CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Enlil
Sênior
Sênior
Mensagens: 8577
Registrado em: Seg Ago 18, 2008 1:23 am
Agradeceu: 7 vezes
Agradeceram: 28 vezes

Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#1111 Mensagem por Enlil » Sáb Mar 21, 2009 10:30 am

cabeça de martelo escreveu:Ah, só uma coisa, postar as MESMAS noticias, baseadas nas MESMAS fontes não te levam a lado nenhum. Se na tua opinião achas que não é possivel uma investigação como deve de ser, então apresenta uma solução.

Dizer mal é fácil, pedir a cabeça de pessoas sem ter havido sequer uma investigação é fácil, apresentar soluções crediveis já é um pouco mais dificil, não é?!
APRESENTE SUAS FONTES!!!!!!!! Argumente ou vá [104]. Chega de manobras evasivas, de saídas pela tangente. Não estou negando o terrorismo árabe, q tu apresenta sempre quanto o TERRORISMO do ESTADO de ISRAEL está inegavelmente em evidência.

Vai ficar sozinho [026] defendendo Israel? Arranje mais uns tendenciosos pra te ajudar, tu já está me dando [104] e também estou cansado de :lol: dos teus argumentos tão consistentes quanto poeira...

Como diria o Capitão Nascimento: PEDE PRA SAIR [018]




Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 41775
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceu: 1264 vezes
Agradeceram: 3274 vezes

Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#1112 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Mar 21, 2009 11:22 am

nukualofa77 escreveu:
cabeça de martelo escreveu:Ah, só uma coisa, postar as MESMAS noticias, baseadas nas MESMAS fontes não te levam a lado nenhum. Se na tua opinião achas que não é possivel uma investigação como deve de ser, então apresenta uma solução.

Dizer mal é fácil, pedir a cabeça de pessoas sem ter havido sequer uma investigação é fácil, apresentar soluções crediveis já é um pouco mais dificil, não é?!
APRESENTE SUAS FONTES!!!!!!!! Argumente ou vá [104]. Chega de manobras evasivas, de saídas pela tangente. Não estou negando o terrorismo árabe, q tu apresenta sempre quanto o TERRORISMO do ESTADO de ISRAEL está inegavelmente em evidência.

Vai ficar sozinho [026] defendendo Israel? Arranje mais uns tendenciosos pra te ajudar, tu já está me dando [104] e também estou cansado de :lol: dos teus argumentos tão consistentes quanto poeira...

Como diria o Capitão Nascimento: PEDE PRA SAIR [018]
1 - O Capitão Nascimento é um mariconço que gosta de ser atirado à parede por um negão chamado Carlão...

2 - Eu não faço manobras evasivas, eu dou dados concretos, coloco as minhas opiniões em preto e branco, quem fica a sair pela tangente és tu.

3 - Também não estou a ver muitas pessoas desse lado. Eu fico do lado de um país democrático...tu ficas ao lado de organizações que fizeram coisas tão boas como:

- 11 de setembro;
- 11 de de março;
- etc.

Já coloquei dois textos de um militar Israelita que tu não aceitas, mas aceitas textos de militares Israelitas que dizem que houve massacres;

Já coloquei aqui inúmeros videos e fotos onde se mostra o Hamas a escondrem-se atrás de "civis" (na verdade eram crianças), em que fugiam de um local em ambulâncias do Crescente vermelho, onde eles guardavam explosivos e armamento diverso em mesquitas e escolas, etc.

O mais engraçado disto tudo, é que quando foi a operação própriamente dita, houve acusações de que tropas Israelitas tinham bombardeado uma escola da ONU, à umas semanas houve um desmentido da própria ONU, os morteiros tinham caido não na escola, mas sim na rua da escola onde estavam elementos do Hamas.

Não coloco smileys, coloco FACTOS.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 41775
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceu: 1264 vezes
Agradeceram: 3274 vezes

Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#1113 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Mar 21, 2009 12:15 pm

Witness: squad commander A.
Participants: A gunner that was stationed on the family's roof top.
Killed/wounded: A woman and 2 children.
Description: A family was told to leave its home that soldiers occupied from a platoon that the witness isn't part of. Platoon commander asked the family to leave and turn right, they misunderstood and turned left. The gunner didn't know that the family is coming to the closed area and he was told to fire at anyone that enters it. The gunner shot and killed the civilians.
Moral problem: Shooting innocents.
Doubts and points:
1. The story isn't from the soldier's platoon but "after we left the house a second platoon took over it" and it's a hearing testimony at best.
2. The gunner shot due to misunderstanding - the civilians entered an area he was told is closed and the only entrance allowed into it will be authorized by the commander and forwarded to him.
3. Gunner was following orders. The orders didn't fit the case but weren't immoral or malicious.

Witness: squad commander B.
Participants: Company commander responsible for 100 soldiers and snipers.
Killed/wounded: Unkown, possible that a woman was wounded or killed and possible that nothing happened.
Description: A woman was seen in a large distance from the soldiers. The commander and snipers went to a roof top and shot at her.
Moral problem: Shooting on a possibly non armed target, "blood thirst".
Doubts and points: Another hearing testimony that didn't occur at the witness unit.

Witness: squad commander B.
Participants: Not mentioned and doubtful if any.
Killed/wounded: Not mentioned and doubtful if any. There's a subjective description
Description: The soldiers were told in the briefing to fire at everyone.
Moral problem: Legitimizing firing indiscriminately.
Doubts and points: There's a reason for "a lot of fire", "so that we don't get wounded and won't be fired upon". Not clear if such an order was given.

Witness: squad commander B.
Participants: Not mentioned and doubtful if any.
Killed/wounded: Not mentioned and doubtful if any. A subjective description of soldiers' will.
Description: The witness soldiers didn't understand why they can't destroy property that belongs to Gazans. No vandalism is described. Possible vandalism: Breaking doors, a picture and writings on walls.
Moral problem: Vandalism is legitimate in the soldiers' POV.
Doubts and points: Not clear is any vandalism occured.

Witness: An officer from a combat unit that didn't enter the strip.
Participants: The patrol he commanded and mostly the observation soldiers, the officer and the marksman.
Killed/wounded: Non.
Description: When the fighting was over the officer and his patrol were called after two suspicious figures were identified. The officer and marksman identified an old man. They shot a single bullet in the air.
Moral problem: Officer didn't follow orders.
Doubts and points: How can the officer know the profession and exact age of the person he saw.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Enlil
Sênior
Sênior
Mensagens: 8577
Registrado em: Seg Ago 18, 2008 1:23 am
Agradeceu: 7 vezes
Agradeceram: 28 vezes

Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#1114 Mensagem por Enlil » Sáb Mar 21, 2009 12:54 pm

cabeça de martelo escreveu:
nukualofa77 escreveu: APRESENTE SUAS FONTES!!!!!!!! Argumente ou vá [104]. Chega de manobras evasivas, de saídas pela tangente. Não estou negando o terrorismo árabe, q tu apresenta sempre quanto o TERRORISMO do ESTADO de ISRAEL está inegavelmente em evidência.

Vai ficar sozinho [026] defendendo Israel? Arranje mais uns tendenciosos pra te ajudar, tu já está me dando [104] e também estou cansado de :lol: dos teus argumentos tão consistentes quanto poeira...

Como diria o Capitão Nascimento: PEDE PRA SAIR [018]
1 - O Capitão Nascimento é um mariconço que gosta de ser atirado à parede por um negão chamado Carlão...
Hum, como tu é bem informado...
2 - Eu não faço manobras evasivas, eu dou dados concretos, coloco as minhas opiniões em preto e branco, quem fica a sair pela tangente és tu.
Tem certeza? Quais são seus dados concretos? Os oficiais do governo Israelense e da IDF? Aliás acho q tu é um cabeça de martelo de concreto...

3 - Também não estou a ver muitas pessoas desse lado. Eu fico do lado de um país democrático...tu ficas ao lado de organizações que fizeram coisas tão boas como:

- 11 de setembro;
- 11 de de março;
- etc.
Tangente!!! Eu estou do lado de organizações terroristas? Só estou aqui para te mostrar q Israel é tão terrorista com os civis palestinos quanto o Hamas o é com os israelenses... Mas...

Já coloquei dois textos de um militar Israelita que tu não aceitas, mas aceitas textos de militares Israelitas que dizem que houve massacres;

FONTES???? Coloque o link de suas FONTES, como SEMPRE FAÇO!!!!
Já coloquei aqui inúmeros videos e fotos onde se mostra o Hamas a escondrem-se atrás de "civis" (na verdade eram crianças), em que fugiam de um local em ambulâncias do Crescente vermelho, onde eles guardavam explosivos e armamento diverso em mesquitas e escolas, etc.

Tangente!!!!! Israel também borbardeou ambulâncias no Líbano com a mesma desculpa. E por acaso estou negando negando q isso possa acontecer? Agora tu nega veementemente os assassinatos de civis e vandalismos da IDF... Por acaso tu é um luso-israelense? Ou é só da "direita católica européia", como tu mesmo disse?...


O mais engraçado disto tudo, é que quando foi a operação própriamente dita, houve acusações de que tropas Israelitas tinham bombardeado uma escola da ONU, à umas semanas houve um desmentido da própria ONU, os morteiros tinham caido não na escola, mas sim na rua da escola onde estavam elementos do Hamas.

Caso isolado. E todos os outros, bombardeio de hospitais, escritórios, depósitos da ONU e etc, foram desmentidos por acaso? Até a comida e os remédios mandados pelo Brasil queimaram. Isso foi ficção por acaso?

Não coloco smileys, coloco FACTOS.
Fatos q só governo israelense, a IDF e tu defendem com tanto ardor. Já q é católico pede para o Bento XVI canonizar o governo israelense e a IDF....




Avatar do usuário
usskelvin
Sênior
Sênior
Mensagens: 737
Registrado em: Sáb Dez 27, 2008 6:25 pm

Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#1115 Mensagem por usskelvin » Sáb Mar 21, 2009 5:26 pm

procure no you tube e vai ver varios videos mostrando os grandes guerreiros , disparando morteiros de escolas e após fugirem, claro, eles deixaram os morteiros dentro da escola, não se faça de tolo, se Israel tivesse a inteção de massacrar ou praticar terrorismo com aquele povo, ao final de alguns dias de conflito, teriamos muito mas muito mais mortos do que existiram após um mÊs de conflito, qualquer um sabe disso, o que vc faz seria o mesmo que dizer que os aliados praticava terrorismo contra os cidadãos alemães ao bombardear os nazistas.

Ora, o depoimento de um Judeu pra ti, só vale se for contra Israel, o depoimento de um arabe ou de um palestino pra ti não vale se for em favor de Israel; a guerra é uma coisa suja, e Israel esta em guerra não pode aceitar que seus cidadãos sejam atingidos por misseís disparado com o unico objetivo de atingir civis, Israel sabe que não pode ficar sem atingir civis, mas procura atingir o minímo, é por isso que não se pode comparar Hamas as forças Israelenses, vc como historiador sabe disso, pare de florear.

Grande abraço.


obs: Cabeça de Martelo, vc não esta sozinho, mas penso que os melhores tem que ficar nas suas melhores areas.




Vamo la moderação, continuamos confiando na sua imparcialidade.
Enlil
Sênior
Sênior
Mensagens: 8577
Registrado em: Seg Ago 18, 2008 1:23 am
Agradeceu: 7 vezes
Agradeceram: 28 vezes

Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#1116 Mensagem por Enlil » Sáb Mar 21, 2009 7:16 pm

???!!!"USS", seus argumentos são tão ridículos q é até preferível perder tempo com o Cabeça de Martelo... Vá ler as páginas anteriores e ver q não se nega o terrorismo palestino e se intere do sentido da conversa e do irrredutível NEGACIONISMO do terrorismo do Estado israelense com os civis palestinos. Teus argumentos parecem uma "cópia falsificada" do primeiro q se aperta e saia pela tangente: NEGA um lado e ENFATIZA o outro.

Apresentem suas fontes (impressas e links) de informação antes de escrever suas tolices...

Poupe-me...




Avatar do usuário
soultrain
Sênior
Sênior
Mensagens: 12154
Registrado em: Dom Jun 19, 2005 7:39 pm
Localização: Almada- Portugal

Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#1117 Mensagem por soultrain » Sáb Mar 21, 2009 8:40 pm

In Le Monde Diplomatic

Dossiê / Gaza
A proliferação do ódio
A guerra em Gaza modificou profundamente a situação na região, só que não no sentido desejado pelos dirigentes israelenses: ela apenas confirmou a marginalização da Autoridade Palestina e favoreceu a consolidação de uma frente de resistência reunida em torno do Qatar e da Síria
Alain Gresh

"Esses militares até hoje vivem no tempo da guerra de Independência [1948] ou da campanha do Sinai [1956]. Com eles, tudo se resume a movimentar tanques, controlar territórios e conquistar determinado lugar.

Mas todas essas coisas não têm valor algum. A guerra do Líbano [2006] ficará na história como a primeira durante a qual o comando militar compreendeu que a guerra clássica havia se tornado obsoleta [1].”

Essa declaração, de setembro de 2008, não é de autoria de nenhum pacifista israelense, mas sim de Ehoud Olmert. Seria preciso recorrer a um excelente psicanalista, tal como Jacques Lacan, para decifrar o subconsciente desse primeiro-ministro de Israel que já havia desencadeado uma guerra catastrófica no Líbano em 2006 e agora repete o feito em Gaza, muito embora ele tivesse alegado que seu país precisa se livrar da concepção mesquinha da segurança.

Com certeza, Olmert partilha com a maior parte dos dirigentes israelenses o seguinte pensamento, exposto com muita franqueza em 2002 pelo então chefe do Estado-Maior, o general Moshe Ayalon: “É preciso fazer com que os palestinos compreendam, nas profundezas mais remotas da sua consciência, que eles são um povo derrotado [2]”. Assim como costumam fazer sempre que uma nova guerra é deflagrada, esses dirigentes entoam o mesmo refrão: os árabes nada compreendem a não ser a força. Vamos lhes dar uma “boa lição” e, com isso, a paz será finalmente possível. “Nós iremos manter sempre o dedo grudado no gatilho [3]”, proclamou Tzipi Livni, a ministra israelense das relações exteriores.

Provisoriamente, os canhões se calaram em 18 de janeiro. O governo israelense queria que seu exército evacuasse Gaza antes que Barack Obama assumisse suas funções. E o Hamas deu uma semana a Israel para este retirar seus soldados e reabrir os pontos de passagem na fronteira. Muito além de todas as infraestruturas vitais que foram destruídas deliberadamente – dos ministérios aos quartéis de bombeiros, passando pelas sedes do Parlamento e da universidade –, o preço pago pela população foi retratado pela televisão no mundo inteiro. A gravidade dos crimes cometidos talvez conduza, um dia, os dirigentes israelenses a responder por eles perante um tribunal internacional. Mas, deixando de lado toda apreciação moral, vale indagar agora qual paisagem política local e regional se desenhará depois da batalha.

O objetivo prioritário do governo de Israel era enfraquecer o Hamas de maneira duradoura nos planos militar e político – hoje o país afirma ter alcançado essa meta e ter ministrado aos “terroristas” uma “boa correção”. Esse resultado terá sido tão evidente assim? A tática, que consistiu em efetuar bombardeios maciços e evitar combates diretos (a terceira fase da operação, que não chegou a ser implementada, incluía a invasão das áreas centrais das cidades pelos soldados da infantaria), limitou as perdas do exército, mas não permitiu a aniquilação do núcleo militar do Hamas, integrado por um contingente de 3 mil a 5 mil combatentes aguerridos. Assim como o Hezbollah em 2006, a organização mostrou-se capaz, até o último momento, de atirar foguetes.

Governo de união nacional
Deixando de lado todas as críticas que chegaram a ser proferidas em relação à estratégia da organização islâmica, inclusive a respeito dos tiros contra os civis, a imensa maioria da população palestina acusa o governo israelense de ser o responsável pelas destruições. “As pessoas estão iradas. Em muitos anos, nunca o ódio para com Israel esteve tão intenso. Todos dão risadas com escárnio quando Israel afirma que aquela era uma guerra contra o Hamas, não contra os civis [4]”, relatou Elena Qleibo, uma antiga embaixadora da Costa Rica em Israel, que presenciou o conflito na qualidade de trabalhadora humanitária em Gaza.

Os palestinos também criticam a Autoridade Palestina por sua passividade durante a guerra. O Fatah, que já estava esfacelado, viu sua crise interna aprofundar-se. Fragilizado e marginalizado, o presidente Mahmud Abbas foi obrigado a fazer apelos em favor da criação de um governo de união nacional. Nos próximos dias, ou Gaza permanecerá sob o controle do Hamas, ou será governada por uma Autoridade Nacional na qual o Hamas exercerá papel central. Terá sido esse o objetivo de Israel?

Na próxima etapa, a principal questão em jogo será a reconstrução de Gaza, sobre a qual o governo israelense pretende manter um controle estreito. Os dirigentes do país afirmam que nenhum projeto será aceito, e nenhum dólar entrará em Gaza, sem sua permissão. Eles ainda acrescentam que é preciso evitar que o Hamas possa ser beneficiado com essa ajuda. Em relação a esse ponto, Israel obteve o apoio da comissária para as relações exteriores da União Europeia, Benita ferrero-Waldner [5]. Mas, uma vez que não existe nenhuma outra autoridade em Gaza, a reconstrução corre o risco de limitar-se à ajuda humanitária. Todas as condições para uma nova onda de ataques contra o país estariam então de volta: o bloqueio imposto a Gaza foi uma das causas essenciais dessa recente escalada.

Essa guerra modificou profundamente a situação na região, só que não no sentido desejado pelos dirigentes israelenses. Em primeiro lugar, ela confirmou a marginalização da Autoridade Palestina. Além disso, favoreceu a consolidação de uma frente de resistência, reunida em torno do Qatar e da Síria. Essa aliança se concretizou numa reunião de Doha, que contou com a participação de países árabes, entre os quais Argélia, Marrocos, Líbano e Iraque, um suposto aliado dos Estados Unidos, além de Senegal, que exerce atualmente a presidência da organização da Conferência Islâmica (OCI), Turquia, Indonésia, Venezuela e Irã. No evento, a Mauritânia e o Qatar decidiram suspender suas relações – diplomáticas no caso da primeira (assim como fizeram a Venezuela e a Bolívia) e econômicas no caso do segundo – com Israel.

Egito endurece discurso
Alguns dias depois, em 19 e 20 de janeiro, a cúpula árabe realizada no Kuwait tornou-se palco de uma frágil reconciliação com o Egito. Essa união foi facilitada pela recusa, por parte de Israel, de negociar o cessar-fogo proposto por seu parceiro no Oriente Médio, o egípcio Hosni Moubarak.

Escandalizado com a afronta e com a assinatura de um acordo distinto entre Israel e os Estados Unidos relativo à luta contra as importações de armas em Gaza – envolvendo, portanto, o controle da fronteira com o Egito –, Moubarak endureceu seu discurso.

Ao mesmo tempo, a Turquia, até então uma aliada tradicional de Israel, confirmou sua influência crescente na cena regional. O primeiro-ministro Recip Erdogan, assim como Moubarak, sentiu-se humilhado por Olmert. Numa visita a Ancara, em 22 e 23 de dezembro, este último não havia informado seu parceiro das suas intenções em relação a Gaza. Em 27 de dezembro, quando as hostilidades começaram, Erdogan declarou perante os dirigentes do seu partido: “esse ataque, que ocorreu no momento em que nós estávamos empenhando tantos esforços em favor da paz, é um verdadeiro golpe [6]”. Além de se recusar a continuar a mediação entre Israel e a Síria, que já havia criado condições favoráveis para a retomada de negociações diretas entre os dois países, o primeiro-ministro turco, no dia que se seguiu aos bombardeios contra edifícios da organização das Nações Unidas (ONU) em Gaza, pediu que Israel fosse suspenso dessa organização.

Durante a crise, a Turquia consolidou seus laços com o Hamas e pretende agora desempenhar papel de intermediária entre este e a Autoridade Palestina. A unanimidade nacional contra Israel motivou a realização de manifestações em que milhões de pessoas invadiram as ruas, nas cidades e nas aldeias da Turquia inteira.

O Irã, que ampliou suas alianças pelo mundo árabe e muçulmano, também teve a sua influência reforçada no decorrer do conflito. Seu discurso radical vem encontrando uma crescente repercussão favorável na região. Com isso, o país ocupa agora uma posição de força em relação à novo governo norte-americano. Ainda assim, Teerã deu mostras de certa moderação em meio à crise, durante a qual o guia da revolução, o aiatolá Ali Khamenei, chegou a declarar que “nossas mãos estão atadas neste terreno” [7].

As chancelarias ocidentais nutrem apenas desprezo pelos árabes, e mostraram isso quando recusaram os resultados das eleições democráticas de janeiro de 2006 na Palestina, que consagraram a vitória do Hamas. Além disso, adotaram uma atitude de completa indiferença quando o governo saudita, num comunicado divulgado em 12 de janeiro, condenou “o genocídio racista” em Gaza, e ignoraram a amplidão dos protestos no mundo árabe e muçulmano, em países como Egito e Afeganistão. Contudo, qual dos governos árabes poderá, daqui para frente, falar de paz com Israel? O rei saudita anunciou que a iniciativa de 2002, que previa a instauração de uma paz global entre o mundo árabe e Israel em troca da criação de um estado palestino independente nos territórios ocupados por Israel em 1967, não permanecerá na pauta das negociações por muito tempo.

Uma coincidência estupenda ocorreu em 18 de janeiro. No momento em que os primeiros jornalistas ocidentais que conseguiram entrar na cidade transmitiam imagens de uma Gaza lunar, podia-se ver na televisão o primeiro-ministro Olmert comemorando, diante de seis dirigentes europeus, entre os quais Nicolas Sarkozy, seu “apoio extraordinário ao estado de Israel, além da preocupação em relação à sua segurança”. Mais do que em qualquer outro conflito desde 1967, a posição europeia, sobretudo a da França, despontou como alinhada ao governo israelense. Ao fazermos uma retrospectiva, a consolidação das relações entre a União europeia e Israel, que havia sido firmada no começo de dezembro de 2008, parece muito com um sinal verde para a operação em Gaza: pouco importam as formas que as agressões israelenses possam tomar, a União Europeia aprofundará suas relações bilaterais com Tel-Aviv [8].

Uma das táticas utilizadas foi implementada no Líbano em 2006 e consiste em destruir um bairro ou uma aldeia por inteiro a partir do momento em que a área abriga “terroristas”
A luta contra “o terrorismo islâmico” fundamenta essa aliança ocidental, impregnada de ranços que remetem aos tempos das cruzadas. Ela é revestida de formas esdrúxulas, tais como os equívocos de Silvio Berlusconi que chegou a explicar, em Jerusalém: “Quando eu ouço dizer que foguetes foram disparados contra Israel, percebo isso como um perigo para a Itália e para o ocidente como um todo [9]”. Ou ainda, as opiniões do diretor da revista semanal L’Express, que chegou a ponto de escrever que o exército israelense luta “pela nossa tranquilidade [10]” – nos anos 1980, uma parte da direita francesa já havia defendido a ideia de que o governo do Apartheid lutava “por nós” na África do Sul, contra o comunismo, a União Soviética e Cuba. Ainda que ele não tivesse incorrido nesses absurdos, o presidente Nicolas Sarkozy declarou em várias ocasiões que o Hamas carregava uma pesada responsabilidade nessa guerra porque havia rompido a trégua, o que constitui uma inverdade (ler o artigo de Dominique Vidal na página 18).

Apesar das múltiplas viagens de seu irrequieto presidente, a França perdeu muito de sua credibilidade, conforme comprovam os ataques sem precedentes publicados contra ela na imprensa árabe, inclusive no conceito de países até então moderados, onde ela passou a ser associada aos Estados Unidos de George W. Bush.

Assim, um editorial do diário saudita Al Watan ofereceu na edição de 11 de janeiro a seguinte análise: “Todas as grandes potências apoiaram a posição israelense, inclusive a França, que até então representava um símbolo de equilíbrio em relação às causas regionais”. Além disso, a decisão de Paris de participar da luta contra o contrabando de armas em Gaza desponta de maneira indisfarçável como uma operação de proteção de uma potência ocupante: não apareceu ninguém para pedir que Israel também ponha fim a seu processo de armamento.

“Uma guerra sem objetivo conduz a uma derrota moral de Israel”: tal era a manchete da revista semanal britânica The Observer, na edição de 18 de janeiro. Com efeito, a ofensiva contra Gaza conduziu ao desmoronamento da maior parte das barreiras morais israelenses. Uma frase resume esse fenômeno: “baal habayit histhtageya” (o patrão enlouqueceu). Seu sentido é explicado por um antigo conselheiro nacional da segurança israelense, Giora Eiland: “Se nossos civis forem atacados, não iremos responder de maneira proporcional, mas sim empenhando todos os meios dos quais dispomos, de modo a provocar estragos tão consideráveis que, da próxima vez, nossos adversários pensarão mais de uma vez antes de nos atacar [11]". Essa tática foi implementada no Líbano em 2006, sendo batizada de “doutrina Dahiya”, nome do bairro situado no sul de Beirute onde estava instalado o principal escritório do Hezbollah. Ela consiste em destruir um bairro ou uma aldeia por inteiro, a partir do momento em que essa área abriga “terroristas” que atiram contra Israel.

Crime de guerra
Novamente empregada contra Gaza, a tática corresponde àquilo que o direito internacional chama de “crime de guerra”. Além disso, ela passou a ser reivindicada deliberadamente em Israel. Numa carta enviada em 2007 ao primeiro-ministro Olmert, o antigo rabino sefaradita Mordechai Eliyahu defendeu a ideia de que “não haveria nenhuma proibição moral em relação ao ato de matar civis de maneira indiscriminada durante uma eventual ofensiva contra Gaza visando deter os disparos de foguetes [12]”. Quanto mais a ocupação se estende no tempo, mais ela corrompe o ocupante. É fácil imaginar o que teria ocorrido com as liberdades e as regras morais na França se a guerra da Argélia tivesse prosseguido por mais 40 anos.

O governo da África do Sul deu mostras de uma determinação bem maior do que muitos outros países ao condenar a agressão israelense contra Gaza. Sua extensa experiência na luta contra o regime do Apartheid ensinou aos dirigentes do Congresso Nacional Africano (ANC) a hipocrisia do discurso ocidental a respeito da violência e do terrorismo. Referindo-se a suas negociações com o governo branco sul-africano e a seus pedidos visando pôr fim à violência, Nelson Mandela escreveu: “eu respondia a eles que o estado era o responsável pela violência, e que é sempre o opressor, e não o oprimido, quem determina a forma da luta. Se o opressor recorre à violência, o oprimido não terá outra escolha a não ser responder com a violência. No nosso caso, aquilo nada mais era do que uma forma de legítima defesa [13]”.




[1] “The times has come to say these things”, The New York Review of Books, 4-17 de dezembro de 2008. A referência “esses militares” na primeira frase estava implícita na declaração original.

[2] Citado por rashid Khalidi, “What you don’t’ know about Gaza”, The New York Times, 7 de janeiro de 2009.

[3] entrevista publicada no jornal Le Monde, em 18-19 de ja- neiro de 2009.

[4] Mel Frykberg, “Garan do not blame hamas”, iPs, 20 de janeiro.

[5] Declaração de 19 de janeiro de 2009.

[6] Today’s Zaman, Ancara, 29 de dezembro de 2008.

[7] Citado por Trista Parsi, “Israel, Gaza and Iran: trapping Obama in imagined fault lines”, The Huffington Post, 13 de janeiro de 2009.

[8] A União europeia decidiu, após acordo com israel, suspender por enquanto a implementação desse processo de consolidação dos laços. Por sua vez, o projeto de criação da União para o Mediterrâneo, que havia sido lançado por Nicolas Sarkozy, também foi vítima da guerra, já que todas as reuniões previstas no seu quadro foram suspensas temporariamente, a pedido do Egito.

[9] Haaretz.com, 19 de janeiro de 2009.

[10] Christophe Barbier, “Une guerre juste, juste une guerre”, L’Express, 14 de janeiro de 2009.

[11] Citado por International Herald Tribune, Paris, 20 de janeiro de 2009.

[12] Citado por The Jerusalem Post, 30 de maio de 2007.

[13] Nelson Mandela, Un long chemin vers la liberté, Paris, livre de Poche.





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


NJ
Enlil
Sênior
Sênior
Mensagens: 8577
Registrado em: Seg Ago 18, 2008 1:23 am
Agradeceu: 7 vezes
Agradeceram: 28 vezes

Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#1118 Mensagem por Enlil » Sáb Mar 21, 2009 9:02 pm

Excelente texto Soultrain. Acrescenta e corrobora vários fundamentos já levantados aqui. Quem sabe os negacionistas se prestem a lê-lo e aprendam alguma coisa... ou calem-se de vez...




Avatar do usuário
Edu Lopes
Sênior
Sênior
Mensagens: 4549
Registrado em: Qui Abr 26, 2007 2:18 pm
Localização: Brasil / Rio de Janeiro / RJ

Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#1119 Mensagem por Edu Lopes » Dom Mar 22, 2009 11:20 am

ONGs pedem investigação independente sobre crimes de guerra de Israel

TEL AVIV - Grupos israelenses de defesa dos direitos humanos pediram ontem uma "investigação independente sobre os crimes de guerra" do Exército de Israel na Faixa de Gaza -denunciados por soldados que participaram da recente operação militar no território palestino.

Várias organizações afirmaram em um comunicado que a decisão do governo de investigar a morte de civis palestinos não garante a objetividade necessária. "A rejeição do governo de estabelecer uma comissão de investigação independente é uma violação das responsabilidades de Israel frente ao direito internacional", afirmam as organizações em carta dirigida ao procurador-geral do Estado de Israel, Menahem Mazouz.

Segundo o comunicado, a decisão de abrir uma investigação sobre o ocorrido três semanas depois que os fatos foram publicados pela imprensa, abre margem para questionamentos. De acordo com depoimentos de soldados que participaram da ofensiva de 27 de dezembro a 18 de janeiro em Gaza, que foram divulgados quinta-feira, soldados israelenses mataram civis palestinos indefesos.

Segundo um balanço das fontes médicas palestinas, a ofensiva israelense contra o Hamas na faixa de Gaza provocou a morte de 1.330 palestinos e feriu 5.000. Entre os mortos estão 437 crianças menores de 16 anos, 110 mulheres e 123 idosos, e 14 médicos e jornalistas.

A operação militar lançada por Israel tinha por objetivo reduzir o mínimo lançamento de foguetes contra seu território por parte dos grupos palestinos insurgentes, como o Hamas. Do lado dos israelenses, o balanço foi de dez militares e três civis mortos, segundo dados oficiais.

Indícios

O relator da ONU (Organização das Nações Unidas) para os territórios palestinos, Richard Falk, afirma que há indícios legais de que Israel cometeu crimes de guerra em sua recente ofensiva em Gaza. O relator pede que um grupo de analistas averigue sua denúncia e afirma que a ação militar israelense em Gaza não estava legalmente justificada e foi potencialmente um crime de guerra.

Na conclusão de seu relatório ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, que apresentará na segunda-feira, Falk propõe uma investigação por "três ou mais respeitados especialistas em leis internacionais de direitos humanos e lei criminal internacional", acrescentando que devem ser examinados igualmente os lançamentos de foguetes pelo Hamas.

Segundo Falk, se não é possível distinguir entre os alvos militares e os civis, como define as condições de Gaza, "então lançar os ataques é inerentemente ilegal e poderia constituir um crime de guerra da maior magnitude sob a lei internacional".

Seu relatório afirma que "os ataques se dirigiram a áreas densamente povoadas, [...] sendo previsível que hospitais, escolas e igrejas e sedes da ONU fossem atingidos pelos bombardeios israelenses, causando numerosas vítimas civis".

Um segundo agravante para Falk é o fato de que todas as fronteiras da faixa de Gaza ficaram fechadas, de forma que "os civis não podiam escapar dos locais atacados". "Em uma política beligerante sem precedentes, Israel rejeitou a permissão a toda a população civil de Gaza -com a exceção de 200 mulheres estrangeiras- de abandonar a área de guerra durante os 22 dias de ataques que começaram em 27 de dezembro", acrescenta.


Fonte: http://www.tribunadaimprensa.com.br/not ... nacional01




ImagemImagem
Avatar do usuário
FOXTROT
Sênior
Sênior
Mensagens: 7916
Registrado em: Ter Set 16, 2008 1:53 pm
Localização: Caçapava do Sul/RS.
Agradeceu: 290 vezes
Agradeceram: 119 vezes

Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#1120 Mensagem por FOXTROT » Seg Mar 23, 2009 9:26 am

A ONU deveria realizar a investigação, a cada dia surgem mais provas DOS CRIMES DE GUERRA COMETIDOS PELO ESTADO HEBREU EM GAZA, a investigação tem que ser imparcial e livre, não pode ser direcionado pelo Governo Israelense




"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
Enlil
Sênior
Sênior
Mensagens: 8577
Registrado em: Seg Ago 18, 2008 1:23 am
Agradeceu: 7 vezes
Agradeceram: 28 vezes

Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#1121 Mensagem por Enlil » Seg Mar 23, 2009 5:47 pm

23/03/2009 - 15h41

APÓS PROTESTO DOS EUA, ISRAEL FACILITA ENTRADA DE ALIMENTOS EM GAZA

da Reuters, em Jerusalém

O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, informou aos Estados Unidos e à União Europeia que o país suspenderá restrições à entrada de gêneros alimentícios --como massas e queijos-- à faixa de Gaza, território palestino que sofre amplo bloqueio israelense desde 2007, quando o movimento islâmico radical Hamas assumiu o controle da região. A informação foi divulgada por diplomatas.

A medida foi resposta ao protesto do governo do presidente dos EUA, Barack Obama, contra essa e outras restrições impostas por Israel --que travou a entrada de alguns tipos de macarrão, geleias de frutas e outros alimentos a 1,5 milhão de palestinos que vivem nem Gaza e dos quais, segundo ONU (Organização das Nações Unidas), 80% dependem inteiramente da ajuda humanitária.

Segundo a ONU, Israel bloqueou por semanas um carregamento de grão-de-bico --usado para fazer a iguaria árabe homus-- do Programa Mundial de Alimentos.

Diplomatas ocidentais, falando sob a condição de anonimato, disseram que o gabinete de Olmert informou a Washington e Bruxelas que todos os tipos de alimentos terão entrada permitida na faixa de Gaza.

"A política do governo é clara. Toda comida é humanitária e todo carregamento humanitário pode entrar. Nós deixamos assegurado que isso está claro", disse uma importante autoridade israelense. "Nós queremos que o processo seja aperfeiçoado."

Contudo, os diplomatas ocidentais permanecem cautelosos e dizem que não está claro se as instruções do primeiro-ministro serão seguidas pelos militares israelenses que controlam a travessia na fronteira com a faixa de Gaza.

Diplomatas disseram ainda não estar claro se as restrições a entregas de outros itens inofensivos, como papel higiênico, sabonete e pasta de dente, também seriam suspensas.

Histórico

Israel ampliou seu bloqueio ao território costeiro em uma tentativa de enfraquecer o Hamas, que tomou o controle da faixa de Gaza em uma guerra civil em 2007 contra a Fatah --facção apoiada pelo Ocidente e a que pertence o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.

Além das restrições do que classifica como bens de luxo, como cigarros e chocolates, Israel bloqueou a entrada de materiais como cimento e ferro --que poderiam ser usados para a reconstrução da faixa de Gaza, após a recente ofensiva militar israelense, que deixou mais de 1.300 mortos e destruiu 5.000 casas, além de prédios de governo e a infraestrutura do território.

Israel diz que este tipo de material pode ser usado pelo Hamas para a construção de armas ou de postos de lançamento de foguetes contra o território israelense.

Atualmente, boa parte dos produtos essenciais são contrabandeados pelos túneis construídos pelo Hamas e que ligam o território ao Egito.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mund ... 9111.shtml




Enlil
Sênior
Sênior
Mensagens: 8577
Registrado em: Seg Ago 18, 2008 1:23 am
Agradeceu: 7 vezes
Agradeceram: 28 vezes

Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#1122 Mensagem por Enlil » Seg Mar 23, 2009 6:50 pm

23/03/2009 - 12h37

EXÉRCITO DE ISRAEL ORDENOU ATAQUE CONTRA EQUIPES DE RESGATE EM GAZA, DIZ "HAARETZ"

da Folha Online

Um palestino encontrou uma instrução, escrita a mão e em hebraico, que indicava aos soldados israelenses a atacar equipes de resgate durante a recente ofensiva militar na faixa de Gaza, entre dezembro e janeiro, que deixou mais de 1.300 palestinos mortos, dos quais ao menos 900 civis, e causou duras críticas de organizações de direitos humanos contra Israel por crimes de guerra.

O conteúdo do comunicado é a terceira de uma série de reportagens publicadas pelo jornal israelense "Haaretz" nas quais os soldados israelenses relatam vandalismo e assassinato de civis inocentes durante a ofensiva e denunciam que rabinos incitaram uma "guerra religiosa" contra os palestinos em Gaza.

"Regra de engajamento: Abrir fogo também contra pessoal de socorro" era o texto que estava escrito em uma folha de papel encontrada em uma das milhares de casas palestinas tomadas pelas Forças de Defesa israelenses em Gaza.

"Nem em crianças, nem em mulheres. Além do "tantcher" --incriminação", diz ainda instrução. "Tantcher" é como as Forças de Defesa de Israel chama a rota que passa por toda a extensão da faixa de Gaza. Como o bilhete foi encontrado a leste desta rota, afirma o jornal, é possível concluir que a instrução era para que atirassem em quem atravessasse a rota na direção da área controlada por Israel.

Segundo o jornal, um reservista que não participou da operação militar disse que a instrução faz parte das ordens de um comandante de companhia aos seus soldados e deve ter sido entregue como um "resumo" das ordens que recebeu de seus superiores.

NÚMEROS

A revelação veio apenas dois dias antes do novo relatório da ONG Médicos pelos Direitos Humanos, que aponta que os soldados israelenses não garantiram a proteção especial às equipes médicas durante a ofensiva. O texto indica ainda que, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, 16 membros de equipes médicas foram mortos durante os 22 dias da ofensiva e outros 25 ficaram feridos durante o trabalho.

O relatório aponta ainda que Israel atacou 34 centros médicos em Gaza, incluindo oito hospitais, uma grave violação das leis internacionais de guerra. A ONG levanta ainda dúvidas sobre o respeito dos soldados israelenses ao código ético e aos valores humanitários básicos ao impedir ainda a retirada de civis feridos, cerca de 5.000 durante a operação.

"Os incidentes revelam não apenas que os militares não retiraram os feridos e suas famílias, mas também proibiram que as equipes [médicas] palestinas chegassem aos feridos", diz o relatório, citado em outra reportagem do jornal "Haaretz".

O jornal israelense lembra que membros de equipes de resgate da Cruz Vermelha Palestina foram atacados várias vezes durante a ofensiva. A falta de segurança para os trabalhadores humanitários tornou, em alguns casos, impossível a retirada dos feridos e mortos.

"Um número desconhecido de palestinos morreu por ter sangrado durante dias, sem tratamento médico, à espera de socorro, enquanto as pessoas não ousavam sair de suas casas. O documento encontrado na casa palestina fornece uma prova escrita de que os comandantes do Exército israelense ordenaram a seus soldados tropas que atirassem nas equipes de resgate", critica a reportagem.

PROVA

Segundo o jornal, o papel com a instrução foi encontrado por um pesquisador do Centro Palestino dos Direitos Humanos, na casa da família de Sami Dardone, em Jabal al Rayes, a leste de Jabalya. A numerosa família de Dardone morava em cerca de 40 casas deste bairro. Algumas delas foram tomadas pelas tropas do Exército para servirem de abrigo, local de posicionamento de atiradores de elite ou para tiroteios em geral.

Uma fonte militar disse ao Haaretz que "o comunicado não é um documento oficial assinado por um comandante e o Exército não pode comentar fragmentos de sentenças que foram escritas em um pedaço de papel". A fonte pede ainda que o texto não seja interpretada como diretivas ordenadas por comandantes.

A data no papel indica o dia 16 de janeiro de 2008, o que o jornal diz ser "claramente um erro porque deveria indicar um ano depois". "[O papel] discute eventos políticos e militares que ocorrem em meados de janeiro de 2009. é possível concluir que o autor está discutindo a possibilidade de um cessar-fogo, que estava sendo discutido por oficiais israelenses na época", diz o "Haaretz".

"As próximas 24 horas são importantes, há uma chance de que eles [Hamas] não aceitarão o acordo", diz o texto. Segundo o jornal, o comunicado menciona ainda o ministro de Interior --uma referência provável ao ministro de Interior do Hamas, Said al Sayam, morto em 15 de janeiro deste ano em um ataque a sua casa.

MASSACRE

O comunicado é a terceira parte de uma série de reportagens chocantes sobre relatos de soldados israelenses sobre o conflito em Gaza.

Na semana passada, o jornal publicou relato de um comandante das Forças de Defesa que denunciou que rabinos do Exército disseram às tropas que lutavam na ofensiva militar que o confronto era uma "guerra religiosa" contra os pagãos.

"A mensagem deles era bem clara: nós somos judeus, nós viemos para esta terra por um milagre, Deus nos trouxe de volta a esta terra, e agora nós precisamos lutar para expulsar os pagãos que estão interferindo na conquista da terra santa", disse o comandante, citado pelo jornal.

O relato de Ram, um pseudônimo para proteger a identidade do militar, vazou de um encontro no dia 13 de fevereiro entre membros das Forças Armadas, estudantes do curso preparatório de soldados de Yitzhak Rabin, que compartilharam suas experiências em Gaza.

Alguns veteranos, formados na academia militar, falaram sobre o assassinato de civis inocentes e de suas impressões de desprezo profundo aos palestinos dentro das forças israelenses. "A atmosfera em geral, não sei como descrever. As vidas de palestinos, digamos que são menos importantes que as de nossos soldados", diz um dos trechos da declaração de um chefe de pelotão que atuou em Gaza, ao justificar a morte de uma palestina e seus dois filhos, mortos por um atirador de elite israelense.

O diretor da instituição, Danny Zamir, confirmou ao jornal israelense que os relatos são autênticos.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mund ... 9041.shtml




Enlil
Sênior
Sênior
Mensagens: 8577
Registrado em: Seg Ago 18, 2008 1:23 am
Agradeceu: 7 vezes
Agradeceram: 28 vezes

Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#1123 Mensagem por Enlil » Seg Mar 23, 2009 6:52 pm

23/03/2009 - 11h48

RELATOR DE DIREITOS HUMANOS DA ONU APRESENTA RELATÓRIO DE CRIMES DE GUERRA CONTRA ISRAELl


da France Presse, em Genebra

O relator especial da ONU (Organização das Nações Unidas) para os direitos humanos, Richard Falk, apresentou nesta segunda-feira um relatório no qual afirma que há razões suficientes para concluir que a recente ofensiva israelense na faixa de Gaza é um crime de guerra de grande magnitude. Segundo Falk, a operação militar, que deixou ao menos 1.300 palestinos mortos, dos quais ao menos 900 eram civis, não poderia ser realizada se não era possível distinguir os objetivos civis dos militares.

Segundo Falk, é necessária uma investigação de especialistas para determinar se os israelenses podiam distinguir esses objetivos. "Se não era possível, nesse caso a ofensiva foi, por natureza, ilegal e constitui um crime de guerra de grande magnitude segundo a legislação internacional", afirmou.

Na semana passada, o jornal israelense "Haaretz" publicou relatos de soldados israelenses que atuaram na ofensiva e que revelam o descaso das Forças de Defesa de Israel em proteger os civis que viviam no território palestino. Os soldados reconhecem que matavam civis inocentes e depredavam suas propriedades simplesmente porque podia.

Os militares relatam ainda que os rabinos do Exército defenderam a ofensiva como uma "guerra santa" contra os árabes e não apenas um ataque aos milicianos do movimento islâmico radical Hamas, que controla a região.

Segundo Falk, o uso da força por Israel para acabar com os disparos de foguetes palestinos contra seu território --o motivo oficial das autoridades israelense-- não é justificado do ponto de vista legal em função da existência de alternativas diplomáticas disponíveis.

Falk foi expulso de Israel em dezembro passado, depois de permanecer brevemente sob prisão em sua chegada ao país.

A ONG israelense Médicos pelos Direitos Humanos denunciou em um comunicado que "durante o conflito em Gaza, os soldados israelenses violaram repetidamente a ética do Exército e dos direitos humanos básicos" ao não autorizar a saídos dos civis feridos, cerca de 5.000 nos 22 dias de ofensiva, entre dezembro e janeiro. A ONG critica ainda Israel por deixar os civis "sem água e comida durante períodos consideráveis" e proibir palestinos de socorrer as pessoas feridas.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mund ... 9023.shtml




Enlil
Sênior
Sênior
Mensagens: 8577
Registrado em: Seg Ago 18, 2008 1:23 am
Agradeceu: 7 vezes
Agradeceram: 28 vezes

Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#1124 Mensagem por Enlil » Seg Mar 23, 2009 7:12 pm

ALGUMAS DAS FONTES (NÃO PALESTINAS) DAS DENÚNCIAS DE CRIMES DE GUERRA DO ESTADO DE ISRAEL EM GAZA:

- JORNAL ISRAELENSE "HAARETZ": soldados israelenses da Academia Pré-Militar (estudantes do curso preparatório de soldados de Yitzhak Rabin) relatam vandalismo e assassinato de civis inocentes durante a ofensiva. O diretor da instituição, Danny Zamir, confirmou ao jornal israelense que os relatos são autênticos.

- ONG ISRAELENSE - MÉDICOS PELOS DIREITOS HUMANOS: aponta que os soldados israelenses não garantiram a proteção especial às equipes médicas durante a ofensiva e ainda criticam Israel por deixar os civis "sem água e comida durante períodos consideráveis" e proibir palestinos de socorrer as pessoas feridas;

- ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE: 16 membros de equipes médicas foram mortos durante os 22 dias da ofensiva e outros 25 ficaram feridos durante o trabalho.

- ONU: Relator de Direitos Humanos (relator especial da ONU para os direitos humanos, Richard Falk: "há razões suficientes para concluir que a recente ofensiva israelense na faixa de Gaza é um crime de guerra de grande magnitude");




Avatar do usuário
FOXTROT
Sênior
Sênior
Mensagens: 7916
Registrado em: Ter Set 16, 2008 1:53 pm
Localização: Caçapava do Sul/RS.
Agradeceu: 290 vezes
Agradeceram: 119 vezes

Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#1125 Mensagem por FOXTROT » Seg Mar 23, 2009 7:33 pm

Será que até o Cabeça de Martelo começou a ceder, ou esta reunindo "provas" para a defesa (cada vez mais difícil) e, os outros renderam-se?




"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
Responder