Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 62208
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceu: 6506 vezes
Agradeceram: 6874 vezes
Contato:

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#106 Mensagem por Túlio » Qua Jul 01, 2009 12:59 pm

Sei lá - e sem piadinha nem loop - isso tudo me lembra uma frase que li em um livro de Aldous Huxley (Os Demônios de Loudun', se não me engano):

"MEIOS INTRINSECAMENTE MAUS JAMAIS CONDUZEM A FINS INTRINSECAMENTE BONS."

A todos os que amam golpes, ditaduras e generais de opereta, sejam comunas ou fascistas ou algum atravecado meio-termo, isso deveria ser ensinado e reensinado diariamente, até saberem de cor e salteado... 8-]

DEMOCRACIA!!!




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
Avatar do usuário
REGATEANO
Sênior
Sênior
Mensagens: 1211
Registrado em: Sáb Abr 30, 2005 4:40 pm
Agradeceu: 1 vez
Agradeceram: 3 vezes

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#107 Mensagem por REGATEANO » Qua Jul 01, 2009 1:40 pm

Não entendo como democracia a direção do país por um governante que não respeita a constituição...

É um dos pressupostos do Estado Democrático de Direito é a limitação de poder, e o respeito a constituição, qdo um presidente ultrapassa seus limites, deixa de agir democraticamente, e deve ser reprimido pelos órgãos determinados pela constituição...




Avatar do usuário
Wolfgang
Sênior
Sênior
Mensagens: 7809
Registrado em: Seg Nov 27, 2006 8:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 45 vezes

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#108 Mensagem por Wolfgang » Qua Jul 01, 2009 1:54 pm

Não sei qual é o alarde.. Impeachment não á algo fácil de fazer e só é possível com algum amadurecimento democrático. Honduras tem histórico gigantesco de golpistas, è esquerda e direita. Se um camarada quebra a ordem constituída, solapando as bases do sistema, como julgá-lo corretamente se a própria ordem está em jogo?




HIGGINS

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#109 Mensagem por HIGGINS » Qua Jul 01, 2009 2:32 pm

O chato de chegar tarde num tópico, é que tudo ja foi dito por alguém... :roll:

Mas fato é: eita artigo manhoso esse da Constituição Hondurenha. Ele é elucidativo da forma de pensar das mentes luminares do país... Por mais turbulenta que seja a história política de Honduras, não justifica um artigo discriminante como aquele.

Agora, o que me encafifa neste tópico é o termo "kriptocomunista": O que é isto? Comuna com o Kriptonita? Inimigo do súper-homí?
Se for contra o cara com "S" nos peitos, tem meu apoio... [003] [003] [003]
Mil desculpas Túlio: Não resisti...




HIGGINS

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#110 Mensagem por HIGGINS » Qua Jul 01, 2009 2:36 pm

Wolfgang escreveu:Não sei qual é o alarde.. Impeachment não á algo fácil de fazer e só é possível com algum amadurecimento democrático. Honduras tem histórico gigantesco de golpistas, è esquerda e direita. Se um camarada quebra a ordem constituída, solapando as bases do sistema, como julgá-lo corretamente se a própria ordem está em jogo?
Wolfgang...
O presidente propunha o plebiscito do plebiscito... Que quebra de ordem constituída é essa?
Não tem desculpa, para quem pensa que o Irã está na era medieval com sua república teocrática, vê-se que na América Central há companhia na forma tosca de se pensar política ( e conservação de poder)... :P

[003] [003] [003] (Do que to rindo? Sou lanterna do Brasileirão! :shock: ).




Avatar do usuário
P44
Sênior
Sênior
Mensagens: 55649
Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
Localização: O raio que vos parta
Agradeceu: 2869 vezes
Agradeceram: 2531 vezes

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#111 Mensagem por P44 » Qua Jul 01, 2009 2:40 pm

AH DEMOCRATAS DO CARVALHO!!!!!
Honduras
Se Zelaya tenta chegar às Honduras “existem 25 mil para o deter”

por LusaHoje

O novo ministro dos Negócios Estrangeiros hondurenho, Enrique Ortez, assegurou hoje que se o deposto Presidente Manuel Zelaya tenta chegar a Tegucigalpa "existem 25.000 pessoas prontas para o deter".

O chefe da diplomacia hondurenho indicou aos jornalistas que Zelaya, destituído pelos militares no domingo, pode regressar às Honduras como cidadão, mas "será detido" porque existem ordens para a sua captura por uma série de delitos que presumivelmente cometeu.

A mulher de Zelaya, Xiomara Castro, disse hoje à emissora colombiana RCN que o Presidente deposto viajará para as Honduras no fim-de-semana.

Zelaya disse inicialmente que ia regressar quinta-feira, mas posteriormente referiu que esperará que termine o ultimato de 72 horas que a Organização dos Estados Americanos (OEA) deu ao governo do Presidente Robert Micheletti.

A Assembleia-Geral da OEA exigiu ao governo das Honduras a restituição do deposto Presidente Manuel Zelaya no prazo de três dias, caso contrário o país poderia ser expulso da organização.

Perante informações de que Zelaya podia chegar acompanhado de algum Presidente latino-americano e do secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, Ortez disse que qualquer outro visitante podia entrar e ser recebido, "mas não Manuel Zelaya".

Zelaya, que assumiu o poder a 27 de Janeiro de 2006 para um mandato de quatro anos, foi deposto pelos militares que alegaram cumprir uma ordem judicial para travar uma consulta popular para reformar a Constituição, promovida pelo então presidente apesar de uma proibição legal.

O presidente deposto foi enviado de avião para a Costa Rica e no mesmo dia substituído por Roberto Micheletti, por decisão do Parlamento, ao qual presidia.

Micheletti é do Partido Liberal, tal como Zelaya.
DN

a culpa é do Chavez. O chavez é que é mau! [003] [003]




*Turn on the news and eat their lies*
Avatar do usuário
Wolfgang
Sênior
Sênior
Mensagens: 7809
Registrado em: Seg Nov 27, 2006 8:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 45 vezes

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#112 Mensagem por Wolfgang » Qua Jul 01, 2009 2:46 pm

Também... :twisted:




Avatar do usuário
Clermont
Sênior
Sênior
Mensagens: 8842
Registrado em: Sáb Abr 26, 2003 11:16 pm
Agradeceu: 632 vezes
Agradeceram: 644 vezes

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#113 Mensagem por Clermont » Qua Jul 01, 2009 3:27 pm

A HISTÓRIA ASSOMBRA HONDURAS.

Por Justin Raimondo – 1º de julho de 2009 - http://original.antiwar.com/justin/2009 ... -honduras/.

Sobre a crise em Honduras, vamos deixar claro desde o começo: o governo dos Estados Unidos não tem direito algum de dar lições aos hondurenhos sobre as virtudes da democracia. Afinal de contas, foi o Tio Sam que encorajou, até mesmo planejou, o predomínio dos militares que colore tantos capítulos na história de Honduras. Para o presidente dos Estados Unidos subir em seu cavalo e clamar pelo retorno do governo democrático é como os iranianos nos admoestando sobre Waco (massacre de fanáticos religiosos americanos há alguns anos atrás pelo FBI) – como eles fizeram recentemente – mesmo enquanto os bandidos do governo fuzilam civis desarmados nas ruas.

Dito isso, a questão sobre o quê, exatamente, está se passando em Honduras é sujeita a muita discussão – como é normal quando se trata de assuntos externos – o debate ocorre sem consideração pelo contexto: isto é, sem qualquer conhecimento das (ou aparentemente interesse pelas) condições específicas no interior do país.

Blogs de direita sustentam que a tomada do poder pelos militares não é, realmente, um golpe – porque, vejam, o presidente José Manuel “Mel” Zelaya Rosales estava violando a própria constituição, ao insistir num referendo nacional para alterar este documento. Após desafiar o Congresso hondurenho e a Suprema Corte, Zelaya emitiu ordens para os militares apoiá-lo na distribuição de urnas eleitorais. Quando o comandante recusou-se, foi sumariamente exonerado por Zelaya. Foi aí que os militares puseram-se em movimento. O palácio presidencial foi invadido, nas primeiras horas da manhã, e Zelaya foi enviado de avião para Costa Rica, onde chegou de pijamas.

Então, qual é a história verdadeira? Estarão os militares hondurenhos destruindo a democracia, como seus críticos afirmam, ou a salvando, como seus torcedores, na maioria estrangeiros, dizem? Com ambos os lados posando como defensores da democracia liberal, é difícil para qualquer um, não imerso na política e história hondurenhas, vir à público com uma resposta intermediária convincente. Como sempre, os comentaristas americanos mergulham nestes eventos sem qualquer real conhecimento do contexto no qual eles tem lugar – portanto, vamos nos educar, primeiro, e, então, tomar posição. (Epa, mas que novidade!)

A história da moderna Honduras é uma narrativa sobre a luta contra o militarismo como sistema sócio-político. Desde que Honduras emergiu como uma entidade separada do primeiro “império” mexicano, e de uma “Federação Centro-Americana” de vida curta, os militares hondurenhos tem tido o monopólio da vida econômica tanto quando da política na nação: a corrupção era desenfreada e o Exército governava com mão-de-ferro, ainda que não sem uma parcela de apoio popular. Nisto, ela não diferia de muitos de seus vizinhos.

Entretanto, Honduras, ao contrário de outros países centro-americanos onde os grandes proprietários monopolizavam terras escassas, passou por um, relativamente generoso programa de reforma agrária e um moderado estado de bem-estar social, que conseguiu tampar o descontentamento popular. Os militares também protegiam a classe empresarial da feroz competição desfechada pelos acordos regionais de livre-comércio. Nos anos 1970, entretanto, ocorreu um levante da parte de, praticamente, cada setor da sociedade contra a dominação militar: como J. Mark Ruhl expõe em “Militarism and Democratization in Troubled Waters”:

”O apoio camponês e operário foi erodido, enquanto a reforma social desacelerava, ao passo que o setor privado culpava a má-administração militar pelos crescentes déficits fiscais e a dívida externa.


A economia sob os generais estava em declínio, e o tumulto social e político que estava fervendo na região alcançou as ruas de Tegucigalpa, tanto com as áreas rurais.

A atual constituição hondurenha foi escrita e promulgada sob a pressão da administração Carter para ser feita uma transição rumo ao governo civil. Por décadas, o país tinha sido dominado por este ou aquele general ou junta: sob o general Policarpo Paz Garcia, o Exército movimentou-se para instalar sua própria versão da democracia, que consentia na realização de eleições, estabelecia um sistema constitucional tripartite – com um executivo, um legislativo nacional e uma Suprema Corte – e, ainda assim, mantinha uma quase completa autonomia das Forças Armadas.

A constituição de 1982 diz que os chefes das Forças Armadas devem ser escolhidos, não pelo presidente, mas pelo Congresso, de uma lista de candidatos fornecida pelo CONSUFFAA (Consejo Superior de las Fuerzas Armadas), o Conselho Supremo das Forças Armadas (constituído pelos oficiais superiores treinados nos Estados Unidos). A demissão do chefe do Exército exige um voto de dois-terços do Congresso.

E mais ainda, o general Paz insistiu num número de condições, antes de permitir que a constituição entrasse em vigor: o Exército exigiu, dos dois candidatos presidenciais, o poder de veto sobre nomeações do gabinete, controle completo do aparato de segurança interna, e, - talvez o mais importante – uma proibição de investigações sobre corrupção militar.

A ditadura militar de facto, recebeu uma maquiagem cosmética, mas o poder real continuou a ser mantido pelas Forças Armadas, que controlavam muito da infraestrutura tanto como supervisionavam suas instituições políticas. Este foi um ligeiro aperfeiçoamento, entretanto, sobre as constituições anteriores, que, explicitamente, declaravam que os militares tinham o direito de ignorar ordens presidenciais!

Com a ascenção de Ronald Reagan à Casa Branca, entretanto, a pressão americana para a democratização, acabou, e os militares reforçaram seu controle sobre a economia, tanto como sobre a política. Dezenas de milhões de ajuda militar foram despejados nos cofres dos generais, e o país foi utilizado como base para ações clandestinas dos Estados Unidos na região. Os alvo americano era a Nicarágua, que tinha caído nas mãos do movimento sandinista de esquerda. Honduras foi utilizada como base para os chamados contras em seus esforços para desestabilizar o regime sandinista. O presidente foi reduzido a uma figura de proa, enquanto o chefe do Exército, general Gustavo Alvarez Martinez, um anti-comunista fanático, mantinha o poder real.

Sob o general Alvarez, um meticuloso pogrom “anti-subversivo” foi levado à cabo, e esquadrões da morte vagavam pelo país. Sindicalistas, dissidentes de todos os espectros, mesmo padres católicos, foram arrebanhados, encarcerados, torturados e assassinados. Treinado na Argentina, nas táticas da “guerra suja”, Alvarez foi implacável em sua ferocidade, e seu reino de terror, efetivamente, desligou a sociedade civil hondurenha – com aprovação entusiasmada da embaixada americana.

Alvarez estava determinado a provocar um choque fronteiriço com a Nicarágua, o que ele acreditava, levaria a uma invasão americana. Entretanto, ele foi deposto num golpe interno no Exército, e os militares começaram a se dividir em facções. Isto forneceu uma abertura para as forças mais liberais, no país, e, lenta mas seguramente, elas começaram a fazer progressos contra a dominação da sociedade hondurenha pelas Forças Armadas.

O Exército sempre havia feito recrutamento, simplesmente, entrando em aldeias e seqüestrando prováveis candidatos: isto foi terminado e as fileiras militares começaram a se sujeitar a algum encolhimento saudável. O orçamento militar foi cortado, pelos reformistas liberais, em mais de 30 porcento. Os reformistas começaram, também, a cortar os privilégios econômicos. A indústria de telecomunicações hondurenha, desde sua concepção, um bem militar, foi entregue ao controle civil e, mais tarde, parcialmente privatizada. Mesmo assim, as Forças Armadas ainda possuíam, completamente, certo número de grandes empreendimentos comerciais, constituindo-se no quinto lugar das maiores entidades econômicas no país.

Em acréscimo a estas reformas estruturais, os liberais iniciaram investigações sobre os abusos dos anos 1980, executados por Alvarez e seus sucessores contra elementos dissidentes. Isto levou a uma série de ataques à bomba, planejados e executados por oficiais da inteligência militar, aliados com exilados cubanos, e várias testemunhas morreram, subitamente, em circunstâncias muito suspeitas. Um setor inteiro dos militares caiu na criminalidade aberta: enquanto passavam os anos 1990, o típico ladrão de bancos, traficante de drogas e/ou seqüestrador era, com muita freqüência, um oficial do Exército hondurenho. Os cartéis de drogas bolivianos estenderam seus tentáculos sobre o Alto-Comando hondurenho, e a violência e repressão aumentaram.

Essa assustadora evolução levou os generais a caírem no descrédito popular, e o palco foi armado para o eclipse do predomínio militar, ao fim da Guerra Fria. A alegada ameaça à segurança, representada pelas insurgências apoiadas pelos soviéticos, por toda a América Central e do Sul, terminou, abruptamente, exceto no Peru, enquanto os guerrilheiros esquerdistas integravam-se às emergentes estruturas democráticas.

Em Honduras, onde a ajuda militar e econômica americana tinha sido, drasticamente cortada, a influência dos militares começou a se desvanecer, e a embaixada dos Estados Unidos, ao invés de ser o epicentro da repressão, tornou-se uma força para mudança positiva. Quando um coronel do Exército cometeu um medonho estupro e assassinato, e foi deixado impune, o embaixador americano denunciou o escândaldo, o que desfechou uma onda de rebelião popular contra os anos de desgoverno militar.

Mesmo assim, a supremacia civil não provou ser uma panacéia: a democracia degenerou, em Honduras, num sistema de cartas marcadas, e os políticos, desde esta época, não tem inspirado mais apoio do que os militares, pois ambos são percebidos como antros de corrupção. Além disso, o Exército nunca aceitou sua subordinação formal à classe política – como mostrou o recente golpe.

Apesar disto tudo, entretanto, o tecido da sociedade hondurenha tem permanecido, largamente, intacto, já que o país evitou a profunda polarização experimentada por outros estados na região. Ele não teve nenhuma insurreição guerrilheira e nenhum golpe contra um presidente empossado desde 1978. O que levou ao fim esta tênue estabilidade foi a entrada de um fator externo – a crescente influência do presidente da Venezuela, Hugo Chavez.

A entrada de Honduras na ALBA, a versão chavista da Área de Livre Comércio das Américas dos Estados Unidos, foi um ponto de virada, politicamente, para o antigamente esquerdista moderado Zelaya, e isto enfureceu os militares, além do limite. Com seu esquema de um referendo popular para reformar a constituição – não, necessariamente, para estender seu mandato no cargo, mas, primordialmente, para acabar com a autonomia institucional do Exército, de uma vez por todas – apresentou um formidável desafio para o poder político e econômico das Forças Armadas. Quando Zelaya demitiu o chefe do Exército, uma velha – e muito profunda – ferida foi reaberta. Agora, a sangria já começou...

Um elemento de comédia, ainda que negra, foi exibido pelo novo “presidente”, nomeado pelo Congresso controlado pelos militares, quando ele declarou que a democracia tinha sido “restaurada” pelos soldados, a quem ele saudou como “heróis” – isto, mesmo enquanto todas as comunicações eram desligadas, incluindo mensagens SMS, tanto como os jornais da oposição e todas, menos duas, estações de televisão (com estas duas limitadas a exibirem jogos de futebol). Igualzinho ao Irã! Exceto que, as reações foram invertidas – com a “Esquerda” (incluindo a administração Obama) denunciando o golpe, e a Direita (por exemplo, The Wall Street Journal e nossos neocons) o apoiando.

A desonestidade destes últimos é, particularmente, abrasiva neste caso, porque a constituição hondurenha, dificilmente, é um documento sacrossanto devotado à liberdade individual, e, dificilmente, pode ser considerada ao mesmo nível de nossa própria. Certos itens chaves são – “legalmente” – permanentes e não podem ser emendados, nem mesmo pelo voto unânime do Congresso, que dirá do povo 1. Nenhum documento criado por humanos é perfeito, muito menos a constituição hondurenha, e a idéia de que realizar um referendo popular sobre a questão é uma “violação” da democracia só poderia ganhar aceitação num mundo bizarro – ou na página de editorial do ”War” Street Journal.

O golpe, parece, suspeitamente, como um complô do repertório do finado general Alvarez – encontrado morto em 1989, naquilo que pareceu muito com uma morte por vingança – que, lembrem-se, buscava provocar uma incursão dos sandinistas no território hondurenho, que, por sua vez, deslancharia uma intervenção militar americana. Apenas que, desta vez, são os chavistas ao invés dos sandinistas, e a alegada ameaça provém da Venezuela, ao invés da Nicarágua.

Entendido no contexto da história hondurenha, o esforço de Zelaya para mudar a constituição deve ser visto como um esforço para arrancar o poder dos militares e investi-lo no setor civil, não uma busca por poder pessoal. O que está ocorrendo em Honduras é ainda outro capítulo na prolongada luta contra o poder irrestrito – econômico como político – dos militares, e, desta forma, a causa de Zelaya é justa.

A administração Obama está ameaçando cortar toda a ajuda para Honduras. Ela deve parar de falar e, simplesmente, fazer. De outro lado, a retórica “pró-democracia” vinda da Casa Branca, acompanhada por exigências da volta de Zelaya, tem pouco, se qualquer, efeito: na verdade, se fazem algo é aumentar o apoio popular para os líderes do golpe. Ações falam mais alto do que palavras.

O que estamos vendo em Honduras é, ainda outro, “tiro pela culatra” da era da Guerra Fria – antigos “aliados” (neste caso, as Forças Armadas hondurenhas) na batalha contra o comunismo, ficaram lelés da cuca e se tornaram perigosos. Apesar das ameaças vazias de Chavez, de que irá derrubar o regime militar hondurenho, a Venezuela dificilmente seria capaz de desfechar uma invasão anfíbia, e, em qualquer caso, Chavez, sem dúvida, está, somente, blefando de qualquer modo, já que ele não faria isto.

Na era Bush, os Estados Unidos desfecharam uma operação “clandestina”, curiosamente aberta, visando a mudança de regime na Venezuela. Embora nunca recorressem a táticas intervencionistas escancaradas de uma era anterior, quando os Fuzileiros Navais americanos desembarcavam em praias sul e centro americanas ao seu bel-prazer, havia outros métodos para derrubar governos, como as revoluções de “veludo” patrocinadas pelos Estados Unidos, na antiga União Soviética nos ensinaram tão bem. Apesar de – ou, talvez, em grande medida por causa disto – um clone bandidesco de Castro conseguiu ficar no poder, apesar de nossos melhores esforços. Chavez, um político astuto, é muito bom em manipular os instintos nacionalistas de seu povo. Até que ponto estas mesmas políticas de desestabilização estão sendo executadas sob a administração Obama, não sabemos ao certo – mas, se eu fosse Chavez, certamente presumiria desta forma, e ficaria contente com isto, também. Sem o bicho-papão do imperialismo ianque, a revolução “bolivariana” da Venezuela teria ido à lona na crise econômica. No pé em que as coisas estão, ele tem a vantagem moral e, muito provavelmente, não cometerá o equívoco de intervir, diretamente, em Honduras, por nenhum meio militar.

Na tradição latina de gestos grandiosos, Zelaya está planejando retornar à Honduras, acompanhado pela presidente da Argentina, Cristina Kirchner e uma crescente horda de dignatários latino-americanos, incluindo o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, na quinta-feira. Os líderes do golpe, incluindo o novo “presidente”, Roberto Micheletti, ameaçaram prendê-lo. O que quer que aconteça, esta semana promete mais dramas do que uma radionovela hondurenha.

____________________________

1 : Se não me falha a memória, tem um outro país por aí que também tem dessas coisas, tipo, não pode existir prisão perpétua, pena de morte, trabalhos forçados. E não se pode botar na cadeia nenhum menor de 18 anos. São cláusulas pétreas... Só não consigo me lembrar do nome do país, acho que começa com “B”. Botswana? Burundi? Botucatuca?




Avatar do usuário
rodrigo
Sênior
Sênior
Mensagens: 12891
Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
Agradeceu: 221 vezes
Agradeceram: 424 vezes

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#114 Mensagem por rodrigo » Qua Jul 01, 2009 4:12 pm

01/07/2009 | 00:00
Bem acompanhado...

O ditador aposentado Fidel Castro, que nomeou seu irmão sucessor, sem eleição, reapareceu em artigo condenando o “golpe” em Honduras.


01/07/2009 | 00:00
...na derrota

Derrotadíssima na eleição de domingo, a presidente argentina Cristina Kirchner acompanhará o deposto Manuel Zelaya na volta a Honduras.

http://www.claudiohumberto.com.br/principal/index.php




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

João Guimarães Rosa
Rodrigoiano
Sênior
Sênior
Mensagens: 3804
Registrado em: Qua Dez 03, 2008 12:34 am
Localização: Goiânia-GO
Agradeceu: 241 vezes
Agradeceram: 84 vezes

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#115 Mensagem por Rodrigoiano » Qua Jul 01, 2009 5:12 pm

PRick escreveu:A mascara caiu, na verdade se tratou de um Golpe de Estado, nada mais, usaram a desculpa de plantão, creio mesmo que se não tivessem uma, eles criariam uma. Como ocorreu no Chile de Allende.

Agora, cabe a pressão externa fazer o Golpe fracassar, nada de intervenção, mesmo porque quem está no Governo dos EUA não é mais o Bush.

[]´s
Prezado PRick, vamos ver amanhã qunta-feira os desdobramentos. O "novo" governo está irredutível, diz que ao "ex" voltar,será preso. A comunidade internacional unanimamente apoia o "ex". A população está um tanto dividida, mas com a maioria apoiando o "ex". Ao voltar amanhã, com o presidente da OEA e a presidente de um país soberano, a depender das atitudes do "novo" governo, até o "pacífico" Obama fará algo...

Grande abraço!




Enlil
Sênior
Sênior
Mensagens: 8577
Registrado em: Seg Ago 18, 2008 1:23 am
Agradeceu: 7 vezes
Agradeceram: 28 vezes

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#116 Mensagem por Enlil » Qua Jul 01, 2009 7:54 pm

saullo escreveu:
Nukualofa77 escreveu::roll: A ONU inteira condenando o golpe; sequer um país no mundo reconheçeu o "novo" governo de Honduras... E alguns ainda acham q estão sabendo mais q os outros?!...
Caro capital de Tonga, a ONU não é dona da verdade, e quando apoia os EUA em algumas invasões, vários criticam e jogam pedras na instituição. Agora a ONU está certa em condenar o golpe, mas o que o presidente queria fazer em Honduras não era lá grande coisa não...
Concordo que é problema deles hondurenhos, quedeveriam confrontá-lo legalmente, à maneira deles...sei lá como.

P. S. : caro capital de Tonga, as fotos que você tem postado lá nas Aéreas são demais. Sempre vou lá dar uma conferida.

Abraços
Saullo, a ONU não é dona da verdade, mas tirando a aberração do CS permanente, ainda acho q o consenso dos outros países ainda dá alguma legitimidade a Organização... De qualquer maneira obrigado pelo elogio. [ ], até mais...




Avatar do usuário
P44
Sênior
Sênior
Mensagens: 55649
Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
Localização: O raio que vos parta
Agradeceu: 2869 vezes
Agradeceram: 2531 vezes

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#117 Mensagem por P44 » Qui Jul 02, 2009 4:51 am

TENHAM CALMA, A CULPA É DO CHAVEZ!!!!

Honduras restringe direitos de cidadãos durante toque de recolher

O Congresso de Honduras aprovou, na noite desta quarta-feira, um decreto presidencial que restringe as liberdades individuais dos cidadãos do país entre as 22h e 5h, em um reforço ao toque de recolher imposto no último domingo pelo presidente interino, Roberto Micheletti.

As novas medidas estabelecem que pessoas podem ser detidas sem acusação formal por mais de 24 horas e restringem os direitos constitucionais de reunião e associação, de livre circulação, assim como o direito de entrar e sair do território nacional.

De acordo com o decreto, que deve permanecer em vigor pelo menos até o próximo sábado, estas restrições às garantias individuais são regidas pela legislação de estado de sítio do país.

"Esta é uma estratégia para reprimir as pessoas durante a noite", afirmou à BBC Mundo a deputada Doris Gutiérrez, do partido Unificación Democrática, que apoia a volta ao poder do presidente Manuel Zelaya, deposto por um golpe no último domingo.

O presidente interino designado pelo Congresso, Roberto Micheletti, no entanto, afirma que o decreto não estabelece o estado de sítio no país, mas apenas um toque de recolher.

Acusações

Além das restrições estabelecidas nesta quarta-feira, organizações de defesa dos direitos humanos também acusam o Exército hondurenho de estar efetuando prisões em diversas partes do país e de estar recrutando de maneira forçada jovens e menores de idade.

"O governo de Micheletti está capturando pessoas. Não sabemos quantos exatamente, mas tememos por suas vidas e integridade física. Eu considero que estamos vivendo em um estado de sítio disfarçado", afirmou à BBC Mundo a advogada especializada em direitos humanos Reina Rivera.

As acusações, no entanto, são negadas por representantes e partidários do governo interino de Honduras.

"Aqui não há estado de sítio, de exceção, ou de emergência. As liberdades foram restringidas para proteger a vida dos hondurenhos. Há muitos estrangeiros que podem causar transtornos, o que não podemos permitir", afirma o deputado Emilio Cabrera, do Partido Liberal.

Cabrera não especificou a que estrangeiros se referia, mas, horas antes, o presidente Roberto Micheletti afirmou que o líder venezuelano, Hugo Chávez, estaria tentando interferir na crise política do país e que teria "enviado aviões" para Honduras.

Retorno

Também nesta quarta-feira, o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, adiou até o próximo sábado seu plano de retornar ao país centro-americano.

Zelaya, que pretendia viajar para Honduras já nesta quinta-feira, afirmou que irá esperar o fim do prazo de 72 horas dado pela Organização de Estados Americanos (OEA) para que o governo interino hondurenho o reconduza ao poder.

Pelos termos de um documento divulgado pela OEA nesta quarta-feira, caso o governo interino hondurenho não reconduza Zelaya à Presidência, Honduras poderá ser expulsa da entidade.

Zelaya foi afastado do poder no domingo, quando um grupo invadiu o Palácio Presidencial e obrigou o presidente a embarcar em um avião rumo à Costa Rica.

No lugar de Zelaya, os legisladores hondurenhos empossaram como presidente interino o então líder do Congresso, Roberto Micheletti.

Pressão internacional

A deposição do presidente hondurenho eleito foi condenada por todos os governos latino-americanos, pela ONU e pelos países que integram a OEA, que se recusaram a reconhecer o novo governo.

Diversos governos retiraram os seus embaixadores de Honduras. O Itamaraty informou que o representante brasileiro no país, que se encontra em Brasília, não retornará à capital hondurenha, Tegucigalpa.

Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira a suspensão dos exercícios militares conjuntos que pretendiam realizar com Honduras.

Apesar disso, o governo americano não retirou o seu embaixador de Tegucigalpa.

Para mais notícias, visite o site da BBC Brasil

..................



Espanha, Itália e França convocam embaixadores em Honduras

Países da UE não manterão contato direto com novo governo; presidente interino pede voto de confiança

BRUXELAS - Espanha, Itália e França chamaram nesta quarta-feira, 1, seus embaixadores em Honduras para consultas após o golpe de Estado que destituiu o presidente José Manuel Zelaya no domingo, enquanto os outros países da União Europeia aprovaram não manter contato direto com o novo governo do país centro-americano.

Ao passo que Honduras se prepara para enfrentar um isolamento internacional, o presidente interino, Roberto Micheletti, pediu nesta quarta-feira a comunidade mundial que dê um voto de confiança em seu governo. Segundo ele, gradativamente "o mundo inteiro" irá reconhecer que as autoridades hondurenhas teriam que tomar a decisão de depor Zelaya, que pretendia mudar a Constituição para impulsionar uma "consulta popular" sobre um novo mandato, o que atualmente é proibido pelas leis do país.



"Em linha com a atitude demonstrada por outros países da União Europeia (UE)", a Itália decidiu chamar para consultas seu embaixador em Tegucigalpa, Giuseppe Magno, disse o governo italiano em nota, seguindo o exemplo da Espanha, que também convocou seu representante um dia depois da chancelaria espanhola ter pedido aos países-membros da UE que aderissem à iniciativa.



Por sua vez, o ministro de Assuntos Exteriores francês, Bernard Kouchner, anunciou que a decisão de chamar seu embaixador foi adotada em coordenação com "os parceiros europeus da França presentes em Honduras". Após reiterar sua firme condenação aos eventos dos últimos dias em território hondurenho, o chefe da diplomacia francesa ressaltou na mesma declaração que "o futuro de Honduras e dessa região é indissociável à democracia."



Nesta quarta-feira, a Organização dos Estados Americanos (OEA) deu um prazo de três dias para que o governo interino de Honduras devolva o poder ao presidente deposto, caso contrário, o país poderá ser suspenso do órgão. Zelaya disse que vai adiar por três dias o retorno ao país por conta do ultimato da OEA.



O Departamento de Defesa dos EUA também anunciou que suspendeu as atividades militares no país, conjuntas com as forças de segurança de Honduras, por conta da crise política. De acordo com o porta-voz do Pentágono, Bryan Whitman, as atividades foram "adiadas até segunda ordem". "Nós adiamos agora todas as atividades com Honduras enquanto analisamos a situação", disse o porta-voz. Whitman esclareceu que a decisão abrange somente as relações militares, mas não especificou por quanto tempo as medidas permanecerão aplicadas.



A Joint Task Force Bravo, forças militares americanas em Honduras, estão instaladas na base aérea de Soto Cano, a 80 quilômetros da capital Tegucigalpa. O Exército dos EUA realiza operações de segurança e antidrogas para a zona da América Central a partir de sua base, e fornece ajuda cívica e humanitária.

http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 6331,0.htm




*Turn on the news and eat their lies*
Avatar do usuário
Bolovo
Sênior
Sênior
Mensagens: 28560
Registrado em: Ter Jul 12, 2005 11:31 pm
Agradeceu: 547 vezes
Agradeceram: 442 vezes

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#118 Mensagem por Bolovo » Qui Jul 02, 2009 5:16 am

Demorou pro Obama mandar o "USS Democracy" ficar pertinho da costa de Honduras hahaha




"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 62208
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceu: 6506 vezes
Agradeceram: 6874 vezes
Contato:

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#119 Mensagem por Túlio » Qui Jul 02, 2009 5:37 am

Não adianta, os golpistas estão CERTOS e todo o Mundo Democrático está errado... :roll: :roll: :roll: :roll:

Bem, a josta é que, pelo que vejo, ao fim e ao cabo dessa opereta de péssimo gosto, os golpistas terão de entregar os pontos (por verdadeira asfixia política e econômica), o VERDADEIRO golpista volta nos braços 'del pueblo' e teremos um novo 'El Caudillo' na área, péssimo isso...




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
Quiron
Sênior
Sênior
Mensagens: 1375
Registrado em: Sáb Abr 01, 2006 9:41 pm
Localização: Brasília-DF.
Agradeceu: 28 vezes
Agradeceram: 76 vezes

Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#120 Mensagem por Quiron » Qui Jul 02, 2009 10:37 am

Continuam falando em golpe mesmo tendo lido a legislação do país? Mas que falta de vergonha...

Pra que não restem dúvidas de que alterar reeleição etc dá em perda imediata do cargo decretada pelo Congresso:
"ARTIGO 4 - A forma de governo é republicana, democrática e representativa. É exercida por três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário, complementares e independentes e sem relações de subordinação.

A alternância no exercício da Presidência da República é obrigatória. A infração desta norma constitui delito de traição à Pátria.

ARTIGO 42 - A qualidade de cidadão se perde:

1. Por prestar serviços em tempo de guerra a inimigos de Honduras ou de seus aliados;

2. Por prestar ajuda contra o Estado de Honduras, a um estrangeiro ou a um governo estrangeiro em qualquer reclamação diplomática ou ante um tribunal internacional;

3. Por desempenhar no país, sem licença do Congresso Nacional, emprego de nação estrangeira, do ramo militar ou de caráter político;

4. Por restringir a liberdade de sufrágio, adulterar documentos eleitorais ou empregar meios fraudulentos para burlar a vontade popular;

5. Por incitar, promover ou apoiar o continuísmo ou a reeleição do Presidente da República, e,

6. Por residir os hondurenhos naturalizados, por mais de dois anos consecutivos no estrangeiro, sem prévia autorização do Poder Executivo.

Nos casos a que se referem os incisos 1 e 2, a declaração da perda da cidadania será feita pelo Congresso Nacional, mediante expediente circunstanciado que se faça para o efeito. Para os casos dos incisos 3 e 6, tal declaração será feita pelo Poder Executivo mediante acordo governativo; e para os casos dos incisos 4 e 5, também por acordo governativo, anterior à sentença condenatória ordenada pelos tribunais competentes".
É o primeiro golpe de acordo com a lei da história. Mas continuem, vamos lá... finjam que nada disso foi escrito... eu ajudo:

"os golpistas, cumprindo a constituição... depuseram o presidente de acordo com a lei por este violada..." :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol:




Responder