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Re: Fragatas FREMM franco-italianas

Enviado: Dom Abr 02, 2017 2:27 pm
por juarez castro
Juniorbombeiro escreveu:
cabeça de martelo escreveu: Com todos os problemas que a mesma tem tido?! Tens a certeza?

http://www.telegraph.co.uk/news/2016/06 ... as-run-ou/

https://www.theguardian.com/uk-news/201 ... ipbuilding

...
Quem tem problemas é a T-45 com seu sistema de propulsão elétrico maluco e suas turbinas revolucionárias com sistema de troca térmica antes da câmara de combustão. Exageraram nas inovações tecnológicas e acabaram virando cobaia de todo mundo, agora estão com um imenso abacaxi para descascar. Dizem que além dos problemas de confiabilidade, são barulhentos, eu desconfio que seja por causa dos inversores de frequência. As T-26 não sofrerão desse mal, pois terão o sistema CODLOG similar as FREMM e com turbina aeroderivada comum, sem inventar moda.
Continuarão a ter problemas em climas quentes, pois o problema não está nao esta no "intercooler" mas sim no conjunto todo motor e alternador que geram e propagam muito mais calor.
Considerar a causa do aumento de ruido a alteração de ciclagem e primário e normal, mas não é, o principal motivo são os ventiladores dos sistemas de arrefecimento, estes sim os mais geradores de ruido.

G abraco

Re: Fragatas FREMM franco-italianas

Enviado: Dom Abr 02, 2017 2:58 pm
por Túlio
Luís Henrique escreveu:
Túlio escreveu: Sei lá, se o lance é INOVAR, sou mais essa:

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Casco de aço, superestrutura de composites (CG mais baixo), furtividade, modularidade, alta velocidade (45 kts!!!), AESA, a Blohm&Voss inova com sua CSL. Pelo deslocamento, para mim seria algo do tipo que a MB deveria estar tentando desenvolver, não "aquilo". Mais a respeito:

https://www.thyssenkrupp-marinesystems. ... igate.html

Agora fiquei confuso.

Um navio com deslocamento MENOR que a CV-03.

Você não gosta da CV-03 justamente porque é pequena...???

Eu não gosto quando reinventam a roda, prefiro que façam algo melhor. O problema não é ser pequena, é ser insuficiente.

Pois não é simples questão de deslocamento, a Tamanduá vai levar DOIS helis do porte do Seahawk? E ainda ter como lançar lancha de patrulha pela popa (espaço que também poderia ser utilizado para um VDS, creio eu), MAN VLS e um RCS de tico-tico, além de AESA, capacidade de transportar e lançar MECs, COMANFs & quetales?

NÃO!!!

Pelo que vi até hoje, será uma miniatura de um navio feito pela França há décadas (e que sequer está na 1ª linha). Não dá nem para começar a comparar, quase o dobro da VMax...

Re: Fragatas FREMM franco-italianas

Enviado: Dom Abr 02, 2017 3:49 pm
por LeandroGCard
Túlio escreveu:Eu não gosto quando reinventam a roda, prefiro que façam algo melhor. O problema não é ser pequena, é ser insuficiente.

Pois não é simples questão de deslocamento, a Tamanduá vai levar DOIS helis do porte do Seahawk? E ainda ter como lançar lancha de patrulha pela popa (espaço que também poderia ser utilizado para um VDS, creio eu), MAN VLS e um RCS de tico-tico, além de AESA, capacidade de transportar e lançar MECs, COMANFs & quetales?

NÃO!!!

Pelo que vi até hoje, será uma miniatura de um navio feito pela França há décadas (e que sequer está na 1ª linha). Não dá nem para começar a comparar, quase o dobro da VMax...
Calma, também não é para tanto.

Eu também preferiria que a CV-3 fosse um projeto um tanto mais arrojado, no entanto receio que a falta de experiência do pessoal que ainda resta com capacidade de projetá-la, mais o fato da MB não poder correr riscos sob pena de ficar sem nenhum meio razoavelmente operacional no início da próxima década, sejam impeditivos para qualquer modificação maior com relação à Barroso, um projeto já bem testado. Pelo menos na primeira unidade.

E temos que analisar este projeto alemão com cuidado também. Pra começar ele não é um escolta ou mesmo um navio de patrulha oceânico, é uma navio de uso litorâneo, com o casco largo e raso como o de uma lancha, que não ajuda nada em mar grosso ainda mais tomando-se em conta o pequeno deslocamento (tem gente que reclama que a própria CV-3 será ruim em mar encarpelado - este navio será bem pior). A superestrutura de material composto também não inspira muita confiança, é um material mais frágil e sujeito a incêndios do que o aço, deixando o navio mais exposto a avarias. A experiência das Malvinas demonstrou que até mesmo o alumínio é perigoso em condições reais de combate, imagine resinas de plástico. O armamento anti-aéreo se resume a canhões de tiro rápido, o que pode prover alguma autodefesa contra mísseis mas é inútil para proteger outros navios próximos, e aquele mastro principal não me parece ter nem altura nem estrutura capaz de sustentar nenhum radar de alcance razoável para busca aérea. A alta velocidade só é obtida com o uso de turbinas, algo que a MB quis evitar explicitamente no projeto das CV-3. Já a velocidade de cruseiro é apenas 1 nó maior que a da CV-3, e o alcance é menor. E os dois helicópteros são um no hangar e outro no convôo, se é assim a CV-3 também pode levar dois (e o Seahawk me parece bem fora de escala no desenho).

Na minha concepção é um projeto um tanto estranho, e não acho que atenderia as necessidades mais imediatas do Brasil. Talvez complementando uma frota com unidades mais convencionais tivesse sua razão de ser, mas do jeito que está a nossa situação não acho que seria uma boa troca.


Leandro G. Card

Re: Fragatas FREMM franco-italianas

Enviado: Dom Abr 02, 2017 4:36 pm
por Juniorbombeiro
juarez castro escreveu:
Juniorbombeiro escreveu: Quem tem problemas é a T-45 com seu sistema de propulsão elétrico maluco e suas turbinas revolucionárias com sistema de troca térmica antes da câmara de combustão. Exageraram nas inovações tecnológicas e acabaram virando cobaia de todo mundo, agora estão com um imenso abacaxi para descascar. Dizem que além dos problemas de confiabilidade, são barulhentos, eu desconfio que seja por causa dos inversores de frequência. As T-26 não sofrerão desse mal, pois terão o sistema CODLOG similar as FREMM e com turbina aeroderivada comum, sem inventar moda.
Continuarão a ter problemas em climas quentes, pois o problema não está nao esta no "intercooler" mas sim no conjunto todo motor e alternador que geram e propagam muito mais calor.
Considerar a causa do aumento de ruido a alteração de ciclagem e primário e normal, mas não é, o principal motivo são os ventiladores dos sistemas de arrefecimento, estes sim os mais geradores de ruido.

G abraco
A imprensa britânica é muito dramática, a questão do ruido nem é tão fundamental assim, já que é um navio de defesa aérea e não um ASW, claro que fica mais vulnerável a ser caçado, mas não afeta a função principal do navio, conversores de frequência PWM daquele porte fazem muito mais barulho que ventiladores.
O navio tem problemas, e segundo a RN, as turbinas sofrem gravemente com degradação de potência sim, optaram pelas WR21 no talo, sem sobra de potência e ainda dois conjuntos diesel elétricos que não são capazes de atender demanda operacional, apenas emergência, começou a surgir um monte de problema de integração e o calor do golfo evidenciou a falta de reserva de potência, isso foi uma cagada.

Re: Fragatas FREMM franco-italianas

Enviado: Dom Abr 02, 2017 4:59 pm
por Túlio
LeandroGCard escreveu:Calma, também não é para tanto.

Eu também preferiria que a CV-3 fosse um projeto um tanto mais arrojado, no entanto receio que a falta de experiência do pessoal que ainda resta com capacidade de projetá-la, mais o fato da MB não poder correr riscos sob pena de ficar sem nenhum meio razoavelmente operacional no início da próxima década, sejam impeditivos para qualquer modificação maior com relação à Barroso, um projeto já bem testado. Pelo menos na primeira unidade.

E temos que analisar este projeto alemão com cuidado também. Pra começar ele não é um escolta ou mesmo um navio de patrulha oceânico, é uma navio de uso litorâneo, com o casco largo e raso como o de uma lancha, que não ajuda nada em mar grosso ainda mais tomando-se em conta o pequeno deslocamento (tem gente que reclama que a própria CV-3 será ruim em mar encarpelado - este navio será bem pior). A superestrutura de material composto também não inspira muita confiança, é um material mais frágil e sujeito a incêndios do que o aço, deixando o navio mais exposto a avarias. A experiência das Malvinas demonstrou que até mesmo o alumínio é perigoso em condições reais de combate, imagine resinas de plástico. O armamento anti-aéreo se resume a canhões de tiro rápido, o que pode prover alguma autodefesa contra mísseis mas é inútil para proteger outros navios próximos, e aquele mastro principal não me parece ter nem altura nem estrutura capaz de sustentar nenhum radar de alcance razoável para busca aérea. A alta velocidade só é obtida com o uso de turbinas, algo que a MB quis evitar explicitamente no projeto das CV-3. Já a velocidade de cruseiro é apenas 1 nó maior que a da CV-3, e o alcance é menor. E os dois helicópteros são um no hangar e outro no convôo, se é assim a CV-3 também pode levar dois (e o Seahawk me parece bem fora de escala no desenho).

Na minha concepção é um projeto um tanto estranho, e não acho que atenderia as necessidades mais imediatas do Brasil. Talvez complementando uma frota com unidades mais convencionais tivesse sua razão de ser, mas do jeito que está a nossa situação não acho que seria uma boa troca.


Leandro G. Card

Cupincha véio, nossa principal diferença permanece a mesma: apesar de seres tu o Engenheiro e eu um mero diletante em assuntos navais, noto que defendes o mesmo que as múmias do Almirantado, uma espécie de jack for all trades but master of none. Simples assim.

O navio que apresentei é altamente especializado, como diz seu próprio nome, Combat Ship for the Littorals (CSL), ou seja uma belonave específica para águas marrons. Alguns comentários:

:arrow: Olhes a img outra vez. Meus olhos me enganam ou vejo mesmo dois helis DENTRO do hangar? Notes que são 21 m de largura máx do navio.

Imagem

:arrow: Olhes também outra vez a img abaixo: sou só eu que vejo o Can AAe de um lado e silos para SAMs VL do outro?

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De outro ângulo:

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:arrow: Quantos metros a mais de calado tem a Tamanduá? O CSL tem 3,90.

:arrow: Casco todo de aço pode não pegar fogo mas, se atingido com força, vira numa chuva de estilhaços incandescentes. E há composites que incendeiam com muito menor facilidade do que alumínio. Aliás, para provocar o incêndio primeiro precisa ACERTAR, não? Casco em "X", composites, silhueta baixa, achas essa moleza toda de dar lock? Lembres, nas Falklands os navios atingidos eram grandes, totalmente metálicos (aço + alumínio), sem maiores preocupações com formato e, portanto, um RCS detectável de longe, muito longe. A rigor, o navio já estava "travado" na mira antes mesmo de chegar ao alcance do AM-39. Com o CSL o problema é travar! Vai ter que chegar bem mais perto e se expor à AAAe.

:arrow: A altura do mastro se torna pouco relevante em águas do AS, aqui o horizonte mal chega a uns 32 km. O AESA das imgs + Sea Ceptor (ainda escrevo sobre isso, outra oportunidade perdida, apenas mais uma) ou mesmo Aster 15 (idem) bastam para segurar qualquer coisa que se aproxime o suficiente para dar lock na belonave. Vantagens do pequeno RCS...

:arrow: Criticas que o CSL não é uma Escolta. Bueno, depende do que se pretende escoltar, onde e contra quem. Nas duas Guerras Mundiais o Brasil sofreu ataques de submarinos contra navios de cabotagem, ou seja, costeiros, não em alto mar. Com uma belonave baseada no CLS, com seus dois Seahawks hangaráveis (e convoo para helis até maiores) e a possibilidade de instalar sonar rebocado de profundidade variável, não seria fácil de repetir a façanha e sair dando risada, como fizeram os Alemães.

Aliás, sério que confiarias uma FT ou comboio a umas tranqueiras pequenas e limitadíssimas em alto mar como as Tamanduás? Porque "isso" que a MB inventou me lembra tanto o IA-2 (um FAL amaneirado em 5,56 mas que até hoje não disse a que veio) que nem te conto: uma Barroso com SAMs e alguma furtividade. Seriously???

Leandro véio, queres saber o nosso principal ponto de discordância? Simples, tu queres (ou melhor, pareces querer) manter as coisas como estão, remenda aqui, faz um puxadinho ali, compra um ferro véio de alguém e temos Esquadra. Já eu quero recomeçar, ou seja, considero esta aparente desgraça de "apagão de Escoltas" da próxima década não como DESGRAÇA mas como OPORTUNIDADE! Oportunidade de começar de novo, lá de baixo. Primeiro ter Patrulhas de todos os portes e capacidades em quantidade e com qualidade suficiente para dar plena cobertura ao nosso litoral e ZEE. Coberta esta base, começa a capacidade de combate e, do modo como preconizo, outra vez se começa de baixo, onde entra o conceito do CSL. A partir daí sim, se parte para capacidades maiores, como Fragatas, Destróieres e Cruzadores. Até lá os subs (SSKs) continuam por aí, prontos para incomodar quem vier se fresquear.

Nas buenas, não consigo entender como, na pindaíba em que estamos agora e que vamos estar na próxima década, tu demonstres crer que se a gente parte de uma Barroso Reloaded então não paramos mais, depois vem uma Niterói Reloaded e o céu é o limite. Não leves a mal mas eu achava que Engenheiros eram mais CÉTICOS.

Re: Fragatas FREMM franco-italianas

Enviado: Dom Abr 02, 2017 6:11 pm
por Luís Henrique
Túlio escreveu:
Luís Henrique escreveu:
Agora fiquei confuso.

Um navio com deslocamento MENOR que a CV-03.

Você não gosta da CV-03 justamente porque é pequena...???

Eu não gosto quando reinventam a roda, prefiro que façam algo melhor. O problema não é ser pequena, é ser insuficiente.

Pois não é simples questão de deslocamento, a Tamanduá vai levar DOIS helis do porte do Seahawk? E ainda ter como lançar lancha de patrulha pela popa (espaço que também poderia ser utilizado para um VDS, creio eu), MAN VLS e um RCS de tico-tico, além de AESA, capacidade de transportar e lançar MECs, COMANFs & quetales?

NÃO!!!

Pelo que vi até hoje, será uma miniatura de um navio feito pela França há décadas (e que sequer está na 1ª linha). Não dá nem para começar a comparar, quase o dobro da VMax...
Para fazer algo melhor PRIMEIRO precisa fazer o feijão com arroz.

Eu entendo a crítica a cv3, principalmente pelo porte e pelo fato do Atlântico Sul ser u mar aberto.

Mas criticar a cv3 com argumento de pouca revolução no setor, não compreendo.

Para construir algo revolucionário, você tem que ter muita experiência. Uma indústria pujante, ativa. E muito investimento.

Não eh o nosso caso.

A maioria das marinhas, incluindo as das potências militares utilizam Corvetas iguais ou inferiores as cv3.

Re: Fragatas FREMM franco-italianas

Enviado: Dom Abr 02, 2017 6:20 pm
por Túlio
Luís Henrique escreveu:

A maioria das marinhas, incluindo as das potências militares utilizam Corvetas iguais ou inferiores as cv3.

É, mas olhes as que realmente contam: Corveta é para usos específicos, dês uma olhada NO RESTO do que elas tem. :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:

Me perdoes por não escrever mais, mas a maioria do que eu tenho a dizer sobre o teu post já escrevi na resposta ao Leandro véio, tri?

Re: Fragatas FREMM franco-italianas

Enviado: Dom Abr 02, 2017 6:28 pm
por Luís Henrique
Túlio escreveu:
Luís Henrique escreveu:

A maioria das marinhas, incluindo as das potências militares utilizam Corvetas iguais ou inferiores as cv3.

É, mas olhes as que realmente contam: Corveta é para usos específicos, dês uma olhada NO RESTO do que elas tem. :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:

Me perdoes por não escrever mais, mas a maioria do que eu tenho a dizer sobre o teu post já escrevi na resposta ao Leandro véio, tri?

Tri. Concordo com você Tulio.
Mas lembre-se a MB NÃO desistiu do prosuper.

As cv3 irão substituir as type22 e as inhauma.

Para substituir as niteroi a MB continua com o plano de adquirir FRAGATAS de maior porte.

O mais importante eh que as fragatas poderão ser produzidas no Brasil. E graças aos projetos das Corvetas as tots no projeto das fragatas talvez serão melhor absorvidas.

Re: Fragatas FREMM franco-italianas

Enviado: Dom Abr 02, 2017 6:45 pm
por Túlio
Luís Henrique escreveu: Mas lembre-se a MB NÃO desistiu do prosuper.
Verdade. Quem desistiu foi o governo, negando as verbas para projetos que, reconheçamos, eram mesmo ASTRONÔMICOS.
Luís Henrique escreveu:As cv3 irão substituir as type22 e as inhauma.
Inhaúma até canoa com Mtr substitui; T22 desdentada idem. Ou seja, se é só para fazer número...
Luís Henrique escreveu:Para substituir as niteroi a MB continua com o plano de adquirir FRAGATAS de maior porte.
PLANO todo mundo tem. O problema é ter $$$ para que o plano funcione e vire realidade. Não é o nosso caso, nem o será tão cedo.
Luís Henrique escreveu:O mais importante eh que as fragatas poderão ser produzidas no Brasil. E graças aos projetos das Corvetas as tots no projeto das fragatas talvez serão melhor absorvidas.
CREDO, cupincha véio, não viste as últimas? Vão (na verdade QUEREM) pegar os RASCUNHOS da Tamanduá aqui, levar para o exterior (onde tem bastante gente que SABE ao invés de ACHAR QUE SABE), onde vão passar a limpo, corrigir as kgadas e aparecer com novos desenhos, dessa vez TALVEZ saia algo que preste.

E ainda assim, não há nada que garanta que vai ter verba, na hora de começar as cortar as chapas e adquirir NO EXTERIOR os insumos (radares, armas, munições, propulsão & quetales). ONDE as TdTs? É mais ou menos isso que fazemos desde os anos 70, POWS!!!

Re: Fragatas FREMM franco-italianas

Enviado: Dom Abr 02, 2017 7:01 pm
por alex
Tudo isso pelo preço de uma fragata de 4 k toneladas. Somos muito espertos mesmo....

Re: Fragatas FREMM franco-italianas

Enviado: Dom Abr 02, 2017 10:13 pm
por EduClau
Túlio escreveu: CREDO, cupincha véio, não viste as últimas? Vão (na verdade QUEREM) pegar os RASCUNHOS da Tamanduá aqui, levar para o exterior (onde tem bastante gente que SABE ao invés de ACHAR QUE SABE), onde vão passar a limpo, corrigir as kgadas e aparecer com novos desenhos, dessa vez TALVEZ saia algo que preste.
Não foi mais ou menos isso que aconteceu com o Guaraní?

Me corrija se eu estiver enganado no paralelo entre os desenvolvimentos dos nossos "produtos brazileiros", mas pelo que eu entendo o EB desenhou ou especificou, sei lá, chamou as empresas e a Iveco ganhou com um Centauro "light" e pronto, temos nosso APC "Made in (or for) Brazil".

Mais ou menos eu, na minha inguinoranssia, entendo que assim foi e assim será de novo...a única diferença é que a CV será construida no AMRJ e não na filial brazileira de alguma empresa... a nossa engenharia é especializada em rascunho, e só.

sds

Re: Fragatas FREMM franco-italianas

Enviado: Seg Abr 03, 2017 12:12 am
por Marechal-do-ar
Túlio escreveu:CREDO, cupincha véio, não viste as últimas? Vão (na verdade QUEREM) pegar os RASCUNHOS da Tamanduá aqui, levar para o exterior (onde tem bastante gente que SABE ao invés de ACHAR QUE SABE), onde vão passar a limpo, corrigir as kgadas e aparecer com novos desenhos, dessa vez TALVEZ saia algo que preste.
A primeira será construída no exterior, mas quem disse que eles irão revisar o projeto ou mexer nos desenhos?

Re: Fragatas FREMM franco-italianas

Enviado: Seg Abr 03, 2017 6:13 am
por LeandroGCard
Marechal-do-ar escreveu:
Túlio escreveu:CREDO, cupincha véio, não viste as últimas? Vão (na verdade QUEREM) pegar os RASCUNHOS da Tamanduá aqui, levar para o exterior (onde tem bastante gente que SABE ao invés de ACHAR QUE SABE), onde vão passar a limpo, corrigir as kgadas e aparecer com novos desenhos, dessa vez TALVEZ saia algo que preste.
A primeira será construída no exterior, mas quem disse que eles irão revisar o projeto ou mexer nos desenhos?
Ninguém, isso saiu da cabeça do Túlio. Não sei porque ele cismou com isso.


Leandro G. Card

Re: Fragatas FREMM franco-italianas

Enviado: Seg Abr 03, 2017 7:41 am
por LeandroGCard
Túlio escreveu:Cupincha véio, nossa principal diferença permanece a mesma: apesar de seres tu o Engenheiro e eu um mero diletante em assuntos navais, noto que defendes o mesmo que as múmias do Almirantado, uma espécie de jack for all trades but master of none. Simples assim.
Eu não defendo a mesma coisa que os almirantes, existem coisas em que eles insistem e que eu acho grandes bobagens, entre elas a tripulação grande demais (foi reduzida mas ainda será grande para o tipo e porte do navio), o sacrifício da velocidade (se queriam usar apenas Diesel usassem, mas então instalassem mais potência e uma transmissão que permitisse chegar pelo menos aos 29 nós que hoje são o padrão mínimo para navios de guerra mundo afora), ou a previsão de instalação apenas de mísseis da categoria do Exocet/MAN-1 colocados em um espaço estreito e muito alto, quando a tendência atual é de se empregar mísseis de porte bem maior.

Mas isso são detalhes. Algo que se mantivermos e aperfeiçoarmos nossa capacidade de desenvolvimento de projetos podemos corrigir na próxima classe ou mesmo nas próximas unidades da CV-3. Já se comprarmos agora um projeto fora estaremos nos condenando a repetir isso de novo e de novo no futuro, provavelmente para sempre. Neste caso melhor desistir de vez de qualquer indústria naval militar (exatamente o oposto do que os países sérios do planeta estão fazendo) e nos contentarmos apenas com compras de prateleira ou melhor ainda, de oportunidade, como faz o Chile.

O navio que apresentei é altamente especializado, como diz seu próprio nome, Combat Ship for the Littorals (CSL), ou seja uma belonave específica para águas marrons. Alguns comentários:
Sim, é praticamente uma lancha de patrulha super-desenvolvida, para missões de proteção do litoral basicamente contra ameaças de superfície, com boa capacidade de autodefesa e uma capacidade secundária de apoio a operações em terra.

Mas a MB não acredita em defesa do litoral (e não só a MB. Nenhuma de nossas forças armadas acredita nisso, a defesa de nosso litoral está nas mãos de Deus), e a capacidade de levar elementos de fuzileiros até a mim me parece inócua dado o alcance limitado no navio. Vamos desembarcar fuzileiros onde, na nossa própria costa?
:arrow: Olhes a img outra vez. Meus olhos me enganam ou vejo mesmo dois helis DENTRO do hangar? Notes que são 21 m de largura máx do navio.

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:arrow: Olhes também outra vez a img abaixo: sou só eu que vejo o Can AAe de um lado e silos para SAMs VL do outro?

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De outro ângulo:

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O desenho em papel (ou computador) aceita tudo, mas veja que no próprio desenho nem toda a boca do navio é usada para o hangar. E nem deveria ser, um navio operando proximo ao litoral nem precisaria levar helicóptero algum, eles podeiam operar com mais conforto e eficiência de terra mesmo.

Para países pequenos com vizínhos próximos até pode-se pensar em usar uma embarcação assim, para projetar alguma capacidade militar em território inimigo, e no caso não seriam SeaHawks que ele estaria levando, mas BlackHawks mesmo, para o transporte das tropas, algo que parece mais natural em um navio deste tipo. Mas no caso do Brasil, com o Atlântico Sul bem em frente, isso é impensável. Então o navio estaria sempre operando próximo ao nosso próprio litoral, e helis embarcados seriam um luxo até dispensável (desde que, é claro, fossem tomadas medidas para se ter o apoio da aviação em terra, o que também não é o nosso caso... mas isso é uma outra discussão).

:arrow: Quantos metros a mais de calado tem a Tamanduá? O CSL tem 3,90.
A CV-3 terá 4,3 m e boca bem mais estreita, um desenho de casco típico para cortar a água ao invés de deslizar sobre ela. Já este barco alemão é mais mais largo e mais raso, com a popa quase plana, feito mais para deslizar mesmo. Isso é que lhe permite chegar a esta velocidade tão elevada, mas pagando-se o preço de ser muito mais sensível às ondas. Não há o que fazer, são compromissos de projeto com formas de operação diferentes

:arrow: Casco todo de aço pode não pegar fogo mas, se atingido com força, vira numa chuva de estilhaços incandescentes. E há composites que incendeiam com muito menor facilidade do que alumínio. Aliás, para provocar o incêndio primeiro precisa ACERTAR, não? Casco em "X", composites, silhueta baixa, achas essa moleza toda de dar lock? Lembres, nas Falklands os navios atingidos eram grandes, totalmente metálicos (aço + alumínio), sem maiores preocupações com formato e, portanto, um RCS detectável de longe, muito longe. A rigor, o navio já estava "travado" na mira antes mesmo de chegar ao alcance do AM-39. Com o CSL o problema é travar! Vai ter que chegar bem mais perto e se expor à AAAe.
AAe de canhões? O alcance efetivo máximo disso mal chega a 5 km, dá para pegar o navio até no visual bem antes disso. É apenas a última camada de defesa, para usar contra mísseis que passarem por todas as outras..., mas só que neste caso não há outras. E esta história de invisibilidade ao radar só vale enquanto o navio não transmitir ou seja, radar em off. Aí como é que eles vão saber sequer para onde apontar os tais canhões? E ligou o radar virou farol, chama atenção de todo lado.

E por mais resistente que sejam às chamas, os plásticos no mínimo derretem muito mais facilmente com elas também, ou se tornam extremamente quebradiços (nem vou falar nos gases tóxicos e corrosivos). O aço tem muito maior tenacidade em uma faixa muito maior de temperaturas, e não libera gases nem ao derreter. Perceba que para navios o maior risco sempre foi o fogo, veja que todos os navios destruídos or mísseis Exocet por exemplo sobreviveram ao impacto em si, e foram perdidos para o incêndio subsequente. Usar uma camada de kevlar dentro da estrutura de aço como blindagem é uma coisa, mas construir a estrutura inteira de plástico reforçado é outra totalmente diferente. Ou você vê muitos tanques de guerra sendo construídos em FRP por aí?

:arrow: A altura do mastro se torna pouco relevante em águas do AS, aqui o horizonte mal chega a uns 32 km. O AESA das imgs + Sea Ceptor (ainda escrevo sobre isso, outra oportunidade perdida, apenas mais uma) ou mesmo Aster 15 (idem) bastam para segurar qualquer coisa que se aproxime o suficiente para dar lock na belonave. Vantagens do pequeno RCS...
A altura do mastro é que define o horizonte radar, não as águas em que se navega :wink: . Quanto mais alto, maior o alcance, uma questão de geometria básica. Mas o balanço do navio afeta bastante a eficiência do radar também, por isso capacidade militar dos navios de guerra decresce com o aumento do nível de encarpelamento do mar. E a forma do casco desta lancha alemã não é favorável à estabilidade, o que a preocupação em reduzir o peso da superestrutura comprova. Ela vai ser sempre uma plataforma de radar inferior à CV-3, a menos que seja desenvolvido um casco mais estreito e profundo que corte melhor as ondas como o desta. A MB não aprendeu isso da maneira fácil.

:arrow: Criticas que o CSL não é uma Escolta. Bueno, depende do que se pretende escoltar, onde e contra quem. Nas duas Guerras Mundiais o Brasil sofreu ataques de submarinos contra navios de cabotagem, ou seja, costeiros, não em alto mar. Com uma belonave baseada no CLS, com seus dois Seahawks hangaráveis (e convoo para helis até maiores) e a possibilidade de instalar sonar rebocado de profundidade variável, não seria fácil de repetir a façanha e sair dando risada, como fizeram os Alemães.
Mesmo para proteção à cabotagem se pedem navios com boa capacidade marinheira (o mar brasileiro pode ficar bem bravo bem perto da costa). E na absoluta falta de escoltas operacionais de maior capacidade, coisa que a MB não terá em futuro previsível (já os alemães tem 10 e planejam chegar a 11 ainda mais modernos - ao passo que nós mal sonhamos em conseguir os navios velhos que eles deixarão de usar), serão as CV-3 que terão que cumprir as missões mais distantes do litoral também, pelo menos por um bom tempo. E durma-se com isso (quem não gostou que vá reclamar como o Temer).

Então, seria muito lindo mesmo poder simplesmente abrir mão disso e desenvolver barquinhos de patrulha avançadíssimos e bonitinhos como esta lancha alemã, e deixar as missões de escolta e de longo curso para os navios maiores. Mas isso simplesmente não vai acontecer no Brasil, não somos a Alemanha e não temos nem teremos tão cedo estes escoltas maiores, então as CV-3 vão ter que se adequar nem que seja minimamente a esta função também. E neste caso elas se adequam melhor (ou pelo menos menos mal) do que esta proposta da Thyssenkrupp.

Aliás, sério que confiarias uma FT ou comboio a umas tranqueiras pequenas e limitadíssimas em alto mar como as Tamanduás? Porque "isso" que a MB inventou me lembra tanto o IA-2 (um FAL amaneirado em 5,56 mas que até hoje não disse a que veio) que nem te conto: uma Barroso com SAMs e alguma furtividade. Seriously???
As Inhaúma fizeram exatamente isso por décadas. Não da melhor forma possível, mas estavam lá. E tanto a Barroso quanto a CV-3 incorporam diversas melhorias justamente para deixá-las mais aptas a cumprir esta missão.

É o que dá para esperar no futuro previsível, com muita sorte.
Leandro véio, queres saber o nosso principal ponto de discordância? Simples, tu queres (ou melhor, pareces querer) manter as coisas como estão, remenda aqui, faz um puxadinho ali, compra um ferro véio de alguém e temos Esquadra. Já eu quero recomeçar, ou seja, considero esta aparente desgraça de "apagão de Escoltas" da próxima década não como DESGRAÇA mas como OPORTUNIDADE! Oportunidade de começar de novo, lá de baixo. Primeiro ter Patrulhas de todos os portes e capacidades em quantidade e com qualidade suficiente para dar plena cobertura ao nosso litoral e ZEE. Coberta esta base, começa a capacidade de combate e, do modo como preconizo, outra vez se começa de baixo, onde entra o conceito do CSL. A partir daí sim, se parte para capacidades maiores, como Fragatas, Destróieres e Cruzadores. Até lá os subs (SSKs) continuam por aí, prontos para incomodar quem vier se fresquear.

Nas buenas, não consigo entender como, na pindaíba em que estamos agora e que vamos estar na próxima década, tu demonstres crer que se a gente parte de uma Barroso Reloaded então não paramos mais, depois vem uma Niterói Reloaded e o céu é o limite. Não leves a mal mas eu achava que Engenheiros eram mais CÉTICOS.
Túlio, como eu já disse antes, também preferia ver a MB tentando ser mais moderna e atual, e pensando no futuro ao invés do passado. Mas temos uma preemência enorme de poder pelo menos cumprir com nossos compromissos atuais, por minimamente que seja. E isso inclui a capacidade de colocar escoltas d verdade longe de nosso próprio litoral. É muito vergonhoso para o país ter que deslocar OPV's para isso como tem sido feito.

A melhor opção hoje para isso é com as CV-3. Projetos estrangeiros custariam pelo menos tanto quanto (não acredite em milagres) e teriam menor adequação às necessidades da MB. A outra opção é comprarmos alguma velharia que alguém não quer mais usar, mas isso só iria nos colocar de volta onde estávamos 5 ou 7 anos atrás, uma situação nada confortável, e seria a pá de cal final em mais um setor tecnológico/industrial que um dia tivemos e que deixamos quase morrer por absoluta falta de previdência.

Mas se partirmos do princípio de que o programa das CV-3 vai se encerrar em si mesmo, sem continuidade posterior, então não precisamos é de marinha alguma, fecha tudo, transforma o que temos em guarda costeira (basicamente uma polícia naval mesmo) e esquece este negócio de defesa, que isso é pra quem sabe pelo menos identificar seus próprios interesses.

Quem prefere ficar jogando super-trunfo sentado na beira da sarjeta enquanto os adultos saem para trabalhar e produzir algo de realmente útil não mostra responsabilidade suficiente para ter o direito de brincar com armas de verdade.


Leandro G. Card

Re: Fragatas FREMM franco-italianas

Enviado: Seg Abr 03, 2017 9:34 am
por vplemes
"Quem prefere ficar jogando super-trunfo sentado na beira da sarjeta enquanto os adultos saem para trabalhar e produzir algo de realmente útil não mostra responsabilidade suficiente para ter o direito de brincar com armas de verdade."

Quando vi essa frase lembrei na hora de certa nação sul americana. Mas aí é covardia! Com quatro novelas diárias, carnaval e futebol (regional, nacional, copa do Brasil, sul Americana, libertadores, eliminatórias para copa do mundo, etc, etc...) Logicamente não dá tempo pra ficar pensando nessas bobagens de defesa! Tirando nós e mais alguns poucos aficionados pelo tema, mais ninguém está interessado pelo tema "defesa".