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Moderador: Conselho de Moderação
Saída do Brasil pode ser nuclear
CNPE se reúne amanhã para definir caminhos para o setor. Três ministros de peso — Casa Civil, Minas e Energia e Ciência e Tecnologia — são claramente favoráveis à retomada do programa iniciado no regime militar
Mariana Mazza
Da equipe do Correio
O governo federal está prestes a decidir se irá retomar ou não o controverso programa nuclear brasileiro. A questão será levada amanhã ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), grupo de ministros responsável por definir o caminho que o Brasil irá seguir com relação à energia. E é quase certo que o governo diga sim às usinas nucleares. O maior álibi da equipe é a necessidade premente de garantir o fornecimento de eletricidade a partir de 2012, prejudicado pelas dúvidas sobre a liberação das usinas do Rio Madeira e o incerto abastecimento de gás para as termelétricas.
Três importantes ministérios têm posição favorável ao projeto nuclear: Casa Civil, Minas e Energia e Ciência e Tecnologia. Declaradamente contra, aparece apenas o Ministério do Meio Ambiente. Fazenda, Planejamento, Agricultura e Integração Nacional continuam em cima do muro. Apesar da aparente indefinição sobre o resultado da reunião, os investidores têm como certa uma decisão favorável. Isso porque os ministérios de maior peso nessa questão estão firmes que o programa nuclear é positivo do ponto de vista energético. Qualquer que seja a recomendação definida do CNPE, a decisão final ficará a cargo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já estaria disposto a validar a retomada.
A decisão não será simples do ponto de vista político. Ao validar novas obras nucleares, Lula irá chancelar um dos maiores projetos do governo militar. Embora o programa nuclear brasileiro remonte à década de 1950, quando foi criado o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), é durante o governo do general Ernesto Geisel (1974-1979) que a construção em Angra tornou-se estratégica. Com o fim do período militar, em 1985, as obras na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto — onde estão localizadas as usinas — foram paralisadas, incluindo a conclusão de Angra 3, onde já foi investido aproximadamente US$ 700 milhões.
Os defensores da conclusão do projeto alegam que a diversificação das fontes de energia é importante para dar segurança ao abastecimento elétrico do país. “A necessidade de centrais térmicas para a geração de eletricidade no Brasil não é motivada exclusivamente pelo esgotamento do potencial hídrico, mas também para fazer frente aos riscos hidrológicos”, afirma Othon Pinheiro da Silva, presidente da Eletronuclear, estatal responsável pelas usinas de Angra. Há dois meses, Silva declarou publicamente que a finalização das obras da terceira unidade de Angra já era um consenso dentro do CNPE. Faltaria apenas validar formalmente a definição.
A iniciativa privada também vê pontos positivos nos votos favoráveis ao programa nuclear. A Associação Brasileira da Infra-Estrutura e da Indústria de Base (Abdib) calcula que a contratação de serviços para a obra de Angra 3 pode movimentar cerca de R$ 280 milhões e gerar até 800 empregos diretos no Brasil. “Outro importante fator é a manutenção do conhecimento e da tecnologia já desenvolvidos por vários anos no Brasil pelas empresas de engenharia do projeto”, argumenta o vice-presidente da associação, Ralph Lima Terra.
Os opositores apoiam-se em uma grande dúvida enfrentada por todos os países que fizeram a opção nuclear: o que fazer com os rejeitos radioativos? Em 2003, o Fórum Brasileiro das ONGs e Movimentos Sociais entregou ao presidente Lula um abaixo-assinado com mais de 50 mil nomes contrários ao projeto. Já o Greenpeace mantém uma campanha permanente contra Angra 3 em seu site. “Depois de 60 anos desde que o primeiro reator começou a funcionar no mundo, ainda não existe uma solução definitiva e segura para o lixo radioativo gerado pelas usinas. Este lixo permanece perigoso por centenas de milhares de anos”, argumentam os ativistas do grupo em comunicado.
O confronto promete se estender. Além de Angra 3, o governo tem planos de criar novas plantas nucleares no Nordeste e no Sudeste, o que irá tornar ainda mais abrangente o debate que será feito amanhã.
Artigos - José Goldemberg
Contra
O que fazer?
Angra 3 acabou se tornando um cadáver semi-insepulto do grandioso programa nuclear do governo Geisel que, em 1975, sonhava em tornar o Brasil uma grande potência nuclear. Este programa foi, desde o início, totalmente equivocado, como ouvi muito mais diretamente do general Costa Cavalcanti, presidente da Itaipu Binacional em 1975 quando se iniciava a construção de Itaipu. Segundo ele, priorizar a construção de reatores nucleares em lugar de construir Itaipu era uma das opções da época, o que mostra a insensatez dos planejadores de então.
A resistência de elementos mais sensatos, dentro e fora do Governo, impediram que isto ocorresse. O primeiro reator do programa do general Geisel (Angra 2) foi concluído, mas levou quase 20 anos para que tal ocorresse. Terminar Angra 3 vai exigir quase US$ 2 bilhões adicionais, além dos US$ 700 milhões que já foram gastos, principalmente em equipamento importado, que está depositado em Angra dos Reis. É, portanto, uma obra cara e que vai levar, pelo menos, seis anos para ser concluída. A possibilidade de atrasos é enorme, porque isto ocorre com obras de reatores nucleares no mundo todo.
Como conseqüência, decidir, concluir Angra 3 não vai resolver a crise de energia elétrica, que se prevê dentro de três ou quatro anos. A opção hidrelétrica é a única que poderá resolver este problema. O país precisa de 3 ou 4 milhões de kilowatts novos por ano, para sustentar o crescimento e Angra 3 só contribuirá 1,3 milhões de kilowatts se for concluída. O que é preciso é “destravar” inúmeras obras já licenciadas e, que progridem lentamente. Do ponto de vista do planejamento energético, esta é a situação real.
Além disso, reatores nucleares trazem consigo outros problemas, que convém não minimizar; sobretudo quando o “estabelecimento nuclear” acena com a construção de mais usinas no Nordeste, fazendo com que Angra 3 pareça a ponta de um “iceberg”. Instalar muitos reatores nucleares aumenta os riscos de acidentes e gera um problema sério, que é o que fazer com os resíduos altamente radioativos, que já se tornaram um sério problema em outros países.
José Goldemberg é professor da Universidade de São Paulo (USP)
A favor
É a hora
O Brasil está prestes a viver um grande salto de crescimento fomentado, em grande medida, pelas ações propostas no PAC e por um ambiente econômico favorável interna e externamente. Mas para crescer é preciso que tenhamos energia abundante. Essa é uma das razões que tornam urgente e necessária a conclusão da usina nuclear Angra 3, que, quando em plena operação, oferecerá ao sistema brasileiro 1.350 megawatts, o que equivale a um terço de toda a energia consumida no estado do Rio de Janeiro. E o melhor é que essa energia chegará ao sistema nacional com preço competitivo, estimado em R$ 138,14 por MWh.
Considerada uma usina-irmã de Angra 2, a terceira unidade do Complexo Nuclear Almirante Álvaro Alberto já tem a maior parte do seu projeto de engenharia pronto. A maior parte dos equipamentos importados já foi adquirida. A estimativa é que 30% do empreendimento já foi realizado. Esses fatores combinados dão a Angra 3 uma condição única em relação aos empreendimentos de geração elétrica no país.
O Brasil possui hoje a sexta maior reserva de urânio do mundo, algo em torno de 309 mil toneladas do mineral, quantidade suficiente para alimentar 32 usinas do porte de Angra 3 durante toda a sua vida útil. Dominamos todo o ciclo nuclear, desde a extração e processamento do urânio à operação das usinas. Uma economia ascendente e vigorosa como a nossa não pode se dar ao luxo de abrir mão de tamanho patrimônio.
Por último, mas nem de longe menos importante, temos a questão ambiental. Usinas nucleares não emitem CO², não contribuem, portanto, para o aquecimento da atmosfera que ameaça toda a vida no planeta. Crescer sem poluir é o desafio de todas as nações neste século. Investir na construção de novas usinas nucleares é um dos caminhos apontados por ambientalistas para vencer esse desafio.
Angra 3 nos oferecerá energia limpa, segura, economicamente viável e em curto prazo. O que estamos esperando? Mãos à obra.
Luiz Sérgio é líder do PT na Câmara dos Deputados e ex-prefeito de Angra dos Reis (RJ)
PRMaia escreveu:Na minha opinião o Programa Nuclear vai acabar tomando um rumo mais dinamico. O presidente de plantão Luis Inacio LULA da Silva vistara o CTMSP no dia 10 de julho. Acredito que apesar de muito discurso e da retorica o pesidente e o pessoal do PT não são imbecis e sabem em que mundo estamos vivendo.
Em relação a este Sr, José Goldemberg e vou escrever para ele (como ele professor da USP...contribuo com polpudo salario que recebe) que o considero como um ''pulha'' vendido. Nunca ouvi este cidadão falar de forma positiva sobre o Programa Nuclear. E preciso gastar. Vejamos a India, quanta pobreza..., mas investem em tecnologia e e o único caminho para eliminar a pobreza juntamente com a educação. Não adianta somente distribuir vale gás, cesta básica....etc.
Brasil está perto de produzir gás nuclear
Usina de escala semi-industrial ficará pronta em dois anos
Roberto Godoy
O Brasil terá, em dois anos, uma usina própria, de escala semi-industrial, para produzir até 40 toneladas por ano de gás de urânio, a última etapa do complexo ciclo do combustível nuclear que o País ainda não domina. A fábrica está parcialmente construída em Iperó, no Centro Experimental de Aramar, que a Marinha mantém no município de Iperó, a 130 quilômetros de São Paulo.
O volume de produção atenderá às necessidades do Comando da Marinha. A força utiliza o hexafluoreto de urânio para ensaios científicos e para enriquecimento do mineral - o combustível do reator compacto que equipará um submarino nuclear de ataque, previsto para depois de 2020.
Ainda será necessário investir cerca de R$ 40 milhões na conclusão da montagem de sistemas e processos. A Financiadora de Projetos e Pesquisas (Finep) destinou R$ 23,60 milhões para o projeto, neste ano e em 2008.
Atualmente o urânio transformado em yellow-cake, o primeiro estágio químico do refino, é enviado em tambores de 400 quilos para a empresa Cameco, do Canadá, que realiza, sob contrato, o trabalho de conversão para o gás.
SEGREDO
O serrado paulista, um resto da Mata Atlântica que acompanha o traçado da sinuosa estrada de Iperó, guarda segredos de Estado. A vegetação abriga uma cerca dupla, guaritas de vigilância ocupadas por fuzileiros navais e também redes de sensores eletrônicos de movimento e calor.
Além da barreira, conjuntos de prédios, alguns visíveis, outros intencionalmente isolados, guardam as linhas de experimentação do reservado Programa de Capacitação Nuclear desenvolvido pelo Centro Tecnológico da Marinha (CTMSP). Ao longo de 28 anos, o custo do projeto chega a US$ 1,117 bilhão.
Intrusos, claro, não são bem-vindos ao local onde, até 2010, o Comando da Marinha pretende ter em funcionamento a fábrica de hexafluoreto de urânio e onde é escondida outra planta, a da construção das ultracentrífugas, poderosas máquinas utilizadas pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB) no processo de enriquecimento do minério.
Nos laboratórios são feitos procedimentos notáveis, como a solda fina de cerâmica e metal. O método é fundamental para a fabricação das válvulas TWT, de múltiplo emprego. No Centro, o que interessa são certos procedimentos envolvendo partículas, como os fugidios fótons e elétrons. Em determinados momentos, a prática equivale a promover uma redução na velocidade da luz.
Nem tudo, entretanto, é ciência. Há 20 anos, o então presidente José Sarney havia decidido revelar a existência do programa nuclear paralelo - secreto, na verdade. Logo depois, convidou o presidente Raúl Alfonsin, da Argentina, para assistir ao início da operação de uma cascata de 48 ultracentrífugas, no Centro Aramar, em Iperó.
A data da festa, 15 de março, foi considerada desfavorável pelo engenheiro de reatores, físico e astrólogo Kesavan Naïr, indiano radicado no Brasil. Melhor seria qualquer dia depois de 28 do mesmo mês.
O diretor do CTMSP da época, almirante Othon Pinheiro, decidiu consultar o ministro da Marinha, Ivan Serpa, que submeteu a questão ao supersticioso Sarney. O presidente foi cuidadoso: transferiu a cerimônia para 8 de abril.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ao Centro Experimental no dia 10 de julho. Além da pesquisa no ciclo do combustível, verá o modelo, em escala, do submarino e o seu reator de testes. Pronto, desmontado e esperando recursos para entrar em atividade.
Para a certificação da usina de hexafluoretação, os especialistas de Aramar, em Iperó, criaram uma bancada de ensaios. A primeira amostra de conversão de yellow-cake em gás foi obtida em 13 de dezembro de 2005, “prova de que o CTMSP está na direção do domínio completo dessa rara tecnologia”, afirma o almirante Carlos Bezerril, diretor do Centro Tecnológico.
O Brasil tem reservas minerais de urânio estimadas em 800 mil toneladas - a serem prospectadas -, além de 309,3 mil de dimensões conhecidas e valor econômico comprovado.
Para que possa ocorrer o enriquecimento (ou separação isotópica entre o U235, com capacidade de produzir energia, e o U238, residual empobrecido), por ultracentrifugação, é preciso que o minério de urânio seja convertido em gás estável.
Após o aumento da concentração por meio do repasse de máquina para máquina, centenas delas, na forma de cascata, é feita a reconversão para o estado sólido. No formato do composto cerâmico UO2, o urânio é colocado dentro das varetas de combustível dos reatores - de energia elétrica ou como interessa à Marinha, dos propulsores de submarino
CCT debaterá programa nuclear da Marinha
28 de Junho de 2007
A Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) aprovou, nesta quarta-feira (27), a realização de uma audiência pública conjunta com a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) para discutir o Programa Nuclear da Marinha, com a presença do comandante da Marinha, almirante Júlio Soares de Moura Neto.
A CCT designou o senador Augusto Botelho (PT-RR) para visitar, nesta sexta-feira (29), as instalações do Centro Tecnológico da Marinha, em Sorocaba (SP). Esse centro é responsável pela pesquisa e desenvolvimento de sistemas nucleares e energéticos, com aplicação em geração de energia e mecânica de precisão, além de propulsão naval.
(fonte Agência Senado)
EUA restringiram acordo nuclear brasileiro
Pressão americana está registrada em pelo menos 410 telegramas do serviço diplomático do país datados de 1975 e agora divulgados
Governo americano tinha conhecimento dos acertos com a Alemanha 6 meses antes da assinatura do contrato e exigiu mudanças
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Telegramas secretos do Departamento de Estado americano agora liberados à consulta pública expõem a estratégia dos EUA para restringir os termos do acordo nuclear Brasil-Alemanha -marco da política no setor, cuja assinatura completou 32 anos na quinta-feira.
"Os EUA, em várias ocasiões, expressaram profunda preocupação com o precedente e a extensão da venda [ao Brasil] e insta a Alemanha a assegurar que o acordo inclua controles os mais apertados possíveis sobre essas sensíveis exportações", afirmou o então secretário de Estado, Henry Kissinger, num telegrama disseminado poucos dias antes antes do fechamento do acordo.
"Os EUA tinham proposto que todos os acordos pendentes que incluíssem essas instalações fossem adiados até que os fornecedores pudessem discutir conjuntamente a adoção de políticas comuns", acrescenta um telegrama de março.
A pressão americana, conhecida na década de 70, ganhou contorno documental em pelo menos 410 telegramas que tratam do acordo, de um total de 6.000 enviados ou recebidos pelo serviço diplomático americano no Brasil em 1975. Até o ano passado, haviam sido liberados os papéis relativos a 1973 e 1974. Agora estão na internet os telegramas de 1975 -um total de 11 mil documentos com menções ao Brasil, disponíveis em http://foia.state.gov/ SearchColls/Search.asp.
Os documentos indicam que os americanos usavam fontes da própria Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear) e da empresa americana Westinghouse, que em 1971 fora contratada pelo Brasil para construir e fornecer combustível para a usina Angra 1.
A empresa conseguiu antecipar para os americanos em 3 de janeiro, seis meses antes da assinatura do acordo, a informação de que Brasil e Alemanha haviam firmado um "protocolo" em novembro de 1974, na ditadura sob a presidência de Ernesto Geisel (1908-1996).
A informação vazada pela empresa descia aos detalhes: o acordo envolveria uma planta para enriquecimento de urânio, que viria a ser o nó da questão. O domínio do ciclo completo do processo poderia dar ao Brasil condições de produzir a sua bomba atômica.
Kissinger acionou várias embaixadas ao redor do mundo, incluindo a do Brasil, para pedir "inquirições discretas" para confirmar o dado. "Se a informação que estamos recebendo da Westinghouse for correta, então parece que a Alemanha está preparada para tornar disponível o ciclo completo da tecnologia ao Brasil com o objetivo de obter vantagem comercial sobre os EUA", escreveu.
Seis dias depois desse aviso, os diplomatas de Bonn, na Alemanha, responderam que, de fato, havia um diálogo em andamento, "mas nada foi assinado". Os americanos engoliram o desmentido alemão. A confirmação, contudo, não demorou a chegar. Além de pressionar o Brasil, os EUA procuraram o governo alemão.
O jornalista Elio Gaspari, autor de quatro livros sobre a ditadura, disse ser surpreendente o reconhecimento de que os EUA, ainda em janeiro, já detivessem informações sobre possível enriquecimento de urânio no acordo bilateral.
"Por esses telegramas fica muito claro que os EUA influíram e moldaram muitas das características do acordo. Já se imaginava isso, mas agora se vê que a influência foi maior", disse o chefe de gabinete da presidência da Eletronuclear, o engenheiro naval nuclear Leonam dos Santos Guimarães.
Num telegrama de março, Kissinger expôs em detalhes as exigências que os americanos passaram a fazer à Alemanha. Os EUA queriam que o país, "caso mantenha sua intenção de promover a venda ao Brasil", continuasse tendo forte controle sobre a usina de enriquecimento, inclusive do ponto de vista "político".
"Os EUA sugerem os elementos adicionais a serem incluídos no corpo do acordo: a) providências para o contínuo envolvimento do fornecedor [Alemanha] no programa de reprocessamento e enriquecimento, para incluir domínio, voz nas decisões políticas e presença técnica-operacional", diz o documento.
Segundo Guimarães, as empresas criadas pelo Brasil para executar o acordo tinham empresas alemãs na participação societária, e técnicos alemães passaram a morar no Brasil.
O mesmo telegrama resume: "Os EUA estão preocupados com o fornecimento da capacidade de operar o ciclo completo do combustível (enriquecimento e reprocessamento) inerente à venda proposta pela Alemanha ao Brasil".
As mensagens de Kissinger ressaltam, por várias vezes, a disputa comercial em andamento. "Nós também desejamos nos movimentar no sentido de um novo acordo de cooperação bilateral, mas o arranjo Brasil-Alemanha complicou nosso objetivo", diz um telegrama, de março.
Meses depois, os EUA demonstram receio de que a Alemanha entenda as críticas como parte de uma disputa entre grandes empresas nucleares. O secretário de Estado americano, então, orienta: "A embaixada [de Brasília] deveria levar em alto nível político as preocupações americanas a respeito do Brasil, consistente com objetivos mútuos de não proliferação [de armas atômicas], e assegurar ao governo alemão que o governo americano não está buscando obter vantagem comercial. A respeito desse ponto, a embaixada poderia reiterar que os EUA não têm planos para providenciar ao Brasil equipamento ou tecnologia de enriquecimento e reprocessamento [de urânio]".
Indicado para falar sobre o assunto pela embaixada americana em Brasília, o porta-voz da CIA (central de inteligência americana) em Washington, George Little, disse que não comenta "fontes e métodos" do trabalho de inteligência. Little disse que não analisou especificamente os documentos sobre o acordo nuclear, e por isso não faria comentários. Sobre documentos liberados pelo governo americano, Little disse que "eles falam por si e devem ser avaliados por historiadores e outros pesquisadores".
Marinha desenvolve tecnologia de enriquecimento de urânio para Angra 3
29 de Junho de 2007 @ O ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, afirmou que o governo vai investir em todas as etapas do ciclo de combustível nuclear.
Segundo o ministro, o desenvolvimento de novas tecnologias de enriquecimento de urânio no CTMSP (Centro Tecnológico da Marinha, em São Paulo) pode ter seu ritmo acelerado. “O presidente Lula disse que não faltarão recursos para concluir a indústria e que não vai ser preciso exportar urânio para gerar divisas e pagar pelo programa”, disse, durante a posse do novo presidente da INB (Indústrias Nucleares do Brasil).
A tecnologia ora em uso pelo Brasil para enriquecimento de urânio é a de ultra-centrífugas. O objetivo inicial dessa tecnologia era produzir combustível para o reator de um submarino nuclear. Mas, devido a sistemáticos atrasos no projeto, a tecnologia foi transferida para a INB.
Marinha pede R$ 130 milhões para pesquisas nucleares
30 de Junho de 2007 Fonte: Agência Senado
O diretor do Centro Tecnológico da Marinha, almirante Carlos Bezerril, afirmou que são necessários R$ 130 milhões por ano para desenvolver as pesquisas nucleares na instituição. O centro opera hoje com R$ 34 milhões - valor previsto no orçamento de 2007.
Bezerril recebeu um grupo de parlamentares na sede do centro, em Iperó, na região metropolitana de Sorocaba (SP). Nove deputados e um senador receberam informações sobre o uso da energia nuclear para diversificar a matriz energética brasileira, a tecnologia de propulsão de submarinos e o enriquecimento de urânio para fins energéticos e medicinais. Com essa visita, a Marinha espera conseguir apoio do Congresso para expansão das pesquisas do centro tecnológico.
Luís Henrique escreveu:Walter, Padilha, Marina e demais conhecedores...
Essa notícia sobre submarino nuclear em 2013 que saiu na quantoé procede???
Temos essa possibilidade??
E o torpedo, a marinha brasileira aceitaria o Black Shark ou vamos ficar com o americano mesmo?
cicloneprojekt escreveu:Luís Henrique escreveu:Walter, Padilha, Marina e demais conhecedores...
Essa notícia sobre submarino nuclear em 2013 que saiu na quantoé procede???
Temos essa possibilidade??
E o torpedo, a marinha brasileira aceitaria o Black Shark ou vamos ficar com o americano mesmo?
Olha, vou chutar o que deve ter acontecido. A data de b2013 que possuo se refere a provável entrada em operação da INAP,Instalação Naval de Propulsão, ou em bom português, o prot[otipo do reator RENAP-11 desenvolvido no centro ARAMAR.
Já li repetidas vezes a imprensa leiga se referindo a INAP como o próprio sub nuclear...
Provavelmente deve ser isso.
Walter