Para ONDE vai a ARGENTINA?

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RicardoAg
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#1111 Mensagem por RicardoAg » Dom Abr 13, 2014 8:35 pm

delmar escreveu:A Argentina tem sim capacidade industrial, apesar de ter ele sido sucateada pelos governos peronistas. O principal responsável foi o Carlos Menem, presidente da Argentina entre 1989 e 1999. Todos gaúchos e catarinenses ainda lembram daquele período e da "invasão" argentina nos verões. Havia uma lei que determinava que o peso seria sempre cotado igual ao dólar americano, um peso = um dólar. Em pouco tempo os produtos importados invadiram a Argentina, pois o peso ficou supervalorizado. Foi a época do "dáme dos" por estas bandas. Caso necessitassem alugar casa de veraneio ou buscarem pousadas, ficou impossível aos brasileiros irem às praias catarinenses. Se tu não falasse espanhol nem te atendiam nas imobiliárias ou hotéis, os argentinos pagavam em dólar e o dobro do cobrado dos brasileiros, sem reclamarem e achando barato. Isto eu vi e senti. Então veio a lenda de que entravam numa loja para comprar, digamos um sapato. Ao verem o preço exclamavam "es muito barato, dáme dos".
O resultado é que, em dez anos, quase toda indústria de bens de consumo foi sucateada na Argentina. Quando a paridade de 1 por 1 foi cancelada o dólar explodiu, quem tinha poupança em pesos (acreditou no governo) ficou sem nada e o país deu um calote nos credores. Até hoje não se recuperaram.
Repito que a Argentina quase não tem industrias. É um país movido a agricultura, como a Venezuela é movida a petróleo. Não é sem razão que os manufaturados brasileiros fazem a festa aqui. Alias, as empresas brasileiras estão comprando tudo aqui. Daqui a uns anos iremos anexar isso aqui e os argentinos nem vão perceber.

Isso do dame dos se ve hoje aqui em Buenos Aires, mas com brasileiros.




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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#1112 Mensagem por Bourne » Dom Abr 13, 2014 8:59 pm

Oras pois, ser um país de serviços e agricultura sempre foi o sonho das elites argentinas desde idos dos anos 1970/1980s. Não por acaso foram os pioneiros e entusiastas na abertura, liberalização e desregulamentação do sistema financeiro, industrial, privatização e venda de empresas nacionais a grupos internacionais. Em especial, a contribuição do governo militar do fim dos anos 1970 e menem nos anos 1990s foram fundamentais.

Hoje em dia é o parceiro ideal para o brasil ter um mercado comum por serem economia extremamente complementares. Isto é, o Brasil exporta bens industriais e de maior valor agregado, enquanto importa bens agrícolas como trigo. Porém, viável devido ao Mercosul ser uma união aduaneira, tornando o mercado argentino cativo do Brasil. Se fosse uma área de livre comércio com cada um por si, os produtos brasileiros seriam expulsos pela concorrência asiática, europeia e americana com a viabilização de acordos bilaterais.

Fica meio provocativo falar que o brasil fez com a Argentina e membros do Mercosul o que a Alemanha sonha em fazer com a Europa, mas fez. :lol: :twisted:

Não quer dizer que é bom para Brasil. Da mesma forma que existem benefícios na união aduaneira, os argentinos conseguem entravar qualquer negociação bilateral do mercosul com países e blocos. Por que os interesses são muito diferentes. Enquanto o Brasil tem interesses industriais e estruturação de cadeias para integração a economia mundial, os argentinos querem vendem produtos agrícolas a de qualquer forma.

O mercosul é como estar casado com uma mulher psicótica e ninfomaníaca. No começo parece bom, depois descobre que está em uma furada com uma maluca que dá chiliques a cada cinco minutos e quer matar todos amigos/amigas e pessoas próximas.




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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#1113 Mensagem por Wingate » Dom Abr 13, 2014 9:40 pm

Bourne escreveu:Oras pois, ser um país de serviços e agricultura sempre foi o sonho das elites argentinas desde idos dos anos 1970/1980s. Não por acaso foram os pioneiros e entusiastas na abertura, liberalização e desregulamentação do sistema financeiro, industrial, privatização e venda de empresas nacionais a grupos internacionais. Em especial, a contribuição do governo militar do fim dos anos 1970 e menem nos anos 1990s foram fundamentais.

Hoje em dia é o parceiro ideal para o brasil ter um mercado comum por serem economia extremamente complementares. Isto é, o Brasil exporta bens industriais e de maior valor agregado, enquanto importa bens agrícolas como trigo. Porém, viável devido ao Mercosul ser uma união aduaneira, tornando o mercado argentino cativo do Brasil. Se fosse uma área de livre comércio com cada um por si, os produtos brasileiros seriam expulsos pela concorrência asiática, europeia e americana com a viabilização de acordos bilaterais.

Fica meio provocativo falar que o brasil fez com a Argentina e membros do Mercosul o que a Alemanha sonha em fazer com a Europa, mas fez. :lol: :twisted:

Não quer dizer que é bom para Brasil. Da mesma forma que existem benefícios na união aduaneira, os argentinos conseguem entravar qualquer negociação bilateral do mercosul com países e blocos. Por que os interesses são muito diferentes. Enquanto o Brasil tem interesses industriais e estruturação de cadeias para integração a economia mundial, os argentinos querem vendem produtos agrícolas a de qualquer forma.

O mercosul é como estar casado com uma mulher psicótica e ninfomaníaca. No começo parece bom, depois descobre que está em uma furada com uma maluca que dá chiliques a cada cinco minutos e quer matar todos amigos/amigas e pessoas próximas.
Epa! Parece letra de tango! :mrgreen:

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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#1114 Mensagem por RicardoAg » Seg Abr 14, 2014 1:49 am

Bourne escreveu:Oras pois, ser um país de serviços e agricultura sempre foi o sonho das elites argentinas desde idos dos anos 1970/1980s. Não por acaso foram os pioneiros e entusiastas na abertura, liberalização e desregulamentação do sistema financeiro, industrial, privatização e venda de empresas nacionais a grupos internacionais. Em especial, a contribuição do governo militar do fim dos anos 1970 e menem nos anos 1990s foram fundamentais.

Hoje em dia é o parceiro ideal para o brasil ter um mercado comum por serem economia extremamente complementares. Isto é, o Brasil exporta bens industriais e de maior valor agregado, enquanto importa bens agrícolas como trigo. Porém, viável devido ao Mercosul ser uma união aduaneira, tornando o mercado argentino cativo do Brasil. Se fosse uma área de livre comércio com cada um por si, os produtos brasileiros seriam expulsos pela concorrência asiática, europeia e americana com a viabilização de acordos bilaterais.

Fica meio provocativo falar que o brasil fez com a Argentina e membros do Mercosul o que a Alemanha sonha em fazer com a Europa, mas fez. :lol: :twisted:

Não quer dizer que é bom para Brasil. Da mesma forma que existem benefícios na união aduaneira, os argentinos conseguem entravar qualquer negociação bilateral do mercosul com países e blocos. Por que os interesses são muito diferentes. Enquanto o Brasil tem interesses industriais e estruturação de cadeias para integração a economia mundial, os argentinos querem vendem produtos agrícolas a de qualquer forma.

O mercosul é como estar casado com uma mulher psicótica e ninfomaníaca. No começo parece bom, depois descobre que está em uma furada com uma maluca que dá chiliques a cada cinco minutos e quer matar todos amigos/amigas e pessoas próximas.

Simplesmente perfeito, Bourne.

Inclusive essa tua descrição da mulher psicótica cabe super bem no caráter nacional argentino, hahahaha

Esse plano das elites argentinas era "genial" e visava combater o comunismo.

Como surge o comunismo? Com a insatisfação do proletariado.
Como combate-lo? Satisfazendo-o? Não, simples, acabando com o proletariado.
Como se acaba com ele? Acabando com as industrias, ora!

"Genial", não?




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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#1115 Mensagem por Wingate » Seg Abr 14, 2014 10:59 am

RicardoAg escreveu:
Bourne escreveu:Oras pois, ser um país de serviços e agricultura sempre foi o sonho das elites argentinas desde idos dos anos 1970/1980s. Não por acaso foram os pioneiros e entusiastas na abertura, liberalização e desregulamentação do sistema financeiro, industrial, privatização e venda de empresas nacionais a grupos internacionais. Em especial, a contribuição do governo militar do fim dos anos 1970 e menem nos anos 1990s foram fundamentais.

Hoje em dia é o parceiro ideal para o brasil ter um mercado comum por serem economia extremamente complementares. Isto é, o Brasil exporta bens industriais e de maior valor agregado, enquanto importa bens agrícolas como trigo. Porém, viável devido ao Mercosul ser uma união aduaneira, tornando o mercado argentino cativo do Brasil. Se fosse uma área de livre comércio com cada um por si, os produtos brasileiros seriam expulsos pela concorrência asiática, europeia e americana com a viabilização de acordos bilaterais.

Fica meio provocativo falar que o brasil fez com a Argentina e membros do Mercosul o que a Alemanha sonha em fazer com a Europa, mas fez. :lol: :twisted:

Não quer dizer que é bom para Brasil. Da mesma forma que existem benefícios na união aduaneira, os argentinos conseguem entravar qualquer negociação bilateral do mercosul com países e blocos. Por que os interesses são muito diferentes. Enquanto o Brasil tem interesses industriais e estruturação de cadeias para integração a economia mundial, os argentinos querem vendem produtos agrícolas a de qualquer forma.

O mercosul é como estar casado com uma mulher psicótica e ninfomaníaca. No começo parece bom, depois descobre que está em uma furada com uma maluca que dá chiliques a cada cinco minutos e quer matar todos amigos/amigas e pessoas próximas.

Simplesmente perfeito, Bourne.

Inclusive essa tua descrição da mulher psicótica cabe super bem no caráter nacional argentino, hahahaha

Esse plano das elites argentinas era "genial" e visava combater o comunismo.

Como surge o comunismo? Com a insatisfação do proletariado.
Como combate-lo? Satisfazendo-o? Não, simples, acabando com o proletariado.
Como se acaba com ele? Acabando com as industrias, ora!

"Genial", não?
Pois é...joga-se fora a água da banheirinha com o bebê junto! :|

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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#1116 Mensagem por GustavoB » Seg Abr 14, 2014 11:38 am

RicardoAg escreveu: Repito que a Argentina quase não tem industrias. É um país movido a agricultura, como a Venezuela é movida a petróleo. Não é sem razão que os manufaturados brasileiros fazem a festa aqui. Alias, as empresas brasileiras estão comprando tudo aqui. Daqui a uns anos iremos anexar isso aqui e os argentinos nem vão perceber.

Isso do dame dos se ve hoje aqui em Buenos Aires, mas com brasileiros.
Será que a China pensa o mesmo com relação a nós?




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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#1117 Mensagem por LeandroGCard » Seg Abr 14, 2014 12:40 pm

GustavoB escreveu:Será que a China pensa o mesmo com relação a nós?
A China simplesmente nem perde tempo pensando em nós, tem coisas muito mais importantes e interessantes como que se preocupar. Nosso comércio com eles está uma ordem de grandeza abaixo do que eles tem com os EUA, a UE ou os países asiáticos, e eles compram de nós basicamente o que podem comprar de qualquer outro país com base agrícola ou com minas de ferro.


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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#1118 Mensagem por Bourne » Ter Abr 15, 2014 1:58 pm

Oras pois, basta os chines seguires a mesma estratégia de europeus, americanos e japonesas padrão a décadas.

Isto é, monta a fábrica lá, cobra incentivos e bondades para viabilizar o investimento, utilizando com máquinas e equipamentos usados ou defasados para produtos semelhantes ou inferiores aos produzidos nas praças integradas a economia global. Ao longo do processo os BR vão brigar para atrair a planta, prometer mundos e fundos, os representantes vão discursar como um grande avanço na industrialização brasileira, as federações das industriais vão criar a tropa de choque política e "técnica" para defendê-las. No fim das contas tem o privilégio de cobrar caro por cada produto e receber os produtos defasados do exterior. De quebra ganha argentina e mercosul rompendo o protecionismo dentro do bloco. Ou, pior, aplica a mesma política para empresas nacionais que se colocam para usurpar renda nacional e não ser competitivas e internacionais como deveriam. :mrgreen:

Não que seja contra as multinacionais malvadonas instaladas no Brasil, pois elas possuem um papel relevante na estrutura produtiva. Porém a situação atual é insustentável na defesa do mercado cativo e benesses ilimitadas para atraí-las. Não se constrói um país assim. É necessário criar líderes, de multinacionais a pequenos, capaz de se integrar e competir no mercado internacional. A importância é muito mais o que desenvolve, integra e onde vende do que "fabricação nacional (por multinacionais estrangeiras)".




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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#1119 Mensagem por rodrigo » Qui Mai 29, 2014 1:23 pm

Falam, falam, e sempre acabam beijando a mão dos banqueiros:


De dónde saldrán los dólares para pagarle al Club de París

ACUERDO POR LA DEUDA EN DEFAULTEl Banco Central saldrá a tomar préstamos para evitar una caída de las reservas

El plan de pagos que se acordó con el Club de París para poner en regla una deuda de 9.700 millones de dólares obligará al Banco Central a agilizar las negociaciones que tiene en marcha para incrementar el stock de reservas. Juan Carlos Fábrega y el Gobierno en general saben que el stock actual de dólares a disposición del BCRA no es suficiente como para encarar estas obligaciones.

En función de las conversaciones que están muy avanzadas, los primeros pagos que se harán a los acreedores del Club de París -uno de 650 millones de dólares en julio próximo, y otro de 500 millones de dólares en mayo de 2015-- se harían con los dólares que el Banco Central saldrá a tomar prestados. Las ruedas de auxilio que están disponibles para no afectar el actual nivel de reservas, que están en torno a los 28.500 millones de dólares, son estas.

Una línea de crédito por hasta 3.000 millones de dólares que ya estaría acordada con el Banco Central de Francia. Sería una operación de "repo", que consiste en que el BCRA ponga como garantía de pago del préstamo, los dólares de sus propias reservas que están depositados en el Banco de Basilea. Es un mecanismo habitual entre bancos centrales y barato. La Argentina lo ha utilizado mucho desde 2008. Entre 2013 y lo que va de 2014 el BCRA se ocupó de ir saldando un "repo" que alcanzó los 4.000 millones de dólares. Ahora, con la cuenta en cero, el Central volvería a utilizar esa ventanilla.

Una operación similar de "repo" pero pactada con bancos privados, también está en carpeta. Goldman Sachs y otras entidades ya hicieron ofrecimientos con una mecánica similar a la que se utilizará con el Banco de Francia. La discusión se centró, además de la tasa de interés que pretende Goldman, en qué bonos entregaría el Banco Central como garantía del préstamo. Lo último que se sabe es que intervendría la ANSeS como proveedor de esos títulos públicos. Se habló de una oferta de al menos 1.000 millones de dólares.

También el Central podría incrementar sus reservas en el corto plazo a través de los dólares que entren al país por la colocación de deuda de algunos estados provinciales. Buenos Aires está a días de anunciar una colocación por 500 millones de dólares. Y la ciudad de Buenos Aires también es encuentra encaminada en el mismo sentido.

Estas operaciones son las que le permitirían al Banco Central cumplir con el muy modesto objetivo de cerrar 2014 con un stock de reservas similar al que se computa hoy. A pesar de que los precios de los granos están en niveles muy altos y la cosecha agrícola ha sido la más voluminosa de la historia.

http://www.clarin.com/politica/deuda-cl ... 85549.html




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

João Guimarães Rosa
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#1120 Mensagem por RicardoAg » Sex Mai 30, 2014 3:15 am

A Argentina pode se tornar o sexto membro dos BRICS. Enquanto os participantes deste bloco crescente de países estão analisando os prós e contras da expansão, especialistas preveem um futuro bastante otimista para o grupo.

O conceito de bloco de países em desenvolvimento foi formulado no início da década de 2000. A cooperação prática entre Brasil, Rússia, Índia e China começou em setembro de 2006, quando por iniciativa do presidente Vladimir Putin “à margem” da sessão da Assembleia Geral da ONU foi realizada a primeira reunião de ministros do Exterior neste formato. Em 2010, ao grupo se juntou a África do Sul.
Há dias soube-se de uma possível expansão dos BRICS. Ao grupo pode se juntar a Argentina. A Índia, o Brasil e a República da Áfrca do Sul se pronunciaram “a favor”. A China tomou uma posição cautelosa. Segundo Pequim, antes de expandir o bloco essa questão deveria ser discutida entre os participantes dos BRICS. No entanto, independentemente da decisão ser positiva ou negativa, a China apoiou o fortalecimento do diálogo e da cooperação do grupo com países em desenvolvimento.
A Rússia tem uma opinião semelhante. “Nós praticamos uma abordagem construtiva para com quaisquer propostas a esse respeito, independentemente de sua origem”, disse à agência russa RIA Novosti o vice-chanceler russo Serguei Ryabkov. Ele notou que o próprio formato dos BRICS está em fase de formação. “Por isso, quaisquer questões sobre a futura expansão dos BRICS exigem uma consideração cuidadosa e minuciosa”, disse o diplomata.
Entretanto, especialistas concordam que, do ponto de vista político, o potencial já bastante significativo dos BRICS só irá crescer após a adesão da Argentina. Segundo o editor-chefe da revista Latinskaya America (América Latina) Vladimir Travkin, a expansão dos BRICS é um passo na direção certa:
“Se essa questão for discutida na reunião dos membros dos BRICS e os países votarem a favor, isso só beneficiará todos. A adesão da Argentina aos BRICS contribuirá para o fortalecimento das relações entre a Rússia e a Argentina, que é um dos países mais importantes da América Latina com um enorme potencial econômico. Além disso, ela tem um peso sério no cenário internacional.”
No entanto, surgem aqui muitos pequenos problemas, cujas soluções ainda estão por encontrar. Talvez seja justamente por isso que Pequim e Moscou estão demostrando contenção nesta matéria.
Trata-se, em particular, de que a eventual adesão da Argentina ao bloco exigirá um grande número de aprovações e acordos por parte dos membros da organização por causa do vasto território deste país, de sua economia e de sua grande população. Além disso, a Argentina tem uma dívida externa significativa, algo que os países que já aderiram aos BRICS não têm. Potenciais parceiros também podem querer reavaliar o tamanho da economia argentina, o volume de recursos naturais e de investimentos.
Entretanto, Buenos Aires, aparentemente, está procurando acelerar o processo. A adesão aos BRICS pode significar a obtenção de financiamento em condições mais favoráveis do que as oferecidas por outras organizações internacionais. Os líderes dos países do bloco aprovaram ainda no ano passado a decisão de estabelecer suas próprias instituições financeiras e um fundo de reserva no valor de 100 bilhões de dólares para seguro contra a volatilidade do mercado e para apoiar transações mútuas em moedas nacionais. E o Banco de Desenvolvimento dos BRICS que está sendo criado é projetado para investimentos industriais conjuntos. O volume de ativos desta instituição deverá ser de 50 bilhões de dólares.
As capacidades financeiras e, mais importante, políticas dos BRICS atraem não só a Argentina. Anteriormente, o Irã tinha expressado seu desejo de entrar no bloco, e muitos especialistas também estão discutindo a possível adesão à organização de Cazaquistão, Indonésia e México. Assim que o bloco tem muito boas perspectivas, acredita o representante do Instituto da América Latina Boris Martynov:
“Países que conduzem uma política externa verdadeiramente independente em condições de evidente deterioração da situação internacional, de declínio crônico da autoridade do direito internacional – ao que está aplicando esforços o bloco anglo-saxão – esses países devem se manter juntos. Isso é completamente natural.”
Vários especialistas ocidentais acreditam que a adesão da Argentina aos BRICS tem futuro do ponto de vista de construção de um mundo multipolar, mas a diferença de potencial em comparação com a Rússia e a China é demasiado grande para isso. Os especialistas geralmente chamam a atenção a que o bloco é constituído por países com diferentes velocidades estratégicas de desenvolvimento.
Por outro lado, um período de relações tensas entre a Rússia e o Ocidente poderia ter uma influência positiva sobre o desenvolvimento da cooperação no âmbito dos BRICS. Na verdade, muitos países em desenvolvimento estão agora, sem dúvida, pensando sobre o que está acontecendo, tirando suas próprias conclusões, tomando decisões estratégicas a fim de proteger seus ativos. E neste sentido, a crise atual pode acelerar a expansão dos BRICS e a criação de uma zona de livre comércio.
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/2014_05_14/BR ... nsao-5701/




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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#1121 Mensagem por RicardoAg » Sex Mai 30, 2014 3:17 am

No meu entender, péssima notícia.




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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#1122 Mensagem por zela » Sex Mai 30, 2014 10:57 am

Mas o BRICS serve pra alguma coisa?




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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#1123 Mensagem por RicardoAg » Sex Mai 30, 2014 11:37 am

zela escreveu:Mas o BRICS serve pra alguma coisa?
Para o seguinte:

1- Para ferver a retórica ultranacionalista de um país desesperado por uma boa notícia, armá-lo até os dentes e fazer merda;

2- Para foder o Mercosul e o Brasil.

A Argentina sairá na órbita brasileira para entrar na órbita russa. Será um títere da Rússia na A. Latina. E isso é ruim ,muito ruim para o Brasil.

Torço para que o yankees comecem a armar o Chile até os dentes.




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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#1124 Mensagem por Bourne » Sex Mai 30, 2014 12:15 pm

O BRICs saí da cabeça de uma consultoria americana. Se observarem bem, o critério recai sobre o tamanho da população e extensão territorial, refletindo o óbvio que esse tipo de país tende a ter maior escala, renda agregada e serem potenciais opções de investimento. Aqueles que tiverem essas características, cedo ou tarde, entram para o grupo. Encarem que países com mais de 60 milhões de são considerados bem grandes e os emergentes como um todo. É baseado em um metodologia tão frágil que ninguém leva à sério. Parece coisa de modelo de crescimento dos anos 1950 para chegar em um cenário óbvio há mais de meio século.

Na questão política poderia ser motivador de alto, mas as coisas não evoluem pelos interesses serem mais divergentes que convergentes. A articulação é ínfima e até não se acertaram e a tendencia é não se acertarem, mas sim se reorganizarem frente aos próprios interesses e considerando a interação com potencias tradicionais.




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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#1125 Mensagem por suntsé » Sex Mai 30, 2014 1:54 pm

RicardoAg escreveu:
zela escreveu:Mas o BRICS serve pra alguma coisa?
Para o seguinte:

1- Para ferver a retórica ultranacionalista de um país desesperado por uma boa notícia, armá-lo até os dentes e fazer merda;

2- Para foder o Mercosul e o Brasil.

A Argentina sairá na órbita brasileira para entrar na órbita russa. Será um títere da Rússia na A. Latina. E isso é ruim ,muito ruim para o Brasil.

Torço para que o yankees comecem a armar o Chile até os dentes.
A Russia tem poder militar e cientifico tecnológico, mas não tem poder econômico para colocar qualquer país que esteja fora do seu quintal na sua espera de influencia.

Para mim a maior ameaça a liderança Brasileira é a China. Este sim tem poder econômico para fazer barulho.




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