membros NOTÓRIAMENTE ENVOLVIDOS nos interesse PRÓ-CUBA, CHAVEZ, ETC; imaginemos, que eu responda em um destes textos COM o termo: "VIÉS IDOLÓGICO'

senhores me desculpem mas só falta pendurar uma faixa VOLTA HITLER.


A questão é simples.

Da mesma forma que o Emir Sader não é nada isento (petista até a alma), o Ives Gandra tb não é (conservador até o talo).

Aliás opinião nenhuma é isenta, mas há autores que apesar de terem algum viés são ao menos ponderados, mas há outros cujo viés ideológico se sobrepuja até a racionalidade e esses devemos saber quem são para tomarmos suas opiniões antes de tudo como relacionadas aos interesses que eles defendem.

Arthur


para mim o que ficou claro é que DEPENDENDO DA IDOLOGIA, não se pdoe respeitar, não se deve ouvir, É TUDO MENTIRA, É TUDO dependente do VIES.

O CARA quer fazer parte do OPUS MÃE NÃO SEI DE QUEM, problema dele, agora o que ele escreveu TEM FUNDAMENTO??? sim OU não??? POR QUE???

agora INFELIZMENTE vc E MUITOS aqui sempre vem com ISSO SÓ MOSTRA A IDEOLOGIA que ele naum sei o que, o viés que ele não sei o que la, MAS analisar o que foi escrito NÃO vamos dizer que é VIÉS.




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#131 Mensagem por YOHAM » Sex Fev 10, 2006 9:16 pm

Interessante artigo do hsotirador Eduardo Honaert publicado na revista Caros Amigos (http://www.carosamigos.com.br);


A competência

por Eduardo Hoornaert

Assisti, na noite do dia 6 de fevereiro, a algumas partes da entrevista com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no programa ‘Roda Viva’ da TV Cultura. FHC estava com o charme de sempre e, como sempre, mostrou excepcional facilidade de expressão. Ele capta tão rapidamente o pensamento de seu interlocutor que não fica aguardando o momento em que esse conclua seu pensamento. Ele interrompe logo e passa para um arrazoado tão convincente que não deixa dúvidas, em nenhum instante, acerca de sua inconfundível competência. Pois FHC é competente, ninguém duvida. Isso em contraste com o presidente Lula que, convenhamos, é também inteligente, mas que não tem nem de longe a competência do presidente-professor. FHC foi formado, como nunca deixa de lembrar, na melhor tradição da USP, marcada por figuras como Fernando Azevedo e Anísio Teixeira, e sempre teve excelentes professores. Além disso, ensinou na França e também na competentíssima universidade de Cambridge, na Inglaterra. Falava diversas línguas. Com tantas competências acumuladas, estava pronto para assumir a presidência do Brasil para divulgar mais amplamente o evangelho da competência.

Na boca de FHC, como nos anúncios na TV do governo local da Bahia (onde já vivo mais de dez anos), dirigido pelo PFL de ACM, a competência é um postulado. O termo dispensa qualquer embasamento em fatos ou procedimentos reais. Funciona por si, pela extraordinária força de sua expressão. Sem passar pela inteligência, o termo se dirige diretamente ao subconsciente coletivo de um povo tradicionalmente considerado incompetente, ignorante e, portanto, inoperante. Só pessoas competentes, como FHC, conseguirão salvar o país de sua multissecular incompetência. Mas, afinal, usemos a inteligência. O que significa competência? Aqui na Bahia, tentei entender em que consistiria a tão propalada competência do governo estadual (que é do PFL) e só consegui compreender que se tratava da eficácia em canalizar dinheiros públicos para sua propaganda diária pela TV. Isto é que é competência. Competência é algo que se aceita num ato de fé e de inquebrantável confiança em líderes competentes.

Como disse o deputado Enéas na CPI dos Correios, o presidente Lula demonstra claramente sua incompetência em não saber usar termos como ‘inconcusso’, por exemplo, é só falar em ‘urucubaca’ ou termos similares. Isso não condiz com a função de um presidente. Não convém que os incompetentes de nascimento entendam todas as palavras usadas por autoridades competentes. Tem de haver um cultivo por palavras que competem a governantes. Lula, pelo contrário, prefere usar o termo ‘companheiro’ ao termo ‘excelência’, o que constitui outra prova de sua incorrigível incompetência.

Enquanto estava assistindo a ‘Roda Viva’ com FHC, me veio à memória a reação do professor Thales de Azevedo, que na época fez parte da banca examinadora da tese de doutoramento de FHC na USP, diante da notícia de que seu examinado fora eleito presidente da república. Com sua habitual concisão, Thales disse: ‘Teria sido melhor se ele tivesse ficado professor’. Isso foi em 1993. Hoje, compreendo a reação do professor baiano. Como professor, FHC poderia ter continuado a aguçar nos seus alunos, com muita ‘alma’ (como ele mesmo disse na entrevista), o espírito crítico em relação a termos desprovidos de consistência objetiva, como, por exemplo, o termo ‘competência’. Como político, FHC é um desastre. Em vez de esclarecer, ele confunde (em conformidade com o que costumam fazer os políticos). Em vez de ajudar as pessoas a sair do labirinto das palavras, ele as afunda ainda mais na confusão. Manipula o inconsciente da nação, mostra pouco respeito por um país que necessita urgentemente de quem fale com clareza e objetividade. Não vejo diferença entre os jogos com palavras que se podem apreciar nas CPIs (e que FHC qualifica explicitamente de ‘mentiras’), e o jogo da competência que ele mesmo armou diante da TV na noite do último dia 6.

Eduardo Honaert é historiador e autor de História do Cristianismo na América Latina e no Caribe, editora Paulus.




As fronteiras nos divide. A classe nos une.
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#132 Mensagem por faterra » Sáb Fev 11, 2006 1:37 am

rodrigo escreveu:FHC diz que se PT o processar, vai provar corrupção


“Querem me processar? Que processem. Vou pedir exceção da verdade. Vou juntar tudo e por lá no tribunal.” Foi assim, em timbre desafiador, que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reagiu à decisão do PT de levá-lo aos tribunais por ter acusado o partido e o governo Lula da prática de corrupção.

Durante a entrevista, encerrada quando passavam 35 minutos da meia noite desta terça-feira, FHC reafirmou todas as acusações que fizera em entrevista à revista IstoÉ desta semana. Perguntou-se ao ex-presidente o que ele quis dizer quando afirmou que “a ética do PT é roubar”.

E Fernando Henrique: “Foi uma síntese que a revista fez na capa. O que eu fiz foi uma análise sociológica. Nesse momento, fala-se muito em caixa dois de governo. Lula dá impressão de que havia prática generalizada de caixa dois. Isso é discutível. Mas o que está em discussão não é isso. O que é caixa dois? É um dinheiro que o empresário tem e que não está registrado. E ele repassa ao político. Mas o dinheiro tem origem, que é privada. Aqui se trata de um fluxo de recurso muito grande, que vem de várias fontes, entre as quais fontes oficiais, dinheiro de contratos que são falsos, portanto sai do governo. E foi usado fora da campanha.”

Perguntou-se também a FHC se ele acredita que Lula não sabia das transgressões praticadas à sua volta, se concedia ao presidente o benefício da dúvida. E ele: "Se dissesse que não, teria que ter prova. O que digo é que é grave. São fatos reiterados, o mesmo esquema. Eu acho que o presidente Lula é muito ingênuo para ser presidente. Quer dizer, ele tem que escolher: ou ele era muito ingênuo para ser presidente, ou ele sabia."

O ex-presidente classificou a corrupção no governo como algo “que tem sistematicidade”. Ele disse: “Isso é coletivo. Eles acreditam nisso. Acham que, no fundo, fazem isso porque vão melhorar o Brasil. Esse sr. Delúbio (Soares, ex-tesoureiro do PT) assumiu todas as culpas. Parece como nos crimes de Moscou, em que as pessoas, nos anos 30, assumiam todos os crimes. ‘É eu fiz isso mesmo’. É uma ofensa. Mas quem fez isso ofendeu a nós todos. Eu disse o rei está nu. Todo mundo sabe disso. Os jornais repetem. O que eu disse todos sabem.”

Fernando Henrique disse que quem escolheu o PSDB como “inimigo” foi o PT. Ele revelou durante a entrevista o que lhe passava pela cabeça quando promoveu o que chamou de “transição civilizada” do seu governo para a gestão Lula. “Vou dizer o que nunca disse: quando fiz transição no Brasil, democrática. Tinha expectativa de que presidente Lula tivesse a grandeza de chamar um diálogo nacional.”

Lula e o PT, porém, fizeram, nas palavras de FHC o oposto: “Quem definiu o PSDB não como adversário, mas como inimigo foi o PT. Por que continuar com essa luta encarniçada de dois partidos que poderiam ter convergências? O que o PSDB fez (no início da gestão Lula)? Votou as reformas constitucionais propostas pelo presidente. Por que o PT foi se aliar a quem se aliou se tinha o nosso voto?”

Ao analisar o seu comportamento na transição, FHC disse: “Eu fiz o que era meu dever como chefe da nação. Não transformei o vitorioso em adversário futuro. Dei condições para que pudesse governar. Fiz o acordo com FMI para que ele pudesse governar. O que foi isso? Foi algo que aconteceu em função do efeito Lula. Os mercados achavam que PT ia fazer o que eles sempre disseram que que iam fazer.”

“O PT nunca aceitou em sentar para discutir conosco como iguais”, disse FHC. “Achavam que eram superiores. E deu no que deu. É a isso que me refiro. A ética da pureza leva a um comportamento moral repreensível. Há um problema de democracia que nos separa do PT. Eles pensavam que a diferença estava na eoconomia e não era. É na democracia.”

http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/


Gostaria de saber como! Se as CPI's conduzidas pela Oposição estão tendo sérias dificuldades para fazê-lo. O que tenho visto e ouvido nos noticiários é: "eu não tenho dúvidas..." "eu ouvi falar..." "é de conhecimento..." Eu vi, com esses olhos que a terra ainda há de comer...". Quando se acha uma prova ela é logo abafada, surrupiada, pois tem tanta gente envolvida que torna-se perigosa sua apresentação. E logo é armado um acordão. Veja a xerox da relação de políticos que supostamente receberam dinheiro de Furnas e que se encontra nas mãos da PF. A classe política está toda arrepiada, doida para por a mão na mesma para ver qual deles está lá. Estão praticamente exigindo que o Min da Justiça apresente-a o mais rápido ao Congresso. E olha que esta lista foi descartada como prova, pois trata-se apenas de uma xerox. A original já sumiu no bueiro da conveniência.
Agora, se o FHC tem provas e não as apresentou até agora isto é omissão. Omissão também é passível de condenação - para mim é cumplicidade.
O pior cancro no Brasil não é o corrupto, é o omisso. A sua omissão faz com que esta chaga propague-se sorrateira, silenciosa e cada vez mais ávida. O corrupto, após a descoberta de suas falcatruas dá uma parada, dá um tempo - gostaria de falar que era preso e executado, mas, isto é utopia no Brasil. A nossa legislação parace que já é montada neste sentido. Enquanto se cria uma lei para condenar, vota-se em outras tantas para atenuar.
Um amigo comentou comigo que: "Antes do PT a corrupção se praticava no atacado. Pós PT ela é praticada no varejo. Qual das duas opções é mais virulenta?
A guerra entre PSDB + PFL versus PT nada mais é do que um ajuste de contas. Uma revanche da oposição implacável que o PT aprontou no passado contra eles.
O PT para mim não é nenhum inocente e nenhuma vítima. Ele aprontou feio. E pior, se igualou por baixo com os outros partidos. Merece tudo o que está lhe acontecendo.
Os nobres defensores da moral política nacional que estão apontando e condenando a corrupção do PT, em boa parte, não passam de condenados por suas práticas e ações recentes. Pessoas que quando foram apanhadas, correram a renunciar de seus mandatos e, hoje, reeleitos, estão espetados no alto de suas arrogâncias e caras-de-pau a gritar o mesmo pecado cometido por seus adversários de sempre.
Arrogância e cara-de-pau que FHC teve ao declarar em uma entrevista que: "O que aconteceu no governo dele foi história. O que acontece no governo do Lula é corrupção, é bandidagem, é roubo, etc, etc..."
Este é nosso cenário político, Em vésperas de eleição, ainda há de piorar.
Deus tenha piedade de nós!




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#133 Mensagem por faterra » Sáb Fev 11, 2006 11:13 am

Assim caminha o país do futuro!

"O Brasil precisa ter governantes com vergonha na cara,
honestos e trabalhadores, refletindo assim a imagem do povo brasileiro

Nunca imaginei que nessa altura da vida eu pudesse ver o Brasil tão vilipendiado como o de hoje. A miséria é dramática, sobretudo nos sertões. A polícia prende, mas se enrola no manto da desonestidade. A malha viária apodrece, a saúde agoniza, a educação está mal, a insegurança é pública e a previdência maltrata. Magistrados vendem decisões, invadem-se propriedade alheia, o salário-mínimo é humilhante e o desemprego é grande.

Enfim, chega a ser covardia a autoridade permitir tamanho quadro social lastimável.

Desde o governo Sarney (1985-1990), parlamentares, prefeitos, governadores e até presidente da República espoliaram os cofres públicos de tal maneira que deixaram o tecido social esgarçado. A corrupção é uma praga e tem dificultado a consecução dos grandes projetos de alcance social. As raízes desse mal estão no tempo em que Salvador Correia de Sá governou o Rio de Janeiro, na segunda metade do século XV e meteu a mão no bolso do contribuinte. De sobra, transmitiu o vírus da roubalheira para o filho, Salvador Correia de Sá e Benevides, que também governou o Rio, em três ocasiões distintas, até o ano de 1661.

Em 1725, o governador Luis Vaia Monteiro, o Onça (daí a origem de "no tempo do Onça"), assombrado com o assalto ao Tesouro, quis dar um basta à roubalheira. Mas sua ação contra os corruptos contrariou a Câmara, às ordens religiosas e a própria Provedoria da Fazenda. O governador passou a sofrer intrigas e acusações de adversários políticos e acabou afastado do governo, em 1732, enlouquecendo, tamanho foi o seu desgosto por ter enfrentado os desonestos. Outros governantes lutaram contra o assalto ao dinheiro público. Não acabaram com a corrupção, mas a sanha desonesta diminuiu. Com a chegada de d. João VI, a gatunagem cresceu de novo. O próprio regente limpou os cofres do Banco do Brasil em 1822, ao voltar para Portugal.
A corrupção causa as mazelas sociais e prospera nos três níveis da administração pública. É necessário eliminá-la de vez do cenário nacional. Ao drenar os cofres públicos, o político corrupto sabe que crianças vão morrer à mingua, que a escola não terá qualidade, que a saúde pública será deplorável, que a violência aumentará e por aí afora. Mas não se importa com isso. A corrupção facilita a luta por madeira ou por pedaço de terra. No final, a madeira vira esquife e a terra, sepultura.

É claro que existem homens públicos honestos, comprometidos com a melhoria da qualidade de vida da população. Todavia, pouco se destacam. O atual sistema está viciado demais. É preciso reverter a situação.

A corrupção asfixia o país. O desemprego passa ao largo dos políticos desonestos, cujos parentes não precisam ter canudo para justificar o alto cargo que ocupam e a gorda remuneração que embolsam. O cidadão comum, em especial o jovem que entra no mercado de trabalho, este, coitado, com ou sem título, sofre até encontrar emprego. Muitas vezes desvia-se de sua vocação original. O investimento aplicado na universidade se perde.

Para o político corrupto, o contribuinte tem duas vidas: a primeira, a que ele deveria cuidar bem, não vale nada; a segunda não é responsabilidade dele, pois a Deus pertence. A dele próprio, contudo, a primeira, claro, vale muito. Por isso ele avança no pirão alheio. Ao baixar à sepultura, seus pares discursam um monte de asneiras e elogios a respeito dele. Na morte, o canastrão vira herói, ainda que seja no tempo exato de duração do evento fúnebre.

A corrupção cresce como tiririca e imprime maior velocidade à miséria nos grandes centros urbanos e no interior esquecido pelo poder político, onde a pobreza é enorme. A calamidade no sertão é forte e visível. Não há saneamento básico nem hospital aparelhado ou escola decente. Meninas de dez, onze, doze anos vagueiam pelas ruas, em restaurantes, hotéis e na beira dos rios oferecendo o corpo em troca de cinco reais. Não se ouve falar em assalto a mão armada, pelo menos no nível que é praticado nas grandes cidades. Afinal, o sertanejo nada tem a dar ao assaltante, a não ser o seu título de eleitor. O delito que pratica é alavancado pela miséria. Dignidade e cidadania não são levadas a sério. E os discursos em favor do pobre continuam alimentando a corrupção na política.

Curiosamente, o que mais se vê nessas plagas são camisetas de propaganda política vestindo os humildes. E o nome do parlamentar está lá, na roupa miserável! O do partido dele também! Vi isso recentemente, quando acompanhei pelo interior do Amazonas uma missão do Correio Aéreo Nacional (CAN), em reportagem para Tecnologia & Defesa.
Registrei lixo hospitalar decorando entrada de hospital. Vi placenta sendo disputada por cães de rua, a poucos metros de uma fila de mães sofridas em busca de atendimento médico para suas crianças abatidas pela desnutrição. Não há profissionais de saúde em número suficiente nem medicamentos. Em muitas cidades, as Forças Armadas preenchem a lacuna e fazem a diferença entre a vida e a morte. As moradias são palafitas. O esgoto corre ao ar livre. Os urubus enegrecem o teto das comunidades abandonadas. O contraste é real entre quem tem, quem manipula e quem não tem. E o butim se consagra no poder político.

Nesses lugares também existem sonhos que poderiam se tornar realidade. Saber assinar o nome é importante, mas apenas isso não ajuda ninguém a sair da miséria. É preciso haver escola, escola e escola, e curso técnico também. A ciência e a tecnologia andam devagar no país e falta a interação indústria-universidade, coisa que o poder político deveria estimular.

Se não bastasse o quadro nacional degradante, agora vem o referendo sobre a proibição ou não do comércio de armas e munições no país. Retirar da população ordeira o direito de ter arma em casa para se defender da violência é um tiro na democracia, uma violência contra os direitos individuais e uma prova cabal da ineficiência do Estado em resolver a grave questão da insegurança. A prevalecer a proibição, mais uma vez será o pobre quem pagará a conta. Queira Deus que não seja com a própria vida!

Os especialistas acreditam que com o desarmamento o criminoso se tornará mais ousado. O que inibe o criminoso é a possibilidade que tem de vir a ser morto pela vítima ou pela polícia. Cadeia não o intimida. Aí estão os deputados envolvidos com o mensalão a provar que prisão não assusta nem mesmo o político corrupto.

Em recente discurso o presidente da República disse que nos últimos trinta anos não se prendeu tanto corrupto no Brasil como no seu governo. Isso é verdade, uma evidência de que ou a polícia federal nunca trabalhou antes ou a corrupção aumentou neste governo.

O Brasil tem um presidente cujos alguns aliados e assessores foram laçados pela corrupção. Na chefia da Suprema Corte, há um ministro que deixa a impressão de que ainda está no Parlamento. Na presidência da Câmara se encontra o último comunista brasileiro admirador de saci-pererê. À frente do Senado, um ex-aliado de mandatário corrupto que acabou na lixeira. O Brasil merece lideranças melhores.

Os países que adotaram o desarmamento deveriam servir de espelho aos que tendem a trilhar idêntico caminho no Brasil. Na União Soviética, Turquia, Guatemala, Uganda, Camboja, Austrália, Reino Unido e Austrália, os resultados foram desastrosos. Tudo porque os criminosos ignoraram a nova lei. No Reino Unido, a polícia andava desarmada. Pesquisa do Instituto Inter-regional de Estudos de Crime e Justiça da ONU revelou que Londres passou a ser a capital do crime na Europa. Com um ano de desarmamento, os índices de assaltos à mão armada cresceram na Inglaterra e País de Gales. A polícia britânica voltou a ser armada.

Há quase trinta anos atuo no setor de Defesa. Nesse período, eu nunca tive conhecimento de que o comércio legal de armas é que abastece a criminalidade. Fiquei sabendo agora pela propaganda política. Pura balela! Quem compra arma legal são os cidadãos honrados, depois de cumprir rigorosa burocracia. Os rifles de bom calibre que são vistos nas mãos dos bandidos chegam ao Brasil trazidos pela incompetência do Estado em cuidar das fronteiras do país.

O Brasil é um país do futuro, certamente. Para isso é preciso que o próprio brasileiro tenha os seus direitos respeitados pelos governantes. E que não caia em contos do vigário!"

COSME DEGENAR DRUMOND
degenar@sti.com.br

http://www.defesanet.com.br/desarmamento/futuro.htm


Sobre o desarmamento o povo brasileiro já definiu o que o Governo pode fazer com ele.
Falta definir agora o que fazer com o restante.




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#134 Mensagem por VICTOR » Sáb Fev 11, 2006 3:29 pm

Arthur,
Arthur escreveu:Da mesma forma que o Emir Sader não é nada isento (petista até a alma), o Ives Gandra tb não é (conservador até o talo).

Aliás opinião nenhuma é isenta, mas há autores que apesar de terem algum viés são ao menos ponderados, mas há outros cujo viés ideológico se sobrepuja até a racionalidade e esses devemos saber quem são para tomarmos suas opiniões antes de tudo como relacionadas aos interesses que eles defendem.

Exatamente, concordo 100%. Emir Sader de um lado, O. de Carvalho do outro...




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#135 Mensagem por YOHAM » Seg Fev 13, 2006 9:43 am

Outro artigo interessante, agora do Sergio Lirio na Revista Carta Capital;


A ÉTICA DA DESFAÇATEZ
No Roda Viva, o ex-presidente abusa da ligeireza analítica e da memória seletiva
Por Sergio Lirio

À vontade no centro do Roda Viva, da TV Cultura, na noite da segunda-feira 6, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso brindou os telespectadores com uma análise do atual momento. Como o formato e o tempo do programa dificultam um debate esclarecedor, CartaCapital, modestamente, contextualiza algumas ponderações do sociólogo, a bem da verdade dos fatos.


Indignado.
E o que dizer dos seus oito anos de mandato?
Ataques ao PT vs. pesquisas eleitorais. No início do programa, FHC insinuou que o título de capa da edição do fim de semana da IstoÉ (“A ética do PT é roubar”), resumo de sua entrevista à publicação, estava incorreto. “Não sei exatamente a síntese que a revista quis fazer na capa”, afirmou. Estranhamente, o redator-chefe do semanário, Mário Simas Filho, um dos entrevistadores do Roda Viva, não fez nenhuma objeção. Mais à frente, o ex-presidente negou que o tom adotado nas últimas semanas tenha relação com o crescimento de Lula nas pesquisas. “Quando dei as declarações, não havia pesquisa, não tinha a informação. Não foi por isso.” Distração. Uma semana antes, a própria IstoÉ havia publicado medição do Ibope a apontar a subida de Lula. O PSDB tem realizado pesquisas periódicas para guiar a escolha do candidato do partido. Elas captaram resultados ainda piores para a legenda. Além disso, alguns dias antes da divulgação do Datafolha, no domingo 5, círculos bem informados da política sabiam, em linhas gerais, o que viria do levantamento do instituto paulista.

Privatizações. Sobre a proposta de uma CPI para investigar a desestatização no governo tucano, FHC perguntou: “Privatizações, tema a que se volta toda hora, o que é que há com as privatizações?” (em seguida, afirmou que elas renderam US$ 78 bilhões ao Tesouro). O que é que há com as privatizações? CartaCapital relembra alguns fatos. O governo do PSDB agiu diretamente para favorecer o Opportunity e o banqueiro Daniel Dantas no leilão da Telebrás. A voracidade de DD gerou o maior imbróglio comercial do País, afastou investidores estrangeiros do setor de telecomunicações e até hoje causa prejuízos ao patrimônio dos fundos de pensão. Infelizmente, para os que tentam reescrever a história, os grampos do BNDES não podem ser apagados dos arquivos da imprensa e da Justiça. Qualquer um pode consultá-los e lá encontrar, por exemplo, um ilustrativo diálogo entre o então presidente do BNDES, André Lara Resende, e FHC. Preocupado com a formação dos consórcios, Lara Resende sugere ao presidente que faça pressão sobre as fundações. Diz o presidente do banco público: “A idéia é que podemos usá-lo para isso”. FHC responde: “Não tenha dúvidas”. O ex-presidente não estendeu os braços a DD somente na época do leilão da Telebrás. Em 2002, durante um dos momentos mais críticos da relação do Opportunity com os fundos de pensão e alguns dos sócios estrangeiros, FHC recebeu o banqueiro no Palácio do Planalto “na calada da noite”, para usar uma expressão do atual presidente do PT, Ricardo Berzoini. Poucas semanas depois, o governo fez uma dura intervenção nas fundações, o que deu fôlego ao orelhudo.

A atuação do governo lembra o poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade. “Ricardo Sérgio, que controlava os fundos e se acertava com André Lara Resende, que tinha sido sócio de Pérsio Arida, que era sócio de Dantas. Arida, que vivia com Elena Landau, que formulou o programa de privatização e virou consultora do Opportunity. O Opportunity, que amealhou uma fortuna, contratou a Kroll, grampeou concorrentes e ameaça a República...”

Apagão. FHC expôs, na entrevista, um dos pontos em que o PSDB pretende se diferenciar do PT. Bateu na tecla do “aparelhamento” do Estado pelos petistas, em contraposição ao “profissionalismo” e à “boa gerência” dos tucanos. Mas como classificar a crise de energia de 2001? A privatização mambembe das distribuidoras e o delirante plano de desregulamentação do setor são obra do consórcio formado pelo PFL baiano, o grupo fernandista no tucanato e técnicos que pularam de estatais para multinacionais em troca de polpudos vencimentos.


Dispensa explicações.
Brindeiro era o “Engavetador-Geral” da República
O resultado da parceria foi um desastre. O racionamento diminui em 1,5 ponto porcentual o crescimento do PIB, segundo levantamento da Fundação Getulio Vargas. Consumidores e contribuintes desembolsaram R$ 31 bilhões para cobrir as perdas de geradoras e distribuidoras. O BNDES emprestou R$ 22 bilhões aos investidores no processo de privatização, mas só R$ 7 bilhões foram aplicados na expansão da oferta de energia. Apesar da montanha de dinheiro, o governo viu-se obrigado a socorrer as companhias em 2003 e a descascar abacaxis deixados pelo “competente gerenciamento” do setor. A Petrobras acaba de adquirir a última das três usinas térmicas erguidas com parceiros privados. Gastou cerca de R$ 2 bilhões para evitar um prejuízo de R$ 6 bilhões. A Eletropaulo foi praticamente reestatizada. Para solucionar uma dívida de US$ 1,2 bilhão, o BNDES aceitou 50% das ações da holding que controla a empresa paulista. Os franceses da EDF, controladora da Light, não vêem a hora de dar o pé do Rio de Janeiro, depois de muito prejuízo, polpudos socorros federais e serviços de baixa qualidade. A conta do seguro-apagão, criado para remunerar as 54 usinas emergenciais alugadas no fim de 2001, soma R$ 6 bilhões. Em resumo, representou perdas para os consumidores, ganhos fáceis para os donos das usinas e quase nenhum benefício para o sistema. As usinas permaneceram desligadas a maior parte do tempo.

Reeleição e campanha. Instigado por um jornalista “camarada”, FHC criticou as viagens de Lula. Disse que o presidente está em campanha. “Fui candidato à reeleição. Veja se existem acusações contra mim”, afirmou. Em 1998, com o Brasil à beira do precipício, o sociólogo não pôde viajar nem exaltar as “conquistas” do seu mandato. Mas isso não significa que o demiurgo não dedicou mais tempo à reeleição do que à administração do País. O PSDB elegeu o discurso do terror e da chantagem. A estratégia foi afirmar que a vitória do PT provocaria a desvalorização do real, a disparada da inflação e o caos na economia. Nos bastidores, com o auxílio de Bill Clinton, o ministro Pedro Malan negociou o acordo de US$ 40 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o maior empréstimo feito a uma nação em dificuldade, prova cabal da insolvência das contas públicas. O pacote adiou a mudança na política econômica e garantiu mais quatro anos de mandato a Fernando Henrique. Em janeiro de 1999, reeleito, FHC desvalorizou o real, lançou os juros nas alturas e aumentou o arrocho da economia. Resultado: o tucano virou o maior cabo eleitoral de Lula em 2002.

Corrupção e investigações. Em uma amostra do seu espírito republicano e democrático, o ex-presidente instigou: “Se a imprensa não exagerar, não acontece nada”. Mas, quando um telespectador perguntou sobre a compra de votos para a reeleição, FHC não manteve o mesmo espírito. Disse que a acusação publicada na Folha de S.Paulo era uma infâmia e a insistência em recordar o caso era tática nazista. Em seguida, estranhou o que seria a pouca disposição do Ministério Público Federal em investigar as denúncias contra o PT e o governo Lula. O tucano colocou-se no papel de vítima. “Fui muito investigado, toda hora abriam processos”, garantiu. A memória às vezes trai o indivíduo. Na era fernandista, o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, recebeu o apelido de “Engavetador-Geral”. A alcunha dispensa explicações. À época da CPI da Corrupção, em 2001, os jornais registram as manobras governistas para impedir as investigações. Em uma semana, foram liberados R$ 37 milhões em emendas de parlamentares. Segundo os principais diários do País, FHC mandou um recado ao Congresso. Aliados que não retirassem a assinatura do pedido de instalação da CPI seriam tratados como adversários.

O candidato. FHC disse não sonhar com o retorno à Presidência. E confidenciou: “Todos disseram, se você quiser ser?” O ex-presidente sabe que realizar esse sonho não depende só dele. O “príncipe dos sociólogos” detém os maiores índices de rejeição, seja qual for a pesquisa de intenção de voto. Perde até para o ex-governador Anthony Garotinho.




As fronteiras nos divide. A classe nos une.
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