tanques e blindados
Moderadores: J.Ricardo, Conselho de Moderação
- Poti
- Avançado
- Mensagens: 474
- Registrado em: Dom Dez 07, 2003 1:03 pm
- Localização: Rio de Janeiro
- Agradeceu: 11 vezes
- Agradeceram: 128 vezes
Re: tanques e blindados
Nossa, podia ter sido o último combate dos popovs. Ótimo vídeo Edson, obrigado.
Interessante como eles parecem ter ficado com pouca consciência situacional.
Interessante como eles parecem ter ficado com pouca consciência situacional.
-
- Sênior
- Mensagens: 2427
- Registrado em: Sex Mai 18, 2012 6:12 pm
- Agradeceu: 40 vezes
- Agradeceram: 205 vezes
Re: tanques e blindados
CC M60 A3 TTS, da 4ª BDA C MEC, comparado aos CCs do TO do CMO
Comparação do carro de combate M60 A3 TTS, da 4ª BDA C MEC, com os carros de combates dos países limítrofes ao CMO

Tiago Eduardo Siqueira Veras - Cap
10º RC Mec
(Bela Vista-MS)
Fonte: AÇÃO DE CHOQUE
A FORJA DA TROPA BLINDADA DO BRASIL
CIBld - Seção de Doutrina
RESUMO
O presente trabalho trata da comparação da viatura Blindada de Combate – Carro de Combate (VBC CC) M60 A3 Thermal Target System (TTS), do Exército Brasileiro, alocada no Comando Militar do Oeste (CMO), em comparação com os CC em serviço nos países que lhe fazem fronteira, Bolívia e Paraguai, por meio da averiguação técnica das potencialidades e limitações dos componentes que geram efeitos na proteção blindada, potência de fogo, mobilidade e características de combate desejáveis em um CC.
Tal estudo foi motivado tendo em vista que o M60A3 TTS foi realocado do Comando Militar do Sul (CMS) para o CMO e, nesta seara, houve uma alteração no poder dissuasório na região, sendo objeto do trabalho aqui apresentado mensurar se tal alteração nos é favorável e de que forma.
O trabalho realizado mediante pesquisa bibliográfica valeu-se de manuais, artigos, livros, monografias anteriores e materiais disponibilizados na internet, tendo ao fim sido integrados por intermédio de processo analítico, culminando com a conclusão esperada.
Ao fim, é apresentado que a nossa VBC M60 A3 TTS ampliou o nosso poder dissuasório na região do CMO face às VBC SK-105/A1 Kurassier bolivianas e às VBC M51 Super Sherman e M4A3 Firefly Paraguaias, todavia com ressalvas a despeito de sua correta aplicação e da não permanência dessa vantagem por período muito longo.
1.INTRODUÇÃO
0 presente estudo visa a apresentar uma análise comparativa entre a VBC M60 A3 TTS, que mobiliam a 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada (4ª Bda C Mec), e as VBC em uso nos países limítrofes ao CMO, Grande Comando que enquadra a 4ª Bda C Mec.
No combate moderno, a ação de unidades de carros de combate com poder superior ao inimigo (Ini) tem se mostrado fator preponderante para a vitória; não obstante a importância do adestramento das frações, é primordial que a tecnologia embarcada nos carros de combate seja capaz de maximizar o poder combativo das frações que os empregam, gerando também novas possibilidades, como por exemplo, o combate noturno.
Logo, podemos inferir que um Exército que possui um carro de combate com características, possibilidades e limitações em melhores condições que o carro de combate de seu contendor possivelmente tenderá à vitória no enfrentamento entre forças blindadas.
O Brasil, líder regional, aspirando à potência no cenário mundial, não pode furtar-se a manter compatível capacidade dissuasória, sob pena de não ter respeitada sua opinião e/ou decisão, assim como ficar passível de agressões externas fruto da gana de elementos externos aos seus abundantes recursos. Neste sentido, faz-se necessário manter constante monitoramento das Forças Armadas de nossos países vizinhos, com a devida comparação com as nossas forças.
No caso em particular da transferência da VBC M60A3TTS para a região do CMO, serão analisados os carros de combate dos países limítrofes ao mesmo: Paraguai e Bolívia.
2. DESENVOLVIMENTO
2. 1 Metodologia
A seleção das fontes foi realizada em publicações de autores de importância no meio de assuntos de defesa, assim como periódicos, manuais, publicações oficiais e, levando-se em conta se tratar de dados sobre material bélico de outros países, não sendo ostensivos os dados detalhados destes, também foram buscadas informações em sites especializados no assunto, embora não possuam um caráter “oficial”.
A pesquisa bibliográfica foi delineada de acordo com as seguintes fases: levantamento; seleção; leitura analítica da bibliografia selecionada; fichamento das fontes, argumentação e discussão de resultados.
Quanto à natureza, o estudo em tela se caracteriza por ser uma pesquisa do tipo aplicada, objetivando a geração de conhecimentos para aplicações voltadas para a solução de alguns problemas específicos, particularmente a voltada à análise das características principais no combate entre as VBC.
A abordagem da presente pesquisa é a qualitativa, com finalidade de esclarecer os procedimentos lógicos que viabilizaram a tomada de decisões acerca do alcance da investigação, das regras de explicação dos fatos e a validade das suas generalizações sendo, a título de objetivo geral, caracterizada como uma pesquisa descritiva.
Em relação aos procedimentos técnicos, foi utilizada a pesquisa bibliográfica em livros, outros trabalhos monográficos, artigos publicados em periódicos e demais materiais disponíveis na internet. Com a leitura analítica do material citado, chegamos ao entendimento dos termos utilizados no combate de blindados, além da percepção da estruturação de um melhor modelo teórico de análise e solução dos problemas apresentados no presente estudo.
2.2 Resultados e Discussão
2.2.1 Condição da VBC M60 A3 TTS, da 4ª Bda C Mec, frente aos CC da Bolívia e Paraguai.
No tocante aos blindados do Paraguai, o M-4A3 Firefly e M-51 Super Sherman, a superioridade do M60 é patente em todos os aspectos, o que é perfeitamente natural, pois o M60 é um blindado de 2ª Geração, e o Firefly e o Super Sherman são de 1ª geração, sendo os CC praticamente imunes à quase totalidade dos tiros dos carros de combate construídos na geração anterior (CARNEIRO, 2009 p.1).
2.2.1.1 Sobre a potência de fogo
O M60, adotado pelo Brasil, possui um canhão com calibre de 105 mm, capaz de disparar a munição APFDS (Mun flecha), de energia cinética, com a mais alta capacidade de penetração.
O alcance de seu canhão é de 4.4 km, podendo engajar o CC Ini à grande distância, em particular a SK Kurassier, da Bolívia que, embora também esteja equipado com canhão 105 mm, possui alcance de até 2 km e sua versão A1 não tem condições de disparar a munição penetrante de blindados “Flecha”.
O M51, do Exército Paraguaio, também com canhão de 105 mm, chega a ter um alcance de 1.8 km, estando aquém do alcance de engajamento das outras citadas VBC. Neste aspecto, a VBC Firefly, também do Exército Paraguaio, encontra-se aquém das demais VBC estudadas pois, apesar de ter condições de abater a SK-105 e M51 com seu canhão de 76.2 mm capaz de disparar munição perfurante não especial para CC, todavia o seu curto alcance de 1.2 km dificilmente lhe permitirá chegar perto o suficiente para impactar as outras VBC, que possuem alcance maior.
O M60 tem capacidade de empaiolamento de 63 Mun, 20 a mais que a do SK-105 com 43, perdendo para o M51 com 66 Mun e o Firefly com 78 Mun. Quanto maior a capacidade de empaiolamento na VBC maior será a capacidade do CC em manter a sequência de disparos sem a necessidade de remuniciar, porém reduz a segurança da tripulação em caso de ser alvejada. Cabe ressaltar que essa capacidade de empaiolamento será mais eficiente quanto mais rápida seja a cadência de tiro.
A existência de um sistema de carregamento automático de munição somado ao peso da Mun 105 mm confere ao SK-105 uma cadência de tiro de 12 TPM, enquanto que a cadência de tiro do M60 é de 10 TPM, pois embora possua munições com mesmo peso, não é dotada de sistema de carregamento automático sua cadência de tiro de 10 TPM.
A cadência de tiro do M51 e do M4A3 é de igual valor, 08 TPM. Neste caso, visualizando um combate entre forças blindadas, verificamos que a VBC com maior cadência de tiro, em princípio, conseguirá abater mais CC Ini em menor tempo, garantindo em melhores condições a sua sobrevivência.
Somado aos fatores supracitados, temos ainda a capacidade das VBC em combater de noite, proporcionada pela existência de visão noturna. Nas VBC analisadas, apenas o M60 e o SK-105 possuem equipamento de visão noturna, ambas se sobressaindo em uma primeira análise frente ao Super Sherman e o Firefly, que não possuem.
Por ocasião do combate noturno, em uma segunda análise, verificamos que o M60 possui equipamento com intensificador de luz residual e visão termal (AN/VSG-2), de natureza passiva, estando em superioridade em relação ao SK-105, que está equipado com sistema de visão infravermelho e não possui sistema termal. Ainda, a guarnição do M60 possui condições de enxergar o facho luminoso infravermelho emitido pelo SK 105 Kurassier, podendo se antever ao disparo deste.
Por fim, na análise do poder combativo de uma VBC, temos o sistema de controle de tiro e de busca e transferência de alvos, os quais farão com que todo o poder de fogo instalado na VBC seja utilizado com a velocidade e precisão desejadas no campo de batalha.
Não foram encontradas referências quanto ao sistema de controle de tiro do Super Sherman e do Firefly, porém os dados analisados nas diversas bibliografias estudadas nos permitem concluir que tais VBC não possuem um sistema computadorizado de controle de tiro e busca de alvos, ficando a técnica de condução do tiro a cargo da guarnição.
O M60 possui o computador de controle de tiro M21, material que garante um excelente nível de precisão, proporcionando um primeiro disparo certeiro no Ini. O equipamento instalado no M60 permite a busca e aquisição de alvos com grande eficácia, favorecendo com que na zona de combate o M60 seja capaz de primeiro disparar contra outro CC o que, somado à estabilização de torre existente, venha a acertá-lo no primeiro disparo.
O SK-105 possui também computador de tiro, embora de nível tecnológico inferior, o que somado à torre não estabilizada, nos garante concluir que esta VBC não terá o mesmo desempenho do M60 neste quesito.
2.2.1.2 Sobre a Mobilidade
O M60 A3 TTS, com uma pressão sobre o solo de 0,85 kg/cm², tem sua maneabilidade bastante dificultada, particularmente nas operações em terreno pouco firme, ao contrário do SK-105 que possui pressão sobre o solo de 0.67kg/cm, tendo sua maneabilidade facilitada. Não foi encontrado esse dado sobre o Super Sherman e o Firefly, todavia, em função da análise de sua tecnologia embarcada, é possível inferir que possuem características intermediárias.
O SK 105 pesa 17.700kg, aproximadamente metade do peso do Super Sherman (39.000kg) e do Firefly (32.284 Kg) e 1/3 do peso do M60A3 TTS (52.617kg). Verifica-se maior facilidade do SK-105 para utilizar-se da rede de estradas, rodovias e pontes, necessitando de pontes classe 18, enquanto o M60 necessita das de classe 55 e o M51 de classe 40.
A VBC com maior potência é o M60, com 750 cv providos pelo motor AVDS-1790-2C 12cyl, seguido pelo M51 Super Sherman com motor Cummins VT8 de 460 cv, pelo M4A3 Firefly com seu motor Ford Mod.GAA V-8, de 400 cv e por fim o SK 105 Kurassier com o seu motor Steyr 7FA - 6cyl, de 320 cv.
O fator peso/potência é o que mais se destaca em favor do SK 105 Kurassier e simboliza a sua natureza de caça-tanques. O valor de seu peso/potência é de 18.1 cv/ton, contra 9,12 cv/ton do M60 A3 TTS, 11,54 cv/ton o Super Sherman e 12.4 cv/ton do Firefly. Com isso, vemos que o SK-105 consegue atingir a velocidade de 50 km/h em terreno desfavorável, provável cenário numa zona de combate, contra 30 km/h do M60 e 35 dos Sherman estudados.
É fácil concluir que, uma vez o SK 105 necessite se aproximar ou se evadir da presença do inimigo, possivelmente ele o fará sem ser perseguido e/ou observado a tempo. Esta velocidade somada à autonomia de 500 km nos mostra que o SK 105 pode ser enviado para fazer uma verdadeira incursão em posições de blindados inimigos, atingi-los e se exfiltrar com grande velocidade e por caminhos desenfiados.
O M60, embora não tenha a mesma desenvoltura em velocidade máxima, possui uma excelente autonomia para os próprios padrões de peso, conseguindo deslocar-se com tanque pleno por até 480 km. O Super Sherman e o Firefly possuem relação potência/ peso superior à do M60, todavia a sua autonomia restringe seu uso em grandes manobras.
No quesito de transposição de obstáculos, verificamos que, à exceção do grau de rampa frontal e lateral, o M60 A3 é superior ao SK-105 na transposição de fosso, obstáculos verticais e travessia de vau, porém ambos são superiores à capacidade de transposição de obstáculos evidenciados pelo Super Sherman e Firefly, permitindo que aqueles avancem para o seu objetivo com maior facilidade e velocidade.
2.2.1.3 Sobre a Proteção Blindada
A VBC M60 A3 TTS possui uma blindagem de 2ª geração, composta de aço de face endurecida, a qual é capaz de suportar o impacto de munições de maior penetração do que a blindagem de 1ª geração. Tal blindagem chega a atingir a espessura de até 120 mm na parte frontal, possuindo portanto, um bom grau de proteção. A sua silhueta alta lhe desfavorece no combate contra outro CC pois fica exposto à observação e condução do tiro Ini, e apresenta uma maior área a ser impactada.
O SK-105 possui uma fraca blindagem, a qual embora seja constituída de aço de face endurecida (2ª geração), sua espessura de 40 mm suporta no máximo impacto de munições de 20 mm, podendo vir a suportar calibres de 35 mm com a blindagem adicional, ou seja, não resiste ao impacto dos canhões das demais VBC estudadas, mesmo as mais antigas.
Sua fraca blindagem foi intencionalmente aplicada para garantir a redução de peso da VBC, pois o SK-105 foi concebido para rapidamente engajar outro CC e se evadir, evitando ser engajado pelo CC inimigo. A sua baixa silhueta e seu tamanho corroboram com a sua missão pois, sendo menor, se torna um alvo mais difícil de ser observado e atingido.
3 CONCLUSÃO
O estudo dos carros de combate dos exércitos sul americanos nos propicía uma melhor visualização de nossa situação perante possíveis contendores.
Conseguimos averiguar, dentro das características potência de fogo, proteção blindada e mobilidade, as potencialidades e limitações dos carros de combate do Paraguai e Bolívia, podendo comparar com o de nosso CC presente na região fronteira com esses países, o CMO.
Dos CC paraguaios estudados, M51 Super Sherman e M4A3 Firefly, ambos de 1ª geração, notadamente não constituem inimigos com grande potencial face aos M60 A3 TTS brasileiro, que é CC de 2ª geração.
A blindagem de ambas VBC paraguaias são incapazes de suportar o impacto das munições disparadas pelo M60, assim como sua mobilidade é bastante inferior, tanto em potência, quanto velocidade e capacidade de transposição de obstáculos.
No quesito potência de fogo, tanto o Super Sherman quanto o Firefly, considerando-se o calibre, em tese, possuem condições técnicas de abater um M60 A3, porém não possuem sistema de controle de tiro eficiente, assim como não tem equipamento de visão noturna.
Considerando o curto alcance dos CC paraguaios somado ao obsoleto sistema de controle de fogo e busca de alvos e a inferior mobilidade em comparação com o M60 podemos concluir que, dificilmente, um Super Sherman ou Firefly conseguirá chegar perto o suficiente destes, sem ser atingido, para conseguir realizar um disparo que realmente cause danos.
Comparando-se o M60 com o SK Kurassier, em relação à potência de fogo, verificamos que ambas as VBC possuem calibre 105 mm, com vantagem para o M60 por conseguir disparar a Mun APFDS (Flecha) a 4 Km, enquanto o SK 105 consegue disparar até a munição HEAT a 2 km.
Na cadência de tiro, a diferença de 2 TPM não é significante, sendo mais relevante o fato do M60 possuir empaiolamento de 20 munições a mais que o SK, podendo destruir mais CC inimigos no campo de batalha antes de ficar exposto para remuniciamento, sendo o sistema de controle M21 do M60 tecnologicamente superior à do SK 105 o que, somado à estabilização de sua torre, desequilibra o combate a seu favor pois, tecnicamente, garantirá o primeiro impacto certeiro, não permitindo que o SK tenha chance de utilizar o seu armamento.
Um possível confronto entre estas VBC tem condições de prosseguir no período noturno pois ambas VBC possuem equipamento de visão noturna, com vantagem para o M60 por estar equipado com o TTS (visão termal passiva) e intensificador de luz residual, em detrimento do sistema Infravermelho do Kurassier. Ou seja, no combate noturno a guarnição do M60 conseguirá ver o facho infravermelho do SK, podendo evitar ser impactado e, consequentemente, identificá-lo no terreno e abatê-lo.
No quesito proteção blindada, verificamos que o M60 possui uma melhor proteção em função da maior espessura de sua blindagem (120mm contra 40mm). Todavia, a silhueta alta do M60 expõe uma maior área de impacto para ser alvejada pelo CC inimigo, assim como ser observado.
A mobilidade é o principal fator que favorece o Kurassier, como já era de se esperar devido à sua concepção como caça - tanque. A relação potência/peso do Kurassier é o dobro que a do M60, o que lhe permite atingir maiores velocidades em estrada e através campo e, somando-se à menor pressão sobre o solo do SK, podemos concluir que sua trafegabilidade através campo é mais fluída.
Na prática, havendo terreno com cobertas e abrigos para progressão, o SK possivelmente conseguirá se aproximar do M60 rapidamente, podendo destruí-lo com seu canhão e em seguida retirar-se antes de ser atingido por outro M60 de sua fração sem ser alcançado em sua fuga, exceto se houver no itinerário série de rampas, vaus, fossos e degraus, haja visto a melhor capacidade de transposição de obstáculos do M60 em comparação à do SK, tendo neste caso o M60 condições de alcançar seu alvo, o SK 105 A1.
Respondendo ao principal questionamento do presente trabalho, em face de todos os argumentos expostos, podemos concluir que, com a transferência do M60 A3 TTS para a região do CMO, o EB conseguiu manter, no tocante aos carros de combate, o poder dissuasório desejado dada a superioridade do M60 A3 TTS frente às VBC M51 Super Sherman e M4A3 Firefly do Paraguai.
Em comparação ao SK 105 Kurassier boliviano, vemos que o M60 A3 TTS tem uma série de fatores em superioridade, possuindo outros em desvantagem. O que irá diferenciar qual CC terá maior eficiência em combate será a forma como o CC será utilizado, ou seja, o elemento humano.
Finalizando, a região do CMO tem um CC que, no presente momento e num futuro próximo, está em condições de fazer frente a um possível confronto com os seus congêneres transfronteiriços, todavia não podemos parar no tempo, principalmente pelo fato da VBC M60 A3 TTS ser de 2ª geração, estando os exércitos mais avançados empregando VBC já de 4ª geração.
Deve portanto manter uma permanente vigilância sobre a evolução das forças blindadas de nossos vizinhos e, o quanto antes, viabilizar a substituição das nossas VBC M60 A3 TTS por outra de, pelo menos, 3ª geração, como o Leopard 1A5 adquirido pelo Exército Brasileiro para os Regimentos de Carros de Combate sob pena de, caso não o façamos, podermos ser surpreendidos, sem tempo para manobra para aquisições de melhores plataformas de combate para reverter uma possível posição de inferioridade.
http://www.defesanet.com.br/tank/notici ... O-do-CMO-/
Comparação do carro de combate M60 A3 TTS, da 4ª BDA C MEC, com os carros de combates dos países limítrofes ao CMO

Tiago Eduardo Siqueira Veras - Cap
10º RC Mec
(Bela Vista-MS)
Fonte: AÇÃO DE CHOQUE
A FORJA DA TROPA BLINDADA DO BRASIL
CIBld - Seção de Doutrina
RESUMO
O presente trabalho trata da comparação da viatura Blindada de Combate – Carro de Combate (VBC CC) M60 A3 Thermal Target System (TTS), do Exército Brasileiro, alocada no Comando Militar do Oeste (CMO), em comparação com os CC em serviço nos países que lhe fazem fronteira, Bolívia e Paraguai, por meio da averiguação técnica das potencialidades e limitações dos componentes que geram efeitos na proteção blindada, potência de fogo, mobilidade e características de combate desejáveis em um CC.
Tal estudo foi motivado tendo em vista que o M60A3 TTS foi realocado do Comando Militar do Sul (CMS) para o CMO e, nesta seara, houve uma alteração no poder dissuasório na região, sendo objeto do trabalho aqui apresentado mensurar se tal alteração nos é favorável e de que forma.
O trabalho realizado mediante pesquisa bibliográfica valeu-se de manuais, artigos, livros, monografias anteriores e materiais disponibilizados na internet, tendo ao fim sido integrados por intermédio de processo analítico, culminando com a conclusão esperada.
Ao fim, é apresentado que a nossa VBC M60 A3 TTS ampliou o nosso poder dissuasório na região do CMO face às VBC SK-105/A1 Kurassier bolivianas e às VBC M51 Super Sherman e M4A3 Firefly Paraguaias, todavia com ressalvas a despeito de sua correta aplicação e da não permanência dessa vantagem por período muito longo.
1.INTRODUÇÃO
0 presente estudo visa a apresentar uma análise comparativa entre a VBC M60 A3 TTS, que mobiliam a 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada (4ª Bda C Mec), e as VBC em uso nos países limítrofes ao CMO, Grande Comando que enquadra a 4ª Bda C Mec.
No combate moderno, a ação de unidades de carros de combate com poder superior ao inimigo (Ini) tem se mostrado fator preponderante para a vitória; não obstante a importância do adestramento das frações, é primordial que a tecnologia embarcada nos carros de combate seja capaz de maximizar o poder combativo das frações que os empregam, gerando também novas possibilidades, como por exemplo, o combate noturno.
Logo, podemos inferir que um Exército que possui um carro de combate com características, possibilidades e limitações em melhores condições que o carro de combate de seu contendor possivelmente tenderá à vitória no enfrentamento entre forças blindadas.
O Brasil, líder regional, aspirando à potência no cenário mundial, não pode furtar-se a manter compatível capacidade dissuasória, sob pena de não ter respeitada sua opinião e/ou decisão, assim como ficar passível de agressões externas fruto da gana de elementos externos aos seus abundantes recursos. Neste sentido, faz-se necessário manter constante monitoramento das Forças Armadas de nossos países vizinhos, com a devida comparação com as nossas forças.
No caso em particular da transferência da VBC M60A3TTS para a região do CMO, serão analisados os carros de combate dos países limítrofes ao mesmo: Paraguai e Bolívia.
2. DESENVOLVIMENTO
2. 1 Metodologia
A seleção das fontes foi realizada em publicações de autores de importância no meio de assuntos de defesa, assim como periódicos, manuais, publicações oficiais e, levando-se em conta se tratar de dados sobre material bélico de outros países, não sendo ostensivos os dados detalhados destes, também foram buscadas informações em sites especializados no assunto, embora não possuam um caráter “oficial”.
A pesquisa bibliográfica foi delineada de acordo com as seguintes fases: levantamento; seleção; leitura analítica da bibliografia selecionada; fichamento das fontes, argumentação e discussão de resultados.
Quanto à natureza, o estudo em tela se caracteriza por ser uma pesquisa do tipo aplicada, objetivando a geração de conhecimentos para aplicações voltadas para a solução de alguns problemas específicos, particularmente a voltada à análise das características principais no combate entre as VBC.
A abordagem da presente pesquisa é a qualitativa, com finalidade de esclarecer os procedimentos lógicos que viabilizaram a tomada de decisões acerca do alcance da investigação, das regras de explicação dos fatos e a validade das suas generalizações sendo, a título de objetivo geral, caracterizada como uma pesquisa descritiva.
Em relação aos procedimentos técnicos, foi utilizada a pesquisa bibliográfica em livros, outros trabalhos monográficos, artigos publicados em periódicos e demais materiais disponíveis na internet. Com a leitura analítica do material citado, chegamos ao entendimento dos termos utilizados no combate de blindados, além da percepção da estruturação de um melhor modelo teórico de análise e solução dos problemas apresentados no presente estudo.
2.2 Resultados e Discussão
2.2.1 Condição da VBC M60 A3 TTS, da 4ª Bda C Mec, frente aos CC da Bolívia e Paraguai.
No tocante aos blindados do Paraguai, o M-4A3 Firefly e M-51 Super Sherman, a superioridade do M60 é patente em todos os aspectos, o que é perfeitamente natural, pois o M60 é um blindado de 2ª Geração, e o Firefly e o Super Sherman são de 1ª geração, sendo os CC praticamente imunes à quase totalidade dos tiros dos carros de combate construídos na geração anterior (CARNEIRO, 2009 p.1).
2.2.1.1 Sobre a potência de fogo
O M60, adotado pelo Brasil, possui um canhão com calibre de 105 mm, capaz de disparar a munição APFDS (Mun flecha), de energia cinética, com a mais alta capacidade de penetração.
O alcance de seu canhão é de 4.4 km, podendo engajar o CC Ini à grande distância, em particular a SK Kurassier, da Bolívia que, embora também esteja equipado com canhão 105 mm, possui alcance de até 2 km e sua versão A1 não tem condições de disparar a munição penetrante de blindados “Flecha”.
O M51, do Exército Paraguaio, também com canhão de 105 mm, chega a ter um alcance de 1.8 km, estando aquém do alcance de engajamento das outras citadas VBC. Neste aspecto, a VBC Firefly, também do Exército Paraguaio, encontra-se aquém das demais VBC estudadas pois, apesar de ter condições de abater a SK-105 e M51 com seu canhão de 76.2 mm capaz de disparar munição perfurante não especial para CC, todavia o seu curto alcance de 1.2 km dificilmente lhe permitirá chegar perto o suficiente para impactar as outras VBC, que possuem alcance maior.
O M60 tem capacidade de empaiolamento de 63 Mun, 20 a mais que a do SK-105 com 43, perdendo para o M51 com 66 Mun e o Firefly com 78 Mun. Quanto maior a capacidade de empaiolamento na VBC maior será a capacidade do CC em manter a sequência de disparos sem a necessidade de remuniciar, porém reduz a segurança da tripulação em caso de ser alvejada. Cabe ressaltar que essa capacidade de empaiolamento será mais eficiente quanto mais rápida seja a cadência de tiro.
A existência de um sistema de carregamento automático de munição somado ao peso da Mun 105 mm confere ao SK-105 uma cadência de tiro de 12 TPM, enquanto que a cadência de tiro do M60 é de 10 TPM, pois embora possua munições com mesmo peso, não é dotada de sistema de carregamento automático sua cadência de tiro de 10 TPM.
A cadência de tiro do M51 e do M4A3 é de igual valor, 08 TPM. Neste caso, visualizando um combate entre forças blindadas, verificamos que a VBC com maior cadência de tiro, em princípio, conseguirá abater mais CC Ini em menor tempo, garantindo em melhores condições a sua sobrevivência.
Somado aos fatores supracitados, temos ainda a capacidade das VBC em combater de noite, proporcionada pela existência de visão noturna. Nas VBC analisadas, apenas o M60 e o SK-105 possuem equipamento de visão noturna, ambas se sobressaindo em uma primeira análise frente ao Super Sherman e o Firefly, que não possuem.
Por ocasião do combate noturno, em uma segunda análise, verificamos que o M60 possui equipamento com intensificador de luz residual e visão termal (AN/VSG-2), de natureza passiva, estando em superioridade em relação ao SK-105, que está equipado com sistema de visão infravermelho e não possui sistema termal. Ainda, a guarnição do M60 possui condições de enxergar o facho luminoso infravermelho emitido pelo SK 105 Kurassier, podendo se antever ao disparo deste.
Por fim, na análise do poder combativo de uma VBC, temos o sistema de controle de tiro e de busca e transferência de alvos, os quais farão com que todo o poder de fogo instalado na VBC seja utilizado com a velocidade e precisão desejadas no campo de batalha.
Não foram encontradas referências quanto ao sistema de controle de tiro do Super Sherman e do Firefly, porém os dados analisados nas diversas bibliografias estudadas nos permitem concluir que tais VBC não possuem um sistema computadorizado de controle de tiro e busca de alvos, ficando a técnica de condução do tiro a cargo da guarnição.
O M60 possui o computador de controle de tiro M21, material que garante um excelente nível de precisão, proporcionando um primeiro disparo certeiro no Ini. O equipamento instalado no M60 permite a busca e aquisição de alvos com grande eficácia, favorecendo com que na zona de combate o M60 seja capaz de primeiro disparar contra outro CC o que, somado à estabilização de torre existente, venha a acertá-lo no primeiro disparo.
O SK-105 possui também computador de tiro, embora de nível tecnológico inferior, o que somado à torre não estabilizada, nos garante concluir que esta VBC não terá o mesmo desempenho do M60 neste quesito.
2.2.1.2 Sobre a Mobilidade
O M60 A3 TTS, com uma pressão sobre o solo de 0,85 kg/cm², tem sua maneabilidade bastante dificultada, particularmente nas operações em terreno pouco firme, ao contrário do SK-105 que possui pressão sobre o solo de 0.67kg/cm, tendo sua maneabilidade facilitada. Não foi encontrado esse dado sobre o Super Sherman e o Firefly, todavia, em função da análise de sua tecnologia embarcada, é possível inferir que possuem características intermediárias.
O SK 105 pesa 17.700kg, aproximadamente metade do peso do Super Sherman (39.000kg) e do Firefly (32.284 Kg) e 1/3 do peso do M60A3 TTS (52.617kg). Verifica-se maior facilidade do SK-105 para utilizar-se da rede de estradas, rodovias e pontes, necessitando de pontes classe 18, enquanto o M60 necessita das de classe 55 e o M51 de classe 40.
A VBC com maior potência é o M60, com 750 cv providos pelo motor AVDS-1790-2C 12cyl, seguido pelo M51 Super Sherman com motor Cummins VT8 de 460 cv, pelo M4A3 Firefly com seu motor Ford Mod.GAA V-8, de 400 cv e por fim o SK 105 Kurassier com o seu motor Steyr 7FA - 6cyl, de 320 cv.
O fator peso/potência é o que mais se destaca em favor do SK 105 Kurassier e simboliza a sua natureza de caça-tanques. O valor de seu peso/potência é de 18.1 cv/ton, contra 9,12 cv/ton do M60 A3 TTS, 11,54 cv/ton o Super Sherman e 12.4 cv/ton do Firefly. Com isso, vemos que o SK-105 consegue atingir a velocidade de 50 km/h em terreno desfavorável, provável cenário numa zona de combate, contra 30 km/h do M60 e 35 dos Sherman estudados.
É fácil concluir que, uma vez o SK 105 necessite se aproximar ou se evadir da presença do inimigo, possivelmente ele o fará sem ser perseguido e/ou observado a tempo. Esta velocidade somada à autonomia de 500 km nos mostra que o SK 105 pode ser enviado para fazer uma verdadeira incursão em posições de blindados inimigos, atingi-los e se exfiltrar com grande velocidade e por caminhos desenfiados.
O M60, embora não tenha a mesma desenvoltura em velocidade máxima, possui uma excelente autonomia para os próprios padrões de peso, conseguindo deslocar-se com tanque pleno por até 480 km. O Super Sherman e o Firefly possuem relação potência/ peso superior à do M60, todavia a sua autonomia restringe seu uso em grandes manobras.
No quesito de transposição de obstáculos, verificamos que, à exceção do grau de rampa frontal e lateral, o M60 A3 é superior ao SK-105 na transposição de fosso, obstáculos verticais e travessia de vau, porém ambos são superiores à capacidade de transposição de obstáculos evidenciados pelo Super Sherman e Firefly, permitindo que aqueles avancem para o seu objetivo com maior facilidade e velocidade.
2.2.1.3 Sobre a Proteção Blindada
A VBC M60 A3 TTS possui uma blindagem de 2ª geração, composta de aço de face endurecida, a qual é capaz de suportar o impacto de munições de maior penetração do que a blindagem de 1ª geração. Tal blindagem chega a atingir a espessura de até 120 mm na parte frontal, possuindo portanto, um bom grau de proteção. A sua silhueta alta lhe desfavorece no combate contra outro CC pois fica exposto à observação e condução do tiro Ini, e apresenta uma maior área a ser impactada.
O SK-105 possui uma fraca blindagem, a qual embora seja constituída de aço de face endurecida (2ª geração), sua espessura de 40 mm suporta no máximo impacto de munições de 20 mm, podendo vir a suportar calibres de 35 mm com a blindagem adicional, ou seja, não resiste ao impacto dos canhões das demais VBC estudadas, mesmo as mais antigas.
Sua fraca blindagem foi intencionalmente aplicada para garantir a redução de peso da VBC, pois o SK-105 foi concebido para rapidamente engajar outro CC e se evadir, evitando ser engajado pelo CC inimigo. A sua baixa silhueta e seu tamanho corroboram com a sua missão pois, sendo menor, se torna um alvo mais difícil de ser observado e atingido.
3 CONCLUSÃO
O estudo dos carros de combate dos exércitos sul americanos nos propicía uma melhor visualização de nossa situação perante possíveis contendores.
Conseguimos averiguar, dentro das características potência de fogo, proteção blindada e mobilidade, as potencialidades e limitações dos carros de combate do Paraguai e Bolívia, podendo comparar com o de nosso CC presente na região fronteira com esses países, o CMO.
Dos CC paraguaios estudados, M51 Super Sherman e M4A3 Firefly, ambos de 1ª geração, notadamente não constituem inimigos com grande potencial face aos M60 A3 TTS brasileiro, que é CC de 2ª geração.
A blindagem de ambas VBC paraguaias são incapazes de suportar o impacto das munições disparadas pelo M60, assim como sua mobilidade é bastante inferior, tanto em potência, quanto velocidade e capacidade de transposição de obstáculos.
No quesito potência de fogo, tanto o Super Sherman quanto o Firefly, considerando-se o calibre, em tese, possuem condições técnicas de abater um M60 A3, porém não possuem sistema de controle de tiro eficiente, assim como não tem equipamento de visão noturna.
Considerando o curto alcance dos CC paraguaios somado ao obsoleto sistema de controle de fogo e busca de alvos e a inferior mobilidade em comparação com o M60 podemos concluir que, dificilmente, um Super Sherman ou Firefly conseguirá chegar perto o suficiente destes, sem ser atingido, para conseguir realizar um disparo que realmente cause danos.
Comparando-se o M60 com o SK Kurassier, em relação à potência de fogo, verificamos que ambas as VBC possuem calibre 105 mm, com vantagem para o M60 por conseguir disparar a Mun APFDS (Flecha) a 4 Km, enquanto o SK 105 consegue disparar até a munição HEAT a 2 km.
Na cadência de tiro, a diferença de 2 TPM não é significante, sendo mais relevante o fato do M60 possuir empaiolamento de 20 munições a mais que o SK, podendo destruir mais CC inimigos no campo de batalha antes de ficar exposto para remuniciamento, sendo o sistema de controle M21 do M60 tecnologicamente superior à do SK 105 o que, somado à estabilização de sua torre, desequilibra o combate a seu favor pois, tecnicamente, garantirá o primeiro impacto certeiro, não permitindo que o SK tenha chance de utilizar o seu armamento.
Um possível confronto entre estas VBC tem condições de prosseguir no período noturno pois ambas VBC possuem equipamento de visão noturna, com vantagem para o M60 por estar equipado com o TTS (visão termal passiva) e intensificador de luz residual, em detrimento do sistema Infravermelho do Kurassier. Ou seja, no combate noturno a guarnição do M60 conseguirá ver o facho infravermelho do SK, podendo evitar ser impactado e, consequentemente, identificá-lo no terreno e abatê-lo.
No quesito proteção blindada, verificamos que o M60 possui uma melhor proteção em função da maior espessura de sua blindagem (120mm contra 40mm). Todavia, a silhueta alta do M60 expõe uma maior área de impacto para ser alvejada pelo CC inimigo, assim como ser observado.
A mobilidade é o principal fator que favorece o Kurassier, como já era de se esperar devido à sua concepção como caça - tanque. A relação potência/peso do Kurassier é o dobro que a do M60, o que lhe permite atingir maiores velocidades em estrada e através campo e, somando-se à menor pressão sobre o solo do SK, podemos concluir que sua trafegabilidade através campo é mais fluída.
Na prática, havendo terreno com cobertas e abrigos para progressão, o SK possivelmente conseguirá se aproximar do M60 rapidamente, podendo destruí-lo com seu canhão e em seguida retirar-se antes de ser atingido por outro M60 de sua fração sem ser alcançado em sua fuga, exceto se houver no itinerário série de rampas, vaus, fossos e degraus, haja visto a melhor capacidade de transposição de obstáculos do M60 em comparação à do SK, tendo neste caso o M60 condições de alcançar seu alvo, o SK 105 A1.
Respondendo ao principal questionamento do presente trabalho, em face de todos os argumentos expostos, podemos concluir que, com a transferência do M60 A3 TTS para a região do CMO, o EB conseguiu manter, no tocante aos carros de combate, o poder dissuasório desejado dada a superioridade do M60 A3 TTS frente às VBC M51 Super Sherman e M4A3 Firefly do Paraguai.
Em comparação ao SK 105 Kurassier boliviano, vemos que o M60 A3 TTS tem uma série de fatores em superioridade, possuindo outros em desvantagem. O que irá diferenciar qual CC terá maior eficiência em combate será a forma como o CC será utilizado, ou seja, o elemento humano.
Finalizando, a região do CMO tem um CC que, no presente momento e num futuro próximo, está em condições de fazer frente a um possível confronto com os seus congêneres transfronteiriços, todavia não podemos parar no tempo, principalmente pelo fato da VBC M60 A3 TTS ser de 2ª geração, estando os exércitos mais avançados empregando VBC já de 4ª geração.
Deve portanto manter uma permanente vigilância sobre a evolução das forças blindadas de nossos vizinhos e, o quanto antes, viabilizar a substituição das nossas VBC M60 A3 TTS por outra de, pelo menos, 3ª geração, como o Leopard 1A5 adquirido pelo Exército Brasileiro para os Regimentos de Carros de Combate sob pena de, caso não o façamos, podermos ser surpreendidos, sem tempo para manobra para aquisições de melhores plataformas de combate para reverter uma possível posição de inferioridade.
http://www.defesanet.com.br/tank/notici ... O-do-CMO-/
- cabeça de martelo
- Sênior
- Mensagens: 41266
- Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
- Localização: Portugal
- Agradeceu: 1235 vezes
- Agradeceram: 3157 vezes
- Bolovo
- Sênior
- Mensagens: 28558
- Registrado em: Ter Jul 12, 2005 11:31 pm
- Agradeceu: 547 vezes
- Agradeceram: 442 vezes
Re: tanques e blindados
Sim, um canhão 2A83 de 152mm e um canhão coaxial de 30mm. A questão é que o T-95 (Object 195) foi cancelado em maio de 2010 a favor do projeto Armata, que será mais muito mais moderno e em termos de armamento não muito longe dos atuais projetos de carro de combate mundo afora, pois terá um canhão 2A82 de 125mm como maioria dos blindados russos. Diz-se que dará as caras esse ano na parada militar de 9 de maio em Moscou.ABULDOG74 escreveu:Olá camarada, 152mm???!!!![]()
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
- LeandroGCard
- Sênior
- Mensagens: 8754
- Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
- Localização: S.B. do Campo
- Agradeceu: 69 vezes
- Agradeceram: 812 vezes
Re: tanques e blindados
Estes calibres ultra-grandes não eram escolhidos para tanques devido à nenhuma necessidade de se aumentar o poder de fogo das munições convencionais, mas sim para permitir o lançamento de mísseis de maior diâmetro pelo canhão.ABULDOG74 escreveu:Olá camarada, 152mm???!!!![]()
A prática de usar canhões capazes de disparar mísseis já é tradicional na Rússia há muito tempo, mas é duvidoso se mísseis com diâmetros de apenas 120 ou 125 mm conseguem penetrar nas blindagens frontais mais reforçadas usadas em alguns dos MBT's mais recentes. Por isso se flerta com a ideia de calibres bem maiores, como este 152 mm. Só que isso limita a quantidade de munição que o tanque pode transportar e complica o seu manuseio, por isso até hoje a ideia não foi para a frente, embora tenha sido testada até pelos americanos também.
Leandro G. Card
- ABULDOG74
- Sênior
- Mensagens: 2273
- Registrado em: Dom Jan 05, 2014 2:01 pm
- Agradeceu: 203 vezes
- Agradeceram: 153 vezes
Re: tanques e blindados
Obrigado meus amigos pela explicação, realmente não conhecia a existência de um calibre dessa magnitude.
Abraço.
ADSUMUS
Abraço.
ADSUMUS
-
- Sênior
- Mensagens: 8789
- Registrado em: Qua Set 10, 2003 8:28 pm
- Agradeceu: 1 vez
- Agradeceram: 419 vezes
Re: tanques e blindados
Depende do cartucho, o cartucho do 120mm é um pouco maior que o calibre dele, cerca de 155mm, seria possível fazer um calibre maior sem aumentar o cartucho, algo como o 9mm vs 5,56.LeandroGCard escreveu:Só que isso limita a quantidade de munição que o tanque pode transportar e complica o seu manuseio, por isso até hoje a ideia não foi para a frente, embora tenha sido testada até pelos americanos também.
Na segunda guerra houveram calibres até maiores com o objetivo de terem mais poder de fogo em uma era onde HEAT estava na infância e tungstênio e cobre eram raros demais para serem usados em munições, depois os calibres deram uma encolhida para crescerem novamente.ABULDOG74 escreveu:Obrigado meus amigos pela explicação, realmente não conhecia a existência de um calibre dessa magnitude.
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
- ABULDOG74
- Sênior
- Mensagens: 2273
- Registrado em: Dom Jan 05, 2014 2:01 pm
- Agradeceu: 203 vezes
- Agradeceram: 153 vezes
Re: tanques e blindados
Exército colombiano retoma plano de comprar MBT e prioriza M1A1 e Merkava IIIC:
http://www.forte.jor.br/2015/02/06/exer ... kava-iiic/
ADSUMUS
http://www.forte.jor.br/2015/02/06/exer ... kava-iiic/
ADSUMUS