Para ONDE vai a ARGENTINA?
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
A adaptação dos argentinos e uruguaios ao Brasil é bastante fácil, especialmente no sul e sudeste. Não costumam viver em comunidades isoladas pois misturam-se com a população local, dispersando-se. Vejo mais problemas com os imigrantes africanos, tipo ganeses, especialmente com os que professam o islâmismo, eles acabam em guetos isolados.
Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Vai ser vizinho de argie, vai, conterrâneo...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Sem ser elitista acredito que os castelhanos que vierem para cá não estão em condições, em termos de dinheiro, de serem meus vizinhos. Não tenho esta preocupação, no momento. De outra parte, em frente a minha casa, do outro lado da rua, mora um uruguaio. Pouco o vejo, residia com a mulher, brasileira, mas agora foi abandonado pela esposa. Ficou o filho mais velho morando com ele. Não sei em que trabalha mas tem uma moto, o que pesa muito contra ele, como pesa contra todo elemento de idade mais avançada, abandonado pela mulher e que fica andando de moto. conheço outros do mesmo tipo.Túlio escreveu:Vai ser vizinho de argie, vai, conterrâneo...
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
‘Malvinização da crise’ traz ganhos políticos a Cristina
Ao endurecer discurso com os credores, presidente da Argentina recupera prestígio da população na reta final do seu mandato
Ariel Palacios
Correspondente / Buenos Aires
Pela segunda vez, em pouco mais de uma década, a Argentina se depara com a iminência de um calote da dívida pública com os credores privados. A perspectiva de se tornar novamente pária dos mercados coincide com a reta final do governo da presidente Cristina Kirchner. Sem ter ainda conseguido forjar um herdeiro político, além de estar constitucionalmente impedida de ser candidata a uma segunda reeleição, entregará o poder em dezembro do ano que vem. Os dias não têm sido fáceis.A economia do país está em recessão, a inflação deve chegar a 40% e 25% dos argentinos temem perder seus empregos. O governo de Cristina enfrenta ainda brigas entre seus ministros, queixas dos governadores das falidas províncias, além da rebeldia dos sindicatos. Mas a presidente argentina parece estar virando o jogo.
Analistas afirmam que Cristina está empleno processo de "malvinização da crise da dívida", em referência à Guerra das Malvinas, iniciada pelo ditador Leopoldo Fortunato Galtieri em 1982 com o objetivo de se salvar de uma grave crise interna recorrendo ao nacionalismo exacerbado.
Fontes do peronismo indicaram ao Estado que o objetivo do governo é o de fazer um acordo com os holdouts (denominação dada aos credores que não aceitaram reestruturar suas dívidas em 2005 e 2010), mas evitando que isso pareça – para seus militantes – que a Argentina cedeu ao "imperialismo ianque" e "Wall Street". Nas últimas semanas, Cristina adotou um discurso de confronto com os credores. Ela acusou os holdouts –aos quais chama de "abutres" – de conspirar contra a Argentina e de planejar o "controle dos recursos naturais do país" por intermédio de um eventual embargo dos ativos da empresa petrolífera YPF nos Estados Unidos. O discurso duro fez sucesso entre os argentinos. Em pesquisa elaborada pela consultoria Poliarquia, divulgada na quinta-feira, 47% dos entrevistados consideram que é "positiva" a postura firme da administração Kirchner com os fundos hedge. Há um mês, a avaliação "positiva" era de 38%.
Ao mesmo tempo, militantes kirchneristas lançaram o slogan "Pátria ou Abutres" e estão organizando uma manifestação de respaldo à presidente na Praça de Mayo no dia 30, quando termina o prazo para que a Argentina pague seus credores reestruturados, algo que depende de um acordo com os holdouts.
Caso não pague, a Argentina estará novamente em estado de calote. Esse caminho de disparar bravatas enquanto cede foi aplicado pelo governo Kirchner duas vezes no primeiro semestre deste ano. A primeira, quando fechou um acordo com a espanhola Repsol pela expropriação da YPF. Há dois anos, o governo havia afirmado que não pagaria nem um centavo sequer aos espanhóis. Mas em março fechou um acordo que implicará no pagamento de US$ 10 bilhões entre capital e juros. A segunda ocasião foi o pacto com o Clube de Paris para pagar sua dívida. O governo nem pediu o tradicional desconto e vai pagar atotalidade da dívida, de US$ 9,7 bilhões.
Estadão
http://www.assuntosmilitares.jor.br/201 ... anhos.html
Ao endurecer discurso com os credores, presidente da Argentina recupera prestígio da população na reta final do seu mandato
Ariel Palacios
Correspondente / Buenos Aires
Pela segunda vez, em pouco mais de uma década, a Argentina se depara com a iminência de um calote da dívida pública com os credores privados. A perspectiva de se tornar novamente pária dos mercados coincide com a reta final do governo da presidente Cristina Kirchner. Sem ter ainda conseguido forjar um herdeiro político, além de estar constitucionalmente impedida de ser candidata a uma segunda reeleição, entregará o poder em dezembro do ano que vem. Os dias não têm sido fáceis.A economia do país está em recessão, a inflação deve chegar a 40% e 25% dos argentinos temem perder seus empregos. O governo de Cristina enfrenta ainda brigas entre seus ministros, queixas dos governadores das falidas províncias, além da rebeldia dos sindicatos. Mas a presidente argentina parece estar virando o jogo.
Analistas afirmam que Cristina está empleno processo de "malvinização da crise da dívida", em referência à Guerra das Malvinas, iniciada pelo ditador Leopoldo Fortunato Galtieri em 1982 com o objetivo de se salvar de uma grave crise interna recorrendo ao nacionalismo exacerbado.
Fontes do peronismo indicaram ao Estado que o objetivo do governo é o de fazer um acordo com os holdouts (denominação dada aos credores que não aceitaram reestruturar suas dívidas em 2005 e 2010), mas evitando que isso pareça – para seus militantes – que a Argentina cedeu ao "imperialismo ianque" e "Wall Street". Nas últimas semanas, Cristina adotou um discurso de confronto com os credores. Ela acusou os holdouts –aos quais chama de "abutres" – de conspirar contra a Argentina e de planejar o "controle dos recursos naturais do país" por intermédio de um eventual embargo dos ativos da empresa petrolífera YPF nos Estados Unidos. O discurso duro fez sucesso entre os argentinos. Em pesquisa elaborada pela consultoria Poliarquia, divulgada na quinta-feira, 47% dos entrevistados consideram que é "positiva" a postura firme da administração Kirchner com os fundos hedge. Há um mês, a avaliação "positiva" era de 38%.
Ao mesmo tempo, militantes kirchneristas lançaram o slogan "Pátria ou Abutres" e estão organizando uma manifestação de respaldo à presidente na Praça de Mayo no dia 30, quando termina o prazo para que a Argentina pague seus credores reestruturados, algo que depende de um acordo com os holdouts.
Caso não pague, a Argentina estará novamente em estado de calote. Esse caminho de disparar bravatas enquanto cede foi aplicado pelo governo Kirchner duas vezes no primeiro semestre deste ano. A primeira, quando fechou um acordo com a espanhola Repsol pela expropriação da YPF. Há dois anos, o governo havia afirmado que não pagaria nem um centavo sequer aos espanhóis. Mas em março fechou um acordo que implicará no pagamento de US$ 10 bilhões entre capital e juros. A segunda ocasião foi o pacto com o Clube de Paris para pagar sua dívida. O governo nem pediu o tradicional desconto e vai pagar atotalidade da dívida, de US$ 9,7 bilhões.
Estadão
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Falam tão grosso e se entregam ao banqueiros da forma mais danosa possível. É um regime para patetas mesmo. Quem diria que um dia foi aquele país que o povo não deixava palhaços na casa rosada.Mas em março fechou um acordo que implicará no pagamento de US$ 10 bilhões entre capital e juros. A segunda ocasião foi o pacto com o Clube de Paris para pagar sua dívida. O governo nem pediu o tradicional desconto e vai pagar atotalidade da dívida, de US$ 9,7 bilhões.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Em uma semana decisiva, Argentina avalia impacto de outra moratória
TAOS TURNER e KEN PARKS , de Buenos Aires
July 28, 2014 12:03 a.m.
A Argentina pode escrever um capítulo triste de sua história nesta semana se deixar de pagar pela segunda vez em 13 anos sua dívida externa, decretando moratória.
Quando a Argentina deixou de pagar sua dívida em 2001, foi personagem do maior default de dívida soberana da história. Ele levou à reestruturação da dívida e deu origem à mais profunda recessão do país desde a Grande Depressão. A turbulência política foi tão grande que o país teve cinco presidentes em apenas uma semana.
As sementes do atual drama foram plantadas pouco depois disso, quando credores compraram os títulos inadimplentes do país, mas nunca aceitaram os termos da reestruturação da dívida. Agora eles estão no meio do caminho, impedindo pagamentos que poderiam evitar a moratória nesta semana.
Embora o temor de contágio de outros mercados emergentes seja pequeno e o receio de que a Argentina sofreria o tipo de implosão econômica de 13 anos atrás seja mínimo, uma moratória ainda poderia custar muito para uma das maiores economias da América Latina, mantendo-a longe dos mercados de crédito internacionais e dificultando o crédito para as empresas. Ela também complicaria a transição para um novo governo depois da eleição presidencial do próximo ano.
"Para mim está muito claro que a Argentina está caminhando para um default", disse o ex-secretário de Finanças do país, Guillermo Nielsen, recentemente em entrevista ao The Wall Street Journal. "Para a maioria dos argentinos, isso significa que a estagnação econômica será mais difícil. Haverá menos dinheiro nas ruas."
Atolada em recessão, a Argentina já sofre com escassez de divisas e uma inflação anual que alguns economistas estimam que seja de 40%. Uma moratória poderia pressionar a moda do país, o peso, ao minar a confiança e impulsionar a inflação ao tornar as importações mais caras, além de piorar o desemprego. A moratória também reduziria as reservas argentinas em divisas internacionais, que já estão entre as mais baixas da região e somam US$ 29,7 bilhões.
Na semana passada, a mera expectativa de uma moratória elevou o câmbio paralelo na Argentina para 12,65 pesos para cada dólar americano, bem acima da taxa oficial de 8,17 pesos oferecida pelos bancos. Um mês atrás, o dólar valia no mercado paralelo 11,65 pesos.
"Isso tudo levaria a uma recessão profunda", diz Gustavo Cañonero, economista sênior do Deutsche Bank.
Com tantos efeitos negativos, por que a Argentina consideraria a moratória uma opção? A resposta é quase tão complexa quanto a própria Argentina, país cuja inclinação para crises políticas e econômicas internas há décadas confunde os analistas.
Sem condições de pagar suas contas depois da histórica crise econômica de 2001-2002, a Argentina reduziu sua dívida através da troca de quase 93% dos títulos inadimplentes por uma nova dívida que valia 33 centavos de dólar para cada dólar da dívida anterior.
Mas alguns fundos de hedge compraram os títulos inadimplentes com grandes descontos, acreditando que poderiam forçar a Argentina a pagar a dívida integral. Liderados pelo Elliott Management Corp. e o Aurelius Capital Management LP, eles rejeitaram os termos da reestruturação da dívida e processaram a Argentina com sucesso nos EUA, onde os títulos foram emitidos.
O juiz distrital Thomas Griesa determinou que a Argentina deve pagar aos fundos o valor total dos títulos. Quando a Suprema Corte recusou analisar o caso em junho, começou a contagem regressiva para que fosse cumprida a ordem de Griesa, para que a Argentina pague os fundos até quarta-feira ou corra o risco de ser declarada inadimplente.
Griesa determinou que a Argentina não pode pagar outros detentores de títulos — que aceitaram a renegociação — a menos que pague os outros fundos, os chamados "holdouts", simultaneamente. Mas, ao fazer isso, segundo a Argentina, ela estaria criando um vínculo legal demasiadamente caro.
Isso em virtude de uma cláusula incluída na reestruturação da dívida — o "Direito Sobre Ofertas Futuras" — que daria aos detentores de títulos que aceitaram a reestruturação o direito de requerer os mesmos termos de qualquer acordo que a Argentina possa vir a ter com os fundos de hedge. Isso pode criar US$ 120 bilhões em reivindicações legais, diz a Argentina.
Falar sobre a cláusula se tornou tão comum na rádio e TV argentina que parece que quase todo mundo está a par do assunto. Até a presidente Cristina Kirchner disse que ela poderia ser criminalmente responsabilizada se infringir a cláusula.
"O que mais me preocupa não é a responsabilidade criminal", disse ela na semana passada. "O que mais me preocupa é minha responsabilidade diante da história, diante dos olhos de meus filhos, meus netos e milhões de argentinos que não vão me ver fazer algo sob ameaça do mundo desmoronar."
Especialistas legais debatem a relevância da cláusula, que seria acionada se a Argentina "voluntariamente" pagasse os fundos de hedge. Cumprir uma ordem judicial não seria um comportamento voluntário, dizem alguns advogados.
Como a cláusula vence em 31 de dezembro, a Argentina pressionou o juiz para suspender sua decisão para dar mais tempo para o país. Mas ele não voltou atrás e os fundos de hedge afirmam que a cláusula é um artifício para evitar o pagamento.
No mês passado, Griesa indicou um mediador para supervisionar as negociações entre as partes, mas a Argentina se recusou a se encontrar face a face com os fundos de hedge.
Independentemente do que acontecer nesta semana, Cristina Kirchner diz que a Argentina não pode ser considerada inadimplente porque o país já depositou US$ 539 milhões em juros que devem ser pagos até quarta-feira referentes aos títulos reestruturados. No mês passado, a Argentina deu o dinheiro ao Bank of New York Mellon Corp. , o administrador da dívida. Griesa impediu que o banco pagasse os credores e a instituição agora está sendo processada pelos detentores dos títulos por não distribuir os recursos.
"Quero dizer a todos os argentinos que a Argentina não ficará inadimplente", disse Cristina Kirchner recentemente. "Porque aqueles que entram em moratória são aqueles que não pagam — e a Argentina pagou."
Muitos argentinos apoiam a postura de Kirchner contra os investidores que ela chama de "fundos abutres". "O que temos é uma situação sem precedentes, no qual um juiz está bloqueando o direito dos detentores de títulos de serem pagos", diz Fernanda Vallejos, economista do La Gran Makro, um centro de estudos.
Muitos argentinos comuns não estão dando muita importância ao risco de moratória. "Eu passei por tantas crises que não me importo de me preocupar com mais essa", diz Mariano Torga, um eletricista de 70 anos.
http://online.wsj.com/news/articles/SB1 ... 00460.html
TAOS TURNER e KEN PARKS , de Buenos Aires
July 28, 2014 12:03 a.m.
A Argentina pode escrever um capítulo triste de sua história nesta semana se deixar de pagar pela segunda vez em 13 anos sua dívida externa, decretando moratória.
Quando a Argentina deixou de pagar sua dívida em 2001, foi personagem do maior default de dívida soberana da história. Ele levou à reestruturação da dívida e deu origem à mais profunda recessão do país desde a Grande Depressão. A turbulência política foi tão grande que o país teve cinco presidentes em apenas uma semana.
As sementes do atual drama foram plantadas pouco depois disso, quando credores compraram os títulos inadimplentes do país, mas nunca aceitaram os termos da reestruturação da dívida. Agora eles estão no meio do caminho, impedindo pagamentos que poderiam evitar a moratória nesta semana.
Embora o temor de contágio de outros mercados emergentes seja pequeno e o receio de que a Argentina sofreria o tipo de implosão econômica de 13 anos atrás seja mínimo, uma moratória ainda poderia custar muito para uma das maiores economias da América Latina, mantendo-a longe dos mercados de crédito internacionais e dificultando o crédito para as empresas. Ela também complicaria a transição para um novo governo depois da eleição presidencial do próximo ano.
"Para mim está muito claro que a Argentina está caminhando para um default", disse o ex-secretário de Finanças do país, Guillermo Nielsen, recentemente em entrevista ao The Wall Street Journal. "Para a maioria dos argentinos, isso significa que a estagnação econômica será mais difícil. Haverá menos dinheiro nas ruas."
Atolada em recessão, a Argentina já sofre com escassez de divisas e uma inflação anual que alguns economistas estimam que seja de 40%. Uma moratória poderia pressionar a moda do país, o peso, ao minar a confiança e impulsionar a inflação ao tornar as importações mais caras, além de piorar o desemprego. A moratória também reduziria as reservas argentinas em divisas internacionais, que já estão entre as mais baixas da região e somam US$ 29,7 bilhões.
Na semana passada, a mera expectativa de uma moratória elevou o câmbio paralelo na Argentina para 12,65 pesos para cada dólar americano, bem acima da taxa oficial de 8,17 pesos oferecida pelos bancos. Um mês atrás, o dólar valia no mercado paralelo 11,65 pesos.
"Isso tudo levaria a uma recessão profunda", diz Gustavo Cañonero, economista sênior do Deutsche Bank.
Com tantos efeitos negativos, por que a Argentina consideraria a moratória uma opção? A resposta é quase tão complexa quanto a própria Argentina, país cuja inclinação para crises políticas e econômicas internas há décadas confunde os analistas.
Sem condições de pagar suas contas depois da histórica crise econômica de 2001-2002, a Argentina reduziu sua dívida através da troca de quase 93% dos títulos inadimplentes por uma nova dívida que valia 33 centavos de dólar para cada dólar da dívida anterior.
Mas alguns fundos de hedge compraram os títulos inadimplentes com grandes descontos, acreditando que poderiam forçar a Argentina a pagar a dívida integral. Liderados pelo Elliott Management Corp. e o Aurelius Capital Management LP, eles rejeitaram os termos da reestruturação da dívida e processaram a Argentina com sucesso nos EUA, onde os títulos foram emitidos.
O juiz distrital Thomas Griesa determinou que a Argentina deve pagar aos fundos o valor total dos títulos. Quando a Suprema Corte recusou analisar o caso em junho, começou a contagem regressiva para que fosse cumprida a ordem de Griesa, para que a Argentina pague os fundos até quarta-feira ou corra o risco de ser declarada inadimplente.
Griesa determinou que a Argentina não pode pagar outros detentores de títulos — que aceitaram a renegociação — a menos que pague os outros fundos, os chamados "holdouts", simultaneamente. Mas, ao fazer isso, segundo a Argentina, ela estaria criando um vínculo legal demasiadamente caro.
Isso em virtude de uma cláusula incluída na reestruturação da dívida — o "Direito Sobre Ofertas Futuras" — que daria aos detentores de títulos que aceitaram a reestruturação o direito de requerer os mesmos termos de qualquer acordo que a Argentina possa vir a ter com os fundos de hedge. Isso pode criar US$ 120 bilhões em reivindicações legais, diz a Argentina.
Falar sobre a cláusula se tornou tão comum na rádio e TV argentina que parece que quase todo mundo está a par do assunto. Até a presidente Cristina Kirchner disse que ela poderia ser criminalmente responsabilizada se infringir a cláusula.
"O que mais me preocupa não é a responsabilidade criminal", disse ela na semana passada. "O que mais me preocupa é minha responsabilidade diante da história, diante dos olhos de meus filhos, meus netos e milhões de argentinos que não vão me ver fazer algo sob ameaça do mundo desmoronar."
Especialistas legais debatem a relevância da cláusula, que seria acionada se a Argentina "voluntariamente" pagasse os fundos de hedge. Cumprir uma ordem judicial não seria um comportamento voluntário, dizem alguns advogados.
Como a cláusula vence em 31 de dezembro, a Argentina pressionou o juiz para suspender sua decisão para dar mais tempo para o país. Mas ele não voltou atrás e os fundos de hedge afirmam que a cláusula é um artifício para evitar o pagamento.
No mês passado, Griesa indicou um mediador para supervisionar as negociações entre as partes, mas a Argentina se recusou a se encontrar face a face com os fundos de hedge.
Independentemente do que acontecer nesta semana, Cristina Kirchner diz que a Argentina não pode ser considerada inadimplente porque o país já depositou US$ 539 milhões em juros que devem ser pagos até quarta-feira referentes aos títulos reestruturados. No mês passado, a Argentina deu o dinheiro ao Bank of New York Mellon Corp. , o administrador da dívida. Griesa impediu que o banco pagasse os credores e a instituição agora está sendo processada pelos detentores dos títulos por não distribuir os recursos.
"Quero dizer a todos os argentinos que a Argentina não ficará inadimplente", disse Cristina Kirchner recentemente. "Porque aqueles que entram em moratória são aqueles que não pagam — e a Argentina pagou."
Muitos argentinos apoiam a postura de Kirchner contra os investidores que ela chama de "fundos abutres". "O que temos é uma situação sem precedentes, no qual um juiz está bloqueando o direito dos detentores de títulos de serem pagos", diz Fernanda Vallejos, economista do La Gran Makro, um centro de estudos.
Muitos argentinos comuns não estão dando muita importância ao risco de moratória. "Eu passei por tantas crises que não me importo de me preocupar com mais essa", diz Mariano Torga, um eletricista de 70 anos.
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
É preciso exorcizar de vez o espírito (ou quiumba, ou demônio, ou dybuk, dependendo da crença) do Peron que assombra esse país. Do além (ou das profundas) ele ainda dirige a Argentina.rodrigo escreveu:Falam tão grosso e se entregam ao banqueiros da forma mais danosa possível. É um regime para patetas mesmo. Quem diria que um dia foi aquele país que o povo não deixava palhaços na casa rosada.Mas em março fechou um acordo que implicará no pagamento de US$ 10 bilhões entre capital e juros. A segunda ocasião foi o pacto com o Clube de Paris para pagar sua dívida. O governo nem pediu o tradicional desconto e vai pagar atotalidade da dívida, de US$ 9,7 bilhões.
Quem sabe um dia.
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Cristina K. no palanque da crise da dívida
Argentina insiste em jogo duro com fundos abutres mesmo diante do risco de ser declarada novamente em moratória, apenas 13 anos depois da última, em 2001
O governo argentino esperou até o último momento — hoje, véspera do dia em que o país poderá ser novamente declarado em moratória depois de 13 anos — para enviar emissários a uma reunião em Nova York com o advogado Daniel Pollack, designado pela Justiça americana para mediar entre Buenos Aires e os chamados fundos abutres. As autoridades argentinas têm até amanhã para obter um acordo com os holdouts, credores que não aceitaram os termos das renegociações de 2005 e 2010.
A situação se tornou crítica para a Argentina depois de duas decisões da Justiça americana, fórum acordado para dirimir disputas sobre questões da dívida externa do país. Na primeira, o juiz Thomas Griesa reconheceu o direito de dois fundos abutres de receber pelo valor de face títulos da dívida comprados com enorme deságio. Os dois são uma pequena parte dos 7% dos credores que não concordaram com os termos das renegociações. Em seguida, a Corte Suprema dos EUA rejeitou um recurso argentino. Isso deixou a nação vizinha numa sinuca: pagar aos dois fundos, e ver o restante dos 7% exigir na Justiça o mesmo tratamento, o que quebraria o país. Ou continuar pagando aos 93% que aceitaram a renegociação e, assim, desconhecer a decisão judicial. Buenos Aires tentou a segunda hipótese, mas o juiz Griesa congelou o depósito num banco americano até que a questão com os abutres fosse resolvida. Griesa então indicou Pollack para negociar com os dois lados.
Com o país em crise econômica e a popularidade despencando, Cristina recorreu ao surrado expediente de líderes argentinos em situação similar: demonizar um inimigo externo — os fundos abutres e a Justiça americana — para aumentar o apoio interno, capitalizando o fato politicamente, e tentar unir os aliados bolivarianos numa frente contra os EUA, a comunidade financeira internacional, etc. Tenta aumentar seu cacife para apoiar um político kirchnerista nas eleições presidenciais de 2015.
A precária situação do país, com inflação acima dos 30%, reservas internacionais em baixa, economia em recessão e desemprego em alta, exigiria que a Argentina realizasse intensas negociações com os credores. O próprio argumento de que cláusula contratual obriga estender aos demais credores as condições obtidas pelos fundos na Justiça é discutível. Pois há quem diga que ela só seria acionada se o pagamento fosse voluntário.
Há muitos sinais de que Cristina K. busca o confronto como tática política, para reconquistar apoio interno, com vistas às eleições de 2015, quando deverá apoiar alguém a sucedê-la.
Mas será uma tática suicida. A consultoria Abecep estimou que, com um eventual default, a inflação iria a 41%, o PIB cairia 3,5% e o consumo recuaria 3,8%. Já se for evitada, os números passam a 34,5%, menos 1,5% e menos 1,8%, respectivamente. Mas não permitiria a Cristina posar de vítima do “capitalismo predador”.
http://oglobo.globo.com/opiniao/cristin ... a-13411854
NOTA -
Argentina insiste em jogo duro com fundos abutres mesmo diante do risco de ser declarada novamente em moratória, apenas 13 anos depois da última, em 2001
O governo argentino esperou até o último momento — hoje, véspera do dia em que o país poderá ser novamente declarado em moratória depois de 13 anos — para enviar emissários a uma reunião em Nova York com o advogado Daniel Pollack, designado pela Justiça americana para mediar entre Buenos Aires e os chamados fundos abutres. As autoridades argentinas têm até amanhã para obter um acordo com os holdouts, credores que não aceitaram os termos das renegociações de 2005 e 2010.
A situação se tornou crítica para a Argentina depois de duas decisões da Justiça americana, fórum acordado para dirimir disputas sobre questões da dívida externa do país. Na primeira, o juiz Thomas Griesa reconheceu o direito de dois fundos abutres de receber pelo valor de face títulos da dívida comprados com enorme deságio. Os dois são uma pequena parte dos 7% dos credores que não concordaram com os termos das renegociações. Em seguida, a Corte Suprema dos EUA rejeitou um recurso argentino. Isso deixou a nação vizinha numa sinuca: pagar aos dois fundos, e ver o restante dos 7% exigir na Justiça o mesmo tratamento, o que quebraria o país. Ou continuar pagando aos 93% que aceitaram a renegociação e, assim, desconhecer a decisão judicial. Buenos Aires tentou a segunda hipótese, mas o juiz Griesa congelou o depósito num banco americano até que a questão com os abutres fosse resolvida. Griesa então indicou Pollack para negociar com os dois lados.
Com o país em crise econômica e a popularidade despencando, Cristina recorreu ao surrado expediente de líderes argentinos em situação similar: demonizar um inimigo externo — os fundos abutres e a Justiça americana — para aumentar o apoio interno, capitalizando o fato politicamente, e tentar unir os aliados bolivarianos numa frente contra os EUA, a comunidade financeira internacional, etc. Tenta aumentar seu cacife para apoiar um político kirchnerista nas eleições presidenciais de 2015.
A precária situação do país, com inflação acima dos 30%, reservas internacionais em baixa, economia em recessão e desemprego em alta, exigiria que a Argentina realizasse intensas negociações com os credores. O próprio argumento de que cláusula contratual obriga estender aos demais credores as condições obtidas pelos fundos na Justiça é discutível. Pois há quem diga que ela só seria acionada se o pagamento fosse voluntário.
Há muitos sinais de que Cristina K. busca o confronto como tática política, para reconquistar apoio interno, com vistas às eleições de 2015, quando deverá apoiar alguém a sucedê-la.
Mas será uma tática suicida. A consultoria Abecep estimou que, com um eventual default, a inflação iria a 41%, o PIB cairia 3,5% e o consumo recuaria 3,8%. Já se for evitada, os números passam a 34,5%, menos 1,5% e menos 1,8%, respectivamente. Mas não permitiria a Cristina posar de vítima do “capitalismo predador”.
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
É amanhã, Argentina... como é que vai ser??
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Liev Tolstói
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Com caloteiro só assim:
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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- rodrigo
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Tentando tirar algo bom dessa crise argentina, o problema da falta de papel higiênico na Venezuela está resolvido: podem ser usados os títulos argentinos, comprados aos bilhões de dólares por Chavez, e que após essa crise, com saída negociada ou não, não valem mais nada.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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- gusmano
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
rodrigo escreveu:Tentando tirar algo bom dessa crise argentina, o problema da falta de papel higiênico na Venezuela está resolvido: podem ser usados os títulos argentinos, comprados aos bilhões de dólares por Chavez, e que após essa crise, com saída negociada ou não, não valem mais nada.
Por hora, não falta mais papel higiênico aqui..tá tranquilo neste quesito kkk
abs
- Wingate
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Pobre General Belgrano...onde vão enfiar a cara dele...rodrigo escreveu:Tentando tirar algo bom dessa crise argentina, o problema da falta de papel higiênico na Venezuela está resolvido: podem ser usados os títulos argentinos, comprados aos bilhões de dólares por Chavez, e que após essa crise, com saída negociada ou não, não valem mais nada.
Wingate
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Morreu o Grondona, presidente eterno da AFA. Os comentários das notícias estão nesse nível:
"Junto con Massera, Videla y Hebe de Bonafini, uno de los personajes más nefastos de las últimas décadas de nuestro país. Sus negociados costaron muchas víctimas inocentes."
"Hoy Argentina es un poquito menos mierda."
"Mucho menos mierda"
"Siempre es triste escuchar que muere alguien pero no se porque en este caso estoy feliz!!!"
"MI MÁS SENTIDO PÉSAME A TODOS LOS QUE HABITAN EL INFIERNO."
"No, no es lamentable la muerte de todo ser humano. No quieran inventar reglas para la vida. Si un tipo es odiado por 40 millones de personas y nadie lo lamenta, entonces no es lamentable. Punto."
"Por suerte se murio este viejo hijo de mil p*tas, promilico y antisemita. De a poco nos vamos sacando la ultima escoria del proceso."
"Junto con Massera, Videla y Hebe de Bonafini, uno de los personajes más nefastos de las últimas décadas de nuestro país. Sus negociados costaron muchas víctimas inocentes."
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Esconjuro!wagnerm25 escreveu:Morreu o Grondona, presidente eterno da AFA. Os comentários das notícias estão nesse nível:
"Junto con Massera, Videla y Hebe de Bonafini, uno de los personajes más nefastos de las últimas décadas de nuestro país. Sus negociados costaron muchas víctimas inocentes."
"Hoy Argentina es un poquito menos mierda."
"Mucho menos mierda"
"Siempre es triste escuchar que muere alguien pero no se porque en este caso estoy feliz!!!"
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"No, no es lamentable la muerte de todo ser humano. No quieran inventar reglas para la vida. Si un tipo es odiado por 40 millones de personas y nadie lo lamenta, entonces no es lamentable. Punto."
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Wingate