Viking escreveu: Sex Nov 24, 2023 11:19 pm
Prezado colega, saudações.
Em relação a defesa de costa no Brasil eu não me preocupo em absolutamente nada. E até recomendo que o colega também não se preocupe também. O que me leva a pensar desta forma são os seguintes fatos:
1. A FAB não possui até hoje capacidade de ataque aeronaval;
2. Em um país com 8,5 milhões de KM² existe apenas um Grupo de de Astros;
3. Considerando as dimensões mencionadas a licitação do EB para obuses SR de 155 mm e para apenas 36 unidades;
4. Tendo em vista os itens 1, 2 e 3 e evidente que a defesa do litoral através de artilharia de costa, quando acontecer, será realizada por poucas unidades, que em caso de conflito serão neutralizadas por misseis de cruzeiro hipersônicos uma vez que suas localizações estrão plotadas pela inteligência inimiga.
Além destes grupos existem as fabricas de munições, todas no alcance de misseis de cruzeiro, base de submarinos, o DF, as bases aéreas sem contar a tomada 'manu militare'''' das plataformas de prospecção de petróleo. Tenho uma lista de uns 20 alvos prioritários que ao serem atingidos a nação já arria as calcinhas e acabou o conflito.
O fato prezado colega e que não existe meios defender o país de um ataque aeronaval em grande escala realizado por uma potencia liderando uma coalização. A guerra vai ser perdida sem que o inimigo tenha que desembarcar tropas na fase inicial, as tropas quando chegarem já serão as de ocupação.
As vezes eu fico perplexo com afirmações de alguns especialistas em defesa que afirmam que com 36 aviões de caça , 4 submarinos, 4 fragatas, 65 MTB, 15 Bia MSS AAé, 36 obuses SR 155 mm, 12 heli de ataque vamos ter uma capacidade crível de dissuasão.
Todo este MEM frente a um inimigo determinado não sobrevive 72 horas.
Em resumo e bobagem se preocupar.....a guerra quando acontecer já esta perdida desde hoje.
Sds
Olá Paulo, vamos a algumas ponderações sobre os pontos que muito bem levantastes.
1. A capacidade antinavio da FAB deve, a meu ver, ser resolvida de forma tempestiva no médio e longo prazo com a adoção da versão Mansup ar-sup ou de versão dedicada do MICLA. A quantidade de Gripen E\F entregues - se 36, 50, ou o número que for, ainda veremos - irá nos dar uma capacidade de atuar nesta seara. Na falta do VF-1 cumprir a missão, podemos admitir que serão comprado um punhado de mísseis a fim de "manter doutrina". Falo de uma centena de mísseis, se seguirmos a lógica de 2 Mansup\MICLA por caça. Sem reservas estratégicas ou estoques nos próprios esquadrões.
2. No caso dos 2 GMF localizados no centro do país, podemos admitir como solução de consenso que o EB pode muito bem equipar as suas AD com a Bia Astros que deveriam dispor segundo o manual daquelas OM. Temos 6 AD ativas, todas GU incompletas à luz dos manuais castrenses. A vantagem é que se o Mansup puder ser usado nos containers das AV-LMU, temos a solução nas mãos. A recente modernização proposta pela Avibras nos modelos de veículos, com versões 8x8 atende bem as necessidades das missões de defesa de costa.
Como expus no tópico da Avibras, cada bateria completa de Astros chega a custar em torno de US$ 40-45 milhões apenas os veículos. No caso de adotar-se outros meios, também necessários ao emprego na missão anti navio\defesa costeira, estamos falando de investimentos na casa dos US$ 50 a 60 milhões por bateria. Ou, coisa de 350 a 420 milhões de dólares para equipar todas as 6 AD que temos. Fora os misseis.
3. O EB como sempre trata seus assuntos de forma unilateral e olhando apenas o próprio bolso, de forma que as aquisições de material novo que se possa fazer, o serão tomando como princípio a eterna "manutenção de doutrina". Estamos longe, muito longe, de termos um orçamento de custeio e investimento que permita ir além do mínimo básico necessário ao que temos hoje. E o descalabro material e doutrinal é tão massivo, que o EB já deu mostras que sequer sabe ao certo onde irá utilizar as VBCOAP SR. Mesmo com todos os exemplos no mundo por aí indicando qual seu melhor emprego. Com alguma sorte, e muita conversa, vamos poder reequipar as AD e alguns GAC das brigadas com novos obuseiros AR 105mm e 155mm, tal como espera-se aconteça no médio e longo prazo através do negócio com a Índia, dentro ou fora do projeto da VBCOAP SR. Os números indicados também são pífios, assim como a nossa vontade de sair do lugar comum em termos de defesa no Brasil. Mas já é um começo para quem parou na GM II em termos de doutrina e material de artilharia.
4. Quanto à defesa AAe, realmente nós como sempre estamos seguindo à risca o manual do enlatado pré-preparado no sentido de buscar obter material apenas para manter doutrina. E isto por si só já constitui uma panaceia no Brasil, visto que não temos no país cultura sobre o tema Defesa. Então, até a compra de um estilingue para os recrutas do SMO geraria comoção de debates acalorados onde menos se pensa. E pior, vindo de gente que costumeiramente faz propaganda pela extinção das ffaa's e vamos viver todos só de amor...
Enquanto Defesa não for um assunto que interesse a todos, do PR ao porteiro do meu prédio, nada que façamos, indiferente se muito ou pouco, irá nos adiantar. Os militares, e suas compras, são um reflexo concreto do que a sociedade pensa a despeito da defesa de si e de seus interesses. Nem mais, nem menos. Comprar 15 ou 150 Bia AAe não faz a menor diferença para ninguém aqui. Desde que se ache um motivo plausível para que as pessoas não se sintam incomodadas ou que tal aquisição nas as desacomode do mundinho perfeito e fechado que cada um construiu para si.
Enfim, as ffaa's podem até saber que o quase nada que pedem, e as vezes conseguem, não significa muita coisa em uma guerra de verdade. Mas vivemos em um pais em que via de regra, nem os militares acreditam nisso.
Fazer o que .