UCRÂNIA

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Re: UCRÂNIA

#13681 Mensagem por Suetham » Sex Mar 21, 2025 3:13 pm

Túlio escreveu: Qui Mar 20, 2025 5:00 pm
avc1 escreveu: Qui Mar 20, 2025 4:34 pm

Sim claro, ucranianos estão ganhando a guerra [003] [003]
A AGITPROP não pode parar, lembres das noticias de "grandes vitórias na Frente Oriental" quando os soviéticos já estavam entrando em Berlim: tem jeito não, é o mesmo pessoal de volta, e com as mesmas manias... 🤦‍♂️
A propaganda começou exatamente nesse contexto. Autobiografias e livros publicados com a contribuição de comandantes alemães no pós-guerra eram um espetáculo arbitrário e cômico de autoelogios sobre suas "imensas" capacidades táticas e operacionais na Frente Oriental. No entanto, havia a evidente contradição de atribuir suas derrotas militares ao maior bode expiatório da história: o Bigode. Afinal, todo mundo odiava o sujeito, e ninguém contestaria tais absurdos. Além disso, essas obras reforçavam a narrativa de "ondas humanas soviéticas ilimitadas", como se a Alemanha nunca tivesse munição suficiente para cada soldado soviético. Não fosse por isso, diziam, teriam vencido a guerra.

O que teve início na Alemanha nazista agora se reflete na propaganda do Ocidente. Se foram derrotados, a culpa seria das "ondas humanas" dos Orcs/Vatniks, como no caso mencionado aqui, em uma analogia à Batalha de Bakhmut:


Pode-se traçar um paralelo desde a Guerra da Coreia: os chineses, supostamente usando "ondas humanas", teriam empurrado os americanos de volta para além do Paralelo 38. Não fosse por isso, toda a Península Coreana seria "livre". No entanto, qualquer pessoa que se considere entusiasta de história militar ou defesa deveria saber que o termo "ataque de onda humana" é quase sempre propaganda, e não um conceito militar preciso. Na história oficial do Exército dos EUA sobre a Guerra da Coreia, é improvável que o termo apareça (embora seja comum em panfletos simplificados para o público). A ideia de uma massa densa de infantaria superando rifles, metralhadoras e artilharia já estava obsoleta muito antes desse conflito.

O Exército Voluntário do Povo (PVA) chinês adotou estratégias que lhes garantiram algum sucesso contra posições aliadas durante a Guerra da Coreia, baseadas em fatores como:
:arrow: Os chineses eram habilidosos em identificar fraquezas nas posições aliadas e não hesitavam em concentrar uma superioridade numérica esmagadora contra esses pontos vulneráveis — enviando, por exemplo, vários corpos ou exércitos contra uma divisão dos EUA, ou várias divisões contra uma brigada.
:arrow: O terreno montanhoso da Coreia reduzia a letalidade do poder de fogo aliado, que seria mais eficaz em áreas planas.
:arrow: Os ataques chineses frequentemente ocorriam à noite, neutralizando as vantagens do poder aéreo americano.
:arrow: Eles eram mestres em infiltração, aproximando-se furtivamente das posições dos EUA antes de iniciar os ataques, o que minimizava as vantagens do poder de fogo americano em combates de curta distância.
:arrow: A China utilizava morteiros e artilharia leve contra posições americanas, o que torna a caracterização de seus ataques como simples "ondas humanas" uma simplificação exagerada.

O que os chineses fizeram — assim como outros exércitos enfrentando adversários com superioridade de fogo — foi empregar táticas de infiltração e choque. Isso envolve enviar pequenos grupos de soldados para se aproximarem furtivamente de pontos fracos na defesa inimiga, preferencialmente à noite, em mau tempo ou em terreno acidentado (ou uma combinação dos três). Em um momento oportuno, esses grupos avançam, buscando romper as linhas e criar caos, forçando a unidade inimiga a recuar em desordem. Propagandistas podem descrever isso como "ataque de onda humana", mas, na realidade, depende tanto da dispersão quanto de táticas baseadas em poder de fogo — uma massa densa de homens não seria furtiva o suficiente para se aproximar antes do ataque final.

A infiltração não é exclusividade dos chineses; é uma tática antiga, usada por muitos exércitos. Os alemães a empregaram com sucesso nos últimos anos da Primeira Guerra Mundial. Os japoneses a utilizaram na Segunda Guerra Mundial, às vezes com êxito, às vezes com fracassos desastrosos. Uma "carga Banzai" bem executada, segundo a doutrina do Exército Imperial Japonês, deveria incluir infiltração, mas muitos comandantes locais falharam na execução ou enfrentaram condições adversas e contramedidas eficazes.

Na Coreia, o terreno acidentado e o clima que prejudicava a visibilidade frequentemente favoreciam a infiltração. No final de 1950, as forças da ONU (EUA, Coreia do Sul e aliados) estavam sobrecarregadas e vulneráveis a essas táticas. Ainda assim, os chineses nem sempre dependiam de infiltração; muitas vezes, tinham poder de fogo suficiente para adotar táticas convencionais, especialmente na defesa.

Essa doutrina foi desenvolvida por Lin Biao, que liderou a principal etapa do esforço de guerra do Partido Comunista Chinês (em Manchúria), combinando ideias de Clausewitz, manuais soviéticos e clássicos militares. Qualquer um familiarizado com Clausewitz sabe que 500 homens dispersos, enviados em duas ondas, são superiores a 1.000 enviados de uma só vez, pois reservas frescas têm vantagem sobre tropas desgastadas e descoordenadas. Lin Biao recomendava usar 2/3 de uma força para atacar uma linha, mantendo 1/3 em reserva para explorar pontos fracos em ondas dispersas sucessivas. Ele desencorajava táticas de "onda humana" e defendia a formação dispersa 3-3. Em um telegrama a todos os comandos de campo, esclareceu que "ataque concentrado" não significava tropas aglomeradas, mas várias ondas de soldados dispersos, precedidas por reconhecimento.

Embora pareça inteligente, quem conhece as doutrinas de Suvorov ou do Japão identifica os problemas. Contra um inimigo com superioridade em apoio de fogo, a vitória depende de rapidez e surpresa. Reconhecimento extensivo, múltiplas ondas no mesmo ponto e reservas podem comprometer isso. O PLA enfrentou dificuldades para adotar essas diretrizes — uma forma polida de dizer que os comandantes as ignoravam. Sabendo que o Kuomintang (KMT) e, mais tarde, a artilharia americana os dizimariam se não avançassem rápido, eles frequentemente ordenavam ataques frontais sem reconhecimento prévio. Surpreendentemente, isso às vezes funcionava.

Frequentemente, essa era a melhor coisa a fazer e funcionava - o PLA observou o seguinte sobre a infantaria dos EUA:
. . . abandon all their heavy weapons, leaving them all over the place, and play opossum.... Their infantrymen are weak, afraid to die, and haven't the courage to attack or defend. They depend on their planes, tanks, and artillery. At the same time, they are afraid of our fire power. They will cringe when, if on the advance they hear firing. They are afraid to advance farther.... They specialize in day fighting. They are not familiar with night fighting or hand to hand combat.... If defeated, they have no orderly formation. Without the use of their mortars, they become completely lost. . . they become dazed and completely demoralized.... At Unsan they were surrounded for several days yet they did nothing. They are afraid when the rear is cut off. When transportation comes to a standstill, the infantry loses the will to fight.
Algumas dessas visões podem ser lidas aqui: https://web.archive.org/web/20080413081 ... 1/sn36.htm

Essa visão só começou a mudar recentemente, especialmente no caso soviético. Muitos documentos soviéticos foram desclassificados, permitindo que historiadores, inclusive ocidentais, escrevessem livros sobre a Frente Leste. Isso tem gerado um revisionismo histórico, revelando que grande parte do que foi relatado — e, na época, considerado a única versão dos eventos na Frente Oriental — pelos generais alemães sobreviventes não passava de uma narrativa distorcida.

A chamada "Trindade Inquestionável" — Rommel, Guderian (autor de Panzer Leader) e Manstein (autor de Lost Victories) —, especialmente os dois últimos, que escreveram autobiografias atribuindo toda a culpa a Hitler, está enfrentando um escrutínio significativo por causa disso.




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Re: UCRÂNIA

#13682 Mensagem por Suetham » Sex Mar 21, 2025 3:38 pm


https://threadreaderapp.com/thread/1899 ... 61468.html


https://threadreaderapp.com/thread/1900 ... 09891.html

https://defencesecurityasia.com/en/ukra ... al-admits/
Ukraine’s F-16s No Match for Russia’s Su-35, Former Air Force Official Admits

The candid acknowledgment came from former Ukrainian Air Force Command spokesperson Yuriy Ignat, who highlighted a stark disparity between the F-16s provided to Ukraine and the Su-35s operated by Russia.

— Enemy: I'm falling!
- Russian Pilot 1: Says it falls
- Russian Pilot 2: Thanks for the information, very happy
- Russian Pilot 1: Very
...
— Enemy: Jumping!
- Russian Pilot 1: I wish he would die

Intercepted voice radio communication between the pilot of the multirole fighter MiG-29A/AS of the Ukrainian Air Force and the remote ground-based air communications complex at one of the airfields of the Ukrainian Air Force in the first seconds after the interception of the Ukrainian aircraft by a guided air-to-air missile of the R-37M ultra-long range, launched from a distance of 180 to 210 km by a multirole fighter Su-30SM2, equipped with the onboard radar "Irbis-E".

It is noteworthy that the Su-30SM2 crew was able to successfully intercept and listen to the communication channel of the MiG-29A pilot without any decryption, which may be due to the former using the standard Р-862М "Журавль-30М" radio station without modern AES-256 encryption algorithms.

The MiG-29A pilot was obviously approaching the point of using GBU-39/B gliding bombs against the russian troops or AGM-88B Block 3 HARM anti-radar missiles against the system's radars.




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Re: UCRÂNIA

#13683 Mensagem por akivrx78 » Sex Mar 21, 2025 4:48 pm

Imagens de satélite mostram grandes danos na base aérea russa

Dylan Malyasov
21 de março de 2025
Imagem
Novas imagens de satélite divulgadas pela Maxar Technologies revelaram destruição generalizada em uma instalação de armazenamento de mísseis dentro da base aérea russa Engels-2, após um recente ataque de drone ucraniano.

A base aérea, localizada na região russa de Saratov, é um importante local de lançamento para os bombardeiros estratégicos de longo alcance do Kremlin.

As imagens, datadas de 21 de março, mostram várias grandes crateras de explosão onde antes ficavam os edifícios de armazenamento de mísseis. Várias estruturas parecem estar completamente destruídas, enquanto outras mostram extensos danos estruturais e no telhado. A base Engels serviu como um centro primário para bombardeiros Tu-160 e Tu-95MS, aeronaves frequentemente usadas para lançar mísseis de cruzeiro Kh-101 e Kh-555 em alvos na Ucrânia.

De acordo com fontes ucranianas, o ataque foi realizado usando drones de ataque An-196 Liutyi. O ataque teria como alvo não apenas a área de armazenamento de mísseis, mas também potencialmente uma instalação de preparação pré-lançamento para mísseis de cruzeiro lançados do ar pela Rússia.

Os danos no local, visíveis do espaço, ressaltam o alcance e a precisão crescentes dos sistemas aéreos não tripulados de longo alcance da Ucrânia. A base Engels-2 tem sido usada repetidamente para coordenar operações de mísseis de longo alcance contra a infraestrutura ucraniana, tornando-a um alvo militar de alto valor.

Analistas de código aberto observam que as áreas de armazenamento específicas atingidas neste ataque abrigavam contêineres usados ​​para mísseis de cruzeiro Kh-101/Kh-555. Essas armas têm sido rotineiramente empregadas em ataques russos em cidades ucranianas e infraestrutura de energia durante a guerra.

A Rússia não reconheceu publicamente a extensão dos danos, mas relatórios locais e vídeos da área sugerem explosões secundárias e atividade de resposta a emergências perto da base.

O campo de aviação Engels-2 continua sendo uma das instalações de aviação estratégica mais importantes da Rússia. Qualquer degradação em sua infraestrutura pode complicar futuros lançamentos de mísseis e operações logísticas.

https://defence-blog.com/satellite-imag ... n-airbase/





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Re: UCRÂNIA

#13684 Mensagem por FOXTROT » Sex Mar 21, 2025 8:56 pm

Os ucranianos tem conseguido sucesso nesses ataques de longo alcance, nada, absolutamente nada que altere o curso da guerra, porque os russos causam 10x mais dano nos seus ataque.

O F-16 que foi se mostra em Sumy num dia foi abatido no outro, há relatos que uma base aérea que abriga modelos soviéticos ainda em uso pela Ucrânia foi bastante danificada.

Chasov Yar finalmente começa a cair para os russos, restando dois bairros e dois assentamentos próximos com os ucranianos já admitindo a queda iminente dessa cidade.

Odessa foi duramente atingida ontem, os russos teriam descoberto "trabalhadores" ingleses na cidade e resolveram dar as boas vinda.

Esses ataques ucranianos em Belgorad com infiltração de tropas ou ao menos a tentativa, revela que não aprenderam nada em Kursk ou estão seguindo o roteiro que les traçaram, literalmente até o ultimo ucraniano.

Não parece inteligente manter Zelensk e sua turma no poder, pobres ucranianos.

Saudações




"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
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Re: UCRÂNIA

#13685 Mensagem por Túlio » Sex Mar 21, 2025 9:48 pm

FOXTROT escreveu: Sex Mar 21, 2025 8:56 pm Os ucranianos tem conseguido sucesso nesses ataques de longo alcance, nada, absolutamente nada que altere o curso da guerra, porque os russos causam 10x mais dano nos seus ataque.

O F-16 que foi se mostra em Sumy num dia foi abatido no outro, há relatos que uma base aérea que abriga modelos soviéticos ainda em uso pela Ucrânia foi bastante danificada.

Chasov Yar finalmente começa a cair para os russos, restando dois bairros e dois assentamentos próximos com os ucranianos já admitindo a queda iminente dessa cidade.

Odessa foi duramente atingida ontem, os russos teriam descoberto "trabalhadores" ingleses na cidade e resolveram dar as boas vinda.

Esses ataques ucranianos em Belgorad com infiltração de tropas ou ao menos a tentativa, revela que não aprenderam nada em Kursk ou estão seguindo o roteiro que les traçaram, literalmente até o ultimo ucraniano.

Não parece inteligente manter Zelensk e sua turma no poder, pobres ucranianos.

Saudações
Tás vendo como é difícil deixar o DB, cupincha? Não importa aonde vás, não vai ter gente do teu nível... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:

FOXTROT escreveu: Qua Mar 12, 2025 12:11 pm
Túlio escreveu: Qua Mar 12, 2025 11:51 am

Senhores senhores, o tema é a Guerra da Ucrânia, OK? Chamem-na como quiserem, é lá, mas cada um que use a expressão que melhor lhe aprouver.

Mas Guerra de Foristas ("flame-war") já é do escopo da Moderação e será tratada de acordo.

Aviso dado e espero que entendido.
Aqui está o motivo pelo qual foi usado o termo "operação especial"

https://pt.wikipedia.org/wiki/Memorando ... ran%C3%A7a



Bom, eu vou abandonar o Fórum, Túlio não Vê problema aonde não existe, a todo momento quer demonstrar poder.

Isso aqui era para distrair e não irritar.

Saudações

PS.: perdão mas sempre dou risada de quem mete essa, eu mesmo já tentei sair desde quase 20 anos e... [003] [003] [003] [003]




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

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Re: UCRÂNIA

#13686 Mensagem por J.Ricardo » Sáb Mar 22, 2025 11:49 am

Até eu já fiquei períodos longos longe do DB, mas a gente sempre acaba voltando... :lol: :lol: :lol:




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: UCRÂNIA

#13687 Mensagem por EduClau » Sáb Mar 22, 2025 1:46 pm





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Re: UCRÂNIA

#13688 Mensagem por P44 » Sáb Mar 22, 2025 4:21 pm





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Re: UCRÂNIA

#13689 Mensagem por EduClau » Sáb Mar 22, 2025 8:34 pm





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Re: UCRÂNIA

#13690 Mensagem por Túlio » Sáb Mar 22, 2025 10:20 pm

EduClau escreveu: Sáb Mar 22, 2025 8:34 pm

Acho que X WOKEHEAD vai repensar seu voluntariado para lutar pela Slava Ukraini... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:




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Re: UCRÂNIA

#13691 Mensagem por Suetham » Dom Mar 23, 2025 11:11 am

https://www.rusi.org/explore-our-resear ... ainian-war
https://static.rusi.org/tactical-develo ... y-2205.pdf
Tactical Developments During the Third Year of the Russo–Ukrainian War

Os Generais que redefiniram o teatro de operações na Guerra Russo-Ucraniana

A guerra entre Rússia e Ucrânia revelou comandantes de destaque em ambos os lados. Na Rússia, figuras como Sergei Surovikin, conhecido por sua abordagem agressiva, e Valery Gerasimov, chefe do Estado-Maior, influenciam táticas e operações militares. Na Ucrânia, nomes como Valerii Zaluzhnyi, comandante das forças armadas, e Oleksandr Syrskyi, estrategista da defesa de Kiev, se tornaram símbolos de resistência e inovação militar. O papel desses generais alterou completamente o curso do conflito e suas futuras repercussões.
Nomes citados -

Competentes: Sergey Surovikin, coronel-general Andrey Mordvichev, coronel-general Viktor Afzalov, major-general Apti Alaudinov, Aleksey Dyumin, coronel Ramil Rakhmatulovich Ibatullin e Akhra Avidzba.

Incompetentes: Valeri Gerasimov, coronel-general Gennady Anashkin e coronel-general Aleksander Lapin.

Dentre os que ficaram de fora da live que eu gostaria de citar são:

Competentes: Coronel-general Alexander Romanchuk - responsável pelo planejamento e execução da defesa no teatro sul da contraofensiva ucraniana de 2023, coronel-general Mikhail Teplinsky - basicamente ele é o bombeiro das unidades russas sempre chamado para as áreas operacionais mais difíceis, major-general Valery Ivanovich Flyustikov - comandantes da F Esp russas e foi importante em várias batalhas decisivas como a contraofensiva ucraniana de 2023, coronel-general Alexander Semyonovich Sanchik - responsável por empurrar os ucranianos até Irpin e anos depois foi responsável por capturar Vuhledar como comandante do Distrito Militar Oriental e Grupo Operacional Leste, coronel-general Sergey Rudskoy - responsável pelo planejamento da invasão que dissimilou os ucranianos a um ataque no eixo norte e nordeste do país, coronel-general Alexei Rostislavovich Kim - participou do planejamento do avanço russo na direção de Bakhmut, Dmitri Utkin - responsável por criar as táticas de assalto do grupo Wagner, tenente-general Roman Kutuzov - comandante geral pela tomada de Mariupol e depois sobre os avanços na direção de Lysychansk e Severodonetsk, major-general Sergey Vladimirovich Goryachev - assumiu o comando do SV no auge da contraofensiva ucraniana em 2023, tenente-general Denis Igoryevich Lyamin - asumiu a defesa de Zaporizhzhia após a demissão do major-general Ivan Popov do comando do 58º CAA.

Outros que merecem algum destaque são o major-general Ivan Ivanovich Popov e o ex-chefe da Frota do Pacífico Sergei Iosifovich Avakyants, reconheceram algumas falhas e fraquezas institucionais do militar russo, defenderam a mudança e, este último, aparentemente tentou distanciar-se da guerra na Ucrânia, o que foi uma jogada inteligente. Já o falecido coronel-general Gennady Zhidko, suas ofensivas no Leste resultaram em ganhos, especialmente em torno da área de Severodonetsk-Lysychansk e fortaleceram a posição russa na área.

Incompetentes: Coronel-general Rustam Usmanovich Muradov - liderou a ofensiva fracassa em Vuhledar no inverno de 2023, coronel-general Andrey Nikolaevich Serdyukov - destituído do comando do VDV meses depois da campanha do Norte ter terminado, coronel-general Valery Nikolaevich Solodchuk - liderou a mal-sucedida Batalha de Kiev, coronel-general Oleg Leontyevich Makarevich - comandou o Grupo de Forças Dnieper com a Ucrânia estabelecendo uma cabeça de ponte em Krynky, General de Exército Dmitry Vitalyevich Bulgakov - responsável pela logística deficiente no primeiro ano de guerra e acabou sendo demitido em setembro de 2022, coronel-general Alexander Alexandrovich Zhuravlyov - atuou no teatro norte e acabou fracassando após não ter atingido seus objetivos.

Por último, e o mais cômico deles, General de Exército Viktor Zolotov, esse sujeito pode fazer Shoigu e Gerasimov parecerem Zhukov e Surovikin como Patton ou Ridgeway. Zolotov pensou que enviar a polícia de choque com cassetetes em colunas de carros sem blindagem. Como comandante da Guarda Nacional, um órgão de subordinação direta ao Putin, só está no comando porque ele foi basicamente um bandido sem nome na Gangue Tambov (Tambovskaya Bratva) nos anos 90. A única razão pela qual ele chegou ao posto de General de Exército é porque, quando a gangue comandava o porto em São Petersburgo nos anos 90, eles estavam sob o controle de Putin enquanto ele era vice-prefeito. Zolotov ser completamente incompetente não deveria surpreender ninguém.




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Re: UCRÂNIA

#13692 Mensagem por gabriel219 » Dom Mar 23, 2025 1:27 pm

Suetham escreveu: Sex Mar 21, 2025 3:13 pm
Túlio escreveu: Qui Mar 20, 2025 5:00 pm

A AGITPROP não pode parar, lembres das noticias de "grandes vitórias na Frente Oriental" quando os soviéticos já estavam entrando em Berlim: tem jeito não, é o mesmo pessoal de volta, e com as mesmas manias... 🤦‍♂️
A propaganda começou exatamente nesse contexto. Autobiografias e livros publicados com a contribuição de comandantes alemães no pós-guerra eram um espetáculo arbitrário e cômico de autoelogios sobre suas "imensas" capacidades táticas e operacionais na Frente Oriental. No entanto, havia a evidente contradição de atribuir suas derrotas militares ao maior bode expiatório da história: o Bigode. Afinal, todo mundo odiava o sujeito, e ninguém contestaria tais absurdos. Além disso, essas obras reforçavam a narrativa de "ondas humanas soviéticas ilimitadas", como se a Alemanha nunca tivesse munição suficiente para cada soldado soviético. Não fosse por isso, diziam, teriam vencido a guerra.

O que teve início na Alemanha nazista agora se reflete na propaganda do Ocidente. Se foram derrotados, a culpa seria das "ondas humanas" dos Orcs/Vatniks, como no caso mencionado aqui, em uma analogia à Batalha de Bakhmut:


Pode-se traçar um paralelo desde a Guerra da Coreia: os chineses, supostamente usando "ondas humanas", teriam empurrado os americanos de volta para além do Paralelo 38. Não fosse por isso, toda a Península Coreana seria "livre". No entanto, qualquer pessoa que se considere entusiasta de história militar ou defesa deveria saber que o termo "ataque de onda humana" é quase sempre propaganda, e não um conceito militar preciso. Na história oficial do Exército dos EUA sobre a Guerra da Coreia, é improvável que o termo apareça (embora seja comum em panfletos simplificados para o público). A ideia de uma massa densa de infantaria superando rifles, metralhadoras e artilharia já estava obsoleta muito antes desse conflito.

O Exército Voluntário do Povo (PVA) chinês adotou estratégias que lhes garantiram algum sucesso contra posições aliadas durante a Guerra da Coreia, baseadas em fatores como:
:arrow: Os chineses eram habilidosos em identificar fraquezas nas posições aliadas e não hesitavam em concentrar uma superioridade numérica esmagadora contra esses pontos vulneráveis — enviando, por exemplo, vários corpos ou exércitos contra uma divisão dos EUA, ou várias divisões contra uma brigada.
:arrow: O terreno montanhoso da Coreia reduzia a letalidade do poder de fogo aliado, que seria mais eficaz em áreas planas.
:arrow: Os ataques chineses frequentemente ocorriam à noite, neutralizando as vantagens do poder aéreo americano.
:arrow: Eles eram mestres em infiltração, aproximando-se furtivamente das posições dos EUA antes de iniciar os ataques, o que minimizava as vantagens do poder de fogo americano em combates de curta distância.
:arrow: A China utilizava morteiros e artilharia leve contra posições americanas, o que torna a caracterização de seus ataques como simples "ondas humanas" uma simplificação exagerada.

O que os chineses fizeram — assim como outros exércitos enfrentando adversários com superioridade de fogo — foi empregar táticas de infiltração e choque. Isso envolve enviar pequenos grupos de soldados para se aproximarem furtivamente de pontos fracos na defesa inimiga, preferencialmente à noite, em mau tempo ou em terreno acidentado (ou uma combinação dos três). Em um momento oportuno, esses grupos avançam, buscando romper as linhas e criar caos, forçando a unidade inimiga a recuar em desordem. Propagandistas podem descrever isso como "ataque de onda humana", mas, na realidade, depende tanto da dispersão quanto de táticas baseadas em poder de fogo — uma massa densa de homens não seria furtiva o suficiente para se aproximar antes do ataque final.

A infiltração não é exclusividade dos chineses; é uma tática antiga, usada por muitos exércitos. Os alemães a empregaram com sucesso nos últimos anos da Primeira Guerra Mundial. Os japoneses a utilizaram na Segunda Guerra Mundial, às vezes com êxito, às vezes com fracassos desastrosos. Uma "carga Banzai" bem executada, segundo a doutrina do Exército Imperial Japonês, deveria incluir infiltração, mas muitos comandantes locais falharam na execução ou enfrentaram condições adversas e contramedidas eficazes.

Na Coreia, o terreno acidentado e o clima que prejudicava a visibilidade frequentemente favoreciam a infiltração. No final de 1950, as forças da ONU (EUA, Coreia do Sul e aliados) estavam sobrecarregadas e vulneráveis a essas táticas. Ainda assim, os chineses nem sempre dependiam de infiltração; muitas vezes, tinham poder de fogo suficiente para adotar táticas convencionais, especialmente na defesa.

Essa doutrina foi desenvolvida por Lin Biao, que liderou a principal etapa do esforço de guerra do Partido Comunista Chinês (em Manchúria), combinando ideias de Clausewitz, manuais soviéticos e clássicos militares. Qualquer um familiarizado com Clausewitz sabe que 500 homens dispersos, enviados em duas ondas, são superiores a 1.000 enviados de uma só vez, pois reservas frescas têm vantagem sobre tropas desgastadas e descoordenadas. Lin Biao recomendava usar 2/3 de uma força para atacar uma linha, mantendo 1/3 em reserva para explorar pontos fracos em ondas dispersas sucessivas. Ele desencorajava táticas de "onda humana" e defendia a formação dispersa 3-3. Em um telegrama a todos os comandos de campo, esclareceu que "ataque concentrado" não significava tropas aglomeradas, mas várias ondas de soldados dispersos, precedidas por reconhecimento.

Embora pareça inteligente, quem conhece as doutrinas de Suvorov ou do Japão identifica os problemas. Contra um inimigo com superioridade em apoio de fogo, a vitória depende de rapidez e surpresa. Reconhecimento extensivo, múltiplas ondas no mesmo ponto e reservas podem comprometer isso. O PLA enfrentou dificuldades para adotar essas diretrizes — uma forma polida de dizer que os comandantes as ignoravam. Sabendo que o Kuomintang (KMT) e, mais tarde, a artilharia americana os dizimariam se não avançassem rápido, eles frequentemente ordenavam ataques frontais sem reconhecimento prévio. Surpreendentemente, isso às vezes funcionava.

Frequentemente, essa era a melhor coisa a fazer e funcionava - o PLA observou o seguinte sobre a infantaria dos EUA:
. . . abandon all their heavy weapons, leaving them all over the place, and play opossum.... Their infantrymen are weak, afraid to die, and haven't the courage to attack or defend. They depend on their planes, tanks, and artillery. At the same time, they are afraid of our fire power. They will cringe when, if on the advance they hear firing. They are afraid to advance farther.... They specialize in day fighting. They are not familiar with night fighting or hand to hand combat.... If defeated, they have no orderly formation. Without the use of their mortars, they become completely lost. . . they become dazed and completely demoralized.... At Unsan they were surrounded for several days yet they did nothing. They are afraid when the rear is cut off. When transportation comes to a standstill, the infantry loses the will to fight.
Algumas dessas visões podem ser lidas aqui: https://web.archive.org/web/20080413081 ... 1/sn36.htm

Essa visão só começou a mudar recentemente, especialmente no caso soviético. Muitos documentos soviéticos foram desclassificados, permitindo que historiadores, inclusive ocidentais, escrevessem livros sobre a Frente Leste. Isso tem gerado um revisionismo histórico, revelando que grande parte do que foi relatado — e, na época, considerado a única versão dos eventos na Frente Oriental — pelos generais alemães sobreviventes não passava de uma narrativa distorcida.

A chamada "Trindade Inquestionável" — Rommel, Guderian (autor de Panzer Leader) e Manstein (autor de Lost Victories) —, especialmente os dois últimos, que escreveram autobiografias atribuindo toda a culpa a Hitler, está enfrentando um escrutínio significativo por causa disso.
Para complementar o seu excelente texto, os Russos começaram a ter muito sucesso nas frentes depois que começaram a abandonar os BTGs e se concentrar em um alto grau de reconhecimento, utilizando principalmente SSO e ISTAR e diminuindo o número de tropas que assaltavam em posições, dispersando suas tropas em pequenos grupos.

Não há melhor exemplo do que você falou como a recente Operação Potok ou Operation Pipe, que criou um caos em toda linha de frente da AFU, que já estava fragilizada.




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Re: UCRÂNIA

#13693 Mensagem por Suetham » Dom Mar 23, 2025 6:25 pm

É verdade. Bem lembrado esse exemplo.




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Re: UCRÂNIA

#13694 Mensagem por Suetham » Dom Mar 23, 2025 6:48 pm

https://frontelligence.substack.com/p/k ... assessment
Kursk Offensive - A Preliminary Assessment

Operational Assessment: Successes, Setbacks, and Battlefield Attrition




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Re: UCRÂNIA

#13695 Mensagem por prp » Dom Mar 23, 2025 9:30 pm





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