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Defesa brasileira bate recorde em exportações, apesar de ser 'ignorada' pelo Estado, notam analistas

https://noticiabrasil.net.br/20241112/d ... 17518.html

A vida como ela é.

J.Ricardo escreveu: Seg Dez 16, 2024 3:01 pm Por isso cada vez mais me convenço que quem deveria comandar os militares seria um civil e a frente de um Ministério da Defesa que fosse superior aos militares.

O MD foi criado para mandar em nada e ninguém, muito menos nos militares, que nunca aceitaram de fato a sua existência, e menos ainda seu comando\gestão sobre eles. É apenas mais uma tentativa do coronelismo político tupiniquim demonstrar alguma dominância sobre o estamento militar, como já fazem com PM e PC da vida nos estados, a fim de submetê-los às suas próprias demandas e interesses. E sim, também para distanciá-los o mais que possível dos assuntos castrenses pertinentes. Só acredita que o MD brasileiro tem serventia concreta para a defesa nacional quem quer, ou gosta de se enganar.

No caso, sem um ministro que realmente entenda, e até goste, do assunto Defesa Nacional, o que não seria difícil de encontrar no meio industrial, e até acadêmico brasileiro, não se espere nada de prático vindo do MD. Até porque ele não tem essa capacidade e\ou condições para isso. Todos os titulares da pasta que foram colocados lá nos últimos 25 anos a fim de ser meros testas de ferro dos respectivos governos e "manter os militares sobre controle", e só.

A mim me parece uma ideia bem interessante que abaixo do ministro da defesa fosse criada a figura de um secretário para cada força armada, como é nos USA, onde os cmtes militares tratam apenas e tão somente de questões formais burocráticas e operacionais de suas respectivas forças. Nada além. Estes secretários é que ditariam a gestão das forças no que diz respeito à orçamento, planejamento, pessoal, material, aquisições e outras questões que um civil bem formado e informado consegue realizar sem maiores problemas. Aos militares caberia o assessoramento técnico dos secretários e do ministro da defesa. E para por aí.

O MD precisa também de algo como uma FMV da vida, como existe na Suécia, e outros países europeus, que centralize o planejamento e gestão material, PDI e C&T das forças, dando aos militares a tarefa de indicar suas demandas, e assessorar o desenvolvimento e\ou aquisição do que for determinado pelo MD, e não por eles.

Mas imagina se existe político nesse país com culhão para algo assim. Nem f... do compram uma briga dessa.

Para quê, se está todo mundo feliz com suas missões subsidiárias e polpudos soldos garantidos no final do mês?

Múcio indica interesse em deixar o Ministério da Defesa e Alckmin é cotado para assumir o cargo
Lula deve decidir sobre mudanças no próximo mês

https://www.band.uol.com.br/noticias/jo ... 2412202017

E quando a gente pensa que não pode ser pior.

Uma notícia interessante que saiu hoje na FSP:

O MD espera para logo (provavelmente para a LOA 2025) que o orçamento para o Programa Calha Norte que não custeia e nem investe nas FFAA na região Norte seja repassado para outro ministério ( o da Cidades). Isso foi uma iniciativa do MD porque "mascara", inflando o orçamento da pasta cujo valor maciçamente vai pavimentação, costrução de escolas, rede de esgoto, enfim nada a ver com atividades militares. Segundo a reportagem, nos últimos anos foram destinados R$3 bilhões para o Calha Norte mas para quase tudo para ser realizado em proveito dos civis.

Talvez na FAB e na MB tenha casos semelhantes. Se tiver, é bom tirar para tornar mais evidente o investimento menor ainda em Defesa que temos.

Para a.MB e.FAB eu fui até excessivamente cauteloso ao escrever que "provavelmente".deve ocorrer o mesmo.
Tem isso e não deve se pouco. Quando algum ministério precisar dos.servicos das FFAA, que saia o recurso do ministério para pagamento pelos serviços prestados. E não que.entre no.Orcamento do MD para.o.ano.

O MD gasta tanto dinheiro do próprio orçamento com as "obrigatórias" missões subsidiárias que faz para dezenas de órgãos dos governos federal, estadual e municipal, que nem cobrar para receber o que gasta fazendo o serviço alheio ele cobra. E quando o faz, ainda tem que aturar repostas do tipo "não fez mais que a obrigação".

E o que sobra para as operações primárias é tão pouco que não dá sequer para chegar no fim de cada ano. Isso sem contar os famigerados e anuais cortes e retenções de verba do orçamento.

A MB tem quase tantos navios hospitais na região norte quanto navios patrulha. E a contagem só aumenta.

E a FAB é basicamente o taxi aéreo de grátis da região. Sem os ETA, muita gente se ferra bonito por aqui nos interiores da vida, onde o Estado não quer se dar o trabalho de chegar. E quem não gostar que se f...

O Zé Múcio está hoje no Roda Viva:

A matéria revela apenas o que já se sabe nos círculos da defesa nacional, entre civis e militares: não estamos nem aí para isso, nnca estivemos, e temos pouca ou nenhuma expertise no setor capaz de oferecer alguma noção concreta da realidade que nos acerca mundo afora.

E pouco ou nenhum valor o tema defesa nacional tem na agenda política e social do país. A não ser que alguém venha e, inopinadamente, jogue merda no nosso ventilador. Aí vai ser o cada um por si e Deus por nós todos de praxe.

Como eu costumo dizer, Defesa é um negócio caro, e só tem que quer, e quem pode.

https://www.estadao.com.br/politica/cre ... -pesquisa/

De novo. A tem que saber se confiam nas ffaa's para o quê especificamente, senão a pergunta solta assim desse jeito dá a entender que todos os entrevistados devem saber alguma coisa, por mínima que seja, sobre a existência e os porquês de o país manter forças militares.
Em um país de analfabetos, e agora escorchado por rivalidades e oposições político-ideológicas ferrenhas e ignorantes, fica fácil saber a resposta de antemão, a depender aonde foram feitas estas entrevistas.
Obviamente que quem pagou pela pesquisa já esperava de certa forma as respostas que seriam obtidas da forma como foi proposta a mesma.
Pagando, qualquer um obtem as respostas que quer neste país.

https://www.estadao.com.br/opiniao/a-ne ... em-defesa/

O Estado de S. Paulo

A necessidade de investir em Defesa

Os gastos com Defesa no Brasil são disfuncionais e se contraem há décadas. O País é pacífico, mas, se quiser se manter independente num mundo mais perigoso, precisará se armar melhor

25/02/2025

Segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, os gastos militares no mundo aumentaram 7,4% em 2024, atingindo um recorde de US$ 2,46 trilhões. É o reflexo de um cenário geopolítico marcado por incertezas: a truculência russa; a agressividade chinesa; as ameaças dos EUA à sustentação do multilateralismo e da aliança transatlântica; a volatilidade no Oriente Médio; os conflitos na África e na Ásia; a proliferação de antigas tecnologias, como armas nucleares, e o avanço de novas, como a inteligência artificial. Os gastos crescem há pelo menos dez anos, mas nos últimos três o aumento foi exponencial: 3,5% em 2022 e 6,5% em 2023. Na proporção do Produto Interno Bruto (PIB) global, aumentaram de 1,59% em 2022 para 1,94% em 2024.

O Brasil está na contramão. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) preconiza um gasto mínimo com defesa de 2% do PIB. Mas nos últimos 30 anos os gastos brasileiros caíram de 1,8% para quase 1,1%. Além da defasagem quantitativa há disfunções qualitativas. Entre os 29 países da Otan, só 9 gastam mais de 50% com pessoal e só 3 gastam menos de 20% com investimentos. No Brasil, cerca de 85% do orçamento de Defesa se destina a pagamento de pessoal e pouco mais de 6% a investimentos. Do pouco que se investe, a maior parte é alocada na manutenção de uma estrutura defasada e só uma parcela marginal em novas tecnologias.

Os problemas orçamentários refletem uma carência de ideias. O último conflito em que o País foi protagonista foi há mais de 150 anos, no Paraguai. As fronteiras foram consolidadas há mais de cem anos pela diplomacia. A América do Sul está distante das zonas de choque militar. Tudo isso explica, mas não justifica, a defasagem de uma cultura de defesa.

Fatores como esses deveriam ser, em tese, ativos, mas transformaram-se, na prática, em passivos, pela complacência com uma estratégia de defesa em um mundo cada vez mais perigoso. Agora mesmo, um país vizinho, a Venezuela, nutre ambições de ocupar territórios de outro, a Guiana, ao lado da Margem Equatorial brasileira, que, tudo indica, contém imensas reservas de petróleo. Uma ocupação estrangeira da Amazônia é uma hipótese surreal, mas há algumas semanas também o era a anexação do Canal do Panamá ou da Groenlândia. Esses riscos reais, mas relativamente remotos para a soberania nacional, convivem com outros prementes, como a expansão do narcotráfico e ameaças cibernéticas.

Na fronteira cibernética, assim como na nuclear e espacial, as defesas brasileiras estão fossilizadas. Ao contrário das cadeias de valor em geral, na defesa a autossuficiência é uma prioridade estratégica, mas a base industrial nacional é pequena e dependente de importações. O governo anunciou R$ 112,9 bilhões em investimentos na indústria de defesa até 2026 (R$ 80 bilhões dos cofres públicos e o resto da iniciativa privada). É um alento, mas insuficiente, mesmo na hipótese remota de esses recursos saírem do papel.

Estratégias de defesa exigem investimentos pesados e planejamento de longo prazo. A indústria nacional de defesa poderia atrair investimentos privados e exportar armamentos de complexidade média, gerando empregos e divisas. Mas isso exigiria mais segurança jurídica e relações diplomáticas menos erráticas. De todo modo, na Defesa o investimento estatal sempre será crucial. Uma condição para sustentar uma estratégia nacional seria criar regras orçamentárias plurianuais blindando políticas de Estado das oscilações dos governos de turno.

Na falta dessas regras, os recursos militares são sempre os primeiros a serem sacrificados nos contingenciamentos orçamentários. Reflexo disso são as defasagens nas compras de caças ou de tecnologias para submarinos. Após uma longa licitação do Exército, a compra de blindados de uma empresa israelense foi obliterada por razões puramente ideológicas do governo. Em 2025, os investimentos em Defesa devem cair 1%.

Num mundo em que impera cada vez mais a lei do mais forte, o Brasil ainda é uma potência regional média. Mas se não repensar rapidamente sua estratégia de defesa, pode se ver reduzido antes cedo do que tarde à mais humilhante (e custosa) impotência.

Quantas vezes nós vamos chover no molhado
Para este jornal, e outros, falar em defesa, ou dindin do marketing governamental acabou, ou está muito limitado para ser mantido.
No mais, nada do que tem aí é novidade, ao menos por aqui no FDB. Estamos todos cansados de tudo isso, e isto está expresso na falta de debates e de novidades críveis em relação à forma como o tema é tratado, ou destratado, pela maioria.
Enfim, quando a desgraça bater à nossa porta, de novo, veremos o que acontece, além de sermos pegos com as calças nas mãos, como de praxe.