Re: Novo Fuzil para o EB
Enviado: Dom Mai 18, 2008 11:51 am
A nova arma das polícias
Mais leves e menos letais, carabinas .30 vão substituir fuzis em áreas menos conflagradas do Rio
Rio - Criados para situações de guerra, onde é preciso tirar o inimigo de combate com o menor número possível de disparos, os fuzis, que o carioca se acostumou a ver — e temer — em praticamente todas as ações da polícia, estão com os dias contados em algumas áreas do Rio. Pelo menos 1.500 deles serão substituídos pelas carabinas Taurus CT 30 que a Secretaria de Segurança Pública (Seseg) comprará com recursos do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), do governo federal. Mais leves e menos letais que os fuzis, as CT 30 são mais adequadas para áreas urbanas e, por enquanto, serão destinadas a regiões menos conflagradas. Mil delas vão para PMs das Radiopatrulhas e do Patrulhamento Motorizado Especial. As 500 restantes, para a Polícia Civil.
A compra do armamento foi sugerida em relatório do diretor-geral de Apoio Logístico da PM, coronel Erir Ribeiro Costa Filho. No documento, ele conclui que a “adoção do modelo traria ganho no fator segurança, devido às características de seu calibre, bem menos devastador que os dos fuzis”. A verba destinada à compra das carabinas — R$ 4,6 milhões — é parte dos R$ 55,3 milhões liberados quinta-feira pela Ministério da Justiça.
TESTES FEITOS PELO BOPE
Os testes foram feitos por policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), a tropa de elite da PM. Um deles é o chefe da seção de pessoal e de assuntos internos do Bope e instrutor de tiros e armamento, major Ricardo Soares. O oficial passou cinco dias na fábrica da Taurus. “Um tiro de fuzil atravessa parede. A velocidade do tiro da carabina .30 é muito menor. Isso representa menos risco para todos”, explica ele.
Para o major, a nova arma é mais fácil de ser transportada e dará ao policial mais mobilidade nas operações. Segundo Soares, um fuzil municiado pesa quase seis quilos, enquanto a carabina pesa pouco mais de três. “A diferença no manuseio é muito grande, além de ser mas fácil de carregar, principalmente em viaturas pequenas”, conta ele.
Soares ressaltou outro aspecto do uso da carabina que poderá ajudar a polícia a elucidar casos de balas perdidas. “Isso vai desmistificar a tese de que a polícia sempre entra atirando nas comunidades. Com o nosso armamento sendo diferente das armas dos criminosos, vai ser possível descobrir de quem realmente partiu o tiro”, explica. Soares acredita que a carabina vai também assustar menos os cidadãos. “As pessoas se assustam só de ver os PMs com fuzis enormes ou as viaturas com os bicos das armas para fora.”
Investimentos contra o crime
As 1.500 carabinas .30 compradas para as polícias Civil e Militar do Rio são a exceção entre os investimentos do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), que dá prioridade a investimentos em equipamentos de inteligência, monitoramento e armas não letais.
A maior fatia dos R$ 55,3 milhões em recursos, como prevê o convênio assinado na última quinta-feira entre o estado e o Ministério da Justiça, será destinada a obras. Ao todo, serão R$ 22,8 milhões empregados na construção de uma expansão para o 16º BPM (Olaria), na criação de 20 postos de policiamento comunitários, em reformas de instalações das polícias e na implantação de dois centros de gerenciamento de crise.
Todo o armamento não letal e a munição desse tipo serão comprados diretamente pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e doados ao Estado do Rio. As compras diretas pelo governo federal somam R$ 20,2 milhões e incluem ambulâncias e veículos especiais, como para transporte de animais e picapes 4x4. A Polícia Militar recebeu R$ 7,8 milhões, que deve empregar na compra das carabinas e ainda em veículos de reboque e tratores para remoção de barricadas.
Para a Polícia Civil, o Pronasci destinou R$ 4,3 milhões, que serão gastos com equipamentos de monitoramento eletrônico, computadores portáteis e de mesa, um sistema de filmagem para os helicópteros e blindagem das aeronaves da instituição.
No lançamento do programa, o ministro Tarso Genro afirmou que é emblemática a batalha contra o crime no Rio. “Se nós não ganharmos a batalha da segurança pública no Rio, isso vai ter reflexo em todo o País”, disse.
ARMAMENTO MOTIVOU DISPUTA ENTRE EMPRESAS
As carabinas calibre .30 produzidas pela Taurus no Rio Grande do Sul foram homologadas em 2004 pelo Exército. Até então, a empresa gaúcha de armamentos fabricava, para uso por policiais, apenas carabinas calibre .40.
A inovação surgiu depois de uma disputa com a israelense IMI (Israel Military Industries), que tinha tomado a frente na concorrência para fornecer esse tipo de armamento de uso urbano para as polícias brasileiras, como previa o Plano Nacional de Segurança Pública em 2002. O calibre .30, na época, chegou a ser atacado pela Taurus, que o considerava inadequado. Atualmente, sete estados usam as .30.
Mais leves e menos letais, carabinas .30 vão substituir fuzis em áreas menos conflagradas do Rio
Rio - Criados para situações de guerra, onde é preciso tirar o inimigo de combate com o menor número possível de disparos, os fuzis, que o carioca se acostumou a ver — e temer — em praticamente todas as ações da polícia, estão com os dias contados em algumas áreas do Rio. Pelo menos 1.500 deles serão substituídos pelas carabinas Taurus CT 30 que a Secretaria de Segurança Pública (Seseg) comprará com recursos do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), do governo federal. Mais leves e menos letais que os fuzis, as CT 30 são mais adequadas para áreas urbanas e, por enquanto, serão destinadas a regiões menos conflagradas. Mil delas vão para PMs das Radiopatrulhas e do Patrulhamento Motorizado Especial. As 500 restantes, para a Polícia Civil.
A compra do armamento foi sugerida em relatório do diretor-geral de Apoio Logístico da PM, coronel Erir Ribeiro Costa Filho. No documento, ele conclui que a “adoção do modelo traria ganho no fator segurança, devido às características de seu calibre, bem menos devastador que os dos fuzis”. A verba destinada à compra das carabinas — R$ 4,6 milhões — é parte dos R$ 55,3 milhões liberados quinta-feira pela Ministério da Justiça.
TESTES FEITOS PELO BOPE
Os testes foram feitos por policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), a tropa de elite da PM. Um deles é o chefe da seção de pessoal e de assuntos internos do Bope e instrutor de tiros e armamento, major Ricardo Soares. O oficial passou cinco dias na fábrica da Taurus. “Um tiro de fuzil atravessa parede. A velocidade do tiro da carabina .30 é muito menor. Isso representa menos risco para todos”, explica ele.
Para o major, a nova arma é mais fácil de ser transportada e dará ao policial mais mobilidade nas operações. Segundo Soares, um fuzil municiado pesa quase seis quilos, enquanto a carabina pesa pouco mais de três. “A diferença no manuseio é muito grande, além de ser mas fácil de carregar, principalmente em viaturas pequenas”, conta ele.
Soares ressaltou outro aspecto do uso da carabina que poderá ajudar a polícia a elucidar casos de balas perdidas. “Isso vai desmistificar a tese de que a polícia sempre entra atirando nas comunidades. Com o nosso armamento sendo diferente das armas dos criminosos, vai ser possível descobrir de quem realmente partiu o tiro”, explica. Soares acredita que a carabina vai também assustar menos os cidadãos. “As pessoas se assustam só de ver os PMs com fuzis enormes ou as viaturas com os bicos das armas para fora.”
Investimentos contra o crime
As 1.500 carabinas .30 compradas para as polícias Civil e Militar do Rio são a exceção entre os investimentos do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), que dá prioridade a investimentos em equipamentos de inteligência, monitoramento e armas não letais.
A maior fatia dos R$ 55,3 milhões em recursos, como prevê o convênio assinado na última quinta-feira entre o estado e o Ministério da Justiça, será destinada a obras. Ao todo, serão R$ 22,8 milhões empregados na construção de uma expansão para o 16º BPM (Olaria), na criação de 20 postos de policiamento comunitários, em reformas de instalações das polícias e na implantação de dois centros de gerenciamento de crise.
Todo o armamento não letal e a munição desse tipo serão comprados diretamente pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e doados ao Estado do Rio. As compras diretas pelo governo federal somam R$ 20,2 milhões e incluem ambulâncias e veículos especiais, como para transporte de animais e picapes 4x4. A Polícia Militar recebeu R$ 7,8 milhões, que deve empregar na compra das carabinas e ainda em veículos de reboque e tratores para remoção de barricadas.
Para a Polícia Civil, o Pronasci destinou R$ 4,3 milhões, que serão gastos com equipamentos de monitoramento eletrônico, computadores portáteis e de mesa, um sistema de filmagem para os helicópteros e blindagem das aeronaves da instituição.
No lançamento do programa, o ministro Tarso Genro afirmou que é emblemática a batalha contra o crime no Rio. “Se nós não ganharmos a batalha da segurança pública no Rio, isso vai ter reflexo em todo o País”, disse.
ARMAMENTO MOTIVOU DISPUTA ENTRE EMPRESAS
As carabinas calibre .30 produzidas pela Taurus no Rio Grande do Sul foram homologadas em 2004 pelo Exército. Até então, a empresa gaúcha de armamentos fabricava, para uso por policiais, apenas carabinas calibre .40.
A inovação surgiu depois de uma disputa com a israelense IMI (Israel Military Industries), que tinha tomado a frente na concorrência para fornecer esse tipo de armamento de uso urbano para as polícias brasileiras, como previa o Plano Nacional de Segurança Pública em 2002. O calibre .30, na época, chegou a ser atacado pela Taurus, que o considerava inadequado. Atualmente, sete estados usam as .30.