País quer ampliar exportação de produtos bélicos

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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NightHawk03
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País quer ampliar exportação de produtos bélicos

#1 Mensagem por NightHawk03 » Seg Mar 08, 2004 2:33 am

Estratégia prevê que diplomatas ajam como divulgadores dos produtos




ROBERTO GODOY




O governo Luiz Inácio Lula da Silva quer restabelecer a boa posição da indústria brasileira de equipamentos militares de defesa no portfólio das exportações de produtos nacionais manufaturados. Nos anos 80 o segmento manteve cadência anual superior a US$ 1,5 bilhão em vendas internacionais mas foi vitimado a partir de 1990 pela combinação negativa de má gestão das principais corporações envolvidas, retração do mercado internacional e absoluta inapetência para o assunto dos governos dos presidentes Fernando Collor (PRN), Itamar Franco (PMDB) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "Nenhum dos três jamais compreendeu a importância estratégica do setor", sustenta o sociólogo americano Peter Weiser, pesquisador da Universidade do Maine, especializado em análise de mercados alternativos de material militar.

Na opinião de Weiser, o primeiro movimento para resgatar o prestígio perdido pelo setor no Brasil foi a produção e o lançamento do Diretório da Indústria da Defesa, catálogo institucional que lista 374 empresas que produzem de blindados a botas ou veículos para uso em qualquer terreno, passando por armamento altamente sofisticado como sejam bombas especiais, mísseis, plataformas aerotransportadas para missões de inteligência, sofisticados aviões de ataque leve, e foguetes balísticos com alcance na faixa de 100 quilômetros.

A esses itens são somados dezenas de artigos: munições, hospitais de campanha e softwares de treinamento e artigos primários - vestuário, rações, e mobiliário. A estratégia montada pelos ministérios do Desenvolvimento, Defesa e Relações Exteriores, prevê que os diplomatas, particularmente os adidos militares, ajam como divulgadores dos produtos. Já foi assim, quando a chefia do Departamento da Promoção Comercial do Itamaraty esteve sob o comando do embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima: os integrantes dessa área nas embaixadas atuavam "como executivos de vendas, e não como mestres de cerimônia", lembra o embaixador.

Ciclos - "O presidente Lula só precisou de um ano e de um embaixador, José Viegas Filho, no ministério da Defesa, para perceber a importância estratégica do setor", afirma o pesquisador americano. Viegas está empenhado em criar uma cultura de defesa nacional por meio de ciclos de debates e seminários. Também aproximou-se de entidades empresariais do setor como a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa (Abimde).

O engenheiro José Luiz Whitaker Ribeiro, ex-presidente da extinta Engesa, a gigante do complexo produtor de sistemas de defesa, sustentava seu espaço de manobra nesse campo com transações executadas "sempre no mais alto nível do poder: na hora de comprar material de emprego militar sentam- se nas mesas de negociação os governantes e seu primeiro escalão financeiro". A lógica do raciocínio de Whitaker é a de que "depois de vender armas para um determinado exército nacional, fica muito mais fácil oferecer ao presidente daquele país-cliente o fornecimento de serviços de engenharia, alimentos, automóveis ou qualquer outra coisa." A Engesa manteve uma carteira de fornecimento para forças armadas de 32 países e em 26 dessas praças - entre as quais estão o Iraque, a Líbia a Arábia Saudita e praticamente todos os vizinhos do Brasil na América do Sul - abriu caminho para outros negócios, da engenharia pesada à exportação de carne resfriada de frango.

Outro exportador de equipamento brasileiro de defesa, o engenheiro João Verdi de Carvalho Leite, presidente da Avibrás Aeroespacial, de São José dos Campos (SP) vendeu em um único ano, 1985, cerca de US$ 1 bilhão em veículos lançadores e foguetes de saturação do sistema Astros II para o Iraque, a Arábia Saudita e o Catar. Ao contrário da Engesa, que não sobreviveu à crise, faliu e fechou, a Avibrás diminuiu de tamanho mas continuou presente no mercado.

Em 2002 fechou seu primeiro grande contrato desde a Guerra do Golfo, em 1991. A encomenda do exército da Malásia contempla US$ 120 milhões em baterias do Astros II, com opção para mais dois lotes, totalizando US$ 400 milhões até 2005 ou 2006. O grupo dirigido por Verdi investiu em desenvolvimento, segundo o empresário "para percorrer o mundo apresentando um catálogo que, além dos bem-sucedidos foguetes com alcances de 13 a 100 km, contém mísseis antitanque dirigidos por fibra ótica, um míssil de cruzeiro com alcance de 300 km, bombas especializadas e toda uma nova 'família' de foguetes leves ar-terra e terra-terra." A corporação participa da concorrência FX, para fornecimento de 12 a 24 novos caças para a Força Aérea, no valor de US$ 700 milhões, consorciada com a agência russa Rosobonerexport. O produto apresentado na licitação é o impressionante supersônico Sukhoi-35 Flanker. Paralelamente, Verdi começa a administrar sua saída da direção da empresa em 2005. Semana passada o mercado financeiro dava como certas negociações para a entrada do grupo Promon na organização.

Em 2003 o balanço da Avibrás acusou prejuízos da ordem de R$ 42 milhões.

Gelo - Quando assumiu o governo em 1995, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso superou o político FHC e determinou um período de congelamento das atividades da indústria bélica. Pouco interessado pelo assunto, homem de natureza conciliadora e defensor da intervenção pela via diplomática, o ex-presidente só tomou conhecimento do pesado jogo da guerra, seus objetos e objetivos, depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos.

O sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, disse, em conversa recente com oficiais generais, reunidos nas formaturas das academias, turmas de 2003, que os comandos militares das Três Forças não o alertaram para a crise qualitativa de equipamentos que pode levar parte da tropa ao colapso. Ficou sabendo então que desde a administração FHC o Palácio do Planalto tem sido informado a respeito do tamanho da crise. Disciplinados, na falta de atendimento, trataram de executar seu trabalho da melhor maneira possível. Mas, como frisou um dos comandantes mais antigos, "a situação chegou a um momento em que é preciso reconhecer a impossibilidade de continuar."

Além da projeção estratégica, o governo quer divisas para melhorar o perfil do orçamento militar. Para 2004 a dotação do Ministério da Defesa no Orçamento Geral da União é de R$ 27,959 bilhões dos quais R$ 4,1 bilhões destinam-se a investimentos, uma previsão menor que a de 2003 mas que dificilmente sofrerá cortes ao longo do exercício.

O País tem compromissos de segurança cada vez mais efetivos por conta da crescente tensão nas fronteiras noroeste e norte da Amazônia, da Venezuela à Bolívia, concentradamente nos 1,6 mil quilômetros da divisa com a Colômbia.

Defesanet

O jornalista Roberto Godoy, que acompanhou com excepcional profundidade o setor de defesa, nos anos 80, foi muito sutil, ao não mencionar o governo do Presidente José Sarney1985-1989. A falta de presença do governo brasileiro nas negociações com a Arábia Saudita, praticamente abriram as portas para as pressões americanas, e que não teve mais volta após o conflito do Golfo, em 1991.A então comandante do Exército, General Leônidas Pires Gonçalves, tentou exercer influência, porém não foi o suficiente.




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#2 Mensagem por Brasileiro » Qui Mar 11, 2004 9:24 pm

Muito maneiro cara, tomara que realmente funcione na prática!
to confiante

abraços




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#3 Mensagem por César » Qui Mar 11, 2004 11:24 pm

O jornalista Roberto Godoy, que acompanhou com excepcional profundidade o setor de defesa,(...)

HAHAHAHAHA!!!! Faz me rir! :lol: :lol: Deu pra ver o quanto ele acompanhou o setor de defesa nos últimos tempos. Acompanhou tanto que acabou inventando coisas, como um suposto míssil de cruzeiro pro Brasil, ou então equipamentos de Chaff/Flare para os nossos R-99A(quando na verdade eram para os da Força aérea Grega, ou helenica).

Mas claro, não deixa de ser uma boa notícia essa aí. Isso se ele não estiver viajando denovo.

Abraço a todos

César




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#4 Mensagem por Mateus Dias » Sex Mar 12, 2004 10:13 am

O míssil de cruzeiro que o jornalista Roberto Godoy mencionaou deve ser o novo míssil que a Avibrás está testando....

Ele pode ser considerado míssil de cruzeiro, pelo alcance e tecnologia empregada, só não me lembro o nome do míssil no momento...




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#5 Mensagem por Vinicius Pimenta » Sex Mar 12, 2004 11:43 am

AV/MT 3000, vulgo Matador. Esse é o nome Mateus. Pode confiar, por enquanto não passa de mais uma falácia da Avibras.




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#6 Mensagem por Mateus Dias » Sex Mar 12, 2004 5:34 pm

Obrigado Vinicius....

para deixar de ser uma falácia acho que eles necessitam de encomendas, a começas pelas Forças Brasileiras vc não acha ?




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#7 Mensagem por Mateus Dias » Sex Mar 12, 2004 5:37 pm

Vinicius pq será que não aparece a imagem de Avatar embaixo do meu nome ?

Ele não deixa procurar no padrão windows, tenho que colocar o caminha, mas mesmo assim não está aparecendo a imagem...

Obrigado




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#8 Mensagem por Vinicius Pimenta » Sex Mar 12, 2004 6:07 pm

para deixar de ser uma falácia acho que eles necessitam de encomendas, a começas pelas Forças Brasileiras vc não acha ?


Não. Necessitam de um projeto que tenha viabilidade. As nossas Forças Armadas não têm dinheiro nem para o importante, não podem se dar ao luxo de gastar com aventuras. A Avibrás primeiro precisa provar que seu projeto tem futuro. Se até agora não fez, não sei se ainda vai.

Quanto ao Avatar, a imagem precisa estar em um endereço da internet, não é possível retirá-la direto do seu computador. Leia o tópico "Avatares" no Assuntos Gerais e veja como você deve fazer para colocar um avatar. Qualquer coisa pode me mandar uma MP.




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#9 Mensagem por Mateus Dias » Sáb Mar 13, 2004 10:43 am

Mas o sistema Astros Ii é um sucesso, e mesmo assim o exército demorou um bocado para fazer encomendas....

A marinha até hj não encomendou para os fuzileiros.....Esse míssil Matador terá que ser muito testado é lógico, mas que parece ser um boa arma parece... Poderiam ser adaptados em nossos navios... Se nossas FA'S investirem penso que o projeto poderia ser melhorado e aproveitado...




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#10 Mensagem por Vinicius Pimenta » Sáb Mar 13, 2004 11:25 am

Na teoria parece ser uma boa arma, mas e na prática? Até agora só ficamos sabendo de um teste de abertura das aletas do míssil. O teste foi um sucesso, é verdade, mas e depois? Mais nada.

O ASTROS II não tem o que dicutir, sucesso absoluto. CFN só não comprou por absoluta falta de verbas, querer ele quer.

As nossas FFAA não tem como investir! Se o EB não tem dinheiro para alimentar a tropa, imagine para gastar num projeto que, queiram ou não, é duvidoso.




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