TIAR
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TIAR
Tenho umas perguntas quanto ao TIAR (Tratado Interamericano de Assistencia Recíproca):
Todos os 23 países que fazem parte do acordo, estão comprometidos (obrigados) em caso de ataque a qualquer dos membros do TIAR, a formar como uma Força Conjunta?
O acordo realmente funcionaria na prática?
TIAR:
http://www2.mre.gov.br/dai/tiar.htm
Todos os 23 países que fazem parte do acordo, estão comprometidos (obrigados) em caso de ataque a qualquer dos membros do TIAR, a formar como uma Força Conjunta?
O acordo realmente funcionaria na prática?
TIAR:
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"Veni, vidi, vinci" - Júlio Cesar
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- Vinicius Pimenta
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Sim, todos. Não propriamente em uma força conjunta, mas pelo menos um apoio logístico.
Porque nesse caso a agressora foi a Argentina, e não o Reino Unido. O TIAR só é válido para quando um dos países for o atacado e não o atacante. Se fosse o RN que tivesse atacado, aí sim todos os países, inclusive os EUA, deveriam ajudar a Argentina.
Acho que não ninguem defendeu a Ergentina la nas malvinas...
Porque nesse caso a agressora foi a Argentina, e não o Reino Unido. O TIAR só é válido para quando um dos países for o atacado e não o atacante. Se fosse o RN que tivesse atacado, aí sim todos os países, inclusive os EUA, deveriam ajudar a Argentina.
Vinicius Pimenta
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
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- LEO
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Malandro escreveu:Depois de 11 de setembro o Brasil ofereceu tropas para os EUA mas este agradeceu e declinou nossa oferta
Sim, é verdade. Algumas notícias sobre o fato:
Terrorismo – “Diante do que aconteceu nos Estados Unidos em 11 de setembro, houve um sentimento unânime, os atos terroristas provocaram a mais veemente condenação. Eu acho que eles ferem tudo o que temos de mais básico na humanidade e tudo o que caracteriza a nossa formação cultural, para não falar da repulsa constitucional, pois nossa Constituição repudia o terrorismo sob todas as suas formas e não precisamos de nenhum tratado internacional para que o Brasil tenha de se alinhar contra algo que fere profundamente nossos valores. O Brasil tomou uma posição ativa no concerto das nações do hemisfério e chegamos a invocar o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (Tiar), porque achamos que era preciso deixar bem claro que o terrorismo não é aceitável por nós. Pense-se o que se pensar do tratado, é o disponível e dá um marco jurídico para que nós possamos expressar o nosso repúdio.”
www.bresserpereira.org.br/Terceiros/ TerrorWTC/FHC-discurso.PDF
Na tensa conjuntura internacional que se seguiu aos atentados, será apresentado como um um novo gesto positivo em relação a Washington, apenas dias depois da manifestação de solidariedade que o continente fez aos EUA durante reunião extraordinária de chanceleres da Organização dos Estados Americanos que, respondendo a proposta brasileira, invocou o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR)
www1.hcdn.gov.ar/dependencias/cpcmercosur/ cpcprensa/2001/2001-09/20010924.htm
Mais recentemente, destaca-se o encontro entre os Presidentes Fernando Henrique Cardoso e George W. Bush, realizado na Casa Branca, no dia 08.11.01, um dia antes de o Presidente brasileiro proferir, em Nova York, o discurso inaugural da LVI Assembléia-Geral das Nações Unidas. Durante a entrevista bilateral em Washington, ambos os mandatários discutiram, entre outros temas, a situação mundial pós-atentados terroristas de 11 de setembro. O Presidente norte-americano agradeceu o apoio do Governo brasileiro ao combate internacional ao terrorismo, em especial a iniciativa de invocar o TIAR (Tratado Inter-americano de Assistência Recíproca).
www.mre.gov.br/portugues/politica_externa/ relacoes/america_norte/eua.asp
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- Clermont
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Realmente, eu não sabia que o Brasil tinha, explicitamente, oferecido tropas. Fico muito surpreso com isso.
Que o Brasil tivesse invocado o TIAR, me parecia mais um apoio moral. Nunca pensei que FHC tivesse qualquer intenção de enviar tropas.
Também me espanta essa disposição do governo em propor o uso de tropas brasileiras, numa situação, naqueles dias imediatos ao atentado, tão confusa. Quando o Brasil teve a oportunidade de, realmente, ajudar a fazer a diferença, esse governo recusou. Estou me referindo a crise no Timor Leste, em 1999, quando o Brasil enviou um irrisório pelotão de policiais do Exército (mesmo reconhecendo o valor profissional dos integrantes da tropa), e não uma formação de combate, no valor de um batalhão de infantaria de elite, reforçado por fuzileiros navais, como na intervenção na República Dominicana, em 1965. Outros países, com exércitos menores, como Portugal, ou que não tinham ligações culturais com os habitantes lusófonos, como Coréia do Sul, mandaram batalhões de combate.
Agora, eu fui favorável à intervenção americana no Afeganistão. E tem mais: acho que foi uma demonstração de fraqueza da ONU, não ter chamado à si, o papel de liderança dessa intervenção. Do mesmo modo que fez na Coréia, em 1950, ou no Congo Belga, nos anos 1960. Talvez, se a ONU tivesse agido dessa forma, tivesse mais condições morais de combater a intervenção americana no Iraque, essa sim, absolutamente inaceitável.
E, nessa hipótese de uma intervenção militar da ONU no Afeganistão, eu acharia legítimo que o Brasil contribuísse com tropas de combate..
Seria interessante pensar em que tipo de contingente o Brasil poderia ter oferecido para a intervenção armada contra o Talibã e a Al-Qaeda. Talvez pessoal das Forças Especiais?
Que o Brasil tivesse invocado o TIAR, me parecia mais um apoio moral. Nunca pensei que FHC tivesse qualquer intenção de enviar tropas.
Também me espanta essa disposição do governo em propor o uso de tropas brasileiras, numa situação, naqueles dias imediatos ao atentado, tão confusa. Quando o Brasil teve a oportunidade de, realmente, ajudar a fazer a diferença, esse governo recusou. Estou me referindo a crise no Timor Leste, em 1999, quando o Brasil enviou um irrisório pelotão de policiais do Exército (mesmo reconhecendo o valor profissional dos integrantes da tropa), e não uma formação de combate, no valor de um batalhão de infantaria de elite, reforçado por fuzileiros navais, como na intervenção na República Dominicana, em 1965. Outros países, com exércitos menores, como Portugal, ou que não tinham ligações culturais com os habitantes lusófonos, como Coréia do Sul, mandaram batalhões de combate.
Agora, eu fui favorável à intervenção americana no Afeganistão. E tem mais: acho que foi uma demonstração de fraqueza da ONU, não ter chamado à si, o papel de liderança dessa intervenção. Do mesmo modo que fez na Coréia, em 1950, ou no Congo Belga, nos anos 1960. Talvez, se a ONU tivesse agido dessa forma, tivesse mais condições morais de combater a intervenção americana no Iraque, essa sim, absolutamente inaceitável.
E, nessa hipótese de uma intervenção militar da ONU no Afeganistão, eu acharia legítimo que o Brasil contribuísse com tropas de combate..
Seria interessante pensar em que tipo de contingente o Brasil poderia ter oferecido para a intervenção armada contra o Talibã e a Al-Qaeda. Talvez pessoal das Forças Especiais?
- Renato Grilo
- Avançado
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Clermont escreveu:Realmente, eu não sabia que o Brasil tinha, explicitamente, oferecido tropas. Fico muito surpreso com isso.
Que o Brasil tivesse invocado o TIAR, me parecia mais um apoio moral. Nunca pensei que FHC tivesse qualquer intenção de enviar tropas.
Também me espanta essa disposição do governo em propor o uso de tropas brasileiras, numa situação, naqueles dias imediatos ao atentado, tão confusa. Quando o Brasil teve a oportunidade de, realmente, ajudar a fazer a diferença, esse governo recusou. Estou me referindo a crise no Timor Leste, em 1999, quando o Brasil enviou um irrisório pelotão de policiais do Exército (mesmo reconhecendo o valor profissional dos integrantes da tropa), e não uma formação de combate, no valor de um batalhão de infantaria de elite, reforçado por fuzileiros navais, como na intervenção na República Dominicana, em 1965. Outros países, com exércitos menores, como Portugal, ou que não tinham ligações culturais com os habitantes lusófonos, como Coréia do Sul, mandaram batalhões de combate.
Agora, eu fui favorável à intervenção americana no Afeganistão. E tem mais: acho que foi uma demonstração de fraqueza da ONU, não ter chamado à si, o papel de liderança dessa intervenção. Do mesmo modo que fez na Coréia, em 1950, ou no Congo Belga, nos anos 1960. Talvez, se a ONU tivesse agido dessa forma, tivesse mais condições morais de combater a intervenção americana no Iraque, essa sim, absolutamente inaceitável.
E, nessa hipótese de uma intervenção militar da ONU no Afeganistão, eu acharia legítimo que o Brasil contribuísse com tropas de combate..
Seria interessante pensar em que tipo de contingente o Brasil poderia ter oferecido para a intervenção armada contra o Talibã e a Al-Qaeda. Talvez pessoal das Forças Especiais?
Mas veja bem , Timor leste ao contrário do que muita gente pensa NÃO fala português . A língua foi esquecida ao longo das décadas em que Portugal literalmente sumiu da área . Aliás a própria intervenção portuguesa pró Timor que vimos nos últimos anos antes de sua independência foi duramente criticada em Portugal por representar um sentimentalismo inútil para uma região ~cuja única ligação com Portugal era o fato de tempos atrás ter sido sua colônia . Isso sem falar que Timor fica do outro lado do continente . O Brasil fez sim muito bem em ter mandado aquela representação ínfima só para contar para a comunidade lusitana .
reforçado por fuzileiros navais, como na intervenção na República Dominicana, em 1965
Mas aí é diferente . A República Dominicana fica em nosso continente e já nesta época estávamos sobre ditadura militar e na R. Dominicana a intervenção se não me engano era oara evitar o alastramento do comunismo no continente o que por si só justifica a intervenção dos EUA .
E, nessa hipótese de uma intervenção militar da ONU no Afeganistão, eu acharia legítimo que o Brasil contribuísse com tropas de combate..
Era para lá que iríamos se os EUA aceitassem nossa oferta ! 8)
- Clermont
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Salve Malandro,
Realmente, o uso do português foi extremamente reduzido, após a invasão indonésia. Mas ainda existe uma boa porcentagem da população que fala a língua. Mas, em, primeiro lugar, a intervenção foi justa: pois impediu um massacre da escala dos ocorridos nos Balcãs ou em Ruanda. Segundo: foi patrocinada pela ONU. Terceiro: eu simpatizo com a idéia da preservação dos velhos laços culturais do extinto império lusitano. Não o considero um “sentimentalismo inútil”. E o Timor não fica mais distante do Brasil, do que fica de Portugal.
Portanto, diante desse cenário, acredito que o Brasil, que aspira a essa famosa cadeira permanente do Conselho de Segurança (independente se tal anseio é ou não, sensato), deixou escapar uma boa oportunidade de “mostrar a bandeira” de forma afirmativa. Coisa que só poderia ser feita, com o uso de uma formação de combate de valor razoável. E não de um solitário pelotão de polícia.
Sobre a intervenção na República Dominicana, a minha referência se prendeu, tão somente, ao aspecto militar. Ou seja, o formato da tropa que, em hipótese, poderia ser enviada. No caso, um batalhão de infantaria de elite, reforçado por uma companhia de fuzileiros navais. Sobre os motivos políticos é outra história. Com ameaça comunista ou não, aquilo não passou de mais uma intervenção imperial americana numa “banana republic”.
Eu só posso dizer que nunca achei esse um dos episódios mais dignificantes das Forças Armadas brasileiras. Não gosto da idéia de nossos soldados terem feito parte de um contingente que incluía as tropas da Ditadura Somoza e da Ditadura Stroessner. Por outro lado, é verdade que os nicaragüenses e os paraguaios poderiam dizer a mesma coisa sobre estar na companhia dos brasileiros.
Realmente, o uso do português foi extremamente reduzido, após a invasão indonésia. Mas ainda existe uma boa porcentagem da população que fala a língua. Mas, em, primeiro lugar, a intervenção foi justa: pois impediu um massacre da escala dos ocorridos nos Balcãs ou em Ruanda. Segundo: foi patrocinada pela ONU. Terceiro: eu simpatizo com a idéia da preservação dos velhos laços culturais do extinto império lusitano. Não o considero um “sentimentalismo inútil”. E o Timor não fica mais distante do Brasil, do que fica de Portugal.
Portanto, diante desse cenário, acredito que o Brasil, que aspira a essa famosa cadeira permanente do Conselho de Segurança (independente se tal anseio é ou não, sensato), deixou escapar uma boa oportunidade de “mostrar a bandeira” de forma afirmativa. Coisa que só poderia ser feita, com o uso de uma formação de combate de valor razoável. E não de um solitário pelotão de polícia.
Sobre a intervenção na República Dominicana, a minha referência se prendeu, tão somente, ao aspecto militar. Ou seja, o formato da tropa que, em hipótese, poderia ser enviada. No caso, um batalhão de infantaria de elite, reforçado por uma companhia de fuzileiros navais. Sobre os motivos políticos é outra história. Com ameaça comunista ou não, aquilo não passou de mais uma intervenção imperial americana numa “banana republic”.
Eu só posso dizer que nunca achei esse um dos episódios mais dignificantes das Forças Armadas brasileiras. Não gosto da idéia de nossos soldados terem feito parte de um contingente que incluía as tropas da Ditadura Somoza e da Ditadura Stroessner. Por outro lado, é verdade que os nicaragüenses e os paraguaios poderiam dizer a mesma coisa sobre estar na companhia dos brasileiros.