[Edit.] Chuvas e Enchentes!!!
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- Guerra
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Re: [Edit.] Chuvas e Enchentes!!!
O que esse criminoso do Brizola não conseguiu fazer com o Brasil ele fez com o Rio!!
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
- irlan
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Re: [Edit.] Chuvas e Enchentes!!!
A chuva ainda não parou aqui no Rio, eo frio aumentou...pelo menos aqui onde eu moro...
Na União Soviética, o político é roubado por VOCÊ!!
Re: [Edit.] Chuvas e Enchentes!!!
A cobertura da Globo sobre esta tragédia no Rio está tendo nitidamente viés eleitoreiro. Reparei isto vendo o JN de hoje.
É lamentável esta atitude!
[]'s a todos e minha solidariedade aos irmãos cariocas e fluminenses.
É lamentável esta atitude!
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"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
Re: [Edit.] Chuvas e Enchentes!!!
Sobre a parte referente ao JRS fizeram muito bem de queimar ele, a cidade esta entregue a favelização e a voraz especulação imobiliaria patrocinada por ele sua corja.
- Clermont
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Re: [Edit.] Chuvas e Enchentes!!!
Já que estamos falando dos resultados sangrentos da irresponsabilidade e na ocupação urbana, vamos lembrar que não foram, apenas, os políticos - no sentido eleitoral do termo - os culpados.
Já postei estes pequenos textos, em outra parte, mas vou repostar por aqui:
Já postei estes pequenos textos, em outra parte, mas vou repostar por aqui:
O GLOBO, 26 de outubro de 1955.
“Poucos números definem melhor o Brasil de hoje que os relativos ao problema da habitação. Necessitamos, cada ano, de 260 mil novas casas; no entanto, construímos apenas 74 mil. O desequilíbrio é de tal vulto que fácil se torna imaginar o que será o problema da habitação, em escala nacional, dentro de um decênio, caso não logremos encaminhar desde já uma solução adequada. Até certo ponto compreende-se o vulto da procura de habitação. A população cresce à razão de 1,5 milhão de habitantes por ano. Além disso o aumento da cidade é mais rápido, o que torna o problema urbano sensivelmente mais agudo. Teremos feito tudo quanto devemos para enfrentar a questão? Terá o país mobilizado devidamente os recursos disponíveis para construir as casas necessárias? Eis duas perguntas cuja resposta não pode ser satisfatória. Aqui mesmo no Rio a questão da habitação não foi enfrentada como devíamos e podíamos fazê-lo. Falta o plano de ação conjunta que permita tirar o melhor rendimento dos recursos”. disponíveis. E enquanto tal plano não existir de pouco valerá dedicar maiores recursos à construção de casas. Haverá sempre o aproveitamento inadequado, falha a evitar, pois não pode haver erro maior que gastar mal os recursos insuficientes para a solução total do problema.
O GLOBO,31 de outubro de 1955.
“Dom Hélder Câmara reuniu, ontem, grande parte da população do Leblon na Praça Antero de Quental, para falar sobre a extinção da favela da Praia do Pinto e descrever detalhes da gigantesca batalha que a Igreja tomou o encargo de comandar a fim de que, daqui a dez anos, quando o Rio estiver comemorando seu 4º centenário de fundação, possa apresentar-se ao Brasil e ao mundo como uma metrópole sem favelados. A simplicidade e a sinceridade da exposição do arcebispo emocionaram a assistência, que lotava a praça e se espalhava, também, pelos edifícios que a circundam. Pessoas de todas as condições davam o seu aplauso ao sacerdote, que frisou que ninguém deve querer a extinção pura e simples da favela da Praia do Pinto, com o verdadeiro desterro de seus moradores para longínquos subúrbios. “E isso, acrescentou D. Hélder, “por eles e por nós. Por eles porque são, em sua maioria, domésticas, lavadeiras e operários do bairro. Homens e mulheres que ganham o pão de cada dia nas vizinhanças de suas casas. Como iríamos jogá-los em Vicente de Carvalho ou Parada de Lucas, numa cidade que não tem transportes coletivos adequados? Por nós, também, eles devem ficar aqui. Por que haveríamos de querer afastar de nosso convívio os trabalhadores? Por que criar nossos filhos longe deles? A sociedade de hoje precisa combater esse aburguesamento, evitando esse perigoso abismo com a classe operária".
- Clermont
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Re: [Edit.] Chuvas e Enchentes!!!
MORRO DO BUMBA: GOVERNANTES NÃO FISCALIZARAM OCUPAÇÃO DESORDENADA E AINDA INCENTIVARAM FAVELA SOBRE O LIXÃO EM NITERÓI.
Extra On Line - 9/04/10.
A tragédia que desmoronou sobre os moradores do Morro do Bumba, em Viçoso Jardim, Niterói, começou a se formar há quase 30 anos. De 1982 - quando o prefeito Moreira Franco ordenou o fechamento do lixão - para cá, o lugar se transformou num território minado, com cerca de 200 casas sobre toneladas de matéria orgânica decomposta e prestes a deslizar com quase mil pessoas em cima.
Moreira Franco saiu e assumiu o prefeito Waldenir Bragança (1983/88), que conta ter retirado moradores dali através da Defesa Civil. O problema, porém, aumentou a ponto de o governador Leonel Brizola (1991/94) providenciar o fornecimento de eletricidade e água no lugar. O próprio Brizola foi à favela levar a primeira caixa d'água de helicóptero. À época, o prefeito era Jorge Roberto Silveira, em seu primeiro mandato (1989/93), também do PDT, partido do governador.
- Foi o Brizola quem estimulou o surgimento daquela favela. Não precisa ser urbanista para saber que, se você dá equipamento social, estimula a ocupação - diz Waldenir Bragança, que tinha outro projeto para lá:
- A ideia era transformar o lugar em um bosque. Um lixão é um lugar fértil para se plantar e queríamos um como o de Munique, feito nas mesmas condições.
Seu antecessor confirma e cita outro ingrediente ao desastre do Bumba.
- Fechei o lixão e proibi ocupações ali. A ideia era criar uma área verde, mas, por décadas, o país não teve um plano de habitação popular. Não tendo como comprar uma casa, as pessoas ocuparam a favela sem controle público - diz Moreira Franco, ex-governador e hoje vice-presidente da Caixa Econômica Federal.
Obra na favela vira mote de propaganda.
A única rua asfaltada no Morro do Bumba foi pavimentada por Jorge Roberto Silveira. Mas foi seu sucessor, João Sampaio (1993/97), quem fez as obras que deram leves toques de urbanização no lugar. Secretário de Urbanismo na gestão anterior, João Sampaio chegou a estampar seus feitos num outdoor, com um slogan dos tempos de seu mentor: "Niterói, cada vez melhor".
O desmoronamento, porém, revelou que sobre a fina camada de terra ainda havia a montanha de lixo sob os moradores da favela.
Área condenada desde 2004.
O desfecho trágico do Morro do Bumba foi sendo escrito, ano a ano, graças à omissão das sucessivas administrações do município que fizeram vista grossa para o crescimento da favela. Antes mesmo da retirada do lixão, algumas casas já haviam sido erguidas ali. Mas, com a Ponte Rio-Niterói, o processo de favelização ganhou impulso avançando sobre um solo íngreme e instável de cor preta, resultado da decomposição do lixo.
Contratado para fazer um levantamento sobre o risco de desabamento de encostas em Niterói, o Instituto de Geo-Ciências da UFF condenou a área, em 2004, num trabalho entregue ao então prefeito, Godofredo Pinto (PT).
- Isso é indesculpável. Foi omitido pela prefeitura que ali funcionara um lixão, o que é estranho. E, mesmo sem ter a informação, foi constatado que era uma área de risco - disse Adalberto da Silva, que participou do trabalho.
Madrugada de trabalho.
Ao longo de toda a madrugada de ontem, cerca de 300 homens - bombeiros, policiais e agentes da Defesa Civil - trabalharam na tentativa de encontrar sobreviventes. Dezenas de moradores auxiliavam no resgate. Em frente ao que restou da comunidade, via-se uma extensa montanha de lama negra. A constituição do solo no Morro do Bumba, erguido sobre o lixo, dificultou a ação dos bombeiros.
- Tivemos que suspender o trabalho manual de busca por sobreviventes. O solo recheado de lixo coloca em risco nossos homens, que podem ser infectados por doenças. Substituímos o trabalho manual pelas máquinas - explicou o comandante-geral dos bombeiros, Pedro Machado.
Extra On Line - 9/04/10.
A tragédia que desmoronou sobre os moradores do Morro do Bumba, em Viçoso Jardim, Niterói, começou a se formar há quase 30 anos. De 1982 - quando o prefeito Moreira Franco ordenou o fechamento do lixão - para cá, o lugar se transformou num território minado, com cerca de 200 casas sobre toneladas de matéria orgânica decomposta e prestes a deslizar com quase mil pessoas em cima.
Moreira Franco saiu e assumiu o prefeito Waldenir Bragança (1983/88), que conta ter retirado moradores dali através da Defesa Civil. O problema, porém, aumentou a ponto de o governador Leonel Brizola (1991/94) providenciar o fornecimento de eletricidade e água no lugar. O próprio Brizola foi à favela levar a primeira caixa d'água de helicóptero. À época, o prefeito era Jorge Roberto Silveira, em seu primeiro mandato (1989/93), também do PDT, partido do governador.
- Foi o Brizola quem estimulou o surgimento daquela favela. Não precisa ser urbanista para saber que, se você dá equipamento social, estimula a ocupação - diz Waldenir Bragança, que tinha outro projeto para lá:
- A ideia era transformar o lugar em um bosque. Um lixão é um lugar fértil para se plantar e queríamos um como o de Munique, feito nas mesmas condições.
Seu antecessor confirma e cita outro ingrediente ao desastre do Bumba.
- Fechei o lixão e proibi ocupações ali. A ideia era criar uma área verde, mas, por décadas, o país não teve um plano de habitação popular. Não tendo como comprar uma casa, as pessoas ocuparam a favela sem controle público - diz Moreira Franco, ex-governador e hoje vice-presidente da Caixa Econômica Federal.
Obra na favela vira mote de propaganda.
A única rua asfaltada no Morro do Bumba foi pavimentada por Jorge Roberto Silveira. Mas foi seu sucessor, João Sampaio (1993/97), quem fez as obras que deram leves toques de urbanização no lugar. Secretário de Urbanismo na gestão anterior, João Sampaio chegou a estampar seus feitos num outdoor, com um slogan dos tempos de seu mentor: "Niterói, cada vez melhor".
O desmoronamento, porém, revelou que sobre a fina camada de terra ainda havia a montanha de lixo sob os moradores da favela.
Área condenada desde 2004.
O desfecho trágico do Morro do Bumba foi sendo escrito, ano a ano, graças à omissão das sucessivas administrações do município que fizeram vista grossa para o crescimento da favela. Antes mesmo da retirada do lixão, algumas casas já haviam sido erguidas ali. Mas, com a Ponte Rio-Niterói, o processo de favelização ganhou impulso avançando sobre um solo íngreme e instável de cor preta, resultado da decomposição do lixo.
Contratado para fazer um levantamento sobre o risco de desabamento de encostas em Niterói, o Instituto de Geo-Ciências da UFF condenou a área, em 2004, num trabalho entregue ao então prefeito, Godofredo Pinto (PT).
- Isso é indesculpável. Foi omitido pela prefeitura que ali funcionara um lixão, o que é estranho. E, mesmo sem ter a informação, foi constatado que era uma área de risco - disse Adalberto da Silva, que participou do trabalho.
Madrugada de trabalho.
Ao longo de toda a madrugada de ontem, cerca de 300 homens - bombeiros, policiais e agentes da Defesa Civil - trabalharam na tentativa de encontrar sobreviventes. Dezenas de moradores auxiliavam no resgate. Em frente ao que restou da comunidade, via-se uma extensa montanha de lama negra. A constituição do solo no Morro do Bumba, erguido sobre o lixo, dificultou a ação dos bombeiros.
- Tivemos que suspender o trabalho manual de busca por sobreviventes. O solo recheado de lixo coloca em risco nossos homens, que podem ser infectados por doenças. Substituímos o trabalho manual pelas máquinas - explicou o comandante-geral dos bombeiros, Pedro Machado.
- Rui Elias Maltez
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Re: [Edit.] Chuvas e Enchentes!!!
Ontem vi a notícia e achei bizaro que um monte de casas clandestinas tivessem sido construidas sobre um antigo aterro sanitário.
Eu sei que tudio isso é clandestino, mas o Governo, ou a prefeitura da cidade nem limita isso, ao menos?
E é verdade que há organizações que estão contra o desmantelamento das favelas??????
Eu sei que tudio isso é clandestino, mas o Governo, ou a prefeitura da cidade nem limita isso, ao menos?
E é verdade que há organizações que estão contra o desmantelamento das favelas??????
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Re: [Edit.] Chuvas e Enchentes!!!
Até aqui em Portugal tem dessas inteligências. A cova da Moura vai ser reabilitada em vez de demolida. Estamos a falar de um sitio que a policia já não entra. As equipas de filmagem pedem autorização aos traficantes para irem lá filmar e depois vem dizer que é tudo boa gente e o governo tem que dar e fazer e que a policia os trata mal e etc. e tal.
Cá o problema não é tão grave porque as encostas não foram ocupadas por casas ilegais. Foi mesmo por prédios aprovados pelos municípios. Quando um dia tivermos um temporal como no Rio, É ver-los a vir por ai abaixo.
Cá o problema não é tão grave porque as encostas não foram ocupadas por casas ilegais. Foi mesmo por prédios aprovados pelos municípios. Quando um dia tivermos um temporal como no Rio, É ver-los a vir por ai abaixo.
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- Clermont
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Re: [Edit.] Chuvas e Enchentes!!!
Clandestino? Como "clandestino"? Leia a mensagem anterior e verá que um prefeito não só fez obras de pretensa "urbanização" no morro sinistrado, como colocou cartazes de propaganda, se vangloriando disto. E, no mesmo texto, se verá que foi o malfadado ex-governador Brizola, quem levou a primeira caixa d'água comunitária, usando um helicóptero.Rui Elias Maltez escreveu:Eu sei que tudio isso é clandestino, mas o Governo, ou a prefeitura da cidade nem limita isso, ao menos?
E o que vc pensa que estes políticos ganharam com isto? Simples, o atual prefeito, está no seu QUARTO MANDATO. Um mais um, igual a dois, ou não?
Então, não é clandestino. Foi feito com o apoio e o incentivo de tais autoridades.
Mas é claro. Se ler outro texto, ainda mais acima, escrito EM 1955, se verá um dos principais santos padroeiros da Igreja Católica brasileira, se declarando contrário a remoção das, então, incipientes, favelas. E sob qual argumento? Sob o argumento de que remover favelas, constituria-se num "aburguesamento" da sociedade carioca, que não deveria ser permitido. Então, por vários motivos, muitos favorecem a ocupação irregular: dá votos, e é uma medida, aparentemente, "socialista".E é verdade que há organizações que estão contra o desmantelamento das favelas??????
- Clermont
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Re: [Edit.] Chuvas e Enchentes!!!
ERROS QUE MATAM.
De Míriam Leitão - O GLOBO / Blog do Noblat.
Certas cenas são haitianas. E é Niterói. O Morro do Bumba é uma espécie de resumo dos erros: era uma encosta, era uma ocupação, era um lixão. Não foi a chuva que matou, foram esses erros somados.
A tragédia dos últimos dias no Rio traz tantas lições e confirma tantos alertas que só nos dá dois caminhos: corrigir os desatinos ou assumir de vez a insensatez.
Há cinco anos, a professora Regina Bienenstein, do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (UFF) esteve no Morro do Bumba para estudar a situação de risco da comunidade.
— Isso já estava anunciado — diz a professora.
Deixar uma comunidade se instalar em cima de um lixão não faz qualquer sentido, explica o engenheiro e consultor ambiental Carlos Raja Gabaglia.
Ele conta que visitou muito aterro sanitário na Alemanha. Aterro não é lixão. Aterro exige que se coloque uma manta para proteger o solo da contaminação e outra para recobrir e proteger o meio ambiente. Em cima, pode haver urbanização, jamais construções. E isso porque o terreno cede.
— O processo de decomposição do lixo e a saída do gás metano fazem com que a área fique em movimento, há um rebaixamento natural. Não é um solo confiável para se instalar uma construção. Não suporta carga de imóveis — afirma.
No lixão do Bumba, não havia qualquer manta isolante, a população ali vivia exposta aos maiores riscos.
Segundo o professor Julio Cesar Wassermann, coordenador da área de meio ambiente e desenvolvimento sustentável da UFF, a comunidade estava exposta ao metano, que pode causar intoxicação e explosões.
— O lixo orgânico, quando sofre decomposição, forma esse gás explosivo. Mesmo em lixões antigos, o metano continua sendo produzido. O deslizamento liberou o metano. Já o chorume — líquido tóxico decorrente do lixo — grande parte dele já deve ter se infiltrado no lençol freático — diz o professor.
O presidente da Associação de Policiais e Bombeiros Militares Ativos e Inativos (Assinap), Miguel Cordeiro, disse que as doenças associadas ao lixão são dengue, leptospirose, infecções intestinais, doenças de pele, verminoses, bronquite, pneumonia, alergias, tifo, hanseníase e até câncer.
Olha só a soma dos absurdos que eles estão revelando. Aquela população que foi soterrada, vivia sob risco de explosões de gás metano, exposta a doenças, num terreno instável, cujo líquido tóxico já estava contaminando o lençol freático.
O deslizamento liberou esse metano para a atmosfera. E tudo já se sabia porque o assunto tinha até sido estudado. O gás metano é o segundo maior responsável pelo efeito estufa.
Ele é 20 vezes mais potente do que o CO2, mas é emitido em volume menor. Aquele lixão adoecia, poluía, punha em risco vidas. A avalanche provocou um desastre humano e ambiental.
Cordeiro nos contou que os aterro sanitários do Rio, Niterói e São Gonçalo são na verdade lixões disfarçados, porque não foi feito o trabalho de impermeabilização.
— No caso do lixão do Bumba, quando ele foi desativado, em 1986, jogaram meio metro de terra em cima para espantar os urubus e deixaram para lá. A população carente foi ocupando o espaço e nenhuma autoridade fez nada durante esse tempo — disse.
De Míriam Leitão - O GLOBO / Blog do Noblat.
Certas cenas são haitianas. E é Niterói. O Morro do Bumba é uma espécie de resumo dos erros: era uma encosta, era uma ocupação, era um lixão. Não foi a chuva que matou, foram esses erros somados.
A tragédia dos últimos dias no Rio traz tantas lições e confirma tantos alertas que só nos dá dois caminhos: corrigir os desatinos ou assumir de vez a insensatez.
Há cinco anos, a professora Regina Bienenstein, do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (UFF) esteve no Morro do Bumba para estudar a situação de risco da comunidade.
— Isso já estava anunciado — diz a professora.
Deixar uma comunidade se instalar em cima de um lixão não faz qualquer sentido, explica o engenheiro e consultor ambiental Carlos Raja Gabaglia.
Ele conta que visitou muito aterro sanitário na Alemanha. Aterro não é lixão. Aterro exige que se coloque uma manta para proteger o solo da contaminação e outra para recobrir e proteger o meio ambiente. Em cima, pode haver urbanização, jamais construções. E isso porque o terreno cede.
— O processo de decomposição do lixo e a saída do gás metano fazem com que a área fique em movimento, há um rebaixamento natural. Não é um solo confiável para se instalar uma construção. Não suporta carga de imóveis — afirma.
No lixão do Bumba, não havia qualquer manta isolante, a população ali vivia exposta aos maiores riscos.
Segundo o professor Julio Cesar Wassermann, coordenador da área de meio ambiente e desenvolvimento sustentável da UFF, a comunidade estava exposta ao metano, que pode causar intoxicação e explosões.
— O lixo orgânico, quando sofre decomposição, forma esse gás explosivo. Mesmo em lixões antigos, o metano continua sendo produzido. O deslizamento liberou o metano. Já o chorume — líquido tóxico decorrente do lixo — grande parte dele já deve ter se infiltrado no lençol freático — diz o professor.
O presidente da Associação de Policiais e Bombeiros Militares Ativos e Inativos (Assinap), Miguel Cordeiro, disse que as doenças associadas ao lixão são dengue, leptospirose, infecções intestinais, doenças de pele, verminoses, bronquite, pneumonia, alergias, tifo, hanseníase e até câncer.
Olha só a soma dos absurdos que eles estão revelando. Aquela população que foi soterrada, vivia sob risco de explosões de gás metano, exposta a doenças, num terreno instável, cujo líquido tóxico já estava contaminando o lençol freático.
O deslizamento liberou esse metano para a atmosfera. E tudo já se sabia porque o assunto tinha até sido estudado. O gás metano é o segundo maior responsável pelo efeito estufa.
Ele é 20 vezes mais potente do que o CO2, mas é emitido em volume menor. Aquele lixão adoecia, poluía, punha em risco vidas. A avalanche provocou um desastre humano e ambiental.
Cordeiro nos contou que os aterro sanitários do Rio, Niterói e São Gonçalo são na verdade lixões disfarçados, porque não foi feito o trabalho de impermeabilização.
— No caso do lixão do Bumba, quando ele foi desativado, em 1986, jogaram meio metro de terra em cima para espantar os urubus e deixaram para lá. A população carente foi ocupando o espaço e nenhuma autoridade fez nada durante esse tempo — disse.
- Clermont
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Re: [Edit.] Chuvas e Enchentes!!!
O IMPREVISÍVEL MAIS DO QUE PREVISÍVEL.
Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa / Blog do Noblat -9.4.2010
São 07:50 da manhã de sexta-feira, 9 de abril de 2010. Diante da página do Word em branco, com a TV e o computador ligados e com os jornais de hoje aqui ao meu lado, informações e lágrimas por todos os lados, não sei o que dizer.
Só tenho perguntas a fazer.
O que leva um sujeito eleito pelo voto popular a se desligar de tal modo da realidade a ponto de se convencer que as favelas encarapitadas no alto dos morros são locais apropriados para moradias?
O que leva esse mesmo cidadão a mentir para si mesmo a ponto de ficar surpreso quando uma tragédia como a de agora acontece?
O que leva um presidente da República, o Lula, em um programa de TV, o Canal Livre de domingo passado, a convidar um jornalista, creio que o senhor Datena, a ir com ele à favela da Rocinha da próxima vez que vierem ao Rio, para ver como a moradia lá é simpática e agradável?
O que leva um governador de Estado a pensar que elevadores, Internet wi-fi, tintas de cores variadas e alegres, artistas plásticos estrangeiros, transformarão lugares de risco absoluto em locais seguros e adequados para seres humanos viverem?
O que leva uma autoridade responsável a se surpreender quando casas construídas em cima de lixões desmoronam e soterram seus moradores?
O que leva a esse absoluto descompasso entre o que é dito nos palanques e o que acontece em nossa vida real? Pior pergunta: o que nos leva a aceitar tudo calados e não virar a mesa?
Os dois Brasis vão poder conviver até quando?
O que aconteceu em Niterói é impensável acontecer em qualquer outro lugar do mundo. Casas construídas em cima de um lixão, cujo desmoronamento, levando tudo de roldão, surpreendeu o prefeito, um político experiente que, pelo tempo que administra aquela cidade, só poderia ser surpreendido por um imprevisto tal como, digamos, um ataque nuclear vindo de algum país amigo...
O que vai acontecer no Rio também é bastante previsível. Favelas em lugares de risco absoluto para quem nelas vive ou por elas é obrigado a passar, viadutos em estado de perigo iminente e cujas obras de contenção vão sempre sendo adiadas e, ao mesmo tempo, obras de maquiagem literalmente para inglês rico ver, são o prenúncio do que pode acontecer numa próxima chuva.
O decreto de remoção de pessoas que vivem em áreas de risco dificilmente será obedecido em ano eleitoral. Digamos que uns 2% das áreas em perigo possa ser esvaziado antes que o poder federal se meta entre o prefeito e seu decreto roubador de votos: para onde iriam essas pessoas? Pensem na gritaria de ONGs de Direitos Humanos a berrar que estão invadindo o direito do cidadão morar onde bem entende! Nas secretarias especiais a dizer que o prefeito assinou esse decreto porque nas favelas moram pobres e pretos, caso contrário não assinaria!
Essa informação simplista, mentirosa e demagógica, irá prevalecer, tão certo como dois e dois são quatro.
O custo da remoção, da construção de moradias decentes e confortáveis, de um transporte público farto e de qualidade, seria bem menor do que as benesses que foram feitas para países vizinhos por este irmão riquíssimo que agora se vê estampado nos jornais do mundo inteiro como um lugar onde pessoas assentaram suas casas em cima de lixões. Mas não irá acontecer. É ano de eleição e véspera do que realmente interessa: preparar o cenário da Copa e das Olimpíadas. Sorte de quem mora dentro desse cenário. O resto... bem, o resto sempre foi o resto.
Não encontro a palavra exata para definir o que penso da minha cidade e do meu país. Só sei que está na hora, mais do que na hora, de parar de cantar o barracão de zinco... Chega de romantismo para justificar o injustificável: a incúria e o descaso do poder público.
Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa / Blog do Noblat -9.4.2010
São 07:50 da manhã de sexta-feira, 9 de abril de 2010. Diante da página do Word em branco, com a TV e o computador ligados e com os jornais de hoje aqui ao meu lado, informações e lágrimas por todos os lados, não sei o que dizer.
Só tenho perguntas a fazer.
O que leva um sujeito eleito pelo voto popular a se desligar de tal modo da realidade a ponto de se convencer que as favelas encarapitadas no alto dos morros são locais apropriados para moradias?
O que leva esse mesmo cidadão a mentir para si mesmo a ponto de ficar surpreso quando uma tragédia como a de agora acontece?
O que leva um presidente da República, o Lula, em um programa de TV, o Canal Livre de domingo passado, a convidar um jornalista, creio que o senhor Datena, a ir com ele à favela da Rocinha da próxima vez que vierem ao Rio, para ver como a moradia lá é simpática e agradável?
O que leva um governador de Estado a pensar que elevadores, Internet wi-fi, tintas de cores variadas e alegres, artistas plásticos estrangeiros, transformarão lugares de risco absoluto em locais seguros e adequados para seres humanos viverem?
O que leva uma autoridade responsável a se surpreender quando casas construídas em cima de lixões desmoronam e soterram seus moradores?
O que leva a esse absoluto descompasso entre o que é dito nos palanques e o que acontece em nossa vida real? Pior pergunta: o que nos leva a aceitar tudo calados e não virar a mesa?
Os dois Brasis vão poder conviver até quando?
O que aconteceu em Niterói é impensável acontecer em qualquer outro lugar do mundo. Casas construídas em cima de um lixão, cujo desmoronamento, levando tudo de roldão, surpreendeu o prefeito, um político experiente que, pelo tempo que administra aquela cidade, só poderia ser surpreendido por um imprevisto tal como, digamos, um ataque nuclear vindo de algum país amigo...
O que vai acontecer no Rio também é bastante previsível. Favelas em lugares de risco absoluto para quem nelas vive ou por elas é obrigado a passar, viadutos em estado de perigo iminente e cujas obras de contenção vão sempre sendo adiadas e, ao mesmo tempo, obras de maquiagem literalmente para inglês rico ver, são o prenúncio do que pode acontecer numa próxima chuva.
O decreto de remoção de pessoas que vivem em áreas de risco dificilmente será obedecido em ano eleitoral. Digamos que uns 2% das áreas em perigo possa ser esvaziado antes que o poder federal se meta entre o prefeito e seu decreto roubador de votos: para onde iriam essas pessoas? Pensem na gritaria de ONGs de Direitos Humanos a berrar que estão invadindo o direito do cidadão morar onde bem entende! Nas secretarias especiais a dizer que o prefeito assinou esse decreto porque nas favelas moram pobres e pretos, caso contrário não assinaria!
Essa informação simplista, mentirosa e demagógica, irá prevalecer, tão certo como dois e dois são quatro.
O custo da remoção, da construção de moradias decentes e confortáveis, de um transporte público farto e de qualidade, seria bem menor do que as benesses que foram feitas para países vizinhos por este irmão riquíssimo que agora se vê estampado nos jornais do mundo inteiro como um lugar onde pessoas assentaram suas casas em cima de lixões. Mas não irá acontecer. É ano de eleição e véspera do que realmente interessa: preparar o cenário da Copa e das Olimpíadas. Sorte de quem mora dentro desse cenário. O resto... bem, o resto sempre foi o resto.
Não encontro a palavra exata para definir o que penso da minha cidade e do meu país. Só sei que está na hora, mais do que na hora, de parar de cantar o barracão de zinco... Chega de romantismo para justificar o injustificável: a incúria e o descaso do poder público.
- rodrigo
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Re: [Edit.] Chuvas e Enchentes!!!
Eu não entendi a notícia, o morro que era lixão explodiu e depois desmoronou?
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
- Clermont
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Re: [Edit.] Chuvas e Enchentes!!!
É uma hipótese a de que o gás metano tenha explodido e provocado o deslizamento. Mais tarde, quanto terminarem de retirar os prováveis duzentos cadáveres soterrados, eles vão chegar a alguma conclusão.
- Ilya Ehrenburg
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Re: [Edit.] Chuvas e Enchentes!!!
Eu não vi o Jornal Nacional do dia 08. O que dizia em especial, para provocar revolta no Fórum?Paisano escreveu:Uma vergonha a edição JN de hoje.
Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.
Ilya Ehrenburg
Uma pena incansável e combatente, contra as hordas imperialistas, sanguinárias e assassinas!
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