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Mensagem
por FCarvalho » Seg Nov 20, 2017 11:18 pm
Lendo a reportagem, nota-se que há setores tanto no Itamarati quanto no MJ que pouco ou nada conhecem a realidade das missões da ONU naquele continente, e as críticas dirigidas são no sentido muito mais de consumo interno do que por problemas nossos em conseguir atuar naquele TO.
Primeiro que aqui ninguém liga para o que acontece na África de fato, e depois, via de regra, a missão como sempre vai ser vendida como sendo de ajuda humanitária, e isso por si só já basta para apaziguar os ânimos do populacho, que vai estar bem mais interessado no processo político interno do que os militares estão fazendo em algum buraco fudído no meio do deserto e do qual ninguém nunca ouviu falar na África.
No mais, a questão dos custos irá sim ser uma condicionante que impactará na afirmação e continuidade da missão. Uma coisa é o Haiti aqui do lado, outra coisa é manter uma missão do outro lado do Atlântico com dependência logística total da FAB quando ela mesma mal consegue dar conta de si, e só dispõe de um único avião em condições de fazer esse apoio.
No mais, o EB vai cobrar na lista de compras para poder ir lá, os seus LMV - como dito na matéria, por volta de 50 undes - além de outros como mais VBTP Guarani que possam ser necessários. Além disso, não descarto a encomenda de novos veículos Marruá, de jeeps a caminhões, talvez. Será uma logística muito maior e mais complexa do que tivemos até agora. No fim, tudo que tiver de ir para lá vai ter que ser material novo, já que, salvo engano, isso até seria um requisito da ONU para se participar de suas missões. Nada de coisas de segunda mão ou recauchutadas.
Por mim, pelo que tenho acompanhado a realidade daquele país, nada impede que seguindo-se ao btl do EB, outras OM sejam acrescidas àquela unde. A RCA praticamente não possui quase nenhuma infraestrutura e basicamente vamos ter que levar tudo daqui para lá, de alimentos, suprimentos a materiais de higiene básicos.
Acredito que além de infantaria é necessário o envio de OM de engenharia, saúde, aviação e logística, além daquelas que serão naturalmente acrescidas dentro da organização do Btl.
No fim, é bom lembrar que caso sejamos enviados para o leste do país, é bem provável que tenhamos problemas nas fronteiras, já que aquela região faz fronteira com o Sudão do Sul, outra fonte enorme de problemas paras a ONU.
Enfim, vamos ter que dispor do bom e do melhor que o nosso courinho de rato possa comprar. E ainda vai ser pouco.
A seguir as cenas do próximo capítulo. Deus nos abençoe.
abs
Carpe Diem