O Rafale seria pego a 90Km por um radar N-011M. No caso do IRBIS esse alcance pelo menos dobra, pois se quadruplicou a potência.
Este esquema mostra um flaqueamento de modo clássico, para se ter o flaqueamento, basta se ter consciência situacional e uma plataforma que não foi rastreada pelo inimigo. Ora uma vez se conhecendo a plataforma atacante, o caça que não foi rastreado tem tudo para pegar o outro de surpresa.
Perfeito. Mas... Isso funciona para o outro também. E aquele cone é muito restrito, está mais para Grifo-BR e RDI.
Ora o grande motivo para não se ter um radar de um caça tão complexo e caro, com amplo setor de varredura é simples, um caça pode compensar com pequenas mudanças de rumo, um setor de sombra.
Mais uma vez, Grifo e RDI. Um radar de alto desempenho e cobertura frontal completa exige um ataque lateral ou traseiro, que como mostrado antes, exige muito combustível e encurta sobremaneira o alcance de tiro. E além do que, um SU-35BM também tem um sistema de detecção IR com cobertura de 360º. Sem sombras, as mudanças são grandes demais para um flanqueamento. Se projetarmos uma frente de apenas 200Km, são 400Km para dar a volta em alta velocidade(quase certamente com PC) e grande altitude(grande contraste IR) para gastar-se menos comb. Além disso, a presença de um radar na cauda do SU-35BM, torna difícil, para não dizer impossível, que um caça se aproxime a <20Km para um tiro com MICA pelo setor traseiro, por exemplo.
Uma das táticas mais comuns de caças é dar um volta, um giro, para ver os 360 graus em sua volta. Pelo que sei, quando se tem 02 elementos, 04 aviões, a volta é feita por um elemento, enquanto o outro continua normal, na próxima varredura de 360, o elemento que ficou em linha reta, faz ela, de tal forma que existe uma alternância entre os 02 elementos na manobra. Ora o AEW existe para fazer isto, dar consciência situacional aos caças, e repassar as informações a todos da rede.
Perfeito mais uma vez. Mas como bem ressaltado, quando há o AWACS. Quando não, é mais fácil ter radares potentes que cubram o maior volume de céu possível.
Pelos cálculos acima, o RAFALE só será detectado a uns 90 kms ou menos, mas se ele possui os sistemas eletrônicos falados, o caça é capaz de anular o radar. E aí como ficam os aficcionados em radares?
Ficam com o sinal nos RWR e sistemas EW, mostrando que há alguém tentando jamear o radar. E como dito antes, quanto maior a potência, mais difícil o jammimg, ou anulação.
A verdade é a seguinte, tanto o Rafale, como o F-22 estão apostando em sistemas que diminuem a importância do radar como sensor primário, apostando da detecção passiva e na furtividade ativa(eletrônica) ou passiva(célula). Ao que parece os russo estão apostando no oposto, talvez porque não tenham uma plataforma para a primeira opção.
O Rafale parece que sim, mas o F-22 não, pois mantém um radar de longo alcance.
A Rússia é o único país do mundo com um caça de 5ºG em curso, fora os EUA é claro. Portanto não desdenham ou menosprezam esse fator. Tanto que, segundo o fabricante, reduziram o RCS do Flanker a <1m2. Ainda há que considerar que apenas os F-22/35 tem baias internas, os outros todos levam armas e tanques externamente, e isso impacta e muito no RCS.
Então, no caso do RAFALE e no F-22, os radares estão desligados, e o detector que cobre 360 graus da aeronave, identifica as emissões dos inimigos, que em regra consegue ser o dobro do alcance do radar. Portanto, o radar perde a importância que tinha.
Perder não perde, porque não basta saber onde está. Tem que ir até lá prá derrubar. Consultando a tal tabela, vê-se que fora o F-22, todos os outros caças entram na zona de detecção e principalmente de tiro.
Então, a menos que se dê a volta com todos os problemas relativos a essa manobra, fica difícil essa aproximação furtiva, pelo menos de maneira a permitir um tiro BVR.
Aquela estória de estarem dois caras no escuro e aquele que acender a lanterna aparece, e o outro apenas tem que manter-se fora do foco, ficou muito mais complicada. Agora o cara acende é um lampião e vê tudo na sua frente, pois além de iluminar em todas as direções no arco frontal, a luz vai bem mais longe. O outro sabe que o melhor é ficar longe.
A menos que esteja num F-22...
Um abraço a todos e obrigado pelo debate, está sendo muito proveitoso para mim.