Enfim, um post teu aqui que me sinto mais à vontade para debater, cupincha véio. Sabes que gosto de charlar contigo mas andava brabo de fazer, pois com essa de ficar contando avião e escolhendo base eu sou automaticamente excluído.FCarvalho escreveu:
Há aqui um equívoco de interpretação. Vocês dois estão pensando a questão unicamente a partir do pressuposto de uma guerra e/ou ataques as bases aéreas da FAB, e eu estou pensando no dia-a-dia dela. São coisas diferentes, mas não exclusivas.
Notar que a FAB em tempos de paz tem a tarefa de policiamento aéreo, o que quer dizer que ela tem de ter capacidade de vigiar e controlar o espaço aéreo nacional nos seus 12 milhões de km2 como no mapa acima exposto. Isso se faz com F-39, ST, Mi-35 e o que mais tiver.
Bueno, se estás também pensando no dia a dia da Força, somos no mínimo três então. Notes, treinar e planejar operações em dispersão como uma parte da Doutrina não significa - de modo algum! - fazer isso o tempo todo, tipo uma regra fixa, imutável. Nem os Suecos, aliás, agem assim, eles também têm suas bases, parques de manutenção & quetales.
Sobre Policiamento Aéreo, vamos ver se temos a mesma definição: acreditas que seja possível monitorar 100% de um espaço durante 100% do tempo e com 100% de eficiência, tipo "lacrar" completamente os céus de algum País 24/7? Notes, os EUA têm um orçamento anual de Defesa que levamos mais de 1/4 de SÉCULO para igualar (se acrescentarmos os eternos contingenciamentos, bobear e podemos dobrar este tempo) e mesmo isso não evitou o 11 de Setembro, porque há muitas maneiras de fazer maldade e muita gente esperta bolando alguma, agora mesmo, se duvidares...
Novamente noto aquele laivo de amargura, de se considerar excluído/menosprezado. De minha parte não há isso, embora concorde contigo sobre desconhecer a realidade em que vives, as características e especificidades da tua Região. Mas olhes de novo para o teu próprio exemplo, partes da premissa de que o caça em questão estaria necessariamente estacionado numa base fixa em Manaus. De onde surgiu este hipotético alvo a 300 km da costa do Pará? Foi assim, tipo "de graça" ou já havia algum princípio de hostilidade rolando, tipo "é, acho que deu pra Diplomacia, tem jeito não, o couro vai comer"? Porque se já tem beligerância se formando, voltamos à Dispersão: o caça não vai ter que sair de Manaus apenas após o alvo já ter começado a atacar, ele vai estar próximo a uma das vias de acesso a um ponto de interesse para o In e, dessa forma, poderá até já estar em PAC quando o alvo for detectado. Ou seja, se entendi direito, esse teu lance (e do LH) de ter "X" bases fixas, todas com caças, além de caro, seria ineficiente pois, na iminência de um ataque, nada melhor do que estar discretamente em uma posição bem próxima e otimizada para tempo ultracurto de reação. Resumindo, qual o cenário mais favorável ao In: saber onde são as bases e, portanto, de onde virão os caças e com razoável antecipação do seu ETA ou estar abandonado ao Princípio da Incerteza, porque os caças podem estar em qualquer lugar e surgir de surpresa de qualquer direção e a qualquer momento?FCarvalho escreveu:Já dei o exemplo de um caça ter de sair de Manaus e interceptar um alvo a 300kms do litoral do Pará. É apenas um exemplo hipotético, mas nem um pouco longe da realidade da minha região, que vocês não por acaso desconhecem quase que completamente. Pior, ajuízam as suas opiniões a partir da realidade de vocês aí no sul, como se valesses categoricamente para a minha. Horas, uma coisa é a realidade do centro-sul do país, bem outra é a do norte. É fácil falar em defesa aérea, concentração de meios, espalhamento de caças por bases de desdobramento quando sempre se teve caças historicamente bem do lado de casa. Nós nunca tivemos isso aqui. E a imensa maioria da região norte continua e continuará a não ter.
Novamente, tua amargura não te permite enxergar coisas óbvias: que eu saiba, há mais interceptações feitas pela FAB no Norte do que em todas as demais Regiões juntas; os -99 voam mais aí do que em todo o resto do Brasil junto; o EB e FAB têm mais radares móveis aí do que em todo o resto; mesmo no meu tempo na mídia, jamais vi um IGLA de perto, coisa que tenho certeza de que ou já viste ou podes ver, basta ires a uma exposição de material do EB, porque todo mundo sabe que aí tá cheio deles, aqui é BEM brabo (parece que tem uns no 3º GAAAe, de Caxias do Sul, mas é longe pra burro). Ainda restaria perguntar qual a ameaça tão grave que exija uma cobertura tão densa quanto a que postulas; eu mesmo não entendo a razão Estratégica de termos tantos MBTs e Art aqui no RS (a única ameaça real - Argentina - já o deixou de ser faz décadas), do mesmo modo que a frota inteira de AMX e ainda os F-5M da BACO. A rigor, estamos melhor defendidos do que SP e RJ juntos, e estas são províncias muito mais importantes do que nós.FCarvalho escreveu:Vigiar e controlar o espaço aéreo requer a presença física de meios e recursos presentes na área onde são necessários. Nada disso existe por aqui, até pelo contrário, a FAB está retirando meios daqui para outras regiões e deixando Manaus como a única referencia concreta da sua capacidade de exercer controle e vigilância do espaço aéreo na região norte. Bem, sorte para ela. E para nós também.
Aqui não entendi: desmentes o que tens sustentado por vários posts? Antes havia inimigos potenciais por toda parte e bem pertinho, moleza de nos destroçar e dar no pé; agora estão longe a ponto de serem inofensivos: o que queres dizer, cupincha?FCarvalho escreveu:Ademais, é preciso chamar a atenção para um simples fato: dos nossos vizinhos amazônicos, todos eles, indiferentemente, possuem suas bases aéreas - e seus caças - do outro lado da cordilheira, ou seja, não tem qualquer condição de, vindo na nossa direção, não serem detectados e identificados pelo CINDACTA IV, que não por acaso possui capacidade de varredura bem dentro do território de todos eles. Uma espécie de AEW em terra. E para não dizer que eles podem simplesmente voar baixo e adentrar nosso território, bem, é preciso dizer também que a distância entre a cordilheira e a fronteira brasileira é tal que os caças deles não teriam como fazer isso antes de cair por pane seca. Se usarem revo serão detectados, se não, caem secos. No mais, no futuro, se tudo der certo, o uso de radares do tipo M-60 ao longo dos pel fronteira do EB nas fronteiras. Isso faz parte dos planos, então, um ataque surpresa é algo simplesmente pouco provável contra nós, para não dizer inexequível. Isso de dispersar caças é até uma boa ideia, mas na nossa realidade é uma coisa que mais parece aquelas teorias da conspiração anti-yankee de invasão da amazõnia. E convenhamos meus caros amigos, quando e se um dia o tio Sam resolver vir aqui bater com o pé na nossa porta, f...-se se vamos ter Gripen ou o X-Wings do guerra nas estrelas. O negócio vai ser simplesmente negociar as condições da rendição antes de arrebentarem tudo, o que para eles, dadas a nossa falta de consciência com a defesa, será meio que mamão com açúcar.
Por fim voltas ao feijão com arroz: tem que ter Grupo ou Esquadrão fixo no(s) lugar(es) que determinaste, e apenas porque sim, punto. Não entendo isso.FCarvalho escreveu:Por fim, vou repetir o que já disse, dois esquadrões, ou grupos, como gostaria, em Belém e Manaus, não vai deixar o centro-sul do país menos protegido e nem a região norte super-protegida. Vai, no máximo, e se muito, nos dar a capacidade de não permitir cotidianamente, as dezenas de voos sem qualquer identificação/registro simplesmente passarem por nosso espaço aéreo incólumes e despreocupados como acontece desde que a FAB foi criada. Os esquadrões do 3o Gav tem um tipo de serviço muito importante para nós aqui, e indispensável, tanto que são necessários mais esquadrões de A-29 por aqui. Mas isso é apenas parte do trabalho da FAB. A outra parte, cabe, ou caberá, aos F-39 fazerem, pois sem isso, vamos continuar a brincar de defesa aérea neste país.
Não obstante, Hipótese de Emprego é o que norteia boa parte do planejamento de qualquer Força, não apenas Aérea nem sequer Militar, até Polícia tem isso. É com base nela que se determinam quantos e quais meios são necessários, e onde posicioná-los (OrBat). Como o assunto aqui é caças, o Gripen E/F, dadas suas especificações, é o que melhor se encaixa nas da FAB (e que incluem máxima capacidade, a custo mínimo, de operar em Dispersão). As quantidades irão depender de fatores diversos do planejamento da Força, pois dependem de outros fatores, incluindo a existência ou não de verbas (na prática, o fator mais relevante).FCarvalho escreveu:Nem só de HE's de guerras vive o planejamento de uma força aérea. Deve ser por isso que a FAB também pensa em colocar KC-390 por aqui, e até helos de ataque para perseguir teco-teco de traficantes na falta de polícia para isso...![]()
abs.