Ucrânia

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Qual esfera de poder deve seguir a Ucrânia?

Rússia
58
46%
União Européia
38
30%
Neutra
29
23%
 
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Re: Ucrânia

#1141 Mensagem por pt » Seg Mar 17, 2014 1:17 pm

LeandroGCard escreveu:OK.

Suponhamos então que se faça um novo referendo totalmente controlado por órgãos internacionais e com as mais profundas e reconhecidas regras democráticas (o Brasil pode até emprestar umas urnas eletrônicas 8-] ). Aí o resultado seria realmente diferente? Ou a coisa ia ficar assim, ao invés de mais de 95% de aprovação para a união com a Rússia o índice iria ficar em pouco menos de 90% ou seja, para qualquer fim prático seria a mesma coisa :wink: ? Afinal, ninguém perguntou aos habitantes da Criméia em 1954 se eles realmente queriam passar a ser ucranianos, a pergunta está sendo feita só agora.
As mais profundas e reconhecidas regras democraticas, implicam que seria necessário que houvesse informação livre antes da votação.

Ainda hoje, a população da Crimeia, afirma às estações internacionais que a Crimeia está a evitar o genocidio dos russos, porque o governo de Kiev afirmou que ou a Crimeia seria da Ucrânia, ou então todos seriam mortos e a Crimeia não seria de ninguém.

Essa é a primeira regra.
Você não pode votar sem que exista garantia de liberdade de expressão.

Depois há uma questão curiosa:
Os russos representam 55% da população. Como a população russa é mais idosa que a tártara e ucrâniana, os russos com mais de 18 anos devem representar até 60% do eleitorado.

Em 1991, aquando do referendo da independência da Ucrânia, embora na Crimeia houvesse na altura pelo menos 58% de russos e 63% de eleitores russos, a votação contra a independência chegou a apenas 42%.
Isto quer dizer, que mesmo entre os russos étnicos da Crimeia, pelo menos um terço deles não queriam fazer parte da Russia, e isto, quantoa URSS ainda estava viva.

Um referendo seria válido numa questão de tão grande importância como a separação de um país, se o número de votos expressos fosse superior a 60% dos eleitores inscritos, ou se a votação a favor da independência fosse igual ou superior a 2/3 dos votos expressos, quando votasse mais de 50% da população.

Estas regras seriam internacionamente dificeis de contestar.
A regra dos 50% +1 não pode ser aplicada em questões desta relevância.

Eu acredito que, sem uma votação na ponta das armas e numa região ocupada, onde os boletins de voto nem sequer eram dobrados (podia-se ver em quem se votava) tudo seria diferente.

Quanto ao voto electrónico, acho que era melhor nem pensar. Numa questão desta importância, o melhor é mesmo o sistema tradicional de voto em papel, como se faz em Portugal.
Cada mesa de voto tem um presidente e delegados de todos os partidos. Quem conta os votos é o pessoal da mesa. Se houver dúvidas chama-se o presidente da junta (equivalente ao distrito no Brasil), se houver dúvida, os votos são colocados num envelope lacrado e enviados para o Tribunal, onde são contados sob a supervisão de um Juiz.

Desta forma evita-se o problema do transporte dos votos para um centro de contagem, porque isso dá azo à possibilidade de fraude.
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Re: Ucrânia

#1142 Mensagem por pt » Seg Mar 17, 2014 1:19 pm

Sanções dos EUA contra 11 cidadãos russos? E da UE contar 21?

Acho que eles não vão responder com nada mais do que sorrisos de escárnio :roll: .

Leandro G. Card
As sanções são de quase nenhuma utilidade.
Trata-se no entanto de uma sanção contra as pessoas responsáveis pelo problema da Crimeia.

O mais significativo, é que são sanções contra pessoas diretamente ligadas a Vladimir Putin.
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Re: Ucrânia

#1143 Mensagem por P44 » Seg Mar 17, 2014 3:05 pm

SEGUNDA-FEIRA, 17-03-2014, ANO 15, N.º 5161

Gorbachev diz que referendo na Crimeia «corrigiu erro» e critica sanções
Por Redação


Mikhail Gorbachev, último presidente da União Soviética, disse apoiar o referendo de domingo na Crimeia, em que a população se manifestou a favor da união com a Rússia, ao considerar que foi assim corrigido um «erro histórico».

«Antes [em 1954] a Crimeia foi incorporada na Ucrânia em conformidade com as leis soviéticas, isto é, segundo as leis do Partido Comunista, sem se consultar a população. Desta vez o povo corrigiu esse erro», disse Gorbachev à agência russa Interfax.

Por esse motivo defendeu que as sanções internacionais devem ser reservadas para questões de facto graves e passar por aprovação da ONU. «Esse ato tem de ser saudado e não devem ser aplicadas sanções. Para imporem sanções devem existir fundamentos muito sérios e essas devem ser legitimadas pela ONU. A vontade do povo da Crimeia e a sua incorporação na Federação russa não se inclui nesses fundamentos», disse.

A península foi cedida à Ucrânia em 1954 pelo então líder soviético Nikita Khrushchev, quando a Ucrânia e a Rússia integravam a URSS.
http://www.abola.pt/mundos/ver.aspx?id=466440
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Re: Ucrânia

#1144 Mensagem por romeo » Seg Mar 17, 2014 3:23 pm

Clermont escreveu:
LeandroGCard escreveu:Sanções dos EUA contra 11 cidadãos russos?
Será que vão incluir a Sharapova nas sanções?

8-]

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Essa vai dar até briga aqui no DB sobre quem vai conceder asilo.
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Re: Ucrânia

#1145 Mensagem por P44 » Seg Mar 17, 2014 4:25 pm

Crimeia pede integração à Rússia; Kiev mobiliza tropas
AFP – 5 horas atrás

Imagem
AFP/AFP - Habitantes da Crimeia comemoram vitória em referendo em Sebastopol

A Crimeia proclamou nesta segunda-feira sua independência da Ucrânia e pediu oficialmente sua integração à Rússia, sem o consentimento da comunidade internacional nem de Kiev, que ordenou a mobilização de suas Forças Armadas.

O Parlamento da Crimeia aprovou por unanimidade a anexação à Rússia e a nacionalização de todos os bens do Estado ucraniano em seu território, depois da vitória esmagadora dos partidários da adesão em um referendo no domingo.

Os países ocidentais, que criticaram a consulta, pretendem adotar sanções contra Moscou. O presidente russo, Vladimir Putin, discursará na terça-feira sobre a Crimeia no Parlamento russo.

A Comissão Eleitoral anunciou o resultado final do referendo, com 96,77% de apoio à integração. Pouco antes, o primeiro-ministro da Crimeia, Serguei Axionov, havia anunciado 96,6% de votos favoráveis.

A participação na consulta foi de 81%, segundo as autoridades locais.

Em uma sessão celebrada durante a manhã, o Parlamento da Crimeia aprovou por unanimidade a independência da península da Ucrânia e sua reunificação com a Rússia, da qual fez parte até 1954.

Os 85 deputados aprovaram também a nacionalização de todos os bens do Estado ucraniano no território, a adoção do rublo como moeda oficial ao lado da grivna e o desmantelamento das unidades militares ucranianas.

"A república da Crimeia pede às Nações Unidas e a todos os países do mundo seu reconhecimento como Estado independente", afirma o texto aprovado pelo Parlamento em Simferopol, capital do território.

"A Crimeia pede à Rússia que a aceite como um de seus membros", completa.

Uma delegação do Parlamento da Crimeia viaja nesta segunda-feira a Moscou, onde o Parlamento russo pretende votar na sexta-feira a integração da península à Federação Russa.

"Voamos para Moscou", anunciou Axionov no Twitter.

A Rússia concedeu uma ajuda de 15 bilhões de rublos para a Crimeia, equivalente a 410 milhões de dólares, anunciou o premier também no Twitter.

- Fuso horário de Moscou -

O documento aprovado pelo Parlamento em Simferopol afirma que as leis ucranianas não são mais aplicadas na Crimeia e que o governo de Kiev já não tem nenhuma autoridade sobre a península.

O presidente do Parlamento da Crimeia, Volodimir Konstantinov, anunciou a dissolução de todas as unidades militares ucranianas com base na península e indicou que os soldados ucranianos leais a Kiev deverão abandonar a península.

O primeiro-ministro da região anunciou uma alteração no fuso horário na península a partir de 30 de março, que passará ao horário de Moscou (GMT+4), duas horas antes da hora de Kiev atualmente em vigor.

Em Kiev, o Parlamento ucraniano aprovou ao mesmo tempo a mobilização parcial das tropas para enfrentar a "ingerência da Rússia nos assuntos internos da Ucrânia", a pedido do presidente interino, Olexander Turchynov.

Os deputados também aprovaram a utilização de 6,9 bilhões de grivnas adicionais (530 milhões de euros) para garantir a capacidade de combate das Forças Armadas.

O ministro ucraniano da Defesa, Igor Teniukh, afirmou que as tropas do país permanecerão na Crimeia.

- Sanções -

Em Bruxelas, os ministros europeus das Relações Exteriores estão dispostos a impor sanções contra autoridades russas e ucranianas pró-Moscou envolvidas na intervenção russa na Crimeia.

A UE considera o referendo "ilegal e ilegítimo" e não reconhece o resultado.

"Estamos procurando enviar a mensagem mais forte possível à Rússia", disse a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton.

http://br.noticias.yahoo.com/ucranianos ... 51419.html
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Re: Ucrânia

#1146 Mensagem por P44 » Seg Mar 17, 2014 4:28 pm

Putin signs decree recognizing Crimea as sovereign state
Reuters
47 minutes ago

MOSCOW (Reuters) - President Vladimir Putin signed a decree on Monday recognizing Crimea as a sovereign state after the Ukrainian region declared itself independent and applied to join Russia following a weekend referendum.

The decree posted on the Kremlin's website appeared to be a first step toward integrating Crimea as a part of the Russian Federation.

The decree, which took effect immediately, says Moscow recognition of Crimea as independent is based on "the will of the people of Crimea".

http://news.yahoo.com/putin-signs-decre ... 40747.html
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Re: Ucrânia

#1147 Mensagem por hades767676 » Seg Mar 17, 2014 4:49 pm

Na Crimeia, China sai ganhando
Geoff Dyer* - Foreign Policy/O Estado de S.Paulo

O termo embaraçoso não chega a descrevê-lo. Toda vez que cobram do governo chinês uma opinião sobre a intervenção russa na Ucrânia, Pequim cai em formulações tortuosas. No dia 2, após tropas russas começarem a se espalhar pela Crimeia, o chanceler chinês observou: "Há uma boa razão para os eventos na Ucrânia terem evoluído para esse ponto". No dia 3, Liu Jieyi, representante permanente da China na ONU, disse: "Há razões para a situação na Ucrânia estar como está". No fim da semana, enquanto o Conselho de Segurança da ONU votava a moção sobre a Ucrânia, o porta-voz da chancelaria chinesa, Qin Gang, declarou: "Há razões para a situação atual na Ucrânia".

Isso está claro, então. Não é difícil compreender por que a China se sente numa saia-justa sobre a Ucrânia. A Rússia respondeu à queda de seu aliado Viktor Yanukovich e ao novo governo pró-Ocidente exercendo controle militar sobre a Crimeia. Um dos princípios da política externa chinesa é a não interferência nos assuntos internos de outros países, o que lhe garante uma barreira contra a intromissão externa em seus próprios assuntos e uma maneira de pairar acima de questões mais problemáticas sem se envolver em disputas políticas confusas ou novas responsabilidades.

A China também é alérgica a movimentos separatistas. Se a Crimeia puder votar pela independência, por que não o Tibete? China e Rússia podem ter se estranhado no final da Guerra Fria - e só terem resolvido suas próprias e tensas questões de fronteiras em 2008 - mas, há muito, as nações concordam na questão da soberania. Na última década, Rússia e China se uniram com frequência na ONU para impedir que intrusos ocidentais se envolvessem em crises internas de países menores.

Nos anos 2000, quando a China defendia o Sudão contra críticas ocidentais sobre Darfur, a Rússia ofereceu cobertura. Nos últimos três anos, a China apoiou a Rússia para impedir que a ONU pressionasse o regime de Bashar Assad, na Síria. Mesmo assim, hoje, o parceiro habitual da China na defesa da inviolabilidade da soberania é o mesmo país cujas tropas estão controlando a Crimeia.

Uma crise prolongada na Ucrânia poderia ser ruim para a economia global, especialmente se houver uma troca de sanções entre Rússia e Ocidente, justamente quando a economia chinesa está desacelerando. Não admira que as respostas da China tenham sido tão tortuosas. Mas, por trás de equívocos e considerações diplomáticas, há várias maneiras pelas quais a crise ucraniana pode favorecer a China.

Aproximação. Para os EUA, um dos grandes riscos de longo prazo é que a Ucrânia acabe aproximando ainda mais de Rússia e China - uma mudança geopolítica que teria impacto duradouro. Sentindo pressão na Ásia nos últimos dois anos, Pequim vem buscando ansiosamente novos apoios políticos.

A primeira viagem ao exterior que o presidente Xi Jinping fez depois de assumir em 2013 foi a Moscou. E, desde que voltou à presidência, há quase dois anos, Vladimir Putin tem se entendido cordialmente com a China - enquanto exibe sua posição anti-Ocidente. Em outubro, os dois países assinaram um grande número de acordos energéticos. Além dos laços comerciais crescentes, as duas nações acreditam que desgastar a base do poder americano serve seus interesses.

Uma das prioridades geopolíticas de longo prazo de Washington deveria ser criar uma barreira entre Moscou e Pequim para impedir relações mais intensas. No entanto, a campanha de Barack Obama para isolar econômica e diplomaticamente a Rússia quase certamente convidaria Putin a buscar apoio político em Pequim. Dmitri Simes, presidente do Center for the National Interest, com sede em Washington, chegou a prever que a crise da Ucrânia poderia levar China e Rússia a firmar um acordo de segurança.

Num nível mais mundano, a crise da Ucrânia significa também que Obama terá quase certamente menos tempo para dedicar ao seu principal objetivo na Ásia - enfrentar a ascensão da China. Após muito estardalhaço no lançamento da estratégia, em 2011, incluindo o anúncio de Obama de que os EUA "estão no Pacífico para ficar", muitas críticas surgem na região, acusando o governo americano de estar distraído pelo incêndio que tenta apagar no Oriente Médio.

O secretário de Estado John Kerry viajou cinco vezes à Ásia desde que assumiu, em fevereiro de 2013, mas fez mais do que o dobro de viagens ao Oriente Médio no mesmo período. O cancelamento da viagem de Obama à Ásia, em outubro, motivada pela paralisação do governo americano, foi um gol contra. Durante meses, os chineses disseram aos seus vizinhos que os duvidosos EUA estavam de novo perdendo o interesse pela região.

Interesses. Nas semanas que antecederam a intervenção russa na Crimeia, Washington tentou fortalecer seu jogo na Ásia antes de um giro de Obama, em abril, por Japão, Coreia do Sul, Malásia e Filipinas. Em fevereiro, Danny Russel, subsecretário de Estado para o Leste da Ásia, disse que a China "havia criado incerteza, insegurança e instabilidade na região" com seu comportamento no Mar do Sul da China.

Se a Rússia anexar a Crimeia e não pagar um alto preço, alguns na China interpretarão isso como um sinal verde para endurecer as pretensões territoriais chinesas. Se Putin pode desafiar o Ocidente, o que impediria a China? Não há nada de inevitável sobre uma aliança sino-russa mais estreita. À medida que a influência chinesa crescer, a Rússia verá Pequim como parceiro, mas também como rival.

A incursão de Putin na Crimeia é movida por seu desejo de proteger a influência russa no oeste, ameaçada pela Europa. No entanto, o presidente russo também pretende manter a influência na Ásia Central, onde a China é uma antiga desafiante. Nos últimos cinco anos, a presença chinesa nessa região aumentou dramaticamente como produto de acordos energéticos enormes e apoio financeiro.

Em visita ao Casaquistão - que também integra a União Eurasiana de Putin -, em setembro, Xi inaugurou um gasoduto de fornecimento para a China, formalizou um investimento chinês de US$ 5 bilhões no projeto e assinou acordos comerciais no valor de US$ 30 bilhões. O flanco sudeste da Rússia é tão vulnerável como o oeste.

A Rússia também se preocupa com a migração chinesa para a Sibéria oriental e as intenções chinesas no norte do Pacífico e no Ártico. Mesmo enquanto Moscou e Pequim estreitavam relações nos dois últimos anos, a Rússia vinha melhorando também seus laços com o Japão - e os dois países vêm mantendo negociações sigilosas sobre ilhas no Oceano Pacífico que Tóquio e Pequim disputam.

As dinâmicas de poder de China e Rússia também são muito diferentes. As ambições da China são de uma grande potência em ascensão. A tomada da Crimeia mostra um líder tentando manter na Ucrânia uma influência que está rapidamente se esvaindo. A última coisa que Putin desejaria é ser o segundo violino de Xi.

No geral, porém, a situação parece promissora para Pequim. Mesmo que o impasse na Ucrânia seja resolvido com relativa rapidez e as relações americanas com a Rússia não se deteriorem por completo, Obama agora gastará muito mais tempo concentrado na Europa, tentando melhorar a relação com a Alemanha e tranquilizando aliados na Europa Oriental que se sentiram negligenciados.

Washington afirmará que vai administrar todas essas questões, mas a atenção de alto nível com a Ásia diminuirá. A política americana para a China sofrerá em razão da Ucrânia - e isso, entre outras coisas, é um ponto positivo para a China, mesmo que não pareça pela maneira como o país se expressa sobre a crise.

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Re: Ucrânia

#1148 Mensagem por DSA » Seg Mar 17, 2014 5:33 pm

Sd Young Guns 2 escreveu:
hades767676 escreveu:Ah, mas no ocidente pode se esperar de tudo... inclusive erros de cálculo grotesco que geram crises como a georgiana e da Ucrânia.


É tinha uma materia escrita por um jornalista inglês, que falava sobre isso... Tava no site da CNN ele falava dos projetos fracassado do USA e UE que não deram certo e foram abandonados. Iraque, Libia, Afeganistão hoje em dia todos eles vivem numa prosperidade e liberdade que nem nos sonho do Democratas!!! Nos Sonhos!
Vou mandar minha sogra pra lá.


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Algum desses estados que falou foi anexado por um potencia estrangeira?
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Re: Ucrânia

#1149 Mensagem por LeandroGCard » Seg Mar 17, 2014 5:47 pm

pt escreveu:Depois há uma questão curiosa:
Os russos representam 55% da população. Como a população russa é mais idosa que a tártara e ucrâniana, os russos com mais de 18 anos devem representar até 60% do eleitorado.

Em 1991, aquando do referendo da independência da Ucrânia, embora na Crimeia houvesse na altura pelo menos 58% de russos e 63% de eleitores russos, a votação contra a independência chegou a apenas 42%.
Isto quer dizer, que mesmo entre os russos étnicos da Crimeia, pelo menos um terço deles não queriam fazer parte da Russia, e isto, quantoa URSS ainda estava viva.

Um referendo seria válido numa questão de tão grande importância como a separação de um país, se o número de votos expressos fosse superior a 60% dos eleitores inscritos, ou se a votação a favor da independência fosse igual ou superior a 2/3 dos votos expressos, quando votasse mais de 50% da população.

Estas regras seriam internacionamente dificeis de contestar.
A regra dos 50% +1 não pode ser aplicada em questões desta relevância.

Eu acredito que, sem uma votação na ponta das armas e numa região ocupada, onde os boletins de voto nem sequer eram dobrados (podia-se ver em quem se votava) tudo seria diferente.
Os votos pela independência da Ucrânia foram quando a URSS estava se esfacelando sob o governo de um bêbado inconsequente, e no ocidente já se anunciava o fim da história com a vitória do capitalismo como forma final de organização da sociedade humana.

De lá para cá tivemos o acirramento das desigualdades até dentro dos países desenvolvidos, a crise de 2008 que não acabou até hoje e todos puderam acompanhar o tratamento que a UE dá às "raças inferiores". Dentro da própria Ucrânia se está enfrentando uma aguda crise econômica, as divergências entre a população do sul-leste e do oeste estão no auge e nem a lei impera mais, com um governo não-eleito tendo proibido o uso da própria língua falada pelas pessoas "do outro lado". Com tudo isso é realmente muito difícil imaginar que quaisquer eventuais mudanças nas regras do referendo fossem levar a resultados significativamente diferentes do que se viu. O resto é apenas apelo inconformado a um legalismo que já ninguém mais respeita faz tempo, sendo os ocidentais os primeiros a dar o exemplo.

Trata-se no entanto de uma sanção contra as pessoas responsáveis pelo problema da Crimeia.

O mais significativo, é que são sanções contra pessoas diretamente ligadas a Vladimir Putin.
É, estas pessoas devem estar mesmo perdendo o sono e arrancando os cabelos... :roll: .


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Re: Ucrânia

#1150 Mensagem por LeandroGCard » Seg Mar 17, 2014 5:49 pm

DSA escreveu:Algum desses estados que falou foi anexado por um potencia estrangeira?
Não me diga que os EUA e UE queriam anexar esses Estados....
A criméia ERA Rússia até 1954. Quem havia anexado quem?


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Re: Ucrânia

#1151 Mensagem por Mazocam » Seg Mar 17, 2014 5:49 pm

DSA escreveu:
Sd Young Guns 2 escreveu:

É tinha uma materia escrita por um jornalista inglês, que falava sobre isso... Tava no site da CNN ele falava dos projetos fracassado do USA e UE que não deram certo e foram abandonados. Iraque, Libia, Afeganistão hoje em dia todos eles vivem numa prosperidade e liberdade que nem nos sonho do Democratas!!! Nos Sonhos!
Vou mandar minha sogra pra lá.


Amo ela :mrgreen: [003]
Algum desses estados que falou foi anexado por um potencia estrangeira?
Não me diga que os EUA e UE queriam anexar esses Estados....
Anexar não, mas previa a sua dominação, tanto política como econômica. Só que...
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Re: Ucrânia

#1152 Mensagem por P44 » Seg Mar 17, 2014 6:31 pm

LeandroGCard escreveu:
DSA escreveu:Algum desses estados que falou foi anexado por um potencia estrangeira?
Não me diga que os EUA e UE queriam anexar esses Estados....
A criméia ERA Rússia até 1954. Quem havia anexado quem?


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Re: Ucrânia

#1153 Mensagem por P44 » Seg Mar 17, 2014 6:33 pm

huoh...

França não descarta anular venda de navios de guerra à Rússia

AFP - Agence France-Presse

Publicação: 17/03/2014 18:06 Atualização: 17/03/2014 18:09


A França não descarta cancelar a venda de dois navios de guerra Mistral à Rússia "se Putin continuar fazendo o que faz" na Ucrânia, declarou nesta segunda-feira o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius.

Essa venda "faz parte da terceira rodada de sanções. Por enquanto, estamos na segunda", acrescentou o chanceler francês.

Se a venda for cancelada, a França pedirá aos outros países que adotem sanções equivalentes, disse Fabius.

"Pediremos aos outros, acredito que em particular aos britânicos, que façam algo equivalente com os bens de autoridades russas em Londres. As sanções devem atingir todos", disse Fabius, que reconheceu que a anulação do contrato para a venda dos navios também seria negativa para a França.

Em 2011, a França assinou com Moscou um contrato para a venda de dois navios da classe Mistral por um valor superior a 1 bilhão de dólares.

http://www.diariodepernambuco.com.br/ap ... ssia.shtml
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Re: Ucrânia

#1154 Mensagem por hades767676 » Seg Mar 17, 2014 6:50 pm

P44 escreveu:huoh...

França não descarta anular venda de navios de guerra à Rússia

AFP - Agence France-Presse

Publicação: 17/03/2014 18:06 Atualização: 17/03/2014 18:09


A França não descarta cancelar a venda de dois navios de guerra Mistral à Rússia "se Putin continuar fazendo o que faz" na Ucrânia, declarou nesta segunda-feira o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius.

Essa venda "faz parte da terceira rodada de sanções. Por enquanto, estamos na segunda", acrescentou o chanceler francês.

Se a venda for cancelada, a França pedirá aos outros países que adotem sanções equivalentes, disse Fabius.

"Pediremos aos outros, acredito que em particular aos britânicos, que façam algo equivalente com os bens de autoridades russas em Londres. As sanções devem atingir todos", disse Fabius, que reconheceu que a anulação do contrato para a venda dos navios também seria negativa para a França.

Em 2011, a França assinou com Moscou um contrato para a venda de dois navios da classe Mistral por um valor superior a 1 bilhão de dólares.

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É o sonho dos estaleiros russos, porém está claro que os franceses não farão isso.
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Re: Ucrânia

#1155 Mensagem por suntsé » Seg Mar 17, 2014 7:04 pm

hades767676 escreveu:
P44 escreveu:huoh...

França não descarta anular venda de navios de guerra à Rússia

AFP - Agence France-Presse

Publicação: 17/03/2014 18:06 Atualização: 17/03/2014 18:09


A França não descarta cancelar a venda de dois navios de guerra Mistral à Rússia "se Putin continuar fazendo o que faz" na Ucrânia, declarou nesta segunda-feira o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius.

Essa venda "faz parte da terceira rodada de sanções. Por enquanto, estamos na segunda", acrescentou o chanceler francês.

Se a venda for cancelada, a França pedirá aos outros países que adotem sanções equivalentes, disse Fabius.

"Pediremos aos outros, acredito que em particular aos britânicos, que façam algo equivalente com os bens de autoridades russas em Londres. As sanções devem atingir todos", disse Fabius, que reconheceu que a anulação do contrato para a venda dos navios também seria negativa para a França.

Em 2011, a França assinou com Moscou um contrato para a venda de dois navios da classe Mistral por um valor superior a 1 bilhão de dólares.

http://www.diariodepernambuco.com.br/ap ... ssia.shtml
É o sonho dos estaleiros russos, porém está claro que os franceses não farão isso.
A industria de defesa deles não vai bem das pernas, se começarem a recusar clientes então...
Trancado