Re: Mssilhouse do Brasil
Enviado: Sáb Set 18, 2010 11:42 pm
Sempre que troco palavras masculinas por femininas todo mundo me sacaneia. Por exemplo, um por uma ou o por a.Túlio escreveu:Pessoal, o colega se passou, tá na cara que ele quis dizer MILÍMETROS, oras. Quem aqui NUNCA errou num detalhe desses?
De onde você retirou essas imagens?
Olá, Antonio Alvarenga.Antonio Alvarenga escreveu:Knigh7,knigh7 escreveu:Espero então que a gente aceite a oferta de producão local do Igla...
respeito suas opiniões mas gostaria de fazer algumas colocações.
E, desculpe-me o longo post.
No caso do Igla, acho que algumas colocações são importantes para a discussão do assunto.
Quanto o aspecto é o industrial, isto é, a transferência de tecnologias necessárias para a produção local, entendo que existam duas frentes.
A indústria nacional, apoiada por institutos de pesquisa militares tentam desenvolver (desculpem-me o termo) um “clone” do Igla. Isso tem sua validade diante de um quadro de inatividade neste setor (operacional e industrial) ao longo do tempo.
Uma outra frente é a produção sob licença do Igla. Eu, particularmente, acho isso difícil diante dos antecedentes pobres de cooperação industrial e transferência de tecnologia da Rússia.
Essa discussão é complexa e requer conhecimento técnico que eu não tenho.
Mas, aproveito a oportunidade para levantar um aspecto operacional relevante.
O Igla é considerado por especialistas como um dos piores mísseis Manpads do mundo.
Sua probabilidade de acerto é inferior a 30%.
Tão baixa, que a doutrina operacional de vários países do leste europeu que o adotam (resquícios da ex-URSS) pede para que sejam lançados em salvas de 2 para aumentar a probabilidade de acerto!!!
No Brasil, foi introduzido no EB ao final dos anos 80 (Igla 9k38) e outra grande compra foi feita no final dos anos 90, já com uma versão atualizada (Igla S). Ambas com mesmo motor foguete e dimensões. Existem diferenças entre estas versões na capacidade e sensibilidade do sensor e outros acessórios. O IFF deste míssil não opera no Brasil!!!
O primeiro disparo de um Igla 9k38 ocorreu no final dos anos 80 na Marambaia.
Foi feito contra um "flare" a baixa altura. Durante a trajetória do míssil este se desviou e atingiu... a areia da praia que oferecia, naquele momento, uma assinatura Infra-vermelha mais relevante para o sensor.
Todos os lançamentos de testes ou exercícios com o Igla envolvem “flares”. Isto para mim quer dizer que ele é um míssil razoável para atingir “flares” e não alvos reais.
O Igla, definitivamente, não pode ser usado contra alvos a baixa altura.
O que acho mais grave neste caso é que, a tendência dos confrontos modernos é para situações conhecidas por “Não-Guerra” ou “guerras irregulares”.
Há uma tendência crescente que boa parte das operações militares passe a ocorrer em um ambiente próximo do urbano.
Imaginem um cenário onde a Brigada de Artilharia Antiaérea do EB esteja envolvida na proteção antiaérea de um grande evento, tal como a Copa de 2014 ou os Jogos Olímpicos de 2016.
Baterias de Iglas integradas a radares Saber 60 da Orbisat estariam de prontidão contra eventuais ataques terroristas. Se tomarmos, por exemplo, o Rio de Janeiro como cenário, as baterias de Iglas estariam dispostas em “pontos estratégicos” nas proximidades dos pontos focais dos eventos ou rotas de acesso.
Imaginem um disparo de Igla feito contra alvo a baixa altura (assumindo que a ordem do disparo veio de um Centro de Comando que tem a certeza da natureza do alvo devido a inoperância do IFF do Igla)...
Imaginem também que, em comemoração ao grande evento, um grupo de vizinhos se reuniu em uma favela carioca para acompanhar o evento e torcer pelo Brasil...
Imaginem que o artilheiro do EB aponta o Igla contra o alvo identificado e dispara após aprovação da cadeia de comando...
Imaginem que o míssil durante sua trajetória desvia-se e busca a fonte de calor (ou contraste infravermelho mais relevante) e atinge em cheio a churrasqueira do grupo de amigos reunidos na favela com pesados danos colaterais...
Imaginem que uma câmera de celular capta esse episódio e coloca no YouTube ou manda para a Globo...
Senhores, esse é o pesadelo que o pessoal da Antiaérea do EB tem todos os dias com o Igla...
O Igla não dá...
Podem perguntar para eles...
Abs,
Antonio Alvarenga
O míssil não foi atraído pelo calor da Marambaia. O sargento disparou diretamente para o chão. Isso foi documentado, de maneira constrangida, pelo próprio EB. O segundo tiro foi bem sucedido, como todos os outros disparos feitos no Brasil. Todos atravessaram dois flares antes de chegar ao alvo. Quanto a disparar salvas de dois, é normal em condições de combate. O Igla é tão ruim que o Exército norte-americano desistiu de empregar seus Apaches sobre Kosovo depois da reação sérvia no primeiro dia de combates, que obrigou a OTAN a operar bem acima do que pretendia. Um dos fatos mais bem escondidos pela Aliança Atlântica é a quantidade de aviões danificados no início dos combates. Claro, como qualquer Manpad, tem suas limitações, principalmente em termos de velocidade e altitude. Se formos comparar, é uma faca. Vc só usa em último caso. Nosso problema é equipar nossa antiaérea apenas com facas.Antonio Alvarenga escreveu:Knigh7,
respeito suas opiniões mas gostaria de fazer algumas colocações.
E, desculpe-me o longo post.
No caso do Igla, acho que algumas colocações são importantes para a discussão do assunto.
Quanto o aspecto é o industrial, isto é, a transferência de tecnologias necessárias para a produção local, entendo que existam duas frentes.
A indústria nacional, apoiada por institutos de pesquisa militares tentam desenvolver (desculpem-me o termo) um “clone” do Igla. Isso tem sua validade diante de um quadro de inatividade neste setor (operacional e industrial) ao longo do tempo.
Uma outra frente é a produção sob licença do Igla. Eu, particularmente, acho isso difícil diante dos antecedentes pobres de cooperação industrial e transferência de tecnologia da Rússia.
Essa discussão é complexa e requer conhecimento técnico que eu não tenho.
Mas, aproveito a oportunidade para levantar um aspecto operacional relevante.
O Igla é considerado por especialistas como um dos piores mísseis Manpads do mundo.
Sua probabilidade de acerto é inferior a 30%.
Tão baixa, que a doutrina operacional de vários países do leste europeu que o adotam (resquícios da ex-URSS) pede para que sejam lançados em salvas de 2 para aumentar a probabilidade de acerto!!!
No Brasil, foi introduzido no EB ao final dos anos 80 (Igla 9k38) e outra grande compra foi feita no final dos anos 90, já com uma versão atualizada (Igla S). Ambas com mesmo motor foguete e dimensões. Existem diferenças entre estas versões na capacidade e sensibilidade do sensor e outros acessórios. O IFF deste míssil não opera no Brasil!!!
O primeiro disparo de um Igla 9k38 ocorreu no final dos anos 80 na Marambaia.
Foi feito contra um "flare" a baixa altura. Durante a trajetória do míssil este se desviou e atingiu... a areia da praia que oferecia, naquele momento, uma assinatura Infra-vermelha mais relevante para o sensor.
Todos os lançamentos de testes ou exercícios com o Igla envolvem “flares”. Isto para mim quer dizer que ele é um míssil razoável para atingir “flares” e não alvos reais.
O Igla, definitivamente, não pode ser usado contra alvos a baixa altura.
O que acho mais grave neste caso é que, a tendência dos confrontos modernos é para situações conhecidas por “Não-Guerra” ou “guerras irregulares”.
Há uma tendência crescente que boa parte das operações militares passe a ocorrer em um ambiente próximo do urbano.
Imaginem um cenário onde a Brigada de Artilharia Antiaérea do EB esteja envolvida na proteção antiaérea de um grande evento, tal como a Copa de 2014 ou os Jogos Olímpicos de 2016.
Baterias de Iglas integradas a radares Saber 60 da Orbisat estariam de prontidão contra eventuais ataques terroristas. Se tomarmos, por exemplo, o Rio de Janeiro como cenário, as baterias de Iglas estariam dispostas em “pontos estratégicos” nas proximidades dos pontos focais dos eventos ou rotas de acesso.
Imaginem um disparo de Igla feito contra alvo a baixa altura (assumindo que a ordem do disparo veio de um Centro de Comando que tem a certeza da natureza do alvo devido a inoperância do IFF do Igla)...
Imaginem também que, em comemoração ao grande evento, um grupo de vizinhos se reuniu em uma favela carioca para acompanhar o evento e torcer pelo Brasil...
Imaginem que o artilheiro do EB aponta o Igla contra o alvo identificado e dispara após aprovação da cadeia de comando...
Imaginem que o míssil durante sua trajetória desvia-se e busca a fonte de calor (ou contraste infravermelho mais relevante) e atinge em cheio a churrasqueira do grupo de amigos reunidos na favela com pesados danos colaterais...
Imaginem que uma câmera de celular capta esse episódio e coloca no YouTube ou manda para a Globo...
Senhores, esse é o pesadelo que o pessoal da Antiaérea do EB tem todos os dias com o Igla...
O Igla não dá...
Podem perguntar para eles...
Abs,
Antonio Alvarenga
[/quote]knigh7 escreveu:Olá, Antonio Alvarenga.knigh7 escreveu:Espero então que a gente aceite a oferta de producão local do Igla...
Há atualmente o Igla S, mais avancado, que o EB adquiriu. Vc esta'utilizando os dados de desempenho de um Igla, anterior, que foi estado há mais de 20 anos (em Marambaia).
Se o Igla S permanecer como um dos "piores MANPADS", por que então o EB adquiriu um novo lote de Iglas, entregue nesse ano, ao invés de adquirir o Mistral (como no CFN), ou então outro MANPAD?
Abracos
Pepê,Pepê Rezende escreveu:
O míssil não foi atraído pelo calor da Marambaia. O sargento disparou diretamente para o chão. Isso foi documentado, de maneira constrangida, pelo próprio EB. O segundo tiro foi bem sucedido, como todos os outros disparos feitos no Brasil. Todos atravessaram dois flares antes de chegar ao alvo. Quanto a disparar salvas de dois, é normal em condições de combate. O Igla é tão ruim que o Exército norte-americano desistiu de empregar seus Apaches sobre Kosovo depois da reação sérvia no primeiro dia de combates, que obrigou a OTAN a operar bem acima do que pretendia. Um dos fatos mais bem escondidos pela Aliança Atlântica é a quantidade de aviões danificados no início dos combates. Claro, como qualquer Manpad, tem suas limitações, principalmente em termos de velocidade e altitude. Se formos comparar, é uma faca. Vc só usa em último caso. Nosso problema é equipar nossa antiaérea apenas com facas.
Em relação aos pobres antecedentes da Rússia na transferência de tecnologia, aponte-me um país que tenha conduzido um programa do porte do Su30MKI com igual sucesso. Vc não encontra nos dias atuais. mesmo a famosa cooperação entre EUA e Japão para a produção do F-2 foi inferior em termos de resultados e na solução de problemas (a turma nipônica está P da vida com a Lockheed Martin)...
Abraços
Pepê
Abraços
Pepê
Realmente inexiste. Falta número. Quanto aos pareceres contrários ao Igla, centram-se no IFF. Para modificá-lo, necessitam comprar mais exemplares. Vou dar um exemplo: a Venezuela já comprou bem mais de mil Igla-S. Temos pouco mais de 200, boa parte deles em processo de revitalização. Agora, ninguém modificaria o sistema com encomendas tão incipientes. A verdade é que o Exército tentou e não conseguiu copiar o Igla. Resta saber porque gastariam tempo e esforço para copiar algo que não presta...Antonio Alvarenga escreveu: Pepê,
Agradeço os esclarecimentos.
Meus comentários são baseados em conversas com o pessoal da Brigada Antiaérea do EB. Existem vários pareceres contrários ao Igla.
A principal preocupação é a proteção de diversos compromissos internacionais do país, dentre os quais estão a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos d 2016.
Recentemente ocorreu uma apresentação da Brigada ao Jobim e foi mostrado que a capacidade operacional inexiste para atender aos compromissos internacionais do país.
Disseram-me que para a Copa de 2010 a África do Sul alugou um sistema de defesa aérea estrangeiro, a preços de ouro, para proteção exigida pelas organizações internacionais e alguns países participantes.
Abs,
Antonio
Bacana esta listagem!Santiago escreveu:Há até muitos fabricantes de MANPADS por ai...
Missile models
China
HN-5A/B
QW-1
QW-2
FN-6
France
Mistral
United Kingdom
Blowpipe
Javelin
Starburst
Starstreak
Iran
Misagh-1
Misagh-2
Japan
Type 91
Type 93
Republic of Korea
KP-SAM "Shin Gung"
Pakistan
Anza
Poland
Grom
Soviet Union/Russian Federation
9K32M 'Strela-2' (SA-7)
9K36 'Strela-3' (SA-14)
9K38 'Igla' (SA-18)
9K310 'Igla-M' (SA-16)
Sweden
RBS 70
United States
FIM-43 'Redeye'
FIM-92 'Stinger'
http://en.wikipedia.org/wiki/Man-portab ... se_systems