Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência
Enviado: Sex Nov 19, 2010 7:36 pm
Não é não. Desde quando é que Portugal estava industrializado em 1822?
Desde quando nós éramos uma colônia de ocupação e estávamos tão industrializados quanto nossa metrópoletflash escreveu:Não é não. Desde quando é que Portugal estava industrializado em 1822?
O gigante se ergue
19/11/2010
Antonio Machado
Brasil S/A
Qual o real estado da economia dos EUA, maior potência econômica do planeta e epicentro da crise que varre o mundo desde que entrou em recessão no fim de 2007 e saiu em 2009, mas a retomada ao ponto inicial parece distante e difícil? Difícil, sim. Distante, talvez.
Os sinais são dúbios. Os dados da microeconomia mostram retomada do consumo até em estágio avançado. Já os números para o agregado da economia continuam medíocres, sustentando a decisão do Federal Reserve (Fed) de promover a polêmica emissão de US$ 600 bilhões até junho para monetizar dívida pública em poder dos bancos e, com isso, tentar alavancar o crédito ao consumo e à produção.
A análise começa a depender da boa vontade do analista. Tome-se o indicador sobre os pedidos de auxílio-desemprego. A imprensa, até no Brasil, informa que, na segunda semana de novembro, o número de pedidos aumentou. No pé da notícia distribuída pelas agências se lê que a população total atendida diminuiu, na mesma semana, para 4,29 milhões, o menor nível desde o início de setembro de 2008.
“Embora pudesse ser bem melhor, a tendência do seguro-desemprego está se movendo na direção certa e sinaliza um mercado de trabalho em recuperação gradual”, diz Mark Perry, professor da Universidade de Michigan, cujo blog Carpe Diem — expressão latina que significa “aproveite o momento”, a vida é curta, diríamos —, é cheio de tais exemplos sobre sinais de luz na economia americana. E talvez por isso seja um dos cinco blogs sobre economia mais lidos no mundo.
Há uma penca de indicadores a apontar que o gigante começa a sair do chão, para decepção dos pessimistas. Vendas no varejo cresceram 7,3% em outubro sobre igual mês de 2009, tanto quanto em setembro, com um volume de consumo mensal, de US$ 373 bilhões, recorde desde agosto de 2008 (sem ajuste pela inflação) — e apenas 2% menor que o seu pico em novembro de 2007. Os destaques foram para as vendas de automóveis (aumento de 14%) e materiais de construção (12,2%).
Num país motorizado como nenhum outro, embora a China faça força para recuperar o atraso e já desponta como o mercado consumidor de veículos de maior crescimento do mundo, o setor automobilístico é indicador antecedente da situação da economia. Mas há outra etapa a vencer: a síndrome da gastança, que saiu abalada pela crise.
A onda da frugalidade
Hoje “é legal ser frugal”, diz o economista Tom Webb, da Manheim Consulting, firma que elabora um índice sobre carros usados. O preço médio em outubro chegou a US$ 18,5 mil, recorde nos EUA, que ele explica como resultado da necessidade de economia das pessoas com o estigma criado pela crise sobre o consumismo. Por ora, pelo menos, pega mal ostentar, diz ele, o que valorizou o carro usado.
Se a frugalidade vai durar é o que todo mundo, literalmente, quer saber. É uma boa questão para a presidente eleita, Dilma Rousseff, fazer ao colega Barack Obama, se confirmada a visita a Washington, antes da posse, a convite da Casa Branca. Mas é provável que ela tenha mais a dizer a Obama sobre a crise dos EUA que ele próprio.
Como o Brasil de ontem
Os EUA passam por situação parecida com a do Brasil depois do fim do ciclo de crescimento acelerado do período militar. Com dívidas impagáveis, gasto público bancado por emissões de moeda — causa da inflação endêmica — e a classe média pendurada no financiamento da casa própria, os governos, começando pelo de José Sarney, cortaram gastos, investimentos, e induziram um recessão para gerar produção exportável e murchar importações, diante da escassez de divisas.
É exatamente o que se passa nos EUA, com a diferença substantiva, em relação ao Brasil de Sarney até o primeiro ano do governo Lula, de que Obama tem dólar para emitir, o que torna tudo mais fácil.
Jeitinho contra crises
A fraqueza dos EUA é que seus economistas e políticos não têm o molejo do jeitinho. A classe média brasileira endividada no BNH, o extinto Banco Nacional da Habitação, foi socorrida pelo Tesouro. A prestação corrigida pela inflação de 30% ao mês a levaria a falir.
O que se fez? O oposto dos EUA. Lá, o governo socorreu os bancos encalacrados pelas hipotecas. Aqui, o custo do que excedesse a 20% da inflação aplicada sobre os contratos foi assumido pelo Tesouro.
Criou-se um buraco, o tal “esqueleto”, que o FMI sugeriu abater em parcelas anuais do orçamento fiscal até 2030. Hoje, em dinheiro corrigido, dá R$ 80 bilhões. Se for a Washington, está ai um tema para Dilma quebrar o gelo com Obama: falar do jeitinho brasileiro na solução de crises. Foi mais eficaz do que tem sido nos EUA.
Alarmismo excessivo
Parece incompreensível, mas só em termos, que o noticiário e os economistas repercutam mais as mazelas da economia nos EUA que os indícios de recuperação lenta, embora sustentada. Como falar em agravamento da crise, se o movimento nos aeroportos, como de Los Angeles e de Washington (o Dulles), já é maior que em 2007?
O indicador da associação das redes de restaurantes também está há cinco meses acima do índice 100, e teve no mês passado o maior aumento em quatro anos. Até o alarmismo sobre a taxa de desemprego de 9,6% parece excessivo, comparado, por exemplo, ao que havia no Brasil pouco tempo atrás. O provável é que tanto tempo distante de crises agudas tenha criado o ambiente claustrofóbico que os abate. Embora brava, a crise deles é refresco perto da que conhecemos.
Leandro.LeandroGCard escreveu:Não Prick, este conceito é muito difundido mas é errado.PRick escreveu:Natureza alí é o mundo natural, apesar da evolução, todos estão regido pelas leis dos determinismos. Porque todos nascem e morrem. Os homens por terem a capacidade de pensar, fazer cultura, podem fazer história. A história humana é que pode contrariar, ir além das leis naturais, da natureza, mas também depende dela para existir. Sem um habitat natural a história humana não existiria. O homem usa as leis deterministas para seu proveito próprio, através da ciência e da técnica. A determinação não é pela finalidade, mas por não serem forças conscientes.
A evolução da vida é determinista, como Darwin e o estudo da genética mostraram.
Quando você diz que a vida é regida por leis determinísticas isto é verdade, todo organismo nasce, consome, se reproduz (ou tenta) e morre. Mas a evolução da vida, especificamente, não é.
Dizer que a evolução da vida é determinística equivale a dizer que as sucessão de espécies é pré-determinada e não aleatória, que observando o ambiente e as espécies de um determinado momento evolutivo seria possível, com os conhecimentos adequados, prever como seriam as espécies dalí a 10, 50 ou 100 milhões de anos (da mesma forma que Newton dizia que dado o estado de um sistema mecânico seria possível prever seu futuro, o que neste caso é verdade e originou o próprio termo "sistema determinístico"). Esta idéia de que se poderia prever os caminhos da evolução natural é errada, Darwin ou qualquer estudioso da evolução iria rir dela se fosse apresentada.
Marx também cometeu o mesmo erro, de achar que a história seguia uma linha de evolução determinada e que seria por isso possível prever o futuro à partir dos estados passado e presente. Daí sua previsão da revolução comunista inevitável e da evolução da sociedade socialista posterior a ela. Foi Marx que previu isso, ele só não disse quando seria, Lênin e seus seguidores apenas usaram esta previsão como base conceitual para sua própria revolução. Foi um dos erros conceituais que Marx cometeu (e não foi o único).Marx nunca foi um determinista histórico, quem tornou o marxismo um sistema, foi uma leitura mecanicista de Marx, feita pelo Lenismo e Stalinismo. Marx olhou para história e percebeu que até hoje, ela era caracterizada por uma evolução, porém, isso não é algo determinado, enquanto uma Lei Universal, quer dizer os sistemas produtivos sempre tenderam a maior eficiência, mas isso pode mudar. Não é uma lei histórica, apenas um constatação empírica.
[]´s
Leandro G. Card
suntsé escreveu:Ao Contrario do colega Leandro, eu costumo concordar com os posts do PRick, que é um forista ao qual eu tenho em alta consideração.PRick escreveu: O sucesso dos EUA da forma como se deu, não é explicado a partir de sua história nacional, nem de sua melhor organização como nação, mas devido as condições externas a sua sociedade, quer dizer 02 conflitos mundiais e a Guerra Fria.
[]´s
Mas nesse ponto eu tenho que discordar. Para mim o sucesso dos EUA pode sim ser explicado pelas qualidades do seu povo como nação e também pela sua historia. Porque senão fica parecendo que uns estão destinados a conseguir algo e outros não. Se a nação dos estado-unidenses não tivessem uma cultura voltada para inovação e para o conhecimento, enorme capacidade empreendedora eles jamais teriam se tornado a potência que se tornaram. Eles se tornaram uma super potência porque mereceram, porque correram a traz, Antes da segunda guerra o país ja era umas das nações mais industrializadas do mundo.
Antes da segunda guerra mundial eles desenvolveram uma indústria forte. Desenvolviam muita tecnologia. Se não fosse o fato de eles serem uma nação forte eles jamais teriam conseguido tirar proveito da segunda guerra...mesmo que quisessem. A capacidade industrial, científica e econômica permitiu que eles conquistassem a posição. Essa capacidade que eles desenvolveram graças ao proprio esforço e organização levaram eles a ajudarem a decidir a 2 Guerra mundial.
Alem do apoio material e econômico dado a união soviética os EUA mobilizaram 8 milhões de soldados.
Infelizmente, o Brasil não tinha desenvolvimento industrial para tirar maior proveito da segunda guerra.E os pouquíssimos avanços em termos de tecnologia que conseguimos foram conquistados quase sem enhum apoio do governo ou investi-dores. O Brasil precisou de ajuda dos EUA, para equipar uma divisão de 50 mil homens para combater na Europa.
Felizmente, eu acredito que a mentalidade dos Brasileiros estão começando a mudar agora, Ja existem empresas nacionais investindo em desenvolvimento de pesquisa.
Enfim, eu não acredito que as coisas aconteçam por acaso. Eu não estou falando isso para ficar pagando pal para esses estado-unidenses, eu acho eles muito folgados....
Mas as qualidade de uma nação poderão definir os rumos que ela ira tomar na historia (mas também as decisões dos seus lideres). Não acredito em destino, acaso...carma..e etc.
tflash escreveu:Tudo bem, mas as acções do governo português sempre foram de povoar o Brasil para dar a dimensão que a Geografia negava na Europa.
O atraso de Portugal em relação ao Reino Unido era directamente proporcional ao atraso do Brasil em relação ao que viria a ser os EUA. Nem sempre, houve grandes proibições de manufactura no Brasil. Elas surgiram por medo do Brasil se revoltar como os estados do norte da América.
http://aulaportuguesonline.no.sapo.pt/causas.htmSe a Igreja nos incomoda com as suas exigências, não deixa por isso também de nos incomodar a Revolução com as lutas. Fomos os Portugueses intolerantes e fanáticos dos séculos XVI, XVII e XVIII: somos agora os Portugueses indiferentes do século XIX. Por outro lado, se o poder absoluto da monarquia acabou, persiste a inércia política das populações, a necessidade (e o gosto talvez) de que as governem, persistem a centralização e o militarismo, que anulam, que reduzem ao absurdo as liberdades constitucionais. Entre o senhor rei de então, e os senhores influentes de hoje, não há tão grande diferença: para o povo é sempre a mesma a servidão. Éramos mandados, somos agora governados: os dois termos quase que se equivalem. Se a velha monarquia desapareceu, conservou-se o velho espírito monárquico: é quanto basta para não estarmos muito melhor do que nossos avós. Finalmente, do espírito guerreiro da nação conquistadora, herdámos um invencível horror ao trabalho e um íntimo desprezo pela indústria. Os netos dos conquistadores de dois mundos podem, sem desonra, consumir no ócio o tempo e a fortuna, ou mendigar pelas secretarias um emprego: o que não podem, sem indignidade, é trabalhar! Uma fábrica, uma oficina, uma exploração agrícola ou mineira, são coisas impróprias da nossa fidalguia. Por isso as melhores indústrias nacionais estão nas mãos dos estrangeiros, que com elas se enriquecem, e se riem das nossas pretensões. Contra o trabalho manual, sobretudo, é que é universal o preconceito: parece-nos um símbolo servil! Por ele sobem as classes democráticas em todo o mundo, e se engrandecem as nações; nós preferimos ser uma aristocracia de pobres ociosos, a ser uma democracia próspera de trabalhadores. É o fruto que colhemos duma educação secular de tradições guerreiras e enfáticas!
FoxTroop escreveu:P44 escreveu:
...nem que para isso tenha de espezinhar meio-mundo em busca do lucro fácil.
Não conheces a piada?
Um capitalista venderá a corda com que o vamos enforcar se puder ganhar um dollar com isso.
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O Status de "principado" do Brasil jamais teve qualquer efeito prático que distinguisse o território de uma colônia, era apenas um título à mais para os nobres portugueses acrescentarem ao seu nome, como era comum nos reinos europeus da época. E reino unido só quando a familia real portuguesa fugiu para cá junto com toda a corte, aí sim a situação começou a mudar. Mas já aí o território já tinha mais de 300 anos de descoberto.tflash escreveu:Tudo bem, mas as acções do governo português sempre foram de povoar o Brasil para dar a dimensão que a Geografia negava na Europa.
O atraso de Portugal em relação ao Reino Unido era directamente proporcional ao atraso do Brasil em relação ao que viria a ser os EUA. Nem sempre, houve grandes proibições de manufactura no Brasil. Elas surgiram por medo do Brasil se revoltar como os estados do norte da América.
Agora, havia zonas do Brasil que eram mais para extrair recursos mas também ouve outras em que se procurou claramente, povoar para que o Brasil fosse capaz de se defender sem intervenção de tropas europeias.
Temos que ver que Portugal tinha vários problemas. O seu próprio território não estava devidamente povoado e desenvolvido.
Colónias de exploração eram as do extremo-oriente e costa de África, onde tinha as feitorias. O projecto para o Brasil sempre foi o mesmo que para as ilhas da Madeira e dos Açores. Por isso vocês tinham título formal de principado e depois reino, antes de serem independentes.
Tal como na revolução americana, por Portugal querer controlar tudo é que ficou sem nada.