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Força Aérea Brasileira se junta à comunidade de operadores de P-3 Orion
Cadetes visitam inúmeras instalações diretamente relacionadas a operação e manutenção do P-3 Orion nos EUA.
Cadetes de logística e controle de tráfego aéreo do Centro de Instrução e de Adaptação da Aeronáutica da Força Aérea Brasileira (CIAAR) visitaram a Naval Air Station (NAS) em Jacksonville do dia 17 ao dia 22 para observarem de perto como a U.S. Navy executa a logística e o controle aéreo envolvendo o P-3 Orion.
O grupo da Força Aérea Brasileira, liderado pelo Maj. Gen. José Malta, o comandante da Escola, e o Coronel Marcos Pacheco, assistente de Defesa e Ar junto à Embaixada Brasileira em Washington, coordenou a visita pelo Navy International Programs Office (NIPO).
De acordo com os oficiais da NIPO, a U.S Navy e os Estados Unidos conduziram esse encontro cooperativo para construir uma inter-operacionalidade entre as nações marítimas amigas.
"A FAB tem muita experiência aeronáutica e opera muitas plataformas. Na verdade, a FAB é a maior Força Aérea da América do Sul," disse Malta. "Patrulha marítima é uma capacidade que estávamos perdendo nos últimos anos, então agora nós vamos recuperar essa capacidade com o P-3."
"Receber nossos parceiros Brasileiros faz parte da Estratégia Marítima de Cooperação do CNO(Chief of Naval Operations). É evidente que isso reflete o compromisso da AdminIstração Roughead´s de trabalhar com amigos, parceiros e aliados no sentido de concretizar uma visão compartilhada da segurança, estabilidade e prosperidade," disse o Comandante da NAS Jacksonville Capitão Jack Scorby Jr.
"Eu fiquei também encantado com a interação entre os cadetes da FAB e nossos Marinheiros. Isso representa o compromisso da Marinha em desenvolver e expandir a confiança, não só entre os atuais Líderes, mas entre os jovens oficiais e marinheiros que serão os líderes da nova geração," acrescendou Scorby.
Para reforçar as capacidades de patrulha marítima, a FAB recentemente adquiriu 12 Lockheed Martin P-3A Orions. Paul Lange, gerente dos programas de vendas militares para o Brasil, Coréia e Japão trabalha para o Naval Air Systems Command PMA-290 em Patuxent River, Md.
Ele explicou que "Logística" significa o cuidado básico à um P-3, incluindo as atividades de linha de vôo e a organização das peças de reposição extras e outros materiais necessários para manter a disponibilidade para as missões.
"NAS Jacksonville é um centro de excelência em P-3. Enquanto o pessoal da FAB aguarda a entrega de seus P-3 modernizados, eles querem aumentar seus conhecimentos sobre manutenção e operação a nível de esquadrão. Enquanto eles estão ajustando seus próprios sistemas e procedimentos, sempre ajuda ver como os outros caras executam suas operações. Então, nós estamos felizes de receber eles para seu tour pelos fatos sobre o P-3 e mostrar à eles como nós fazemos negócios," disse Lange.
Controladores de tráfego aéreo do CIAAR foram recebidos nas instalações da NAS Jacksonville Air Operations e da Fleet Area Control and Surveillance (FACSFAC).
"Nossa preocupação é em manter a segurança para ambos, aeronaves civis e militares," disse o Oficial Lt.Earl Drey da FACSFAC. "Nós conversamos muito sobre como adaptar e otimizar o espaço aéreo para o P-3. A chave é direcionar o P-3 para a área de patrulha e de volta dela com segurança e eficiência."
FACSFAC executa o controle do tráfego aéreo de frotas e esquadrões locais da Flórida até a Carolina do Norte. Um relacionamento mais próximo é mantido com a Federal Aviation Administration (FAA), já que o espaço aéreo da FACSFAC é solicitado para vôos comerciais algumas vezes durante mal tempo.
Aeronaves militares em missões de treinamento são autorizadas a utilizar o espaço aéreo protegido, e sair de lá assim que o treinamento é completado.
Malta e seu grupo visitaram também a Frota Readiness Center Southeast (FRCSE), onde eles conheceram a linha de produção do P-3. O Oficial Executivo da FRCSE, Capt. Rob Caldwell, falou da importância do FRCSE em um combate. A organização efetua dois níveis de manutenção, intermediário e avançado.
O Mecânico de Aeronaves Chefe(AW) Joseph Rechis e o Mecânico de Aeronaves de 2ª Classe Javier Ruiz, que trabalham no nível de manutenção intermediário, explicaram o processo de manutenção da turbina T-56 que equipa o P-3.
O Diretor de Produção do P-3 Rick Theilacker explicou o processo de reparo e manutenção avançada e profunda realizada pela FRCSE no P-3. A Zona 5 do programa envolve os processos de grandes modificações estruturais que desmembram a aeronave em pranchas, telas e vigas que podem ser removidas e substituídas. Esse programa estende a vida útil do P-3 entre 8 e 10 anos.
No hangar 511, casa do VP-8 "Fighting Tigers," o Oficial de Manutenção Lt.Cmdr. David Brinson e o Chefe Master de Manutenção de Aeronaves (AW) Kevon Holden, instruíram os brasileiros no Naval Aviation Maintenance Program(NAMP) em seu papel de garantir a integridade da condição de vôo da plataforma P-3.
Brinson descreveu como o NAMP organiza suas políticas de manutenção e procedimentos para manutenções em todos os níveis (Avançado, intermediário e organizacional).
"O P-3 é um avião resistente que nos tem servido muito bem. Eu estou feliz de ver que outros países reconhecem a habilidade dessa aeronave," disse Holden enquanto guiava o grupo através do hangar.
A Técnica chefe de Eletrônica de Aeronaves (AW) Patrícia Deroisa explicou a complexidade dos programas envolvidos assim como sobre a descarga eletrostática.
"Nossos sistemas incluem cartões de circuito sensíveis, então nós tomamos precauções para proteger eles. A eletricidade estática normal pode danificar esses cartões se manuseados de forma inapropriada," disse Deroisa.
O Técnico em Eletrônica de Aeronaves de 3ª Classe Richard Corrales explicou o programa da ferramenta de controle e a importância de manter um inventário detalhado para garantir a segurança da aeronave.
O Oficial Executivo Cmdr. Jiancarlo Villa se juntou a Lt.j.g Kristina Romero, ao Lt.j.g Chad Martin e ao tripulante de 3ª Classe Carl Gallaher para recepcionar os convidados a cerca do P-3 e responder suas perguntas.
"O P-3 tem fornecido 40 anos de excelente serviço e vai continuar oferecendo suas capacidades de reconhecimento e guerra Anti-Submarino aos 16 países que voam hoje em dia o venerável Orion," disse Villa.
Lange disse, "O programa do Departamento de Defesa para Vendas Militares permite as forças militares estrangeiras adquirir nossos equipamentos e facilita a inter-operacionalidade entre os aliados. Recentes exemplos são os trabalhos da Alemanha, do Japão e da Austrália nas operações anti-pirataria utilizando o P-3 a partir da base da coalizão em Djibouti, leste da África. A comunalidade da plataforma simplifica a logística e as operações."
"Esta visita verdadeiramente reflete nosso comprometimento de promover e sustentar um relacionamento de cooperação pelo mundo. Nós estamos prontos para dar total suporte à seus requerimentos de logística para o P-3, S-70 e até ao F/A-18, que o Brasil está considerando adquirir," acrescentou Lange.
A visita foi encerrada com uma troca de placas entre Scorby e Malta.
Fonte:
NOTIMP
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