Esquadrão de Transporte Aéreo - ETA

[FCarvalho]

Concordaria contido que existiria uma possibilidade paupável... se a FAB já não tivesse manifestado sua intenção de ir bater na porta da Cessna.

Eu creio que ao soltar esta informação ao PR, sabendo que a coisa iria ganhar o público, a BID, e certamente setores políticos ligados à Defesa e a indústria, a FAB vislumbra conseguir duas coisas: uma e mais óbvia, comprar quantos SkyCourrier puder no curto prazo, e dois, conseguir fazer o governo abrir a mão para financiar qualquer um dos projetos que tem aí apresentados.

A modernização dos C-95 ainda é muito recente, e os aviões tem sobras de horas de voo por no mínimo mais 10 anos. Então, tempo é algo que temos para resolver isso se a segunda opção for a escolhida pelo governo. Há conquanto um dado interessante e que já deixei aqui no fórum: em que estado, de verdade, se encontram os C-95M da FAB

Até o ano passado ninguém na FAB ou fora dela falava em substituir Bandeirante no curto prazo. Agora do nada virou uma urgência. Por quê Tem alguma coisa aí que não se encaixa.

De qualquer forma, ainda sou de opinião que o governo atual não irá simplesmente abrir a carteira para a FAB comprar avião lá fora se houver a possibilidade de fazer isso com um produto nacional. E o MD, digo, o ministério, tem plena ciência de todos os projetos existentes neste sentido. A END é bem clara em relação a este aspecto. Se ela tem, ou terá, alguma relevância neste caso, ainda veremos.

Novamente, há um componente político que não estás levando em conta nesta questão. O história sempre dá voltas. O que não seria nenhuma novidade em termos de Brasil.

[Cassio]

A ver....

[FCarvalho]

Acabei deixando passar. Existe uma terceira alternativa que é o GF mandar a FAB se virar e dar o jeito dela com os Bandeirante, com a já afamada desculpa de que não existe verba para isso até 2026. Lembrar que cada Cessna está cotado em torno de US$ 5 a 7 milhões dependendo da fonte, e dos critérios e necessidades de cada cliente.

Existem 6 ETA hoje. Suponde que se queira mobiliar cada um com no mínimo 12 aviões, temos uma conta a pagar entre US$ 60 a 84 milhões de dólares, apenas os aviões. Se considerarmos CLS, treinamento, logística, reorganização e adaptação dos esquadrões, etc, então isso pode facilmente chegar a casa da centenas de milhões de dólares. Se lembrarmos que a FAB levou mais de dois anos até conseguir arrancar US$ 80 milhões para os dois A330, e agora não tem recursos para transformar em MRTT, nada garante que o atual governo queira se dar o trabalho de fazer o mesmo, principalmente em favor da compra de aviões importados, repito, quando se sabe que existem alternativas nacionais que vão de encontro ao discursos nacional desenvolvimentista do Planalto.

Não estamos falando de uma simples compra de um punhado de aviões para quebrar o galho dos ETA. Se você está acompanhando o que acontece em Roraima hoje, e como EB e FAB estão tendo que se desdobrar à revelia de qualquer apoio do GF com os meios que tem, dá para entender em partes esse mais que recente interesse nos SkyCourrier. E duvido que seja só a FAB interessada neles. Para não falar no óbvio hiato na frota de helos das forças, que se mostra agora, mais uma vez, neste episódio de ajuda humanitária aos Yanomami.

Enfim, a FAB sabe que qualquer aposta em um vetor nacional só virá à luz na melhor das hipóteses no final desta década, com FOC no começo dos anos 2030. Fica a saber se realmente há de fato toda essa necessidade premente de substituição dos C-95, ou se a FAB está tentando dar um apoio velado à indústria aeronáutica, mas sem precisar meter a mão no bolso para isso. Sabemos que o GF tem mecanismos para isso. Se vai estar disposto a tanto, a seguir cenas dos próximos capítulos.

[FCarvalho]

Outro dia o ex-cmte da FAB aludiu que para manter um esquadrão de Gripen E\F, seriam necessários 20 aviões, a fim de ter uma disponibilidade em torno de 75%, creio, que seria o mínimo acordado em contrato. Daí também justificar-se a compra de mais 4 unidades no contrato atual para se poder dividir a encomenda original em mais de uma base.

Supondo que esta conta também seja válida para os ETA, podemos entender que para manter sempre um mínimo 12 aviões disponíveis na rampa, cada esquadrão deveria possuir ao menos entre 16 e 18 aeronaves. Isso significa na ponta do lápis uma demanda para até 108 unidades, e seus respetivos custos. Claro, existe também a possibilidade de cada ETA ter somente 12 aviões contando com disponibilidade mínima de 9 aviões, também na faixa de 75%.

De qualquer forma, a FAB vai precisar substituir não apenas os Bandeirante, que eram mais de uma centena até pouco tempo atrás, além de outra dezena de Brasília e mais outra dezena de Caravan. Duvido muito que esta substituição se dê na exata proporção de 1x1, os tempos são outros, mas em se tratando de um vetor como o SkyCourrier, que em termos de capacidade não entrega lá muita coisa a mais que os Bandeirante, essa conta terá de ser muito bem feita. É o caso de se saber se vamos trocar seis por meia dúzia, ou se vamos querer algo a mais em termos de capacidades e competências para os ETA.

A ver.

[Cassio]

A ver, a ver e... a ver.

[FCarvalho]

Olá a todos.

Estava procurando um tópico específico sobre os ETA aqui nos fórum e não encontrei. Mas achei novamente este aqui, que embora tenha sido destinado originalmente ao projeto STOUT da Embraer, com fins de substituir os Bandeirante e Brasília, tem como objetivo último o reequipamento daquelas célebres OM da força aérea.

Este é um tópico que julgo importante termos por aqui e mais ainda receber este nome em uma justa homenagem a todos os aviadores(as) da aviação de transporte que iniciam sua carreira fazendo básico, que é pilotar os robustos C-95\97 que apesar de pouco badalados como o KC-390, na verdade são os verdadeiros cavalos de batalha da FAB, e que fazem chegar aos lugares mais ermos deste país a presença do Estado. Sem eles a presença não só da FAB, como das demais forças, seria quase impossível na maioria dos interiores do Brasil.

Neste sentido, compreendendo a importância dos ETA não apenas como organizações militares, mas sobretudo como instituições que permitem a existência na prática do Estado brasileiro dentro de suas fronteiras, gostaria de saber a opinião dos colegas sobre uma revisão da atual organização destas OM, aproveitando que um novo vetor está sendo projetado para elas no momento.

Os ETA evoluíram dos antigos EMRA, quando se operava asa fixa e rotativa ao mesmo tempo em um único esquadrão. Como sempre temos poucos recursos para tudo na Defesa, e os ETA são unidades que servem para desdobrar o transporte tático da FAB pelo interior do país, alcançando lugares onde mesmo um KC-390 e aviões maiores não podem chegar, não seria providente pensar que os ETA da força aérea pudessem operar, também, helicopteros em apoio as muitas ações que realizam Brasil afora, principalmente no interior, visto que os atuais 5 esquadrões de helos da FAB são insuficientes até mesmo para atender suas próprias necessidades, e das demais forças?

A capilaridade disponibilizada pelos ETA seria uma opção adequada para dispor aos comandos regionais de mais e melhores capacidades de prover os auxílios necessários as missões complementares que via de regra forma a maior despesas em horas de voo e esforço logístico deste tipo de OM. Um misto de C-408, ou outro, mais helos médio leve, como um AW-139 ou H-145 seria possível e até mesmo necessário para uma força aérea extremamente ciosa de suas atividades de apoio à sociedade?

Um ETA equipado da seguinte forma seria viável no futuro a bem de atender as necessidades da FAB:

1 Esq Helos leve ou médio-leve
1 Esq aviões leves
1 Esq aviões médios
1 Esq VANT leves e\ou médios

Opiniões

[FCarvalho]

ANAC certifica o Cessna SkyCourier, avião que interessa à FAB
Thiago Vinholes
5 de julho de 2023

https://www.airway.com.br/anac-certific ... ssa-a-fab/

Embora apresentado como um projeto estratégico pela FAB no começo do ano ao PR atual, o C-408 aparentemente não foi considerado na divisão das verbas no PAC no período 2023 a 2026.
Resta saber se ele será tratado de forma particular pela FAB em seu orçamento ou se haverá a postergação do mesmo, até que se consiga as verbas necessárias para a sua aquisição.
Cada Sky Courrier hoje está cotado entre 6 e 7 milhões de dólares dependendo das necessidades do cliente.
As demandas da FAB para este avião é de 6 ETA hoje, já que o 4o ETA foi defenetrado apesar dos muitos protestos do pessoal de SP.
A ver os próximos passos.

[FCarvalho]

Morto não, apenas mais um zumbi BR entre os muitos projetos da defesa made in Brazil.