pt escreveu:JNSA escreveu:Mas não se gastaria mais com as JvH?...
Claro que sim. Mas o orçamento era para € 80.000.000 e não mais. As JvH não podiam ser opção, porque isso implicava ultrapassar e em muito o orçamento. Portanto, nós não poupámos, porque não se pode poupar o que nunca se teve para gastar.
pt, este valor de 80 milhões já foi pensado em função das OHP. O Governo, em vez de verificar qual era o melhor navio AAW disponível em 2ª mão, optou pelas OHP, parcialmente por razões políticas. Depois fez o orçamento a contar com estas fragatas, e não o contrário. Ou seja, se o MD pretendesse adquirir as JvH, teria tentado convencer o Ministério das Finanças a disponibilizar mais verbas.
Portanto, nós teríamos eventualmente mais dinheiro para gastar - era só uma questão de ele ser atribuído ao MD. Mas fez-se a escolha política pelas OHP, e depois orçamentou-se o custo destas...
pt escreveu:O lançador das Perry dispara Sea-Sparrow e Harpoon, e selecciona automaticamente o tipo de munição. No entanto, esta necessidade ocorrerá em ambientes de alto risco, em que o navio necessite ao mesmo tempo de se defender de um avião e atacar um navio.
Em caso de extrema necessidade, parece-me que seria melhor mandar uma Vasco da Gama, que pelo menos não tem essa desvantagem.
pt, o lançador das Perry não lança Sea Sparrow mas sim Standard.
E vamos lá ver se percebi o que quer dizer:
-vamos comprar uma escolta AAW
-esta não pode lançar ao mesmo tempo mísseis anti-navio e anti-aéreos
-em caso de confronto contra um alvo aéreo (míssil e/ou avião) e naval em simultâneo, como a escolta AAW não consegue enfrentar as duas ameaças, sugere que se envie a escolta multifunções, mas primariamente ASW, e que ainda por cima não consegue lidar contra ataques em saturação...
Isto para mim não faz muito sentido... Ou será que sou eu que estou a ver mal a questão...
pt escreveu:O problema do Helicóptero é muito grande, principalmente porque assim uma OHP pode substituir uma Vasco da Gama em praticamente tudo. Já noutras circunstancias uma JvH não o poderia fazer.
Lembro por exemplo o caso da Guiné em 1998. Não poderíamos mandar uma JvH, porque do ponto de vista operacional não seria possível beneficiar de todas as vantagens decorrentes da utilização dos helicópteros, e que foram muitas.
pt, este é uma questão de escolhas. A Marinha pretende uma escolta AAW e não um navio que possa substituir as VdG na maioria das missões. Ora se o objectivo era aquirir uma escolta AAW, então deveria ter-se apostado na melhor, a JvH, e não na OHP que tem como única vantagem o helicóptero.
pt escreveu:Quanto à peça de 76mm, ela pode estar limitada no que respeita a tiro rápido contra alvos aéreos, isso é obvio. Mas para apoio terrestre? O 76mm não é eficiente?
Já viram os estragos que causa um só projéctil de 76mm?
Para apoio terrestre, a peça de 76mm pode ser posicionada para dar todo o apoio que pode ser necessário.
Se a peça de 76mm fosse assim tão boa para apoio terrestre, acha mesmo que haveria países a desenvolver peças de 155mm para esta missão? Ou que mesmo tendo os EUA peças de 127mm, haja gente a propôr a reintrodução ao serviço dos couraçados enquanto não forem introduzidos navios eficazes para apoio terrestre? Estes últimos até podem estar a exagerar, mas não há dúvidas de que o 76mm é considerado insuficiente para esta tarefa.
Isto já para não referir que as peças de 76mm têm um alcance menor quando comparadas com outras de calibre superior, o que obriga o navio a aproximar-se do alvo, e consequentemente, a tornar-se mais vulnerável.
pt escreveu:A JvH foi lançadas à água quatro anos e alguns meses depois da George Philip e se o sistema de propulsão e o duplo eixo são uma vantagem, se a área das turbinas for atingida, a JvH fica parada no mar e tem que ser rebocada.
É uma vantagem das Perry, que não é de descurar. Lembro que os mais recentes projectos MEKO, por exemplo introduzem esse conceito, que as Perry já consideravam. Lembro o caso de um ataque terrorista que pode imobilizar um navio, se as turbinas tiverem que ser desactivadas por razões de segurança. As Perry, movem-se com motores independentes a Diesel, colocados à proa.
Eu não desvalorizo essa vantagem das OHP. Só que acho que é preferível ter um navio que consegue mais eficazmente destruir as ameaças prováveis do que ter um que tem maior probabilidade de ser atingido, mas que consegue lidar melhor com os danos.
pt escreveu:Só para terminar, lembro que o CIWS para as Perry, será modernizado.
Mesmo modernizado, o Phalanx é provavelmente inferior ao Goalkeeper.
No fundo, pt, o que se passou com o processo das fragatas AAW foi o seguinte - as JvH foram identificadas como a melhor opção, mas como a qualidade tem um custo, eram também mais caras. O Governo, por razões políticas e de
poupança orçamental, mas não operacionais ou técnicas (como digo, na minha opinião de leigo, a existência de héli orgânico não chega para justificar a escolha), optou pelas OHP, e depois orçamentou na LPM o valor que custaria a sua vinda e eventuais upgrades/modificações limitadas.
Tivesse havido vontade política, e o dinheiro para comprar as JvH teria sido dado ao Ministério da Defesa.
Mas como digo, isto é só a opinião de um leigo.
Cumprimentos