Aviação Civil da Rússia

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Re: Aviação Civil da Rússia

#121 Mensagem por FCarvalho » Sáb Dez 21, 2024 3:03 pm

UAC reestrutura gestão para acelerar produção de aeronaves civis da Rússia

https://www.aereo.jor.br/2024/12/13/uac ... da-russia/
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MC-21: Inspeção no Irkutsk Aviation Plant destaca avanços no programa e medidas para 2025

https://www.aereo.jor.br/2024/12/13/mc- ... para-2025/

Gestão cada vez mais centralizada, imediatismo, curto prazo, objetivos circunstanciais, metas de Estado...

Agora sim está parecendo a Rússia. :mrgreen:




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Re: Aviação Civil da Rússia

#122 Mensagem por FCarvalho » Sáb Dez 28, 2024 11:18 am





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Re: Aviação Civil da Rússia

#123 Mensagem por FCarvalho » Seg Jan 20, 2025 1:54 pm



O Tu-214 ainda tem uma vida longa, e um papel importante a cumprir na recuperação da aviação comercial russa.
E diria que os PS-90, que nem chegou na proposta versão A3, também pode fazer parte deste processo, já que a PD-14 está em outro nível tecnológico e de projeto.




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Re: Aviação Civil da Rússia

#124 Mensagem por FCarvalho » Ter Jan 21, 2025 4:14 pm





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Re: Aviação Civil da Rússia

#125 Mensagem por prp » Qua Jan 22, 2025 10:33 am





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Re: Aviação Civil da Rússia

#126 Mensagem por FCarvalho » Sáb Jan 25, 2025 7:38 pm

Tenho aqui com os meus botões que os russos ainda demoram para colocar todas as versões pretendidas do MC-21, e até mesmo do SS-100, devido as sansões e a outros bloqueis ocidentais econômicos, e também às limitações tecnológicas e industriais do país, depois de mais de trinta anos sem fazer praticamente nada de relevante no setor comercial aeronáutico. E pior, quase por a perder tudo o que conseguiram realizar a muito custo nos últimos 100 anos.

Mas, as três versões pretendidas do MC-21 tem a seu favor o mercado interno russo todo só para ele, já que o Tu-214 é uma resposta paliativa e de momento para complementar a frota atual, e dar tempo ao avião da Yakolev chegar aonde se pretende com ele. Talvez, mais para frente a realidade comercial deste modelo se torne menos complexa, pois a guerra da Ucrânia terá de acabar um dia, assim como o gás russos para manter as tropas nesta guerra de invasão. Neste sentido, uma vez superadas as questões militares, no médio e longo prazo o país tende a obter de volta certas amenidades nas suas relações com o mundo ocidental e aliados.

A Europa, por exemplo, não pode passar o resto da sua existência de costas para os russos e a sua dependência dos insumos importados de lá. Aliás, se a Vladimir Putin não resolver jogar merda de vez no ventilador, caso a situação na Ucrânia degringolar para o lado dele de vez, russos e europeus terão necessariamente de sentar à mesa em algum momento dessa história e encontrar uma forma de tentar conviver de maneira minimamente civilizada, para o bem de ambos. Mas não se espere o mesmo dos norte americanos.

Versões de exportação do MC-310 e do SS-100 apenas quando eles tiverem sido provados na aviação comercial russa, o que demora ainda bastante para acontecer, e mesmo assim, somente para países sob influência direta de Moscou e\ou que não estejam na lista de países amigos ou subalternos à OTAN\UE\USA. E isso inclui muita gente que agora, e futuramente, está entrando nos BRICS.

Além das versões básicas citas no texto da matéria e no vídeo, há ainda em passo de espera a versão SS-130 do SuperJet, com capacidade até 130 pax e que atuaria logo abaixo do MC-21-200, e a versão ER deste último em todas os modelos, mas que só deve aparecer somente na próxima década. Outras versões LR e XRL devem aparecer com o tempo da mesma forma, além de versões planejadas do MC-21-400 mais pesadas e com motores mais fortes da PD-14 para o lugar dos Tu-214, quiçá para concorrer com os A321 da vida, e talvez, até do futuro 797 da Boeing.

Enfim, o IL-96 provavelmente irá servir de base para um novo widebody quando as PD-35 estiverem prontas na forma de uma variante bimotor, a fim de dar tempo aos projetistas de desenvolver algo realmente novo em termos de aviões para substituir toda a frota russa atual. Mas, até lá, quadrimorotes e bimotores da Ilyushin devem conviver ainda por bastante tempo.

Estamos em 2025, e os planos russos ultrapassam os anos 2040 em termos de planejamento até que tudo, ou quase tudo que está se pensando agora esteja fora do papel e em plena operação. Paciência nunca foi lá uma qualidade russa, mas a julgar a situação muito peculiar em que o país se encontra, no mínimo é de se pensar, também, que obter os resultados pretendidos lá para depois de 2050 não seria de todo muito exigente à engenharia e à indústria do país.




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Re: Aviação Civil da Rússia

#127 Mensagem por FCarvalho » Sáb Jan 25, 2025 8:20 pm

Puxando aqui do fundo da memória o que poderia ser as versões do MC-21 em termos de alcance pretendido.

MC-21-210 > 6.300 km*
MC-21-210ER > 6.930 km*

MC-21-310 > 6.000 km*
MC-21-310ER > 6.600 km
MC-21-310LR > 6.900 km
MC-21-310XLR > 7.200 km

MC-21-410 > 6.000 km*
MC-21-410ER > 6.600 km
MC-21-410LR > 6.900 km
MC-21-410XLR > 7.200 km

*alcance proposto para a versão básica no projeto inicial.

Levando em conta o histórico de aviões comerciais ocidentais e suas versões de alcance estendido, utilizei aqui a título de ilustração, variar a adição de alcance ao desempenho básico de cada modelo\versão a partir das seguintes referências:

ER - 10%
LR - 15%
XLR - 20%

Se as poucas informações que chegam da Rússia e que podem ser confirmadas e\ou verificadas em sua veracidade, uma vez que praticamente tudo é mantido no mais absoluto sigilo em relação ao desenvolvimento destes aviões, e a recuperação da capacidade produtiva e tecnológica do país a fim de substituir insumos ocidentais, e neste sentido, controlada pelo Estado, não é possível dizer realmente quais as reais capacidades destes aviões, até que o mundo ocidental tenha acesso direto a eles, e os possa testar in loco.

Os russos afirmam que a PD-14 está no mesmo nível de consumo da PW1000G e LEAP, mas isto é algo que não temos como confirmar até o momento, e será bem difícil de se obter dados que provem tanto o que os russos dizem, quanto os detratores ocidentais afirma da turbina russa. Conquanto, estimando que os MC-21 tenham o alcance básico planejado, ainda assim, podem ser considerados satisfatórios frente a seus potenciais concorrentes. Alcance é um item fundamental na hora de comprar um avião, mas não é o definitivo, e nem mesmo o mais importante. Há outros fatores que também concorrem para uma decisão de compra por uma companhia aérea. Portanto, podemos imaginar que no fim, estes valores podem se revelar para melhor, ou pior, do que o proposto. Só o tempo, e vê-los voando, irá dizer.




Editado pela última vez por FCarvalho em Sáb Jan 25, 2025 8:32 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Aviação Civil da Rússia

#128 Mensagem por FCarvalho » Sáb Jan 25, 2025 8:31 pm

https://ruavia.su/wp-content/uploads/2023/03/mc-21-400-render-820x410-1.jpg

MC-21-400 – the future flagship of Russian civil aviation
25.02.2023

https://ruavia.su/mc-21-400-the-future- ... -aviation/

he flagship of the USSR civil aviation of the 60-70-ies of the XX century, the IL-62M narrowbody airliner was able to carry up to 180 passengers with a single flight over a distance of 11 000 km. With the withdrawal of this airplane from commercial operation the era of long-haul narrow body passenger airliners in our country ended. All over the world, including Russia, transportation distances of 8,000 km and more were taken over by foreign wide-body aircraft such as B747, B777, B787, A330, A350, A380.

Nem lançaram direito o MC-21-310 e já estão pensando em um MC-X, algo equivalente a um 757 da vida.
Se baseado ou não no MC-21-410 isto ainda vamos descobrir, já que a diferença de peso entre ambas é bem significativo.
Uma versão avançada e mais potente da PD-14, chamada por enquanto de PD-16 estaria sendo ventilada para equipar ambas versões.

Os russos tem uma necessidade impar de aviões de longo alcance e com grande capacidade de passageiros a fim de ligar a parte europeia do país ao extremo oriente, principalmente Vladivostok. Neste sentido, o uso frequente de widebody nestas rotas é algo normal, diria até trivial, para eles. Neste aspecto, substituir não somente antigos modelos soviéticos ainda em uso, além dos muitos modelos ocidentais acaba sendo uma necessidade que se impõe a curto e médio prazo.

O problema é como fazer um MC-21-410 ou MC-X ir de Moscou ou outra grande cidade euroéia russa até Vladivostok sem parada de reabastecimento. O desafio está lançado.




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Re: Aviação Civil da Rússia

#129 Mensagem por FCarvalho » Sex Jan 31, 2025 5:00 pm





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Re: Aviação Civil da Rússia

#130 Mensagem por FCarvalho » Sáb Fev 15, 2025 2:36 pm

Resumo rápido das notícias sobre a aviação comercial russa.

O motor PD-35 está sendo considerado, a priori, somente para aviões de carga, segundo chefe da UAC, além da sua avaliação como novo propulsor para o IL-96 e variantes. As mudanças na estrutura da célula do avião, potência necessária, capacidade de operação bimotor do modelo, dentre outras questões técnicas estão em questão;

Há uma disputa clara entre os projetos da Tupolev e Yakolev, respectivamente Tu-214 e MC-21-310 por verbas, atenção e tecnologia dentro da UAC. O primeiro avião é visto por alguns não apenas como um tampão, mas como um vetor que pode realmente adicionar capacidades à aviação comercial, uma vez sendo modernizado, enquanto há uma outra parcela que defende maior investimento e prioridade no modelo da Yakolev.

A PD-8 será certificada este ano, enquanto a PD-14 foi homologada para operação em ambientes extremamente frios. O que não é nenhuma novidade.

O MC-21-310 precisará de cerca de US$ 240 milhões de dólares a mais para ser homologado definitivamente, em vista da mudança de fornecedores ocidentais, o desenvolvimento de novos sistemas russos, então inexistentes, e sua certificação conforme os requisitos internacionais; a produção em massa do avião está prevista para 2026 ou 2027, assim como a entrada em operação comercial na Rússia.

A exportação do modelo mais novo de wide body russo não está descartada pela UAC, assim que ele estiver homologado, a países sob influência do Kremlin. Isto significa dizer que ele pode ser usado na vizinhança, principalmente Ásia Central, além de Oriente Médio e África.

Eu não diria que é impossível, mas pouco provável que o MC-21-310 seja visto na América Latina antes de 2030\2035. Mas a meu ver, esta expectativa é uma ideia que alenta a visão de qualquer fã de aviões - e eu sou um deles - quer estejam ou não do "lado certo" do mundo. Mesmo com "apenas" 6 mil km de alcance nominal, o modelo russo seria muito bem vindo por aqui, sendo capaz de cobrir praticamente todas as rotas nacionais, e até algumas internacionais de curto e médio alcance.

Apesar de não haver em prazo visível alternativas para suscitar rotas entre Manaus e as capitais dos países vizinhos tão cedo, apesar de que temos aqui ligações com Bogotá, que vão e vem ao sabor das inconstâncias da economia do país, ainda acalanto este sonho, de poder viajar aqui pela vizinhança sem ter que descer para Brasília, São Paulo ou outro lugar qualquer. E fazer tal viagem em um MC-21 devidamente preparado seria melhor ainda.




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Re: Aviação Civil da Rússia

#131 Mensagem por FCarvalho » Sáb Fev 15, 2025 3:10 pm

A título de curiosidade, as distâncias aéreas de Manaus para as capitais dos vizinhos aqui ao lado.

1. Manaus a Caracas\Ven - 1.693,14 km
2. Manaus a Bogotá\Col - 1.784,30 km
3. Manaus a Quito\Ecu - 2.080,63 km
4. Manaus a Lima\Pe - 2.119,30 km
5. Manaus a La Paz\Bol - 1.733,82 km
6. Manaus a Georgetown\Gu - 1.122,39 km
7. Manaus a Paramaribo\Sur - 1.134,39 km
8. Manaus a Caiena\GuFr - 2.249,09 km

Como se pode ver, com um E-195 E2 dá para fazer essas rotas sem nenhum problema. As distâncias são, via de regra, bem longas, mas, se levarmos em consideração os ganhos econômicos e comerciais que se poderia arbitrar com esta rota, dá para ver que é possível conseguir bons ganhos com ela. Se colocar um MC-21-310 com 181 ou 211 pax, melhor ainda.

E bom lembrar que a capacidade de carga do avião russo é bastante razoável, o que ainda oferece mais uma oportunidade de fazer com que estas rotas não dependam tanto das sazonalidades econômicas, e de infraestrutura, principalmente, da região, de modo a torná-la lucrativa o ano inteiro.

https://i.ytimg.com/vi/-rDn2cM0yVA/maxresdefault.jpg

Como o MC-21 possui alcance nominal de 6 mil km, levar ele, por exemplo, daqui até Buenos Aires, Montevidéu e\ou Santiago em voos diretos é algo que não gera problema algum em qualquer configuração. A média de distância para estas três capitais é de aproximadamente 3.500 km. E não estou falando em voos diários, longe disso, mas semanais, o que para uma cidade com seus 2,5 milhões de habitantes, mesmo com mais da metade deles vivendo na merda, ainda assim é bem razoável. O mesmo se pode dizer de Belém, com Porto Velho correndo por fora. As demais capitais ainda não estão em condições de oferecer uma relação de oferta e procura que possibilite estes voos em bons termos econômicos e comerciais. Mas só o fato de poder ter aqui dois ou três aeroportos operando este tipo de voos, já seria bom demais. Só de não precisar sair da região para viajar ao exterior seria uma grande vitória para quem mora, e tenta sobreviver, aqui. Além de ter as ligações óbvias e necessárias entre todas as capitais da região, até hoje inexistentes, claro.

Quem sabe um dia. :roll:




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