Vamos colocar algumas coisas na perspectiva correta, tri? Tem gente buena se aproveitando de um erro meu para vender seu véio e FÉTIDO peixe "fofialifta" e antiamericano/antieuropeu/antiocidental/antiempresarial, antitudo, em suma. Comecemos:
Minhas desculpas por ter criado o tópico às pressas, devido ao
spread que já se via, com o mesmo assunto sendo tratado por Foristas diferentes, com base em dados diferentes e em tópicos diferentes. Como Moderador, sei o quanto isso é prejudicial a quem realmente se interessa pelo tema, então optei por uma tentativa de centralizar tudo mas sem forçar, como deletar ou fundir outros tópicos/posts. Para tornar a iniciativa mais atraente (Forista Brasileiro
adora votar
), montei como enquete. O erro foi que fiz isso com base nas informações iniciais a que tive acesso, daí o termo equivocado "venda", um verdadeiro manjar para os "contras" de sempre. Ao acabar este post, vou editar as opções da enquete. Para este post não ficar comprido demais, o divido em dois, o primeiro referente ao negócio Bombardier-Airbus e o seguinte ao negócio EMBRAER-Boeing:
[centralizar]BOMBARDIER & AIRBUS[/centralizar]
Ao contrário do que muitos têm dito, a "tadinha" da Bombardier não estava com essa bola toda e foi pega pelo garrão e à traição pela "malvadinha" Airbus, só na base do "eu tenho mais dinheiro do que tu, ou vendes ou te faço quebrar"; se alguém acompanha as notícias e as guarda na memória, lembremos de um post de meados do ano passado e muito comemorado aqui, que relatava a festa que estavam fazendo na EMBRAER quando, após uma série de queixas da "malvadona" Boeing, a citada Bombardier tomou um pênalti daqueles da Justiça dos EUA, a ponto de acabar com a competitividade de suas aeronaves, tale o aumento de preços que se teria de fazer, pois os impostos que teriam de pagar por seus malfeitos são da pesada. A razão? Ela, por não ter uma Divisão de Defesa, não tinha uma fonte não-contabilizável (porém legal), para efeitos de mercado, de tecnologia de ponta. Assim, desenvolver novos produtos na própria área comercial encarecia demais o preço final, então só com subsídios do governo Canadense podia ser razoavelmente competitiva. E foram os subsídios (ilegais) que a colocaram na alça de mira de uma Justiça
que funciona! Mau negócio...
O acima relatado na prática
matou a Bombardier. Se vendesse suas aeronaves diluindo no preço as pesadas taxas impostas, elas ficariam tão caras que o mercado da EMBRAER (que não tem este problema) só faria aumentar; e contornar isso seria possível apenas com ainda mais subsídios ilegais, o que levaria a novas penalidades. Assim, ela estava em xeque. Lembrar ainda que, não muito tempo atrás, em estado pré-falimentar, foi oferecida tanto à Airbus quanto à própria Boeing, entre outras. Ninguém quis.
Daí, numa interessante virada, a Airbus resolve comprar
uma divisão (a do CSeries) da empresa, e não ela toda. Difícil de acreditar que a
principal intenção da megaempresa Européia seja passar a ter uma linha de aeronaves regionais. A mais óbvia é passar a ter uma aeronave com grande capacidade de crescimento, capaz de,
se desenvolvida a pleno ($$$$$$$$$$$$$$$$$), tomar grandes fatias do mercado hoje ocupado pelo 737 e versões menores de jatos da citada Airbus. Lembrar que sozinha a Bombardier só chegou ao -100 e -300, o resto é desenho e é brabo de desenvolver com recursos próprios (e sem subsídios, para evitar ainda mais penalidades) as versões maiores e que realmente farão (fariam?) a diferença. É onde entra a superpotência Airbus.
Mas mesmo aí não são flores: o principal mercado ainda é o dos EUA. A Airbus tem fábrica lá mas:
1 - Qual será o custo
financeiro para a Airbus poder montar aviões Bombardier da linha que comprou nos EUA? Vão ter que fazer uma nova linha de montagem, usando processos e componentes a que não estão acostumados e ainda arriscar que as penalidades impostas à Bombardier recaiam sobre os agora Airbus CSeries, afinal, a origem e seus vícios permanecem iguais e basta a Boeing e/ou EMBRAER fazerem (e por certo farão) suas véias queixas de
dumping à Justiça dos EUA para arrumar muita encrenca pro Françuá. A ver...
2 - Qual será o custo
político para o governo Canadense pelos empregos que serão exportados? Não estamos falando do office-boy, do motorista ou da moça do cafezinho mas sim de técnicos e engenheiros de altíssimo nível que ou se mudam para os EUA ou são substituídos por gente de lá, ávida por este tipo de emprego.
3 - Se exportarem o filé de sua mão de obra, como fica o que sobrar da Bombardier?
Agora uma pausa para editar a enquete, depois (amanhã) posto o segundo.