Não seja por isso. Sou FP e à dois anos finalmente fui promovido depois de mais de 10 anos a pastar porque o governo deu ordens para tal. Agora estou a trabalhar normalmente, a atender o público e a fazer trabalho técnico. No trabalho daminha esposa (trabalha numa IPSS) também continua tudo como sempre, excepto obviamente uma maior preocupação com a higiene e a obrigatoriedade de usar EPI. Acabei de atender uma pessoa que já trabalhou na minha instituição e foi para o setor privado e está neste momento em teletrabalho, coisa que eu nem sequer tenho como opção. Isto é tão bom que nos últimos 10 anos já perdemos uma batelada de colegas para outras instituições públicas ou para o privado, já os ingressos...2 pessoas.joaolx escreveu: Qui Nov 05, 2020 12:30 pmEssas previsões nesta altura do campeonato, em que nem sequer se vê ainda qualquer luz ao fundo do túnel, valem tanto quanto o horóscopo de uma revista cor de rosa...P44 escreveu: Qui Nov 05, 2020 11:35 am https://eco.sapo.pt/2020/11/05/bruxelas ... -este-ano/
Continua a ser uma das maiores recessões de sempre, mas deverá ser ligeiramente mais baixa. A Comissão Europeia melhorou a previsão para a contração da economia portuguesa este ano de 9,8%, em julho, para 9,3% nas previsões de outono divulgadas esta quinta-feira
No entanto já estão dados certos sinais: Funcionários públicos, tirando os coitados do SNS e das forças de segurança que este ano lhes calhou a fava, vão continuar a ter vida mansa que tanto gostam, pelo menos enquanto não acabar o dinheiro, ao passo que no privado vai continuar a ser mais do mesmo, com tendência a piorar, só que agora já nem vaselina há...Não é justo...
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Re: Noticias de Portugal
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Re: Noticias de Portugal
Acredita que no privado está bem pior e nos próximos tempos ainda vai piorar...Pergunta a quem perdeu o emprego...Ou está em vias de o perder...cabeça de martelo escreveu: Qui Nov 05, 2020 12:58 pmNão seja por isso. Sou FP e à dois anos finalmente fui promovido depois de mais de 10 anos a pastar porque o governo deu ordens para tal. Agora estou a trabalhar normalmente, a atender o público e a fazer trabalho técnico. No trabalho daminha esposa (trabalha numa IPSS) também continua tudo como sempre, excepto obviamente uma maior preocupação com a higiene e a obrigatoriedade de usar EPI. Acabei de atender uma pessoa que já trabalhou na minha instituição e foi para o setor privado e está neste momento em teletrabalho, coisa que eu nem sequer tenho como opção. Isto é tão bom que nos últimos 10 anos já perdemos uma batelada de colegas para outras instituições públicas ou para o privado, já os ingressos...2 pessoas.joaolx escreveu: Qui Nov 05, 2020 12:30 pm
Essas previsões nesta altura do campeonato, em que nem sequer se vê ainda qualquer luz ao fundo do túnel, valem tanto quanto o horóscopo de uma revista cor de rosa...
No entanto já estão dados certos sinais: Funcionários públicos, tirando os coitados do SNS e das forças de segurança que este ano lhes calhou a fava, vão continuar a ter vida mansa que tanto gostam, pelo menos enquanto não acabar o dinheiro, ao passo que no privado vai continuar a ser mais do mesmo, com tendência a piorar, só que agora já nem vaselina há...Não é justo...
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Re: Noticias de Portugal
Eu não digo que não, mas há público e público, como há privado e privado...
Eu tenho família que são empresários e quando vejo os esquemas... que se lixa é sempre o mexilhão (empregados).
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Re: Noticias de Portugal
Bem eu já estou à espera de no final do meu atual contrato ir de vela, no final de Agosto de 2021...se bem que para mim é o habitual desde que vim embora do único emprego em que era efetivo (quase há 14 anos), e que acabou em 2008...ou seja todos os anos quando se aproximam os fatídicos "15 dias" de aviso prévio, é aquela angustia...mas acho que da maneira que isto está (e vai ficar), não me devo safar mesmo...vamos lá a ver é se vai haver dinheiro para pagar subsidios de desemprego a toda a gente...
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Re: Noticias de Portugal
P44 escreveu: Qui Nov 05, 2020 3:32 pm Bem eu já estou à espera de no final do meu atual contrato ir de vela, no final de Agosto de 2021...se bem que para mim é o habitual desde que vim embora do único emprego em que era efetivo (quase há 14 anos), e que acabou em 2008...ou seja todos os anos quando se aproximam os fatídicos "15 dias" de aviso prévio, é aquela angustia...mas acho que da maneira que isto está (e vai ficar), não me devo safar mesmo...vamos lá a ver é se vai haver dinheiro para pagar subsidios de desemprego a toda a gente...
Ali pela metade do ano estavas com a mesma cantilena e...
Algo de bom deves ter (não me perguntes O QUE porque não sei ) para seguirem te recontratando, ou seja, mais um que chora de barriga cheia...
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Re: Noticias de Portugal
Estou numa área que até está com perspectivas de bastante trabalho...até março e depois ao que consta, acabou... portanto desta vez não sei nãoTúlio escreveu: Qui Nov 05, 2020 3:51 pmP44 escreveu: Qui Nov 05, 2020 3:32 pm Bem eu já estou à espera de no final do meu atual contrato ir de vela, no final de Agosto de 2021...se bem que para mim é o habitual desde que vim embora do único emprego em que era efetivo (quase há 14 anos), e que acabou em 2008...ou seja todos os anos quando se aproximam os fatídicos "15 dias" de aviso prévio, é aquela angustia...mas acho que da maneira que isto está (e vai ficar), não me devo safar mesmo...vamos lá a ver é se vai haver dinheiro para pagar subsidios de desemprego a toda a gente...Ali pela metade do ano estavas com a mesma cantilena e...
Algo de bom deves ter (não me perguntes O QUE porque não sei ) para seguirem te recontratando, ou seja, mais um que chora de barriga cheia...
Mas quando tens contratos anuais, é natural que todos os anos haja a mesma cantilena
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Re: Noticias de Portugal
P44 escreveu: Qui Nov 05, 2020 4:05 pmEstou numa área que até está com perspectivas de bastante trabalho...até março e depois ao que consta, acabou... portanto desta vez não sei nãoTúlio escreveu: Qui Nov 05, 2020 3:51 pm
Ali pela metade do ano estavas com a mesma cantilena e...
Algo de bom deves ter (não me perguntes O QUE porque não sei ) para seguirem te recontratando, ou seja, mais um que chora de barriga cheia...
Mas quando tens contratos anuais, é natural que todos os anos haja a mesma cantilena
Eu trabalho por conta própria e a manter-se a tendência a minha faturação fica-se por 40 % do que foi o ano passado. Luz ao fundo do túnel não há e apoios do Estado...LoL...Só para os chulos crónicos da TAP, NB, RTP e afins...É aguentar...
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Re: Noticias de Portugal
Por falar em chulos...
H2Sines é o mega projeto de hidrogénio de 1,5 mil milhões na mira da Justiça
Bárbara Silva
Por causa de “divergências não ultrapassáveis” com os promotores do Green Flamingo, EDP e Galp avançaram em julho com um consórcio pan-europeu para o hidrogénio em Sines. PGR está a investigar.
Na Resolução do Conselho de Ministros n.º 63/2020 de 14 de agosto, que aprova o Plano Nacional do Hidrogénio, a palavra Sines surge repetida 37 vezes, mas em nenhuma das 82 páginas do documento é feita referência ao mega-projeto H2Sines, nem às empresas EDP, Galp, Martifer, REN e Vestas, que no final de julho anunciaram formalmente que iriam avançar juntas em consórcio para “avaliar a viabilidade de implementar um cluster industrial de produção de hidrogénio verde com base em Sines”.
Empresas estas que, de acordo com a revista Sábado, estarão agora a ser investigadas — juntamente com o ministro da Economia, Siza Vieira, e o secretário de Estado da Energia João Galamba — pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), órgão do Ministério Público especializado no combate à criminalidade mais complexa, e a Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária, por indícios de tráfico de influência e corrupção, entre outros crimes económico-financeiros, relativo a apoios que o Estado vai dar a empresas privadas nos próximos anos para a produção de hidrogénio verde.
MP investiga Governo no hidrogénio. Siza e Galamba não sabem
Ao ECO, fonte da Procuradoria-Geral da República disse que “confirma-se apenas a existência de um inquérito a correr termos no DCIAP. O mesmo encontra-se em investigação, não tem arguidos constituídos e está em segredo de justiça”. Outros dos visados pela investigação é o empresário holandês Marc Rechter, CEO do Resilient Group, de acordo com a Sábado.
Tanto as empresas em causa como os dois governantes garantem que não têm qualquer conhecimento sobre a investigação. Siza Vieira e Galamba anunciaram esta quinta-feira ao final do dia que vão avançar com queixas-crime por denúncia caluniosa e estão disponíveis para “prestar à Procuradoria-Geral da República os esclarecimentos necessários”. “Não havendo nenhuma aprovação, nenhum contrato, nenhum financiamento e, consequentemente, nenhum pagamento, é inexplicável o teor da denúncia hoje noticiada pela Sábado”, disse o ministério do Ambiente e Ação Climática em comunicado.
João Galamba tinha já garantido ao ECO/Capital Verde que o Governo não se mete nos consórcios entre empresas. “Falam entre elas, aproximam-se, formam ou não os consórcios que entenderem. O Governo só recebe as propostas. Se envolvem três, cinco, dez empresas, se estão fechados ou se há possibilidade de novos consórcios se formarem por fusão entre projetos, as empresas têm liberdade total”, disse o responsável da pasta da Energia em julho.
Green Flamingo passa a H2Sines depois do “divórcio” entre EDP/Galp e Rechter
Apesar de não mencionar diretamente o nome do projeto nem as empresas que o vão desenvolver, o Plano Nacional de Hidrogénio fala sim de um “projeto âncora de grandes dimensões” com um “investimento base previsto que poderá ser superior a 1,5 mil milhões de euros” (cerca de 10% do volume total de manifestações de interesse, entre 7 e 9 mil milhões de euros) para instalar uma unidade industrial com capacidade total em eletrolisadores de, pelo menos, 1 GW até 2030, que “permita posicionar Sines, e Portugal, como um importante hub de hidrogénio verde”.
No entanto, até meados deste ano, este “projeto âncora” para o hidrogénio em Sines tinha outros contornos e outro nome, que não H2Sines. Promovido desde finais de 2019 pelo Resilient Group, do empresário holandês a viver há décadas em Portugal, Marc Rechter, o projeto original H2Scale — que depois foi depois batizado pela Comissão Europeia como “Green Flamingo” — era até há uns meses o plano de ação em cima da mesa para a produção de hidrogénio em Sines. Tinha como promotor o Resilient Group e contava com empresas portuguesas (EDP, Galp e REN) e holandesas, além de um memorando de entendimento com o Porto de Roterdão, imprescindível para o projeto sair do papel.
O ECO/Capital Verde sabe que as coisas mudaram quase no último minuto, antes de o projeto ser formalmente apresentado ao Governo no âmbito do período de manifestação de interesse de investimento, que decorreu entre 18 de junho e 17 de julho. Devido a “divergências não ultrapassáveis”, o consórcio de empresas do lado português avançou sem Marc Rechter e o seu Resilient Group e o Green Flamingo passou definitivamente a H2Sines.
No entanto, o Resilient Group mantém-se no projeto para o hidrogénio em Sines, mas apenas na “coligação” do lado holandês, ao lado de empresas como a ABN AMRO, Vopak, Shell, Gasunie, entre outras.
Fonte: EDP Inovação
Rechter usou ainda o nome Flamingo Verde numa candidatura independente (sem a EDP nem a Galp) apresentada ao Governo português na manifestação de interesse, que no final acabou por ser excluída da short list de 37 projetos escolhidos pelo Comité de Admissão de Projetos (apoiado pela Direção Geral de Energia e Geologia e pelo Laboratório Nacional de Energia e Geologia). Estes 37 projetos serão agora serem avaliados mais profundamente com vista à inclusão na candidatura estatuto IPCEI – Projeto Importante de Interesse Europeu Comum -, junto da Comissão Europeia, com vista à obtenção de fundos comunitários significativos. O ECO/Capital Verde sabe que Rechter reclamou da decisão junto do Governo, não tendo obtido até agora qualquer resposta.
Na altura, e o promotor explicou que não conseguiu chegar a um acordo razoável com estas empresas portuguesas, devido a “divergências não ultrapassáveis”, decidindo por isso aliar-se a um conjunto de “grandes empresas nacionais e internacionais, do setor energético e PME de tecnologia de hidrogénio”.
Rechter não quis comentar estas divergências, mas deixou um recado ao Governo, à EDP e à Galp: “O Green Flamingo é o projeto original de hidrogénio, que permitiu a evolução da estratégia nacional e a Portugal chegar à posição da frente na candidatura ao estatuto de IPCEI. Nenhuma empresa, mesmo que muito grande, vai conseguir criar sozinha o mercado europeu de hidrogénio verde.”
Foi depois deste “divórcio” que o H2Sines passou a ser encabeçado pelos dois pesos pesados nacionais — a elétrica EDP e a petrolífera Galp –, em consórcio com a também portuguesa REN e outras empresas nacionais e internacionais, como a Martifer, a dinamarquesa Vestas e também a francesa Engie. Sobre estas questões de bastidores, Galamba garantiu na altura ao ECO/Capital Verde que o Governo “não se mete entre empresas” e que estas “têm liberdade total”.
O H2Sines é um dos maiores projetos selecionados pelo Governo para integrar uma futura candidatura portuguesa ao estatuto IPCEI – Projeto Importante de Interesse Europeu Comum -, com vista à obtenção de fundos comunitários significativos.
Outro é o da Bondalti Chemicals para Estarreja — “H2Enable – The Hydrogen Way for Our Chemical Future” — sendo aquele que apresenta o maior valor total de investimento — 2,4 mil milhões de euros, em 20 anos –, mas até 2030 será avançada apenas uma primeira fatia de cerca de 800 milhões. Ambos integrarão, a par de muitos outros, a candidatura portuguesa ao estatuto de IPCEI no final de 2020, assinado que está o memorando de entendimento entre Portugal e a Holanda, país para onde será exportado o hidrogénio produzido em Sines, via Porto de Roterdão.
O que inclui o investimento de mais de 1,5 mil milhões no H2Sines?
Na apresentação, o consórcio revelou que se trata de “um projeto de forte dimensão internacional pela vertente das exportações, mas também pelas parcerias com empresas com larga experiência na cadeia de valor do hidrogénio”. EDP, Galp, Martifer, REN e Vestas, além de outros parceiros europeus, propuseram-se para já a “avaliar a viabilidade do projeto H2Sines”, sem que nenhuma tomada de decisão de investimento tenha sido feita ainda.
Como começou e como se desenvolveu o H2Sines?
No âmbito de um projeto pan-europeu foi assinado um Memorando de Entendimento internacional para estudar a viabilidade da criação de uma cadeia de valor para a exportação do hidrogénio de Sines para o norte da Europa.
O projeto prevê que o hidrogénio poderá também ser utilizado a nível nacional nos setores industriais e de transportes, bem como para injeção na rede de gás natural.
A produção de hidrogénio verde em Sines contemplada pelo projeto H2Sines “integra e otimiza toda a cadeia de valor”, desde a geração de eletricidade renovável, produção de hidrogénio e a sua distribuição, transporte, armazenamento, comercialização e exportação.
“Garantindo o equilíbrio financeiro”, o projeto deverá desenvolver-se de forma progressiva, procurando otimizar a adequação dos volumes de produção de hidrogénio e do respetivo consumo, bem como a competitividade dos custos das tecnologias envolvidas.
Numa primeira fase prevê-se a instalação de um projeto-piloto de 10MW de eletrólise que, ao longo desta década, poderá evoluir até 1GW de capacidade, visando a prazo a instalação de cerca de 1,5GW de capacidade de geração de energia elétrica renovável para alimentação dos eletrolisadores.
O projeto prevê ainda a possibilidade de entrada de parceiros adicionais, suportada em várias demonstrações de interesse de empresas de dimensão internacional do setor energético, bem como de produtores de tecnologia para a cadeia de valor do hidrogénio.
O projeto prevê também a criação de uma componente industrial de produção de equipamentos para projetos de hidrogénio e o desenvolvimento de um cluster de I&D+I de referência internacional, com o apoio de mais de 20 empresas, institutos e universidades nacionais.
(Notícia atualizada às 11h00 de 6 de novembro)
H2Sines é o mega projeto de hidrogénio de 1,5 mil milhões na mira da Justiça
Bárbara Silva
Por causa de “divergências não ultrapassáveis” com os promotores do Green Flamingo, EDP e Galp avançaram em julho com um consórcio pan-europeu para o hidrogénio em Sines. PGR está a investigar.
Na Resolução do Conselho de Ministros n.º 63/2020 de 14 de agosto, que aprova o Plano Nacional do Hidrogénio, a palavra Sines surge repetida 37 vezes, mas em nenhuma das 82 páginas do documento é feita referência ao mega-projeto H2Sines, nem às empresas EDP, Galp, Martifer, REN e Vestas, que no final de julho anunciaram formalmente que iriam avançar juntas em consórcio para “avaliar a viabilidade de implementar um cluster industrial de produção de hidrogénio verde com base em Sines”.
Empresas estas que, de acordo com a revista Sábado, estarão agora a ser investigadas — juntamente com o ministro da Economia, Siza Vieira, e o secretário de Estado da Energia João Galamba — pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), órgão do Ministério Público especializado no combate à criminalidade mais complexa, e a Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária, por indícios de tráfico de influência e corrupção, entre outros crimes económico-financeiros, relativo a apoios que o Estado vai dar a empresas privadas nos próximos anos para a produção de hidrogénio verde.
MP investiga Governo no hidrogénio. Siza e Galamba não sabem
Ao ECO, fonte da Procuradoria-Geral da República disse que “confirma-se apenas a existência de um inquérito a correr termos no DCIAP. O mesmo encontra-se em investigação, não tem arguidos constituídos e está em segredo de justiça”. Outros dos visados pela investigação é o empresário holandês Marc Rechter, CEO do Resilient Group, de acordo com a Sábado.
Tanto as empresas em causa como os dois governantes garantem que não têm qualquer conhecimento sobre a investigação. Siza Vieira e Galamba anunciaram esta quinta-feira ao final do dia que vão avançar com queixas-crime por denúncia caluniosa e estão disponíveis para “prestar à Procuradoria-Geral da República os esclarecimentos necessários”. “Não havendo nenhuma aprovação, nenhum contrato, nenhum financiamento e, consequentemente, nenhum pagamento, é inexplicável o teor da denúncia hoje noticiada pela Sábado”, disse o ministério do Ambiente e Ação Climática em comunicado.
João Galamba tinha já garantido ao ECO/Capital Verde que o Governo não se mete nos consórcios entre empresas. “Falam entre elas, aproximam-se, formam ou não os consórcios que entenderem. O Governo só recebe as propostas. Se envolvem três, cinco, dez empresas, se estão fechados ou se há possibilidade de novos consórcios se formarem por fusão entre projetos, as empresas têm liberdade total”, disse o responsável da pasta da Energia em julho.
Green Flamingo passa a H2Sines depois do “divórcio” entre EDP/Galp e Rechter
Apesar de não mencionar diretamente o nome do projeto nem as empresas que o vão desenvolver, o Plano Nacional de Hidrogénio fala sim de um “projeto âncora de grandes dimensões” com um “investimento base previsto que poderá ser superior a 1,5 mil milhões de euros” (cerca de 10% do volume total de manifestações de interesse, entre 7 e 9 mil milhões de euros) para instalar uma unidade industrial com capacidade total em eletrolisadores de, pelo menos, 1 GW até 2030, que “permita posicionar Sines, e Portugal, como um importante hub de hidrogénio verde”.
No entanto, até meados deste ano, este “projeto âncora” para o hidrogénio em Sines tinha outros contornos e outro nome, que não H2Sines. Promovido desde finais de 2019 pelo Resilient Group, do empresário holandês a viver há décadas em Portugal, Marc Rechter, o projeto original H2Scale — que depois foi depois batizado pela Comissão Europeia como “Green Flamingo” — era até há uns meses o plano de ação em cima da mesa para a produção de hidrogénio em Sines. Tinha como promotor o Resilient Group e contava com empresas portuguesas (EDP, Galp e REN) e holandesas, além de um memorando de entendimento com o Porto de Roterdão, imprescindível para o projeto sair do papel.
O ECO/Capital Verde sabe que as coisas mudaram quase no último minuto, antes de o projeto ser formalmente apresentado ao Governo no âmbito do período de manifestação de interesse de investimento, que decorreu entre 18 de junho e 17 de julho. Devido a “divergências não ultrapassáveis”, o consórcio de empresas do lado português avançou sem Marc Rechter e o seu Resilient Group e o Green Flamingo passou definitivamente a H2Sines.
No entanto, o Resilient Group mantém-se no projeto para o hidrogénio em Sines, mas apenas na “coligação” do lado holandês, ao lado de empresas como a ABN AMRO, Vopak, Shell, Gasunie, entre outras.
Fonte: EDP Inovação
Rechter usou ainda o nome Flamingo Verde numa candidatura independente (sem a EDP nem a Galp) apresentada ao Governo português na manifestação de interesse, que no final acabou por ser excluída da short list de 37 projetos escolhidos pelo Comité de Admissão de Projetos (apoiado pela Direção Geral de Energia e Geologia e pelo Laboratório Nacional de Energia e Geologia). Estes 37 projetos serão agora serem avaliados mais profundamente com vista à inclusão na candidatura estatuto IPCEI – Projeto Importante de Interesse Europeu Comum -, junto da Comissão Europeia, com vista à obtenção de fundos comunitários significativos. O ECO/Capital Verde sabe que Rechter reclamou da decisão junto do Governo, não tendo obtido até agora qualquer resposta.
Na altura, e o promotor explicou que não conseguiu chegar a um acordo razoável com estas empresas portuguesas, devido a “divergências não ultrapassáveis”, decidindo por isso aliar-se a um conjunto de “grandes empresas nacionais e internacionais, do setor energético e PME de tecnologia de hidrogénio”.
Rechter não quis comentar estas divergências, mas deixou um recado ao Governo, à EDP e à Galp: “O Green Flamingo é o projeto original de hidrogénio, que permitiu a evolução da estratégia nacional e a Portugal chegar à posição da frente na candidatura ao estatuto de IPCEI. Nenhuma empresa, mesmo que muito grande, vai conseguir criar sozinha o mercado europeu de hidrogénio verde.”
Foi depois deste “divórcio” que o H2Sines passou a ser encabeçado pelos dois pesos pesados nacionais — a elétrica EDP e a petrolífera Galp –, em consórcio com a também portuguesa REN e outras empresas nacionais e internacionais, como a Martifer, a dinamarquesa Vestas e também a francesa Engie. Sobre estas questões de bastidores, Galamba garantiu na altura ao ECO/Capital Verde que o Governo “não se mete entre empresas” e que estas “têm liberdade total”.
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O que inclui o investimento de mais de 1,5 mil milhões no H2Sines?
Na apresentação, o consórcio revelou que se trata de “um projeto de forte dimensão internacional pela vertente das exportações, mas também pelas parcerias com empresas com larga experiência na cadeia de valor do hidrogénio”. EDP, Galp, Martifer, REN e Vestas, além de outros parceiros europeus, propuseram-se para já a “avaliar a viabilidade do projeto H2Sines”, sem que nenhuma tomada de decisão de investimento tenha sido feita ainda.
Como começou e como se desenvolveu o H2Sines?
No âmbito de um projeto pan-europeu foi assinado um Memorando de Entendimento internacional para estudar a viabilidade da criação de uma cadeia de valor para a exportação do hidrogénio de Sines para o norte da Europa.
O projeto prevê que o hidrogénio poderá também ser utilizado a nível nacional nos setores industriais e de transportes, bem como para injeção na rede de gás natural.
A produção de hidrogénio verde em Sines contemplada pelo projeto H2Sines “integra e otimiza toda a cadeia de valor”, desde a geração de eletricidade renovável, produção de hidrogénio e a sua distribuição, transporte, armazenamento, comercialização e exportação.
“Garantindo o equilíbrio financeiro”, o projeto deverá desenvolver-se de forma progressiva, procurando otimizar a adequação dos volumes de produção de hidrogénio e do respetivo consumo, bem como a competitividade dos custos das tecnologias envolvidas.
Numa primeira fase prevê-se a instalação de um projeto-piloto de 10MW de eletrólise que, ao longo desta década, poderá evoluir até 1GW de capacidade, visando a prazo a instalação de cerca de 1,5GW de capacidade de geração de energia elétrica renovável para alimentação dos eletrolisadores.
O projeto prevê ainda a possibilidade de entrada de parceiros adicionais, suportada em várias demonstrações de interesse de empresas de dimensão internacional do setor energético, bem como de produtores de tecnologia para a cadeia de valor do hidrogénio.
O projeto prevê também a criação de uma componente industrial de produção de equipamentos para projetos de hidrogénio e o desenvolvimento de um cluster de I&D+I de referência internacional, com o apoio de mais de 20 empresas, institutos e universidades nacionais.
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Re: Noticias de Portugal
METAL da M'daira, Vila de S. Vicente:
Com a participação especial do eterno GOKU, o único cara que conseguiu ressuscitar mais vezes que o nosso querido Zé Pancinha.
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Re: Noticias de Portugal
A diferença entre quem mostra respeito pelo dinheiro dos contribuintes e outros....
https://www.ft.com/content/0c34f707-e67 ... b741791f86
Norwegian Air warns of ‘uncertain’ future as government refuses aid
Norwegian Air Shuttle warned it was facing a “very uncertain” future after Norway’s government turned down the low-cost airline’s request for additional support to survive the coronavirus crisis.
https://www.ft.com/content/0c34f707-e67 ... b741791f86
Norwegian Air warns of ‘uncertain’ future as government refuses aid
Norwegian Air Shuttle warned it was facing a “very uncertain” future after Norway’s government turned down the low-cost airline’s request for additional support to survive the coronavirus crisis.
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Re: Noticias de Portugal
Uma palhaçada!!!
Quadro de praças adiado. Governo finta Exército e Força Aérea e pede um terceiro estudo
O ministério da Defesa pediu ao EMGFA que avalie os estudos do Exército e da Força Aérea para a criação de um quadro permanente de Praças nestes Ramos. O PSD diz que é uma "manobra dilatória para adiar a decisão"
A tão aguardada decisão para criar um quadro permanente de praças no Exército e na Força Aérea já não vai ser este ano, apesar destes Ramos terem apresentado os seus estudos de viabilidade, dentro dos prazos exigidos pelo Governo.
Esta é uma das medidas consideradas decisivas para atrair e reter jovens, de acordo com o Plano para a Profissionalização da Carreira Militar do ministério da Defesa Nacional (MDN), aprovado em abril de 2019, que indicava o 2º semestre de 2020 como data para a conclusão destes estudos.
Um despacho da secretária de Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes, a que o DN teve acesso, determina agora que o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) faça uma "apreciação" dos estudos que o Exército e a Força Aérea tinham desenvolvido "de forma a acautelar os mecanismos de complementaridade entre os vários regimes de prestação de serviços, assim como o equilíbrio do processo de revisão estatutária que lhe está inerente".
A governante, Catarina Sarmento e Castro estipula que este novo estudo sobre os estudos lhe seja submetido até 15 de janeiro de 2021 "com os contributos considerados relevantes relativamente a esta matéria".
Contactado pelo DN, para aprofundar os objetivos deste despacho e facultar informações sobre as conclusões dos trabalhos dos Ramos, o Gabinete do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho confirmou o conteúdo do despacho da Secretária de Estado, mas negou partilhar dados sobre os estudos do Exército e da Força Aérea alegando que eram "classificados".
Críticas ao conteúdo e à forma
O despacho de Catarina Sarmento e Castro surpreendeu tudo e todos, não só pelo conteúdo, como também pela forma. Pelo conteúdo, desagradou principalmente aos Chefes do Exército e da Força Aérea. O Chefe de Estado-Maior do Exército, General Nunes Fonseca, porque apresentou o seu estudo de viabilidade, com respetivos impactos, ao MDN (numa conferência específica) logo em fevereiro de 2020 e, Segundo fontes militares ouvidas pelo DN, pretendia criar as condições para arrancar com este quadro permanente já em 2021.
Na verdade, o Exército é o Ramo que mais tem sofrido sangria de quadros, com um défice de cerca de 4000 praças e esta era uma das medidas urgentes e importantes para estancar as saídas.
Por seu lado, o Chefe de Estado-Maior da Força Aérea, Joaquim Borrego, que entregou o seu estudo em julho último, previa contar, quanto antes, com cerca de 1600 praças num novo quadro permanente.
Pela forma, este despacho causou estranheza na hierarquia e indignação nos setores militares. O analista de assuntos de Defesa Major-general Carlos Branco, frisa que "só mesmo quem não conhece a máquina militar faria uma coisa destas: esta é uma questão para os Ramos tratarem diretamente com o ministro, o EMGFA não tem qualquer competência nesta matéria de gestão de efetivo. O destinatário está errado. Os chefes dos Ramos só despacham com o ministro e a secretária de Estado não se relaciona desta forma com o EMGFA".
Na delegação de competências que lhe foi atribuída, consultada pelo DN, Catarina Sarmento e Castro só tem poder para dar diretivas diretas à Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional, à Cruz Vermelha Portuguesa e à Liga dos Combatentes, o que levanta também dúvidas jurídicas sobre a legalidade do despacho.
A crítica a este despacho, quer quanto ao conteúdo, quer quanto à forma, também surge forte por parte do PSD. "Certamente a secretária de Estado desconhece as regras da hierarquia militar e terá de estudar as leis que regulam estas matérias de Defesa Nacional. Esta não é uma matéria do da competência do EMGFA", sublinha a deputada Ana Miguel dos Santos, que integra a Comissão de Defesa Nacional.
Manobra dilatória
Quanto à decisão de pedir um terceiro estudo, a deputada social-democrata não hesita em classificar a mesma como "uma clara manobra dilatória de quem não quer resolver problemas".
Ana Miguel Santos sublinha que este despacho tem como objetivo "atrasar ainda mais a resolução de um problema estrutural, que já está estudado há muito tempo e todos sabem que é uma das medidas importantes para combater a crónica falta de efetivo nas Forças Armadas".
Recorda que "em recente entrevista ao DN, o próprio Chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) defendeu esse quadro permanente de praças, como medida prioritária para recrutar e reter os jovens na carreira militar".
O Presidente da República, nas comemorações do Dia de Portugal.
DEFESA NACIONAL
Generais alertam Marcelo para "pré-falência" das Forças Armadas
De acordo com os dados mais recentes da Direção-Geral da Administração e Emprego Público, reproduzidos no site da Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA), de dezembro de 2011 a junho de 2020, as Forças Armadas perderam 27,8% do seu efetivo - um valor sem igual nas forças de segurança, como a GNR e a PSP.
Num balanço feito pelo DN, no ano passado, saíram das Forças Armadas 15 111 militares, entre 2014 e 2018, que estavam em regime de contrato ou de voluntariado, cálculos feitos com números oficiais facultados na altura pelo Gabinete do ministro da Defesa Nacional.
Efetivo a aumentar
No entanto, conforme frisou em entrevista ao DN, o Chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), Almirante Silva Ribeiro, em 2020 essa sangria "foi estancada".
Até setembro último, as Forças Armadas contavam com 25 323 militares - mais 1372 que em 2019
De acordo com números oficiais sobre a evolução de efetivos, até setembro último, as Forças Armadas contavam com 25 323 militares (mais 1372 que em 2019). O Exército teve a maior subida (mais 1659, atingindo 12 575); a Força Aérea ganhou 42 militares, ficando com 5425; a Marinha perdeu 529, ficando com 7323.
Não podendo ser atribuído este recrudescimento às medidas do Plano de Profissionalização do MDN, que ainda não estão em vigor, na sua maior parte, fontes militares coincidem nas seguintes justificações: reconhecimento público e ao mais alto nível do prestígio das Forças Armadas e de todo o trabalho que os militares têm vindo a efetuar no combate à pandemia; motivação dos militares destacados das missões internacionais, que se sente úteis pata o país e para a manutenção da paz no mundo; subida de vencimento durante a recruta para o valor do ordenado mínimo nacional; e também pela nova estratégia de comunicação das Forças Armadas, dando maior visibilidade a todas as atividades dos militares em Portugal e no mundo.
Medidas adequadas
Contactado pelo DN para aprofundar a importância da criação deste quadro permanente de praças e indicar as metas pretendidas, o Exército, bastante sucintamente, indicou apenas que "prevê aumentar o efetivo, nomeadamente na categoria de Praças, procurando oferecer opções profissionais seguras e aliciantes aos militares".
Fonte oficial do Gabinete do CEME afirma que "a criação do Quadro Permanente para a Categoria de Praças e também a implementação do Regime de Contrato Especial, assumem um caráter de complementaridade entre as várias formas de prestação de serviço, num esforço para ampliar a atratividade e a retenção dos militares, reforçando a sustentabilidade do modelo de profissionalização do serviço militar".
O Exército acrescenta ainda que "considera estas medidas estruturantes e adequadas, acreditando que venham a obter bastante adesão".
A Força Aérea foi mais completa na sua resposta. O Gabinete do General Joaquim Borrego explica que "a execução da missão da Força Aérea requer formação e obtenção de qualificações exigentes e morosas em bastantes áreas, nomeadamente as associadas à manutenção e operação das diferentes aeronaves" - áreas em que um quadro permanente traria vantagens.
O porta-voz oficial deste Ramo sublinha que "o estudo para a criação do Quadro Permanente (QP) da categoria de praças na Força Aérea, à semelhança do que já existe para a categoria de sargentos e oficiais, afigurou-se muito adequado, quer pelo contributo para a reposição gradual das cerca de 1.600 praças previstas nesta categoria, melhorando a atratividade e aumentando as opções da carreira, quer pelo retorno da formação especializada e da experiência acumulada".
Reforça ainda que a medida "afigurando-se bastante adequada, considera-se que poderá ter bastante adesão na categoria de praças" e que "até a mesma ser implementada permanece o quadro atualmente em vigor, i.e. só praças em regime de contrato (RC), com uma duração do contrato até 6 anos".
Jovens para o combate
A criação de um quadro permanente não colhe, ainda assim, consenso. O General Martins Barrento, por exemplo, ex-CEME, não vê que essa medida traga benefícios a este Ramo.
"Para cativar os jovens é preciso proporcionar-lhes cursos para que possam vingar no mercado de trabalho, não é com quadros permanentes", defende.
Este oficial general, que chefiou o Exército entre 1998 e 2001, sublinha que "a principal missão do Exército envolve o combate e para isso precisa de jovens. Depois o que se faz com esses quadros quando deixarem de terem essas capacidades físicas para o combate? Tem é que se fazem com que recebam também qualificações para o mercado de trabalho".
Também o General Martins Barrento, recorda a entrevista do Almirante CEMGFA ao DN, para criticar Silva Ribeiro por ter valorizado que se tinha "conseguido estancar a saída dos militares das Forças Armadas".
"O deficit em pessoal não se resolve estancado as saídas porque isso se traduz no envelhecimento de um pessoal ao qual se exige vigor e "juventude". Este problema, pondo de parte os "mercenários", que não devemos querer ter, só pode ser resolvido de duas formas: restabelecendo o serviço militar obrigatório, que tinha a vantagem de ser mais democrático por entregar a "defesa da cidade" aos cidadãos; ou criando condições suficientemente atrativas para que surjam voluntários", escreve num artigo que preparou para publicar na Revista Militar.
Na mesma linha de pensamento está o General Pinto Ramalho, ex-CEME (2005-2011), para quem "o Exército precisa essencialmente de pessoal com capacidade física para desenvolver as missões de combate necessárias". Para este oficial general, embora "para certas funções técnicas seja admissível um quadro permanente limitado, nunca deverá ser essa a regra no caso do Exército".
Pinto Ramalho defende que, "mais do que um quadro permanente, ou até contratos de longa duração, o importante é conseguir atrair mais jovens para as Forças Armadas". No ser entender "isso faz-se com incentivos, financeiros e proporcionando condições e formação para acesso a funções na administração pública, universidades, forças e serviços de segurança".
O Major-general Carlos Branco, por seu lado, assinala que um quadro permanente de praças "não é uma panaceia, não resolve os problemas todos", mas pode ser considerada "mais uma forma de prestação de serviço orientada para funções que exijam continuidade e sejam mais exigentes do ponto de vista técnico", o que, no caso do Exército podem ser, entre outras, por exemplo, "as ligadas à área da informática e da ciberdefesa".
Salienta que o quadro permanente "não é uma ilha, tem que ser visto de forma sistémica, conjugado com o mapa de pessoal civil e a externalização de serviços". No seu entender, "o grosso dos efetivos em praças do Exército continuará a assentar no regime de contrato. Por isso, continuam a ser necessárias políticas de recrutamento atrativas, uma vez que o QP satisfará apenas um nicho reduzido de necessidades".
Discorda da opinião de Martins Barrento porque "há funções no Exército que vão além do combate no terreno, como o caso da ciberdefesa, cujos conhecimentos e qualificações a adquirir não são compagináveis com uma permanência dos militares de apenas dois ou três anos".
A experiência dos mais velhos
O General Luís Araújo, ex-CEMGFA (2011-2014) e ex-Chefe de Estado-Maior da Força Aérea (2005-2011) considera que para este Ramo o quadro permanente será importante.
"A Força Aérea precisa de jovens, mas também de militares com experiência em áreas como a manutenção e outras. Os mais velhos são muitas vezes a coluna vertebral das esquadras", afiança, não receando, ao contrário de Martins Barrento, o envelhecimento de quadros. "Qual seria o argumento então na GNR, por exemplo? Quando deixam de ter aptidões físicas, são colocados noutros serviços", assevera.
Quem tem experiência de quadros permanentes de praças é o Almirante Melo Gomes, ex-Chefe de Estado-Maior da Armada (CEMA), atualmente o único Ramo com esta opção estatutária.
"Para a Marinha o quadro permanente é crucial. Os marinheiros andam muito tempo no mar e é preciso tempo, não só para a habituação, mas também para a aprendizagem das técnicas e tecnologias que permitem à Marinha navegar", explica.
Este ano foram abertas apenas 47 vagas para o quadro permanente da Marinha, que tem 853 praças a contrato, quando o défice de praças na Marinha é da ordem dos 700 militares.
O Almirante Melo Gomes está de acordo coma necessidade de criar também um quadro permanente nos outros Ramos para atrair e reter os jovens. "A não ser que criem outros incentivos para manter as pessoas, esta é uma solução", sublinha.
O ex-CEMA (2005-2010) lamenta o adiamento desta medida: "é mais um problema que fica por resolver, tal como tantos, como os vencimentos, a saúde, as carreiras, cuja resolução vai sendo sucessivamente adiada".
Melo Gomes alerta para o "arrastar" de decisões como esta da criação dos quadros permanentes. "Já está tudo mais que estudado. Quando não se quer resolver os problemas vão-se pedido estudos. A questão é que quanto mais tempo passa mais difícil é resolver os problemas e as soluções não podem ser eternamente adiadas".
Atualizado às 10h55 com as declarações do ex-CEME, General Pinto Ramalho
https://www.dn.pt/edicao-do-dia/09-nov- ... 08754.html
Quadro de praças adiado. Governo finta Exército e Força Aérea e pede um terceiro estudo
O ministério da Defesa pediu ao EMGFA que avalie os estudos do Exército e da Força Aérea para a criação de um quadro permanente de Praças nestes Ramos. O PSD diz que é uma "manobra dilatória para adiar a decisão"
A tão aguardada decisão para criar um quadro permanente de praças no Exército e na Força Aérea já não vai ser este ano, apesar destes Ramos terem apresentado os seus estudos de viabilidade, dentro dos prazos exigidos pelo Governo.
Esta é uma das medidas consideradas decisivas para atrair e reter jovens, de acordo com o Plano para a Profissionalização da Carreira Militar do ministério da Defesa Nacional (MDN), aprovado em abril de 2019, que indicava o 2º semestre de 2020 como data para a conclusão destes estudos.
Um despacho da secretária de Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes, a que o DN teve acesso, determina agora que o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) faça uma "apreciação" dos estudos que o Exército e a Força Aérea tinham desenvolvido "de forma a acautelar os mecanismos de complementaridade entre os vários regimes de prestação de serviços, assim como o equilíbrio do processo de revisão estatutária que lhe está inerente".
A governante, Catarina Sarmento e Castro estipula que este novo estudo sobre os estudos lhe seja submetido até 15 de janeiro de 2021 "com os contributos considerados relevantes relativamente a esta matéria".
Contactado pelo DN, para aprofundar os objetivos deste despacho e facultar informações sobre as conclusões dos trabalhos dos Ramos, o Gabinete do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho confirmou o conteúdo do despacho da Secretária de Estado, mas negou partilhar dados sobre os estudos do Exército e da Força Aérea alegando que eram "classificados".
Críticas ao conteúdo e à forma
O despacho de Catarina Sarmento e Castro surpreendeu tudo e todos, não só pelo conteúdo, como também pela forma. Pelo conteúdo, desagradou principalmente aos Chefes do Exército e da Força Aérea. O Chefe de Estado-Maior do Exército, General Nunes Fonseca, porque apresentou o seu estudo de viabilidade, com respetivos impactos, ao MDN (numa conferência específica) logo em fevereiro de 2020 e, Segundo fontes militares ouvidas pelo DN, pretendia criar as condições para arrancar com este quadro permanente já em 2021.
Na verdade, o Exército é o Ramo que mais tem sofrido sangria de quadros, com um défice de cerca de 4000 praças e esta era uma das medidas urgentes e importantes para estancar as saídas.
Por seu lado, o Chefe de Estado-Maior da Força Aérea, Joaquim Borrego, que entregou o seu estudo em julho último, previa contar, quanto antes, com cerca de 1600 praças num novo quadro permanente.
Pela forma, este despacho causou estranheza na hierarquia e indignação nos setores militares. O analista de assuntos de Defesa Major-general Carlos Branco, frisa que "só mesmo quem não conhece a máquina militar faria uma coisa destas: esta é uma questão para os Ramos tratarem diretamente com o ministro, o EMGFA não tem qualquer competência nesta matéria de gestão de efetivo. O destinatário está errado. Os chefes dos Ramos só despacham com o ministro e a secretária de Estado não se relaciona desta forma com o EMGFA".
Na delegação de competências que lhe foi atribuída, consultada pelo DN, Catarina Sarmento e Castro só tem poder para dar diretivas diretas à Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional, à Cruz Vermelha Portuguesa e à Liga dos Combatentes, o que levanta também dúvidas jurídicas sobre a legalidade do despacho.
A crítica a este despacho, quer quanto ao conteúdo, quer quanto à forma, também surge forte por parte do PSD. "Certamente a secretária de Estado desconhece as regras da hierarquia militar e terá de estudar as leis que regulam estas matérias de Defesa Nacional. Esta não é uma matéria do da competência do EMGFA", sublinha a deputada Ana Miguel dos Santos, que integra a Comissão de Defesa Nacional.
Manobra dilatória
Quanto à decisão de pedir um terceiro estudo, a deputada social-democrata não hesita em classificar a mesma como "uma clara manobra dilatória de quem não quer resolver problemas".
Ana Miguel Santos sublinha que este despacho tem como objetivo "atrasar ainda mais a resolução de um problema estrutural, que já está estudado há muito tempo e todos sabem que é uma das medidas importantes para combater a crónica falta de efetivo nas Forças Armadas".
Recorda que "em recente entrevista ao DN, o próprio Chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) defendeu esse quadro permanente de praças, como medida prioritária para recrutar e reter os jovens na carreira militar".
O Presidente da República, nas comemorações do Dia de Portugal.
DEFESA NACIONAL
Generais alertam Marcelo para "pré-falência" das Forças Armadas
De acordo com os dados mais recentes da Direção-Geral da Administração e Emprego Público, reproduzidos no site da Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA), de dezembro de 2011 a junho de 2020, as Forças Armadas perderam 27,8% do seu efetivo - um valor sem igual nas forças de segurança, como a GNR e a PSP.
Num balanço feito pelo DN, no ano passado, saíram das Forças Armadas 15 111 militares, entre 2014 e 2018, que estavam em regime de contrato ou de voluntariado, cálculos feitos com números oficiais facultados na altura pelo Gabinete do ministro da Defesa Nacional.
Efetivo a aumentar
No entanto, conforme frisou em entrevista ao DN, o Chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), Almirante Silva Ribeiro, em 2020 essa sangria "foi estancada".
Até setembro último, as Forças Armadas contavam com 25 323 militares - mais 1372 que em 2019
De acordo com números oficiais sobre a evolução de efetivos, até setembro último, as Forças Armadas contavam com 25 323 militares (mais 1372 que em 2019). O Exército teve a maior subida (mais 1659, atingindo 12 575); a Força Aérea ganhou 42 militares, ficando com 5425; a Marinha perdeu 529, ficando com 7323.
Não podendo ser atribuído este recrudescimento às medidas do Plano de Profissionalização do MDN, que ainda não estão em vigor, na sua maior parte, fontes militares coincidem nas seguintes justificações: reconhecimento público e ao mais alto nível do prestígio das Forças Armadas e de todo o trabalho que os militares têm vindo a efetuar no combate à pandemia; motivação dos militares destacados das missões internacionais, que se sente úteis pata o país e para a manutenção da paz no mundo; subida de vencimento durante a recruta para o valor do ordenado mínimo nacional; e também pela nova estratégia de comunicação das Forças Armadas, dando maior visibilidade a todas as atividades dos militares em Portugal e no mundo.
Medidas adequadas
Contactado pelo DN para aprofundar a importância da criação deste quadro permanente de praças e indicar as metas pretendidas, o Exército, bastante sucintamente, indicou apenas que "prevê aumentar o efetivo, nomeadamente na categoria de Praças, procurando oferecer opções profissionais seguras e aliciantes aos militares".
Fonte oficial do Gabinete do CEME afirma que "a criação do Quadro Permanente para a Categoria de Praças e também a implementação do Regime de Contrato Especial, assumem um caráter de complementaridade entre as várias formas de prestação de serviço, num esforço para ampliar a atratividade e a retenção dos militares, reforçando a sustentabilidade do modelo de profissionalização do serviço militar".
O Exército acrescenta ainda que "considera estas medidas estruturantes e adequadas, acreditando que venham a obter bastante adesão".
A Força Aérea foi mais completa na sua resposta. O Gabinete do General Joaquim Borrego explica que "a execução da missão da Força Aérea requer formação e obtenção de qualificações exigentes e morosas em bastantes áreas, nomeadamente as associadas à manutenção e operação das diferentes aeronaves" - áreas em que um quadro permanente traria vantagens.
O porta-voz oficial deste Ramo sublinha que "o estudo para a criação do Quadro Permanente (QP) da categoria de praças na Força Aérea, à semelhança do que já existe para a categoria de sargentos e oficiais, afigurou-se muito adequado, quer pelo contributo para a reposição gradual das cerca de 1.600 praças previstas nesta categoria, melhorando a atratividade e aumentando as opções da carreira, quer pelo retorno da formação especializada e da experiência acumulada".
Reforça ainda que a medida "afigurando-se bastante adequada, considera-se que poderá ter bastante adesão na categoria de praças" e que "até a mesma ser implementada permanece o quadro atualmente em vigor, i.e. só praças em regime de contrato (RC), com uma duração do contrato até 6 anos".
Jovens para o combate
A criação de um quadro permanente não colhe, ainda assim, consenso. O General Martins Barrento, por exemplo, ex-CEME, não vê que essa medida traga benefícios a este Ramo.
"Para cativar os jovens é preciso proporcionar-lhes cursos para que possam vingar no mercado de trabalho, não é com quadros permanentes", defende.
Este oficial general, que chefiou o Exército entre 1998 e 2001, sublinha que "a principal missão do Exército envolve o combate e para isso precisa de jovens. Depois o que se faz com esses quadros quando deixarem de terem essas capacidades físicas para o combate? Tem é que se fazem com que recebam também qualificações para o mercado de trabalho".
Também o General Martins Barrento, recorda a entrevista do Almirante CEMGFA ao DN, para criticar Silva Ribeiro por ter valorizado que se tinha "conseguido estancar a saída dos militares das Forças Armadas".
"O deficit em pessoal não se resolve estancado as saídas porque isso se traduz no envelhecimento de um pessoal ao qual se exige vigor e "juventude". Este problema, pondo de parte os "mercenários", que não devemos querer ter, só pode ser resolvido de duas formas: restabelecendo o serviço militar obrigatório, que tinha a vantagem de ser mais democrático por entregar a "defesa da cidade" aos cidadãos; ou criando condições suficientemente atrativas para que surjam voluntários", escreve num artigo que preparou para publicar na Revista Militar.
Na mesma linha de pensamento está o General Pinto Ramalho, ex-CEME (2005-2011), para quem "o Exército precisa essencialmente de pessoal com capacidade física para desenvolver as missões de combate necessárias". Para este oficial general, embora "para certas funções técnicas seja admissível um quadro permanente limitado, nunca deverá ser essa a regra no caso do Exército".
Pinto Ramalho defende que, "mais do que um quadro permanente, ou até contratos de longa duração, o importante é conseguir atrair mais jovens para as Forças Armadas". No ser entender "isso faz-se com incentivos, financeiros e proporcionando condições e formação para acesso a funções na administração pública, universidades, forças e serviços de segurança".
O Major-general Carlos Branco, por seu lado, assinala que um quadro permanente de praças "não é uma panaceia, não resolve os problemas todos", mas pode ser considerada "mais uma forma de prestação de serviço orientada para funções que exijam continuidade e sejam mais exigentes do ponto de vista técnico", o que, no caso do Exército podem ser, entre outras, por exemplo, "as ligadas à área da informática e da ciberdefesa".
Salienta que o quadro permanente "não é uma ilha, tem que ser visto de forma sistémica, conjugado com o mapa de pessoal civil e a externalização de serviços". No seu entender, "o grosso dos efetivos em praças do Exército continuará a assentar no regime de contrato. Por isso, continuam a ser necessárias políticas de recrutamento atrativas, uma vez que o QP satisfará apenas um nicho reduzido de necessidades".
Discorda da opinião de Martins Barrento porque "há funções no Exército que vão além do combate no terreno, como o caso da ciberdefesa, cujos conhecimentos e qualificações a adquirir não são compagináveis com uma permanência dos militares de apenas dois ou três anos".
A experiência dos mais velhos
O General Luís Araújo, ex-CEMGFA (2011-2014) e ex-Chefe de Estado-Maior da Força Aérea (2005-2011) considera que para este Ramo o quadro permanente será importante.
"A Força Aérea precisa de jovens, mas também de militares com experiência em áreas como a manutenção e outras. Os mais velhos são muitas vezes a coluna vertebral das esquadras", afiança, não receando, ao contrário de Martins Barrento, o envelhecimento de quadros. "Qual seria o argumento então na GNR, por exemplo? Quando deixam de ter aptidões físicas, são colocados noutros serviços", assevera.
Quem tem experiência de quadros permanentes de praças é o Almirante Melo Gomes, ex-Chefe de Estado-Maior da Armada (CEMA), atualmente o único Ramo com esta opção estatutária.
"Para a Marinha o quadro permanente é crucial. Os marinheiros andam muito tempo no mar e é preciso tempo, não só para a habituação, mas também para a aprendizagem das técnicas e tecnologias que permitem à Marinha navegar", explica.
Este ano foram abertas apenas 47 vagas para o quadro permanente da Marinha, que tem 853 praças a contrato, quando o défice de praças na Marinha é da ordem dos 700 militares.
O Almirante Melo Gomes está de acordo coma necessidade de criar também um quadro permanente nos outros Ramos para atrair e reter os jovens. "A não ser que criem outros incentivos para manter as pessoas, esta é uma solução", sublinha.
O ex-CEMA (2005-2010) lamenta o adiamento desta medida: "é mais um problema que fica por resolver, tal como tantos, como os vencimentos, a saúde, as carreiras, cuja resolução vai sendo sucessivamente adiada".
Melo Gomes alerta para o "arrastar" de decisões como esta da criação dos quadros permanentes. "Já está tudo mais que estudado. Quando não se quer resolver os problemas vão-se pedido estudos. A questão é que quanto mais tempo passa mais difícil é resolver os problemas e as soluções não podem ser eternamente adiadas".
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- cabeça de martelo
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Re: Noticias de Portugal
A Ordem dos Engenheiros fez um Webinar com 3 pessoas a favor do Hidrogénio e 3 pessoas contra.
Quando comecei a ver, apanhei um dos propagandistas e desisti no momento em que começou a dizer que iríamos usar o hidrogénio produzido no Verão para nos dar energia no Inverno. Isto é tão parvo que tive que desistir.
Depois, convenceram-me a ver a apresentação que partilho com vocês. Uma completa destruição dos fundamentais de uma economia baseada no hidrogénio.
1 - Não é possível exportar hidrogénio na sua forma pura, por camião.
2 - O transporte por pipelines será um problema em termos de fugas.
3 - A produção de hidrogénio é extremamente ineficiente.
4 - Só já existem dois produtores de carros a investir no hidrogénio. Já se concluiu que é uma tecnologia falhada.
5 - Um carro elétrico carrega em qualquer lado. Um posto de combustível de hidrogénio tem um custo de 800 mil euros.
6 - A densidade energética do hidrogénio é semelhante a uma bateria de lítio, mais ineficiente e com todos os problemas associados.
7 - Existem áreas de nicho onde o hidrogénio é interessante, mas é preferível converter localmente a eletricidade em hidrogénio do que transportar à distância.
8 - Perguntaram a um dos maiores especialistas na área se uma economia baseada no hidrogénio era viável? A resposta foi "nunca".
Esta insistência da Europa nesta tecnologia é ideológica, não é racional. Tem a mesma origem da proibição dos transgénicos. Tem a mesma origem da fobia à energia nuclear. Tem origem na tecnocracia das massas, em que as massas ignorantes são chamadas a dar opinião em assuntos que pouco entendem. São estas massas que condicionam as decisões em Bruxelas, que levará a um Lysenkoism à escala europeia.
https://www.frontiersin.org/.../fbioe.2020.557115/full
A aposta no hidrogénio é pior que um TGV, é pior que uma Ota, é pior que o resgate de uma TAP ou de um Novo Banco. É um absurdo.
Vejam...são 15 minutos:
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Re: Noticias de Portugal
Com as novas medidas do estado de emergência, António Costa procura disfarçar o que não tem remédio: durante muito tempo desvalorizou a segunda vaga em vez de preparar devidamente a resposta necessária.
É tudo muito tonto mas perigoso, moralista, sempre da ordem da repressão. Só podemos trabalhar e estudar. Diversão, passeio, família, amigos, népia. Zero.
O vírus não ataca na profissão e nos estudos, está visto. Já coisas exigentes como fortalecer o SNS, os transportes colectivos, as pequenas e médias empresas, fica para a próxima. Com a certeza de que o COVID-19 é para o lado que dorme melhor.
Joana Amaral Dias
https://portugalglorioso.blogspot.com/2 ... o-sns.html
É tudo muito tonto mas perigoso, moralista, sempre da ordem da repressão. Só podemos trabalhar e estudar. Diversão, passeio, família, amigos, népia. Zero.
O vírus não ataca na profissão e nos estudos, está visto. Já coisas exigentes como fortalecer o SNS, os transportes colectivos, as pequenas e médias empresas, fica para a próxima. Com a certeza de que o COVID-19 é para o lado que dorme melhor.
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*Turn on the news and eat their lies*
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