EDSON escreveu: Qua Mar 20, 2019 9:27 am
Derrota total do ISIS na Barranca Leste do Eufrates.
É por causa dessas e de outras imagens estarrecedoras que sou extremamente a favor de nós tomarmos a iniciativa de liderar missões da ONU em países conflagrados onde a miséria do povo e do país são constantemente subjugadas e abatidas por interesses estrangeiros, via de regras das grandes potencias, que não poupam esforços para manter o status quo independente de quantas vidas seja ceifadas, deturpadas e jogadas ao vento.
Um país com todo o potencial brasileiro que poderia estar ajudando e fazendo realmente a diferença em muitos lugares tanto do ponto de vista militar como diplomático, mas não o faz por pura incompetência, é de fazer chorar e dar vergonha a qualquer um que tenha compaixão e humanidade como valores básicos.
Mesmo o Brasil sendo um zero a esquerda em termos militares, ainda assim tropas brasileiras são constantemente chamadas a fazer parte das missões da ONU. Não só porque o brasileiro tem em si essa relação mais humana com o seu próximo, mas sobretudo porque apesar de toda a nossa falta de condições, o profissionalismo e a competência dos militares brasileiros é reconhecido em qualquer lugar deste mundo.
Enfim, missões da ONU são de fato a única fonte de renda e de melhoria efetiva em termos materiais para as ffaa's. E quanto mais complexa a missão, maior a necessidade de modernidade e capacidade em campo das tropas envolvidas. E também maior a responsabilidade dos chefes políticos em prover as condições ideais para a atuação da tropa nacional.
Já tivemos aqui em Manaus a 1a edição de operações conjuntas de logística militar humanitária aplicada. Uma experiência valiosa e importante para calcar as nossas ações também nas missões da ONU. Cito três exemplos práticos onde tal tipo de envolvimento seria extremamente necessário, urgente, e logicamente útil: Sudão, Sudão do Sul e República Democrática do Congo. A RCA também poderia ser objeto dessa forma de atuação nossa. A imensa maioria dos conflitos ao redor do mundo carecem não apenas de tropas de combate, mas sobretudo de tropas que ajudem as populações a conseguir viver com um mínimo de dignidade possível. Nos três primeiros países, uma tropa baseada em um batalhão logístico e/ou de engenharia acompanhado de uma companhia de PE/Inf Gda reforçada seria muito bem vinda. Mais do que dez mil tropas de infantaria.
Alias, eu tenho cá comigo que devemos fazer evoluir o padrão de participação nas missões da ONU de simples batalhões para forças tarefas constituídas a base de varias armas e serviços de acordo com as necessidades do TO em questão.
E o que seria essa força tarefa humanitária? Um tropa baseada em serviços e recursos capaz de oferecer além de segurança, também, e principalmente, transporte, saúde, alimento, abrigo, engenharia e logística. De acordo com o TO, esta FT pode ser nucleada em um batalhão de infantaria, engenharia ou logística. E diria que em certos casos nos três. Devemos pensar nesta FT como uma força do tamanho de uma brigada.
Um bom lugar para testar esse novo conceito seria a Síria. O Iêmen também seria um lugar que com certeza receberia um FT humanitária brasileira. Até mesmo a Ucrânia teria apresenta condições e aspectos de conflito onde essa FT seria muito bem vinda e extremamente necessária.
Já passou mais do que da hora de atuarmos como "anões diplomáticos" como certa vez nos chamaram a atenção. O suficiente para causar chiliques e espasmos pseudo-nacionalistas por aqui, independente de realmente o sermos no que diz respeito as decisões mais importantes a nível mundial.
Essas FT não seriam algo tão caro de manter no exterior, já que sua formação e constituição seria feita em módulos, de acordo com as necessidades e características de cada conflito. E sobretudo, seriam uma forma de dar às ffaa's a modernidade que tanto lhe faz falta no ambiente interno, onde um ar policialesco expande cada vez mais a sua sombra sobre os militares.
Muito dos programas e projetos hoje em desenvolvimento podem conseguir chegar a bom termo se nos envolvermos mais onde não somos chamados, principalmente se a ideia for ser um ponto de inflexão aos interesses das grandes potências.
Quem sabe assim um dia, além de apreciarem o nosso futebol, carnaval e mulheres semi-nuas nas praias, sejam levados a nos respeitar também pelo braço efetivamente forte no campo militar, diplomático e econômico.
abs.