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Re: O redescobrimento do Brasil

Enviado: Qui Mar 13, 2008 2:34 pm
por Pedro Gilberto
Uma pena não ter sido concluido essa negociação...

Toshiba desiste de fábrica no Brasil, diz Sérgio Cabral

Agencia Estado
13/03/2008 (13:37)

A Toshiba não vai mesmo instalar uma fábrica de semicondutores no Brasil, apesar de ter assumido compromisso nesse sentido quando o governo brasileiro adotou o padrão japonês para a televisão digital no País. A informação é do governador do Rio, Sérgio Cabral, que está no Japão mantendo contatos com empresas japonesas, visando a atrair investimentos para o Estado do Rio. Segundo nota divulgada pelo governo do Rio, Cabral disse que conversou com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sobre a questão e a ministra explicou a Cabral as negociações nesse sentido.

"Estive com a direção da Toshiba na quarta-feira, aqui em Tóquio, e eles me confirmaram a desistência (de instalação da fábrica no Brasil)", afirma Cabral, na nota. "Conversei com a ministra Dilma e pude compartilhar o sentimento de frustração quanto à falta de reciprocidade à adoção do padrão de TV digital japonês. Como contrapartida, a Toshiba ficou de instalar no Brasil uma fábrica de semicondutores e não cumpriu o trato", complementou o governador, na nota.

Na avaliação de Cabral, o comportamento da Toshiba prejudica outras empresas daquele país interessadas em conseguir contratos no Brasil, como é o caso do trem-bala, entre o Rio de Janeiro e São Paulo. Cabral disse que a ministra Dilma irá ao Japão em abril para tratar dessa reciprocidade entre os dois países. Cabral visitou hoje as empresas Sumitomo, Mitsui, Mitsubishi Heavy Industries e Japan Railway, que estão interessadas em demonstrar seus projetos para o trem de alta velocidade. "A sugestão é uma receita para o projeto do trem-bala japonês recuperar fôlego junto ao governo brasileiro", acrescentou o governador.


http://www.atarde.com.br/economia/noticia.jsf?id=851321

[]´s

Re: O redescobrimento do Brasil

Enviado: Sáb Mai 10, 2008 9:58 pm
por Pedro Gilberto
Será que agora vai?? Mas parece que a Dilma ser "duro" na queda isso parece....
Toshiba retoma projeto de semicondutores no Brasil

Prometida desde 2006, idéia da fábrica fora cancelada
Em encontro com Dilma, empresa ‘renova’ a promessa
Ministra cobrou, no Japão, ‘contrapartidas’ à TV Digital
Resultado das conversas consta de relato ‘confidencial’

No final de abril, Dilma Rousseff esteve no Japão. Oficialmente, foi participar dos festejos que marcaram o centenário da chegada do Kassatu Maru, o navio que trouxe ao Brasil os primeiros imigrantes japoneses. Teve, porém, uma agenda paralela. Bem mais relevante. Em encontros reservados, tratou de negócios.

Os resultados das conversas da ministra foram assentados em documentos confidenciais do Itamaraty. O blog obteve, na chancelaria brasileira, cópia de um dos textos. Trata de reuniões com autoridades do governo e empresários japoneses sobre TV Digital. Assina-o André Mattoso Maia Amado, embaixador do Brasil em Tóquio.

O trecho mais importante do documento reproduz diálogos mantidos em “almoço de trabalho” de Dilma com executivos de algumas das maiores empresas de tecnologia do Japão. Entre elas Toshiba. Deu-se em 24 de abril. Vai abaixo um extrato do texto do embaixador Maia Amado, subdividido em 14 tópicos:

1. O ponto alto do repasto foi anotado no tópico de número 10. Nas palavras do embaixador: “A principal informação veiculada no almoço.” O vice-presidente-executivo da Toshiba, Masashi Muromachi, comunicou a Dilma, atendendo à expectativa do governo brasileiro, decidira implantar uma indústria de simicondutores no Brasil. Disse mais: a empresa enviará uma equipe ao Brasil. O grupo participará de um seminário em Brasília, nos dias 20 e 21 de maio. Depois, visitará o CEITEC (Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada), em Porto Alegre. Uma indicação de que o novo empreendimento pode ser assentado no Rio Grande do Sul;

2. A promessa de instalação de uma fábrica de semicondutores da Toshiba no Brasil é coisa antiga. Foi anunciada pelo governo em 2006. Seria uma contrapartida pela escolha do padrão japonês de TV digital. O governo japonês nunca se comprometeu com o projeto. Disse apenas que apoiava o projeto. Mas deixou claro que a iniciativa dependia da vontade da Toshiba.

3. Em março, numa visita a Tóquio, o governador do Rio, Sérgio Cabral, encontrara-se com mandachuvas da Toshiba. Ouvira deles a informação de que a empresa desistira de fabricar semicondutores no Brasil. Repassara a informação a Dilma.

4. Daí o entusiasmo com que Dilma recebeu a notícia. Segundo o relato do embaixador Maia Amado, ela “congratulou-se com a Toshiba pela importante decisão tomada.” Uma decisão levada à mesa no instante em que a ministra relatava aos representantes das empresas japonesas encontro que tivera na véspera com Hiroya Masuda, ministro do Interior e Comunicações do Japão;

5. Dilma repetiu aos executivos das empresas o que dissera ao ministro. Considerou acertada a decisão brasileira de optar pelo sistema japonês de TV digital, em detrimento dos sistemas norte-americano e europeu. Enfatizara, porém, que o sucesso da empreitada dependia de cinco providências;

6. Resumiu-as assim: a) garantia das empresas japoneses de fornecimento de equipamento chamado set-top-box (dispositivo que habilita televisores analógicos a receberem e decodificarem o sinal digital) a preços inferiores a US$ 100 (cerca de R$ 160); b) produção de chips com tecnologia nipo-brasileira; c) estímulo à produção de celulares habilitados a receber o sinal da TV digital; d) parceria do BNDES e seu congênere Japonês (JBIC) no financiamento de equipamentos para que todas as emissoras de TV do Brasil migrem do padrão analógico para o digital; e) divulgação do sistema digital desenvolvido pela parceria nipo-brasileira em outros países, sobretudo os da América Latina;

7. Depois de ouvir o relato de Dilma, Motohiro Shimaoka, diretor da empresa Alps Eletric, disse que seria difícil reduzir os custos de produção do set-top-box (hoje, o equipamento que habilita televisores analógicos à recepção digital custa ao consumidor brasileiro entre R$ 500 a R$ 1.100).

8. Dilma foi à jugular. Disse que acabara de ouvir de Masuda, o ministro japonês do Interior e Comunicações, que o Japão “estaria preparando programa de lançamento do set-top-box, a ser oferecido ao Chile, a US$ 50.” Em timbre que o documento confidencial do Itamaraty define como “incisivo”, Dilma disse aos executivos do Japão que, à falta de alternativa, “o governo brasileiro estaria pronto a atuar por conta própria, nacionalizando a produção de set-top-box.” Disse que a gestão Lula não hesitaria em isentar as empresas nacionais de impostos caso o produto se mantenha com os preços atuais: US$ 700, segundo ela;

9. A afirmação da ministra, anota o documento do Itamaraty, “pareceu surtir forte efeito na platéia.” Foi nesse ponto do almoço que o representante da Toshiba interveio para anunciar a boa nova da fábrica de semicondutores.

10. No próximo mês de junho, informa o texto do embaixador Maia Amado, irá ao Japão o ministro Hélio Costa (Comunicações). Dilma sugeriu às autoridades e aos empresários japoneses que a visita sirva para aprofundar a resolução das cinco pendências que listou. Sugeriu a criação de um “fórum internacional” com a participação de empresas dos dois países.

Escrito por Josias de Souza às 04h44

http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com ... 10045644-0
[]´s

Re: O redescobrimento do Brasil

Enviado: Dom Mai 11, 2008 3:56 pm
por Sniper
Excelente notícia. Parece que agora vai! [009]
8. Dilma foi à jugular. Disse que acabara de ouvir de Masuda, o ministro japonês do Interior e Comunicações, que o Japão “estaria preparando programa de lançamento do set-top-box, a ser oferecido ao Chile, a US$ 50.” Em timbre que o documento confidencial do Itamaraty define como “incisivo”, Dilma disse aos executivos do Japão que, à falta de alternativa, “o governo brasileiro estaria pronto a atuar por conta própria, nacionalizando a produção de set-top-box.” Disse que a gestão Lula não hesitaria em isentar as empresas nacionais de impostos caso o produto se mantenha com os preços atuais: US$ 700, segundo ela;
Meus parabéns a ministra. Uma postura firme e incisiva, como raramente vimos nesse governo Mulla! :shock: :D

Re: O redescobrimento do Brasil

Enviado: Dom Mai 11, 2008 6:38 pm
por Tigershark
Isso é a cara da Dilma.Acho que é por isso que o Lula gosta tanto dela:Ela decide.

Re: O redescobrimento do Brasil

Enviado: Seg Mai 12, 2008 9:10 am
por Brigadeiro
Num governo com tantos marmanjos, a única pessoa a ter "culhões" é uma mulher... :shock: :shock:

"Dona Dilma, masculina
Mulher macho sim sinhô!
" :lol: :lol:

Até mais!

Re: O redescobrimento do Brasil

Enviado: Sáb Jun 14, 2008 1:22 am
por Centurião
Passou batido?
FAB testa 14-X em túnel hipersônico
Por Defesa Brasil
02 de Junho de 2008
A última segunda-feira, dia 2 de junho, foi um dia especial para o Instituto de Estudos Avançados, em São José dos Campos (SP). Além de ser a data em que o IEAv completou 26 anos de existência, havia mais o que comemorar. No Laboratório Professor Henry Nagamatsu, militares e civis estavam empenhados na realização de um importante experimento científico: um dos testes com um modelo reduzido da aeronave 14-X no túnel de vento hipersônico T3.

O Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti Saito, compareceu ao local para acompanhar o teste, que coloca o Brasil na corrida hipersônica, ao lado dos poucos países em condições de dominar essa tecnologia: Estados Unidos, Japão, Austrália e Rússia.
O 14-X

É uma aeronave bem diferente das que voam atualmente. Ela é equipada com um motor sem partes móveis, que funciona integrado à fuselagem. Durante o vôo, o ar é comprimido pela própria geometria e velocidade do veículo e é direcionado para uma câmara na parte inferior do avião, onde também é injetado gás hidrogênio, que entra em combustão supersônica.

O 14-X, nome dado em homenagem ao 14-Bis de Santos Dumont, foi projetado pelo estudante de mestrado 1º Tenente Tiago Rolim, que se formou no ITA em 2005. A previsão é que o 14-X seja lançado de um foguete brasileiro em 2012. Isso porque o motor precisa de um impulso inicial até que atinja o ponto de combustão.

O túnel T3

É o maior túnel de vento pulsado hipersônico da América Latina, com 25 metros de comprimento, capaz de produzir escoamentos de ar com velocidade de até vinte e cinco vezes a velocidade do som (Mach 25) e com pulsos de até 10 milésimos de segundo.

Na seção de testes do túnel podem ser ensaiados modelos ou componentes de veículos com até um metro de comprimento, que são submetidos a ondas de choque, temperaturas e pressões encontradas por uma aeronave em vôo hipersônico.

Inteiramente projetado no IEAv e construído por empresas nacionais, o túnel T3 foi financiado com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e incorpora a experiência acumulada no projeto, construção e operação de seus predecessores de menor porte, os túneis hipersônicos T1 e T2.

Os testes do 14-X no túnel T3

Os testes em túnel de vento simulam as condições de vôo do modelo, sobre o qual são instalados sensores de pressão e temperatura para registro dos dados. Uma câmera filmadora de alta velocidade - dois milhões de quadros por segundo - permite a visualização do escoamento de ar sobre a fuselagem. O modelo do 14-X que está em testes é construído em aço inoxidável e tem cerca de 80 centímetros de comprimento. Menor do que o veículo projetado para voar, que terá 2 metros de comprimento.

O objetivo do projeto é desenvolver um veículo não-tripulado capaz de colocar satélites em órbita. Os atuais veículos espaciais precisam transportar grande quantidade de oxigênio, que serve como oxidante para queima do combustível. O 14-X levará muito menos oxigênio, apenas a quantidade necessária para a queima do combustível no trajeto fora da atmosfera terrestre, o que resulta em maior capacidade para carga útil. “O 14-X é uma plataforma de testes para conceitos inovadores”, afirma o Cel Eng Marco Antonio Sala Minucci, Diretor-Adjunto do IEAv e um dos idealizadores dos túneis hipersônicos T1, T2 e T3.

Acompanharam também os testes o Ten Brig Ar Neimar Diegues Barreiro (SEFA), o Ten Brig Ar Carlos Alberto Pires Rolla (CTA), o Maj Brig Ar Aprígio Eduardo de Moura Azevedo (GABAER), o Maj Brig Ar Antônio Gomes Leite Filho (COMGAP), o Brig Ar Antônio Carlos Moretti Bermudez (CECOMSAER) e o Cel Av Darcton Policarpo Damião (IEAv).

Fonte: IEAv / FAB

Re: O redescobrimento do Brasil

Enviado: Sáb Jun 14, 2008 8:53 am
por Sniper
Notícia importantíssima! Faltou uma melhor divulgação ou nós estamos preocupados demais com o FX para lermos uma notícia dessas? :lol:

Re: O redescobrimento do Brasil

Enviado: Sáb Jun 14, 2008 9:53 am
por Tigershark
Não é isso não,Sniper.O CB_Lima já havia postado a notícia alguns dias atrás em outro tópico(desculpe,não me lembro qual) e nós já havíamos discutido sobre ela.Mesmo assim reintero que é uma excelente notícia.

Abs,

Tigershark

Re: O redescobrimento do Brasil

Enviado: Seg Jun 16, 2008 9:39 am
por Tigershark
Época

Assunto: Brasil
Título: Ainda não dá para comemorar
Data: 16/06/2008
Crédito: Isabel Clemente

Isabel Clemente
O indicador de qualidade na educação começa a melhorar no país. Mas a média ainda está longe do pior resultado entre as nações desenvolvidas

DEVER DE CASA FEITO
Alunos na saída de uma escola no Tocantins. O Estado foi um dos que mais mostraram melhora no desempenho
Enfim, uma boa notícia nas escolas brasileiras. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – uma combinação da taxa de aprovação com provas de conhecimento sobre português e matemática – de 2007 mostra que a média brasileira avançou de 3,8 para 4,2 nas séries iniciais (até o 5º ano), e de 3,5 para 3,8 nas séries finais (até o 9º ano), numa escala de 0 a 10. O ensino médio, onde tradicionalmente está o pior desempenho, continua na lanterna. A nota subiu só de 3,4 para 3,5. A boa notícia é que, em todas as etapas do ensino, foram antecipadas as metas estabelecidas para 2009.
A má notícia é que, com notas assim, não dá nem para celebrar. “Por trás desse índice tem uma quantidade enorme de criança analfabeta na 4a série e que não sabe as quatro operações”, diz o sociólogo Carlos Henrique Araújo, ex-diretor de Avaliação do Ensino Básico do Inep, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, hoje consultor de projetos pedagógicos para governos e empresas. O objetivo do Ministério da Educação (MEC) é chegar a um Ideb 6 até 2021. Parece pouco, mas para o padrão atual brasileiro não é. Seria um resultado comparável ao de países desenvolvidos, que deram início à reforma educacional décadas antes do Brasil. “Vencemos um pequeno trecho do nosso longo percurso”, diz o ministro da Educação, Fernando Haddad.
Bons educadores trabalham com um princípio: o ideal de uma escola é conseguir que 70% de seus alunos tenham 70% de aproveitamento. “Estamos muito longe disso”, diz Ilona Becskeházy, diretora-executiva da Fundação Lemann. Para ter uma idéia, em todas as etapas do ensino, entre todos os Estados, só aparecem duas notas 5, ambas para as séries iniciais (1ª a 5ª), do Distrito Federal e do Paraná. A média de Portugal, um país da OCDE, o clube dos países ricos e industrializados, é 5,5. E esse é um dos piores resultados entre os melhores. “Nós avançamos em relação a nós mesmos, mas estamos num ritmo muito mais lento do que outros países”, diz o senador Cristóvam Buarque (PDT-DF), ex-ministro da Educação do governo Lula. O MEC não pretende alterar as metas dos próximos anos porque, segundo o ministro da Educação, é preciso consolidar os resultados. Nada impede um retrocesso na próxima pesquisa, daqui a dois anos.
A melhora é fruto de medidas básicas. Para começar, os professores e as escolas nem sequer sabiam o que seria cobrado nos exames nacionais que dão sustentação ao Ideb. “O que o governo fez foi muito simples: mostrar o que o professor precisa ensinar e o aluno aprender”, diz a diretora-executiva do Instituto Ayrton Senna, Margareth Goldenberg. “Atuamos há 14 anos nessa área e ouvíamos reclamação sobre a falta de rumo.” A ONG tem parcerias sobre políticas públicas educacionais com 1.350 municípios em sete Estados.
O governo federal cita ainda a distribuição de livros didáticos para o ensino médio e o treinamento de professores dos primeiros anos do ensino, no programa pró-letramento, como explicações possíveis por trás do Ideb melhor. Daqui para a frente, a batalha exigirá estratégias mais sofisticadas. Quanto mais alto o índice de qualidade das escolas, mais difícil será melhorar. Estados onde a educação pública está à frente da média nacional, como Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais, já sentem isso. Lá, alguns indicadores praticamente estagnaram, destaca o MEC. O Nordeste, dono das piores médias, foi a região que mais avançou. O Ideb mostra que 26 das 27 unidades da Federação atingiram a meta de 2007 para a 5ª série; 25, a meta para a 9ª série; e 17, a média prevista para o ensino médio.
Outra conquista proporcionada pelo Ideb é a “saudável competição” entre as prefeituras e os Estados, submetidos a uma exposição pública da qualidade de seu ensino como não havia antes. A Paraíba, Estado nordestino que atingiu ou superou todas as metas de 2009, é um exemplo. O secretário estadual de Educação, Neroaldo Pontes de Azevedo, doutor em Literatura Brasileira, diz que é cada vez maior o número de prefeituras à procura de apoio para projetos educacionais. “No ano passado, eram 20, agora são 120, e optamos por trabalhar com as de menor Ideb, qualquer que seja o partido político. Com o Ideb, ninguém quer ficar mal”, afirma.
Um fator que não pode ser ignorado é a necessidade de dar continuidade ao trabalho. No Tocantins, reconhecido nacionalmente por um inovador trabalho de gestão nas escolas, a secretária Maria Auxiliadora Seabra Rezende está há oito anos no cargo, em dois governos de partidos distintos. Presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Educação, Dorinha, como é conhecida, diz que é preciso zelar para que as eleições municipais deste ano não mudem projetos que estão dando certo.
A última etapa do ensino básico tem sido o elo mais fraco das escolas brasileiras. Nesse caso, as soluções também são mais complexas. A começar pela formação do professor, que precisa ser mais especializado que o antigo professor primário. Nos Estados Unidos, a solução tem sido abrir o magistério para outros profissionais, como advogados e até militares aposentados, para não desperdiçar mão-de-obra capacitada. O Plano de Desenvolvimento da Educação, anunciado no ano passado pelo MEC, contém medidas específicas para tentar contornar o problema (leia a entrevista abaixo com o ministro Fernando Haddad). Uma delas é a construção de escolas federais técnicas. Mas antes disso essas escolas precisam mudar seu foco. Hoje, elas geralmente servem para alunos de elite se prepararem para a faculdade. Os técnicos ficam longe. “O Brasil não sabe o que quer de seu ensino médio, que não forma nem profissionais para o mercado nem acadêmicos”, diz o sociólogo Carlos Henrique Araújo, ex-diretor do Inep.
É justamente esse o diferencial do Centro Paula Souza, gestor de 140 escolas técnicas estaduais em São Paulo. O ensino profissionalizante é oferecido separadamente do ensino médio regular. Ali, alunos podem completar, em um ano e meio, estudos para 80 carreiras técnicas. Cerca de 70% das vagas são para o estudo técnico e atendem, em grande parte, alunos vindos da rede pública. “Nosso aluno quer se preparar para o mercado de trabalho”, diz Laura Laganá, diretora-superintendente do Centro Paula Souza. Talvez por isso os alunos do Centro tenham sucesso no mercado de trabalho: 74% dos técnicos já saem com emprego.

Papo rápido - Fernando Haddad
Para o ministro da Educação, o país pelo menos parou de piorar
Quase todos os Estados atingiram as metas de 2009. Eram pouco ambiciosas?
Fernando Haddad – Não. As metas foram traçadas a partir de um parâmetro que mostrava indicadores de qualidade em queda. Pretendíamos não só estancar a deterioração, mas também reverter no primeiro ano essa queda. Temos uma trajetória mais ambiciosa até 2021.
O Plano de Desenvolvimento da Educação, anunciado no ano passado, mostrava muitas medidas voltadas para o ensino médio, onde estão as piores notas de desempenho das escolas brasileiras. O que falta sair do papel?
Haddad – Muita coisa foi feita. Há menos de três anos, os alunos nem sequer tinham livro didático. Hoje, todos recebem gratuitamente do MEC. É preciso ainda fazer uma reforma do ensino médio, o que está sendo estudado com o ministro Mangabeira Unger. Além do mais, estamos promovendo a expansão da rede federal de escolas técnicas. Já entregamos 50 novas escolas técnicas e temos outras 164 para entregar.

Re: O redescobrimento do Brasil

Enviado: Seg Jun 16, 2008 9:43 am
por Tigershark
O Estado de São Paulo

Assunto: Economia /Breves
Título: Brasil ganha novo status entre os grandes grupos
Data: 16/06/2008
Crédito: Marili Ribeiro, Cannes

Marili Ribeiro, Cannes

Crescimento econômico reforça interesse das redes globais de agências em investirem no País

O mercado brasileiro de propaganda está no radar dos conglomerados de comunicação global como nunca esteve no passado. A visibilidade obtida com a chegada do grau de investimento acendeu um alerta nos negócios da comunicação. Com a possibilidade de mais dinheiro entrando no País, mais investimentos devem ser feitos em promoção de mensagens publicitárias. O otimismo em relação ao País foi detectado em consultas feitas pelo Estado a alguns dos altos executivos dos maiores grupos globais.
"O Brasil representa menos de 20% de nossa receita, mas vem crescendo rapidamente", diz Simon Sherwood, diretor de operações do grupo BBH. "A nossa operação tem sido direcionada para incentivar o desempenho local, o que deve ganhar reforço com o crescimento da base de clientes globais da BBH, em especial os que passarem a investir mais no Brasil."
E se Sherwood aposta no incremento da sociedade com a agência brasileira NeogamaBBH, o presidente do McCann WorldGroup, John Dooner, não descarta aquisições de novas agências ainda este ano. A McCann-Erickson foi uma das primeiras agências internacionais a chegar ao Brasil, em 1937, e sempre ocupou posição de destaque no ranking das maiores agências em operação no País.

"Uma das razões para a nossa confiança no País está no talento dos profissionais brasileiros", diz Dooner. "Os publicitários do Brasil são reconhecidos por seu talento em Nova York, Londres ou Canadá. É um fato relevante que o Brasil está exportando criatividade e também ótimos profissionais, em especial para a área de mídia digital, e com grande sucesso."

A reputação da criatividade brasileira, somada ao cenário econômico favorável, foi o que motivou Nigel Morris, presidente da rede Isobar Worlwide, a comprar em 2007 a agência Click, de serviços online e, há dois meses, a agência Age, de propaganda tradicional. "Estamos confiantes que poderemos crescer junto com o País", diz.
Mais cauteloso na avaliação sobre as perspectivas de seu grupo no mercado nacional, Jean-Marie Dru, presidente do grupo TBWA, diz que, apesar de a rede estar atenta às oportunidades de crescimento por meio de novas aquisições, no Brasil o cenário será um pouco diferente. "Estamos otimistas com o trabalho que temos a fazer com a nova Lew,Lara\TBWA", diz, referindo-se à recente compra de participação majoritária dessa agência. Antes, as sociedades feitas pelo grupo não prosperaram e os negócios acabaram desfeitos.
"O Brasil é um mercado-chave para nós porque é um mercado-chave para nossos clientes", diz Dru. Mais do que isso, ele ainda vê no mercado local alguns ensinamentos para o mercado mundial. "Os profissionais brasileiros conseguiram manter formas de remuneração para o negócio da propaganda que são compensadoras, especialmente num momento em que as ações de não mídia (eventos, promoções, ações virais), avançam no mercado global." No Brasil, as agências administram as verbas publicitárias aplicadas em mídia e recebem prêmios de incentivo dos veículos por isso. No exterior, há agências dedicadas à tarefa.

Re: O redescobrimento do Brasil

Enviado: Sex Jun 20, 2008 10:39 am
por Guerra
Tigershark escreveu:Isso é a cara da Dilma.Acho que é por isso que o Lula gosta tanto dela:Ela decide.
Na verdade ela só diz o que o Lula não pode dizer.
Nos ultimos anos o povo simplesmente rejeitou o politico de discurso de plenário. A prova disso foi o aumento de politicos locutores de rádio que usam uma linguagem mais ativa na profissão. E o Lula sempre foi o mestre da linguagem ativa, o unico problema era a agressividade. Ele baixou o tom e conquistou a massa.
Por isso eu acho que Dilma é o antigo Lula de saia. Ela não é nada sem ele, e ele, as vezes precisa dela.