Vinícius:
Não estaríamos desgastando as tropas. O Exército estará esperando os desembarques com suas táticas de guerrilha. Mas a Marinha e a Força Aérea, têm que pelo menos, cumprir o papel de atrasar e atrapalhar o inimigo. Quem sabe não é tempo suficiente para que o mundo tente impedir a invasão?
Eu entendi o que queria dizer, mas acho mesmo "bravata" essa atitude de lutar nem que fosse por um dia.
Ao fim de um dia, já não teriam nada, e as represálias seriam devastadoras.
É óbvio que o país precisa de ter FA's, mas para defender a sua soberania em guerras simétricas, perantes eventuais inimigos mais ou menos ao nível do poder militar brasileiro.
Perante um cenário inteiramnete assimétrico, à distância, os EUA netralizariam os vossos portos, aeroportos, redes de comunicações e desse modo as frotas de navios, submarinos e aviões ficariam inoperacionais.
Escaparia o Exército de terra, disperso pelo território.
Nem teriam hipóteses de os fazerem levantar voo, aos aviões.
Compreende porque acho que seria enviar kamikazes para a morte certa?
Por isso mais valia abrigar a vossa frota num país aliado.
CÉSAR:
Isso é interessante. Embora tenham atingido o objetivo que queriam, viram que não só demoraram para conseguí-lo, como também causaram perdas quase irrisórias para a máquina de Guerra Sérvia. Destruiram muito mais estruturas civis que militares. Isso sem falar daquela baixa vergonhosa do F-117.
Mas acontece que os sérvios se limitaram a defender o território com as anti-aéreas, para dificultar os bombardeamentos, mas nunca fizeram levantar um único avião seu para fazer frente ao ataque da NATO.
Porque isso seria suicidário.
Essa foi uma guerra limitada, e não se destinava a depor o regime de Milosevic ou a ocupar a Sérvia.
Apenas forçá-la a desocupar o Kosovo, e isso foi conseguido, depois de terem destruido muitas das infra-estruturas sérvias.
Porque mais uma vez se tratava de um conflito completamente assimtétrico, e os sérvios nunca poderiam lutar convencionalmente, de igual para igual.
Por isso é que após o cessar-fogo, as FA's sérvias estavam praticamente intactas, no que respeita principalmente à sua Força Aérea.
Quanto ao Exército, houve unidades que escaparam, mas os aliados da NATO destruiram criminosamente várias colunas de blindados.
É por isso que eu tenho esse ponto de vista em relação ao Brasil, mas não quero que pensem que não respeito as vossas opiniões sobre o que fazer.
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No caso de um dia Portugal poder ser invadido por Espanha, em menos de 24 horas a Espanha tomaria as principais cidades, e cortaria o país em 3, para facilitar a neutralização de Portugal.
Se antecipadamente quisesse, poderia neutralizar facilmente a nossa FAP.
Por isso o melhor seria declarar Lisboa, Porto e outras cidades como cidades abertas, e agrupar unidades especiais para a guerrilha, enquanto as instituições, e FAP, e Marinha se refugiariam nos Açores.
Fazer frente a Espanha seria de igual modo suicidário.
Bastaria que um dia antes minassem a barra do Tejo, e toda a nossa pequena Armada ficaria logo inoperacional.
Bastariam que bombardeassem as pistas para que os nossos F-16 e
Alpha-Jet ficassem sem poder levantar voo.
Se ainda assim um ou outro pudesse à última hora levantar e tentar uma bravata, de que adiantaria isso?
Só uma nota:
Isto é um cenário inteiramente improvável, mas que poder ser discutido entre nós.
A melhor forma do Brasil se defender, seria ter uma maior força dissuasora, que tornasse o ataque custoso demais, mesmo para um país como os EUA.
Para isso, o Brasil precisaria de ter 6 fragatas com VLS e 4 a 6 fragatas com AEGIS, para defesa de área e de ponto, ter cadeias logísticas que lhes permitisem percorrer grandes áreas no Atlantico-sul, com 2 ou 3 AOR's e mais 2 submarinos a juntar ao que já têm.
Eventualmente subir os TUPI para o patamar
Tikuna.
E ter uma aviação no PA mais moderna, e uam aviação de terra que permitisse lutar de igual para igual contra os F-15, os F-16 e os F-18.
E ter misseis terra-ar sofisticados apoiados por uma boa rede de vigilância e detecção de intrusos.
Um investimento para uma geração.
Se assim fosse, tornariam mais cara a derrota, mas com o actual estado das FA's brasileiras não cerio que tivessem outra solução que a de esperar para os receber em terra a aí fazerem a vida negra aos invasores.